Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 49
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Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários no último capítulo... Eles me animaram tanto, foram tantos... que até fiz um esforço para postar um capítulo hoje, mesmo que saindo pelo noite.
Espero que gostem dele e que comentem bastante para me empolgar a escrever o próximo.



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“-Faz tanto tempo que eu não venho aqui - Laura

– É ... Tempo demais- Edgar

– Tá tão igual- Laura

– Não, sempre teve a sua ausência... Esse lugar ficou triste durante anos... Mas agora até a janela tá feliz que você tá aqui- Edgar

– Senti tanto a sua falta – Laura

– Tava aqui o tempo todo... te esperando - Edgar

Lado a Lado

Por Laura

– Vamos ...Edgar. Vamos – respondi sorrindo

E Edgar sorriu iluminado. Ele parecia tão contente. Talvez não acreditasse no que acontecia. Acho que eu também não acreditava.

Num impulso voltamos a nos beijar novamente... Um beijo apaixonado com desejo latente. Só que dessa vez, o interrompemos sem tanta demora. Pois ali não era o local apropriado para o que queríamos... pra isso nós iríamos pra casa.

Me levantei e comecei a me recompor... O meu namoro com Edgar havia desalinhado completamente o meu vestido e imaginava que meu cabelo e maquiagem também.

Edgar também se levantou e começou a se ajeitar... Não que isso fosse importante pra gente, mas era certo que encontraríamos algumas pessoas no caminho até a casa. E um mínimo de discrição era necessário.

Mas eu olhei pra Edgar e não consegui segurar a risada. O seu cabelo estava completamente bagunçado, o rosto vermelho, suado e borrado com a minha maquiagem, a gravata borboleta desfeita, a blusa amassada e fora do lugar, assim como terno, preferia nem pensar na calça. Parecia que ele havia passado por um furacão, aliás, ele tinha passado, o furacão Laura:

– Estou tão engraçado? - ele me perguntou enquanto tentava se arrumar.

– Está... - respondi rindo

– Saiba que a senhora também não está muito composta.

– E você gosta dessa descompostura? - provoquei

– Adoro – Edgar falou me agarrando pelo quadril, e se aproveitou um pouco beijando a minha nuca, mas eu o parei apesar de sentir minhas pernas bambearem e querer continuar.

– Assim a gente não sai daqui.

– Tem razão! Vamos pra casa – ele falou pegando na minha mão

Nós saímos e rimos muito pelo caminho. Éramos como duas crianças levadas prestes a fazer uma travessura. E nesse clima passamos por pessoas importantes, algumas até pilares da sociedade. Eles deviam pensar que estávamos malucos. Mas não, apenas estávamos felizes.

Foi difícil nos conter durante o caminho. Em nossos olhares e sorrisos demostrávamos o desejo urgente que nos guiava. Meu Deus... Os olhares e sorrisos dele era um chamado para a transgressão.

Mas nós conseguimos e chegamos em casa... A casa que quase não tinha mudado e ainda parecia que era … nossa.

Entretanto chegar ao quarto foi mais complicado. As roupas de Edgar e meus acessórios foram sendo deixados pelo caminho em meio a beijos e agarrões. Era muita vontade. Muita saudade.

Algo fora de mim parecia me dominar naquele momento. Eu estava tão feliz, tão apaixonada, e com uma vontade gigantesca de ser dele. Uma vontade de sentir o seu toque em minha pele, senti-lo por completo ... ser amada por ele ...o único homem que me fazia sentir assim... Edgar me fazia sentir tão mulher.

Quando chegamos ao quarto nos livramos de todas as roupas. Tinha tantos problemas entre a gente, mas naquele momento parecia não ter nenhum. Pois havia algo muito mais profundo nos unindo, um amor forte, que nem mesmo o tempo, nossas ações contrárias, pessoas e intrigas conseguiram acabar ou abrandar.

Somente nós dois juntos daquela forma, conseguíamos acalmar aquele sentimento forte que carregávamos em nosso peito e que há tanto tempo não era concretizado. Mas naquela noite, nós finalmente iríamos concretizá-lo depois de 5 anos.

Começamos a nos amar com urgência e vontade... Edgar apertava meu corpo, minhas partes com êxtase. Eu também não ficava atrás... era como se não acreditasse que aquilo estava acontecendo. E precisássemos agir com mais furor para torná-lo real.

E não havia preocupação com nada, nem com o barulho ou nossos corpos. Os movimentos eram vorazes. Edgar e eu fervíamos... Muitos beijos, apertos, mordidas, sensações, suspiros, gemidos, até mesmo gritos se passaram naquele quarto.

Edgar precisava de mim... Eu precisava de Edgar. Como era bom estar assim com ele, me sentia inebriada … unida de corpo e alma... eu me sentia completa e feliz.

Ainda não havíamos saciado toda a nossa vontade e saudade quando caímos suados e satisfeitos no braço do outro. Precisaria de muito mais para saciar a minha saudade. A minha impressão é que ela nunca acabaria. Mas os nossos corpos não aguentavam mais. Nós estávamos cansados.

Edgar me abraçou apertado, e ficamos calados desfrutando o encanto daquele momento. Tão próximos do outro, sem roupa alguma nos separando, nossas peles compartilhando o calor. Ele com aquele corpo, pernas e braços grandes me cobrindo de todas as ameaças do mundo. Aquele era o meu lugar... o lugar que eu pertencia.

Comecei a olhar o quarto que me parecia tão igual... Edgar não tinha mudado nada nele... Era como se não tivesse passado tempo algum desde a nossa última noite quando eu estava decidida a partir.

Mas tinha passado tanto tempo... E ele devia ter dormido ali todas aquelas noites sendo inundado por lembranças...Apertei as minhas mãos em seus braços, como se assim pudesse mostrar o meu apoio a Edgar.

Ele já tinha me falado que havia sofrido nesses anos. E ver aquele quarto, estar ali novamente com ele...Trouxe certa dimensão a esse sofrimento... Era duro confrontar aquilo … o que a minha partida ocasionara.

Mas eu não queria ficar triste... Estar de maneira tão íntima com Edgar era esplêndido... E eu estava tão feliz. Não queria estragar isso, então achei melhor afastar aqueles pensamentos.

Comecei a pensar em coisas do presente, em necessidades mais básicas:

– Edgar … - falei

– Meu amor ... - ele sussurrou em meu ouvido o que até me arrepiou

– Meu amor …. Será que tem alguma coisa pra comer? - perguntei me virando e o beijando

– Tá com fome, é? - ele disse sorrindo e fazendo cócegas em mim

– Eu não comi nada no baile... tava sem estômago pra isso. Mas agora ... – justifiquei

– Eu também não comi … só bebi. E namorei … - ele riu e me beijou novamente – Também estou com fome... Deve ter alguma coisa pra comer ... Como não sabia que ia ao baile... Matilde preparou o jantar hoje.

– Não sabia? - perguntei

– Não... eu decidi ir depois que soube que você ia – percebi uma leve confrontação em seu olhar – Por que você não me contou?

– Não sei exatamente... Estava decidida a ir... Não queria mais brigas com você e pensei que …- eu me sentia na corda bamba

– Que eu seria contra? … Seria mesmo... Foi muita exposição … E eu fiquei tão … - eu estava começando a me preocupar pois ele parecia se chatear, mas olhou bem pra mim e acabou abrandando a voz – Ah, esquece, meu amor, se você não tivesse ido, não estaríamos assim... É passado... E hoje quero só aproveitar o presente - ele me beijou e continuou – Vou pegar algo pra gente comer - disse carinhoso

Ele fazia menção de se levantar, mas o impedi e disse:

– Quero ir junto.

– Tá com tanta saudade assim que não quer nem se afastar de mim?- ele brincou me beijando

– Tô – respondi depois do beijo, eu também queria ir pra ter a chance de rever o resto da casa, queria saber se ela continuava tão intocada em outros cômodos.

Edgar colocou o robe, enquanto eu pus a camisa dele, a ideia de vestir a camisa de Edgar me pareceu bem mais fácil do que recolocar o meu vestido:

– Nunca achei que essa camisa ficaria tão bem em alguém – ele disse me agarrando por trás

– É? Então vou sair assim com ela – ri, fugindo dos seus braços.

– Apesar … que eu prefiro o vestido. Você estava maravilhosa com ele... Melhor só estando sem ele … sem nada mesmo. - ele disse sapeca

Edgar e eu fomos até a cozinha, e comemos o jantar frio, sendo que mesmo assim parecia delicioso para dois esfomeados apaixonados. Ainda mais que foi regado a muitos beijos, abraços e colo.

Voltamos de mãos dadas pro quarto. Eu prestava atenção em cada parte da casa. E constatava como ela quase não tinha mudado. Parecia um templo intocado... E aquilo me trazia certa culpa e ao mesmo tempo uma sensação gratificante como se eu nunca tivesse me ausentado.

Ao passar pelo antigo quarto de Pedrinho, eu parei... Não consegui prosseguir … Ele continuava quase igual, tinha até o mesmo berço, apesar de nosso filho já ser muito grande para usá-lo.

– Vamos? – Edgar falou querendo me levar ao nosso quarto

– Essa casa continua a mesma, Edgar... Até o berço de Pedrinho continua em seu quarto.

– Eu não podia mudar nada... Tudo ficou igual esperando por vocês – ele disse emocionado

– Não sei como você viveu assim... nessa casa... com tantas lembranças...

– Essas lembranças me ajudavam a continuar … sempre lembrei de vocês … e não perdi as esperanças.

– Deve ter sido horrível … me desculpa - falei já começando a sentir as lágrimas em meus olhos pela culpa

– Isso é passado, meu amor. Hoje não é dia de pensar no passado. Hoje é dia de felicidade, do presente – ele disse carinhoso me beijando e enxugando as minhas lágrimas.

– Tá bom... Mas posso fazer mais uma pergunta?

– Claro- ele riu

– O que são aqueles embrulhos no quarto de Pedrinho?

– São presentes de aniversário. Todo ano eu comprava um presente pra Pedrinho... na esperança que ele pudesse abri-lo. - aquela declaração trouxe um novo aperto ao meu coração e ao mesmo tempo uma satisfação

– Mostre pra ele, Edgar... tenho certeza que ele gostará de saber disso e abrir os presentes.

– Eu vou mostrar... Um dia, eu mostro … antes ... eu preciso sentir que ele confia em mim … de verdade- ele falou e apesar do seu sofrimento, pude constatar o quanto ele estava sendo sensato

Aquilo me encheu de felicidade e o beijei com vontade. Depois do beijo, ele perguntou animado:

–Vamos pro nosso quarto?

– Ótima ideia. - eu ri

Nós fomos pro quarto e nos amamos novamente. Dessa vez com mais calma e cuidado. Aquela urgência já tinha acabado. E aproveitamos as sensações com mais tranquilidade, sentindo bem cada toque, apreciando cada movimento e beijo.

Estávamos imersos no outro, percebendo cada olhar, tentando agradar e ser deleitado num ritmo suave... sublime, de encontro a nossa alma.

Edgar era tão carinhoso. Se declarava... beijava o meu rosto e meu corpo, me tocava suave... Dizia que eu estava linda e que ele era feliz.

Eu também pude beijá-lo, perceber novas marcas em seu corpo, constatar as antigas, dentre outros detalhes. Ele continuava lindo, e preservava aquele jeito de garoto e homem ao mesmo tempo. Aquele sorriso e olhar que já tinha virado a minha cabeça tantas vezes. Aquele modo protetor, carinhoso e atento de me amar.

Eu me entreguei completamente. Também me sentia feliz, plena em seus braços ... no paraíso...E mesmo que ainda tivéssemos tantos problemas e ameaças no mundo. Acabei adormecendo me sentindo extremamente feliz e protegida com seus braços em volta de mim.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Laura foi... felizes? Gostaram de vê-los nessa intimidade? Querem mais capítulos? Espero que sim e que comentem muito até eu escrever o próximo.