Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 10
Cruzando o Oceano


Notas iniciais do capítulo

Meninas adorei todos os comentários, vocês me animaram muito a escrever. E até me surpreenderam, eu achava que vocês iriam querer o próximo capítulo narrado por Laura, mas não, o narrado por Edgar ganhou por 6 a 1, goleada kkk. Assim deixo o capítulo por Edgar aí, espero que gostem, e não esqueçam de comentar, vocês sabem como gosto de comentários.



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Por Edgar

Depois de 15 dias intermináveis no navio finalmente cheguei a Portugal. Sentimentos contraditórios me dominavam, eu queria muito conhecer a minha filha, e ao mesmo tempo a imagem de Laura chorando no porto me doía o coração.

Fui ao Hotel, tomei um banho, escrevi algumas linhas e pedi na recepção que as enviassem como um telegrama . Era para Laura. Eu esperava que ela já tivesse me mandado cartas enquanto eu estava no navio, e que em breve eu as receberia. Queria saber dela, do nosso bebê, do aumento da sua barriga. Era difícil não estar ao lado dela nesse momento.

Me encontrei com João, e ele me levou a casa onde Catarina estava morando. Segundo ele, minha filha Melissa, vivia entrando e saindo do Hospital, mas naquele momento, ela estava em casa. Eu mal podia esperar para conhecê-la.

Melissa era linda, pequena por causa da saúde, tinha os cabelos e e olhos escuros, era frágil, mas bem sorridente. Mal havia completado 10 meses, e eu me apaixonei a primeira vista. Eu era o seu pai, ahhh... minha filha. Fiquei com ela no colo até que adormecesse, e então resolvi conversar com Catarina, abri o jogo.

Falei da gravidez de Laura e que não podia ficar por muito tempo, pois queria voltar para minha esposa e ver o meu filho nascer. Então esclareci que as decisões que tomaríamos deviam ser rápidas.

Ela me convidou para ficar em sua casa, com pretexto de ficar mais próximo a Melissa. Eu percebi em sua voz que talvez não fosse só isso que ela quisesse. Mas comigo aquilo não funcionaria mais.

Voltei ao Hotel, e escrevi uma carta a Laura, contei sobre o meu dia, falei da minha saudade, e prometi a ela que voltaria logo. Deixei a carta na recepção e pedi que a enviasse ao Brasil logo.

Entretanto não dividi certos temores com Laura. Agora que eu conhecera minha filha, sabia que seria bem difícil deixá-la ser criada longe de mim. Não sabia o que fazer ainda, mas já previa problemas em relação a isso.

Na manhã seguinte, Catarina chegou assustada com Melissa chorando em seu colo. Ela havia piorado e nós corremos até o hospital. Fiquei com medo de algo mais grave acontecer, e perder a minha menina que mal acabara de conhecer, mas já amava.

Os dias seguintes foram passando numa correria, sempre que podia mandava notícias para Laura. Mas com as crises constantes de Melissa, as idas ao hospital e a casa de Catarina, não pude fazer isso todos os dias.

Eu pude conversar com o médico e entender mais da doença da minha filha. Ela já havia passado por 2 pneumonias. Era bem frágil, e sempre precisaria de cuidados. Ele chegou a insinuar que um clima mais ameno fizesse bem a ela.

Catarina era muito desastrada com ela, as vezes me parecia omissa, esquecendo de lhe dar o remédio, não tinha calma, qualquer coisa ela se desesperava, o que aumentava os choros da menina, e não era bom que ela se cansasse assim já que tinha problemas respiratórios.

Havia 20 dias que eu estava em Portugal e não recebera nenhuma notícia de Laura, nenhum telegrama ou carta de quem quer que fosse. Comecei a me preocupar. Essa falta de notícias não era normal, ela já deveria estar com mais de 7 meses de gestação e fiquei com medo de algo mais grave ter acontecido. Além disso, eu não podia ficar muito mais tempo pois queria ver o nascimento do meu filho. A saudade de Laura também era enorme. Como eu queria que ela estivesse ao meu lado, como queria estar ao lado dela, ainda mais com tanta coisa acontecendo.

Mandei telegramas a Laura e a minha mãe, pedia que me respondessem rápido por telegrama mesmo.

Também havia tomado uma decisão. Mas tinha medo das suas consequências. E conversei com Catarina, Melissa não poderia ficar com ela em Portugal, ela não sabia cuidar dela, o clima do Brasil seria melhor a menina, e eu também não conseguiria ficar afastado da minha filha.

Catarina se desesperou, dizia que não seria afastada da filha, e que o Brasil era uma terra de bossais. Que Melissa não iria de maneira alguma. Reafirmei que ela iria e que seria rápido, já que me preocupava pela falta de notícias de Laura.

Depois ela me procurou com uma proposta, disse que apoiaria a ida de Melissa, mas ela também deveria ir, já que não podia ser separada da filha. Eu não esperava outra coisa, realmente seria desumano separar uma filha da mãe. E também não imaginava Laura criando Melissa comigo. Assim, minha filha também precisaria de Catarina. Conversei com ela sobre manter a discrição e sobre não incomodar Laura e minha família.

Ela concordou e me pediu tempo para o médico liberar Melissa e arrumar suas coisas para a partida. Como estava aflito com a falta de notícias, pedi que fosse rápida.

Mas minha aflição diminuiu um pouco depois que recebi um telegrama de Laura, me informando que estava bem, a gravidez tranquila e que demorou a me responder pois havia passado uns dias na fazenda do pai.

Mandei um telegrama a Guerra e pedi que ele arrumasse uma casa para Catarina e minha filha.

Assim, se passaram mais 10 dias, o médico já havia liberado Melissa para a viagem, mas Catarina dizia que precisava de tempo para arrumar suas coisas no país.

Eu havia atingido o limite da paciência, pois estava há mais de 30 dias em Portugal e com medo de não chegar a tempo do nascimento do meu filho. A saudade também era gigantesca, eu mandei cartas falando disso, reforçando o meu amor por Laura e nosso filho, mas além daquele telegrama, não recebera nenhuma resposta.

Cheguei a propor que Catarina me deixasse levar Melissa e que partisse depois, foi assim que ela me respondeu de forma surpreendente. Ela estaria pronta para partir no dia seguinte!

Nós partimos. Tinha medo da reação de Laura quando descobrisse que eu levara Catarina e minha filha comigo. Mas tinha certeza que resolveria, nós nos amávamos, teríamos um filho e ela entenderia.

A viagem ainda demorou 2 dias a mais que o previsto, e quando desembarquei, mal me continha de ansiedade para ver Laura, beijá-la e acariciar sua barriga. Mas antes ainda levei minha filha e Catarina até a casa que havia arrumado para elas. Quando cheguei em casa não avistei Laura, apenas Matilde:

– Matilde, cadê Laura? Quero tanto vê-la, a sua barriga já deve estar enorme, não? - falei sorrindo, estava feliz por finalmente ter voltado a minha casa e estar prestes a encontrar minha mulher

– Dr. Edgar … D. Laura não está aqui, o senhor não está sabendo? - ela me parecia estranha

– A Laura foi para a fazenda novamente mesmo tão próximo de dar a luz?

– Não, Dr... - acabamos sendo interrompidos pela campainha que tocava incessantemente

Resolvi atender, depois continuaríamos a conversa. Abri e dei de cara com Catarina e minha filha:

– Catarina, você não devia aparecer aqui.. o nosso acordo era que ... - falei irritado

– Edgar … Edgar … A melissa não para de chorar. Não achei o remédio … Não sabia o que fazer - ela estava abalada.

– Ahhh … Catarina, me dê a menina, você a está assustando.- peguei minha filha no colo e entrei com elas pela casa - Eu tenho o remédio aqui em meu bolso. Espere um momento.

Dei o remédio a minha filha. E depois a ninei para acalmá-la. Ela parou de chorar e a Catarina disse tocando em meu ombro:

– Ahh... Edgar. Você é tão bom com ela.

Nesse momento, olhei para frente e vi Laura nos observando, ela parecia ter acabado de entrar na casa. Sua expressão demonstrava raiva e choque. Notei que sua barriga estava pequena. E carregava algo enrolado em uma manta branca. Eu não o via rosto, mas parecia um bebê. Um recém-nascido. Seria o nosso filho? Ele já havia nascido? Essa ideia de não acompanhá-la no nascimento do meu filho começou a me corroer:

– Laura … meu amor.. -falei emocionado ao mesmo tempo que me sentia culpado.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Gostaria de saber qual o tamanho da raiva que estão tendo do Edgar... kkkk. Ahhh, vai né? Tenta entender o nosso inocente heroi (ele é humano gente, erra), ahh, vcs já sabem que a Catarina desviou todas as cartas e telegramas né? kkk
O próximo capítulo será narrado pela Laura... Tem alguma ansiedade em relação a ele? Bem espero que tenhamm gostado e que comentem muito, recomendem, mostrem que estão lendo. Espero que já saibam o quanto a sua participação me faz bem e me estumulam a escrever.



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