Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 33
O reencontro


Notas iniciais do capítulo

Meninas, muito obrigada pelos comentários. Eles me animaram muito, e eu ate consegui escrever esse capítulo mais cedo do que imaginava. Espero que gostem dele e comentem muito.
Fiquem mais uma vez com o Edgar já na terceira fase:



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“-Eu não vou sair daqui enquanto a gente não conversar- Edgar

–Então você não vai ver a rua hoje! - Laura

Lado a Lado

Por Edgar

Eu ainda me recuperava da boa notícia, e perguntei com a respiração entrecortada devido a alegria que me tomava:

– Tem certeza? Você os encontrou mesmo, Amarísio?

– Sim, eu mesmo verifiquei. São a sua mulher e seu filho – ele sorria – Aqui está o endereço – ele me entregou um papel e eu tremia enquanto o segurava e lia

– Laura e Pedrinho estão no Rio? Não pode ser, eles não podiam ficar tanto tempo escondidos aqui na cidade.- eu estava confuso

– Dr. Edgar, também quase não acreditei quando fui informado, mas com já disse, eu mesmo verifiquei. Eles estão no Rio. O endereço de cima é da escola onde ela trabalha, e o de baixo é da casa onde moram. Na verdade, eles não estavam morando aqui esse tempo todo. Faz apenas uns dias que voltaram. Cerca de 2 semanas.- ele disse certeiro

Eu ainda demorei um tempo para entender aquilo. Até não parecia verdade, depois de anos os procurando, não esperava encontrá-los tão perto de mim.

Uma gama de sentimentos e pensamentos me dominavam. Eu estava feliz, muito feliz, aquela busca de anos finalmente havia chegado ao fim. Mas havia mais coisas envoltas nessa descoberta. Laura estava no Rio e nem me procurara, Laura fugira com o meu filho, ficara anos longe de mim. Nem sei se reconheceria Pedrinho se o visse.

Um medo me tomava. A minha saudade era imensa, o meu amor por ela continuava, mas também havia muita raiva e rancor me consumindo.

Ainda andei meio atordoado pela cidade. E quando vi estava na frente da escola que Laura lecionava. Não faltava muito para as aulas acabarem naquele dia. E eu esperei. Observava tudo do outro lado da rua. E finalmente a vi se despedindo dos seus alunos.

No primeiro momento uma emoção tomou conta de mim. De certa forma, era um desejo realizado, algo que eu havia sonhado por tantos anos e finalmente se tornava realidade. Laura estava a minha frente. Linda, sorridente, carinhosa com os seus alunos. Eu ansiava vê-la há tanto tempo. A saudade era tão grande que quando a enxerguei chegou a doer, como eu havia sobrevivido tanto tempo sem vê-la, sem tocá-la. Ela era iluminada, era a minha luz.

Mas o primeiro momento passou, e os outros sentimentos infectavam aquela sensação. Muita raiva. Laura que havia escolhido assim, ela que decidira ir, e me abandonara de forma traiçoeira. Ela que levara o meu filho e me impedira de vê-lo crescer. A sua ação, a sua escolha, é que me fizeram sofrer tanto por tantos anos.

E tomado por emoções contraditórias, eu andei até ela. Ainda me contive um pouco e a abordei somente quando todos os seus alunos já tinham partido:

– Laura … - falei baixo mas sem conter o meu olhar enraivecido

– Edgar? - ela ficou assustada, muito assustada, acho que até empalideceu na hora - Eu … O … que … vo-cê … tá fazendo aqui?

– Não é todo dia que encontramos o marido de quem fugimos há mais de 5 anos, não é? Está surpresa? … O que eu estou fazendo aqui? Você foge com nosso filho, fica longe por mais de 5 anos e me pergunta isso? Eu é que te pergunto, Laura ...Como pôde? - eu já alterava o meu tom

– Edgar, se acalme, assim …- eu a interrompi

– Assim, o que? Até quando ia ficar se escondendo? Ou achava que com a gente morando na mesma cidade, eu não ia te encontrar?

– Edgar, eu ia te procurar. Só estava ajeitando as coisas, queria me estabilizar antes, sabia que a sua reação não seria boa e eu estava com medo. Queria fazer tudo com calma, conversar com Pedri...- quando ela começou a falar o nome do nosso filho, fui tomado por mais um acesso de raiva

– Pedrinho?Pedrinho ... eu não sei como ele está ...Como ele é... Você não sabe o que senti esses anos todos longe do meu filho... Laura, você sabe o que é ter um filho afastado de você? Crescendo longe? A sensação de não saber se ele está bem ou não...- ela me olhou com pesar

– Essa não era a minha intenção. Eu não fiz para te fazer sofrer.

– Como não era a sua intenção? Você agiu de forma traiçoeira, e afastou meu filho de mim! Sabe o é viver anos sem saber notícias da mulher e do filho, fingindo a todos que seu casamento está bem. E eu fiz isso, por que? Por que, Laura? Para te proteger. Para os outros não pensarem mal de você, para não acharem que era uma mulher infiel que fugiu do marido, que roubou o nosso filho- eu gritei

As nossas vozes exaltadas devem ter chamado a atenção, pois o zelador da escola se aproximou da gente. Ele segurava um ferramenta na mão:

– D. Laura, está tudo bem? - ele perguntou

– Sim, seu Valter – ela respondeu, mas ele não se afastou

– Edgar, tá vendo? Essa discussão já passou do limite. Não dá para conversamos assim e aqui. È o meu trabalho. Por favor, vá... Antes que se torne algo pior - ela disse, mas eu continuava resistente.

– Você não vai escapar dessa vez .

– Ou o senhor vai embora, ou serei obrigado a chamar a polícia – o zelador pressionou

– Tá bom, eu vou. Mas essa conversa não terminou, eu voltarei – falei olhando bem nos olhos de Laura.

Fui para casa. A minha vontade era ir até a casa de Laura e esperá-la lá. Mas eu estava nervoso demais, depois daquela discussão eu realmente precisava pensar, precisava me acalmar. Não seria capaz de me controlar no estado em que estava.

Quase não dormi naquela noite, minhas ideias e emoções eram um turbilhão. Mas eu precisava ver o meu filho, ver como ele era e estava, Laura e eu precisávamos terminar aquela conversa, as coisas precisavam ser esclarecidas, e decidi que pela manhã eu iria na casa onde eles moravam. Seria um sábado e assim ela não deveria trabalhar.


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Notas finais do capítulo

E aí meninas? Consegui enganar algumas né? kkk. Edgar não encontrou Laura na pensão e sim do Rio, nada de desencontros kkkk. Eu fiquei impressionada, na verdade só uma menina comentou que ele os encontraria no Rio, Parabéns Mariana, e era uma solução simples, não acham? É muito mais fácil um investigador encontrar Laura no Rio do que no interior de São Paulo. Mas acho que consegui fazer um suspense nisso kkk. Adoro quando isso acontece.
E o reencontro, o que acharam? E essa discussão? Foi tensa? Estão ansiosas sobre o que vai acontecer? Espero que sim e que comentem muito para me animar bastante.