O Coração da Areia escrita por LadySchiffer


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta com um capítulo delicioso para vocês. Não os esqueci.



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Acordei mais tarde se comparado aos dias que eu precisava cumprir plantão no hospital. O dia em que teriamos nossa tão esperada reunião com Gaara e os conselheiros havia finalmente chegado, e eu começava a sentir um formigar tomar conta do meu corpo. Depois que tudo estivesse resolvido eu voltaria a Konoha, teria noticias do Sasuke, mas sabia inconscientemente que sentiria falta de Suna.

Não tenho me permitido pensar em que tipo de relação eu tenho vivido com o Gaara porque me assusta o fato de que talvez eu esteja dividida entre duas paixões, que eu esteja apaixonada para me machucar novamente, durante esse tempo eu apenas deixei que fluisse e me senti tão bem. Por que nada pode ser tão simples?

Desci as escadas e encontrei os dois loiros e um moreno. Naruto e eu tomamos nosso desjejum enquanto Temari e Shikamaru ficaram na sala conversando.

– Não vejo a hora de tudo isso acabar e eu voltar aos braços da Hina-chan. - dizia meu amigo feliz.

Foi inevitável não pensar em como eu ficaria longe dos beijos ardentes do ruivo. Definitivamente eu não gostaria de voltar a ser a Sakura sem vida que se arrastava por Konoha para parecer alegre e feliz. Eu queria continuar em Suna, pelo menos uma parte de mim implorava para não abandonar o deserto.

– Sakura-chan, vocês podem manter um namoro a distância até que se casem. - o loiro me encarava com seus grandes e brilhantes olhos azuis.

E assim como ele, eu divaguei por pensamentos nos quais eu viajava até Suna em alguns intervalos de dias para ver aqueles olhos aquamarine que me seduziam. Não, eu não poderia. Aliás, o Gaara quer um relacionamento? Eu quero? O que eu faria se o Sasuke voltasse a vila e me quisesse? Talvez eu poderia namorar com o moreno lá e com o ruivo quando viesse a Suna... Não, claro que não.

Apenas sorri para o loiro a minha frente sem saber como expor meus pensamentos em voz alta.

– Vamos nos atrasar. - ouvimos a voz arrastada do mestre das sombras.

Nos despedimos da Temari, e caminhamos até o prédio do kazekage entre risadas do loiro e suspiros do moreno. Quando chegamos nos encaminhamos para a sala de reunião, os conselheiros já se encontravam acomodados em seus lugares, mas o Gaara não estava presente.

Sentamo-nos e fomos analisados minuciosamente pelos anciões na sala, eram seis no total, sendo cinco homens e uma mulher. Dois demonstraram abertamente não gostar do Naruto, todos pareceram ser indiferentes ao Nara, e eu diria que uns quatro deram a entender que aprovavam a minha presença.

– Srta. Haruno, a discipula da Tsunade Godaime Hokage? - o que estava a minha frente se manifestou.

– Sim... - eu disse incerta.

– Oh, estamos muito contentes com o seu trabalho no hospital. - disse sorrindo um senhor de cabelos brancos e tez morena.

– Obrigada. - agradeci esboçando um pequeno sorriso.

– Tsunade-sama deve se orgulhar bastante de uma pupila como você. - um outro que estava ao seu lado pareceu concordar.

– E ainda sendo tão bonita. - a anciã se manifestou com um sorriso.

– Vamos começar a reunião. - a voz rouca do Gaara preencheu o ambiente e meu corpo se arrepiou.

Ele havia entrado na sala sem que eu percebesse. Todos nos levantamos e o cumprimentamos, e o encarei apenas quando ele já estava sentado. Durante alguns segundos os nossos olhares se encontraram, parei de respirar e o encarei por mais algum tempo ansiando que aqueles olhos me encarassem novamente. Desisti e voltei meu olhar para outro ponto, e a anciã me fitava firmemente.

– Kazekage-sama, aqui estão os documentos que a Tsunade-sama encaminhou. - a voz preguiçosa do Nara soou.

Passamos minutos em silêncio enquanto os papéis eram analisados pelos oriundos de Suna.

– Estamos cientes dessa movimentação, também percebemos ninjas com bandanas da Vila Oculta da Libélula. - o ruivo falou.

– E como todos aqui devem saber o que ocorreu com esta vila do País da Montanha, sabemos que não é uma boa notícia que estes ninjas estejam circulando nossas vilas. - expus minha opinião.

– A Srta. Haruno está completamente certa. Devemos começar a pensar no que faremos - murmurou o conselheiro de tez morena.

– Iremos pensar nisto, Masashi. Imagino que essa tenha sido a razão por Konoha nos mandar um excelente estrategista. - Gaara falava fitando o Shikamaru.

– Ele já deve ter até mesmo elaborado vários passos do que faremos. - Naruto disse rindo.

– Conte-nos o que você analisou, garoto. - um outro ancião incitou que o moreno falasse.

Shikamaru olhou para Gaara como se pedindo permissão, e este a concedeu.

– A principio não devemos alertar outras vilas envolvidas para que elas não acabem sendo imprudentes. Colocaremos anbus para monitorar o País da Montanha e também seguir os ninjas da Vila Oculta da Libélula que tem aparecido. Além disso temos que nos prevenir, precisaremos fortalecer a segurança de nossas vilas pelo menos por enquanto. - Shikamaru falou com sua voz arrastada.

Os conselheiros que antes o tratavam com indiferença pareciam até certo ponto admirados com a sua inteligencia.

Gaara olhou para os conselheiros e estes acenaram em concordância.

– Assim será feito. Hoje mesmo escalarei mais ninjas para as principais áreas de Sunagakure, e mandarei anbus procurarem a possível localização da vila oculta. Shikamaru e Naruto, vocês irão com os anbus. Sakura, quero que você continue no hospital, mas dessa vez você irá treinar os médicos e me manterá informado por meio de relatórios. - o ruivo deu as nossas ordens enquanto escrevia - Encaminharei um documento a Tsunade-sama. Quando vocês retornarem a Suna, poderão regressar a Konoha. Dispensados.

Nos levantamos, pedimos licença e saímos da sala de reunião. Voltamos para a mansão Sabaku e almoçamos para que cada um seguisse o seu dever.

Apenas no caminho para o hospital me permiti notar o que aconteceria, eu deixaria Suna depois de quem sabe um mês e não haveria nada que eu pudesse fazer para mudar a realidade. Esse pensamento me fez mal e por isso decidi afastá-lo da minha mente até que eu estivesse em um local apropriado para pensar.

Chegando ao hospital, o Mutsuhiro já me aguardava com os ninjas que eu deveria treinar. Entramos em uma sala do subsolo para começarmos o básico. Os conselheiros de Suna estavam lá para nos assistir, de acordo com o Mutsuhiro eu deveria agir normalmente, mas eu me perguntava como seria possível se estes velhos pareciam analisar cada passo que eu dava.

– Não é segredo que durante as Grandes Guerras as vilas não possuiam ninjas médicos o suficiente, e em Konohagakure este fato só começou a mudar quando a Tsunade-sama assumiu o cargo de Hokage. - eu comecei a falar - Isso ocorre porque ser um ninja médico não é tarefa fácil. Qualquer ninja pode fazer jutsus curativos, afinal é apenas concentrar chakra e estimular uma pequena quantidade de células. Mas um ninja médico faz bem mais do que isso, pois ele precisa ter um grande senso de controle emocional, controle excepcional de chakra, conhecer com excelência todo o corpo humano, conhecimento em venenos e antídotos e, perícia e precisão nos jutsus medicinais.

Felizmente eles não apresentaram qualquer problema com controle emocional e de chakra, por já estarem trabalhando no hospital. Mas alguns não conheciam muito bem o corpo humano e esta parte da lição foi mais lenta, parei o treinamento por volta das 20h quando percebi que o chakra deles já estava baixissimo. Durante todo o processo, os conselheiros estavam lá, por vezes fazendo comentários baixos entre si.

Quando tudo terminou e eles saíram, eu continuei na sala para fazer o relatório.

– Por quanto tempo você pretende passar do seu expediente? - olhei para cima e avistei o sorriso brincalhão do Mutsuhiro.

– Depende dos dias que passarei em Suna. - voltei a mirar o relatório.

– O que trouxe o senhor aqui, kazekage-sama? - a voz do Mutsuhiro atiçou meus sentidos.

Meu coração ficou descompassado e olhei a porta, mas esta estava fechada.

– Qual o seu problema? - eu disse irritada.

Ele ignorou minha irritação, puxou uma cadeira e sentou-se ao meu lado passando os braços por cima do meu ombro, me abraçando intimamente.

– Esse relatório está ót... - ele iniciou despreocupado até olhar a porta - Olá, kazekage-sama.

Procurei a porta com meus olhos assustados, quando notei que ela continuava fechada o meu coração parou e fiquei calma, no entanto não durou muito, pois logo eu virei na direção do loiro querendo a sua morte.

– Idiota.

Ele gargalhou deixando visíveis seus dentes brancos e segurou meu rosto.

– Sakura-chan, você fica muito fofa com as bochechas rosadas. - foi puxando meu rosto para perto do seu. Muito perto.

– Apenas me deixe trabalhar. - eu disse segurando sua mão e removendo-a do meu rosto.

Virava meu rosto de volta ao relatório, quando estagnei com um vislumbre de vermelho junto a porta. Meus olhos vidrados encontravam os de Gaara, ele estava novamente assustador com seus olhos estreitos e a mandíbula tensa.

– Boa noite, Kazekage-sama. - Mutsuhiro foi o primeiro a falar, e único durante longos segundos.

O ruivo ficou parado nos olhando da porta, e eu não conseguia fazer nada a não ser continuar com meus olhos arregalados o observando. Eu não havia feito nada errado, mas um sentimento de remorso me invadiu por ter deixado a brincadeira do Mutsuhiro ir tão longe, e agora Gaara estava com ciúmes e eu estava com medo da minha felicidade ir embora com aqueles olhos aquamarine.

– Deseja alguma coisa, Gaara-sama? - eu não o olhei, mas pelo seu tom de voz, eu sabia que Mutsuhiro estava com seu sorriso nojento estampado no rosto.

– Sobre o treinamento. - a voz de Gaara estava mais rouca que o normal. E eu posso estar louca por acha-lo ainda mais sexy com ciúmes.

– Isso é com a nossa querida Adenium. - Mutsuhiro falou passando os braços pelos meus ombros com intimidade - Na verdade, ela está aqui até esse horário preparando um relatório impecável para o Gaara-sama.

– Está tarde. - foi tudo que o ruivo disse quando seus olhos penetrantes se focaram nos meus.

Ergui-me da cadeira já arrumando as minhas anotações.

– Boa noite Mutsuhiro-san. - eu disse antes de seguir Gaara que já estava saindo da sala.

– Boa noite minha pequena Adenium. - o loiro deu um sorriso zombeteiro.

____________

Já caminhávamos na rua quando ele resolveu me deliciar com sua voz rouca.

– Um apelido.

– O que? - fui pega de surpresa.

A sua resposta foi me encarar pelo canto dos olhos. E eu tentei não ficar nervosa com a sua imponência, sem sucesso.

– Adenium? Foi a primeira vez que ele me chamou assim, e eu nem sequer sei ou entendi o porque. - me defendi sem saber exatamente do que.

Gaara parou de andar e indicou com a cabeça uma arvore com flores rosadas ao nosso lado.

– Ele te chamou de Rosa-do-deserto.

Voltamos a andar, e continuamos calados com nossos próprios pensamentos.

Mutsuhiro é um provocador, não tenho duvidas que ele fez o comentário de propósito. Talvez ele estivesse tentando me atingir já que adora insinuar que Gaara e eu temos algum relacionamento amoroso. Seja como for, não é ruim ser uma Rosa-do-deserto se o meu deserto for o homem de cabelos rubros ao meu lado.

Quando chegamos na casa Sabaku todos estavam na sala, e Naruto pula em mim tamanha era sua afobação.

– Sakura-chan! Nunca havias ficado até tão tarde no hospital. - o loiro reclama me abraçando - Não te esperei para jantar, mas posso fazer companhia.

– Naruto, a Sakura estava com o Gaara. - Temari comentou se levantando do sofá. - Vocês querem que eu esquente a comida?

– Preciso trabalhar. - o ruivo disse enquanto andava até o corredor que levava a sua sala.

– Vamos jantar no escritório. - disse fitando as costas do ruivo - Por favor, nos leve o jantar Temari.

Entrei no cômodo e Gaara fechou a porta me prensando contra ela. Ele começou dando beijos leves na extensão do meu pescoço, passou a lingua devagar, e entre os meus gemidos ele parou de repente e cheirou rapidamente a pele que antes ele beijava. Voltou seu rosto para mim, seus olhos estavam estreitos e ferinos.

– Você está com o cheiro daquele loiro. - ele soltou quase como um grunhido.

– Naruto? - perguntei tentando entender.

– Não, minha pequena Adenium. - ele falou com um sorriso sarcástico. - Mas vamos resolver isso.

Senti meus lábios serem pressionados com força, não havia calma e nem delicadeza naquele beijo, minha boca logo foi invadida por sua lingua que manteve contato com a minha. Tentei gemer entre o beijo, e ele puxou minha nuca na sua direção juntando ainda mais as nossas bocas. Sua mão esquerda levantou minha perna para cima, e com isso eu juntei meus braços em torno de seu pescoço e me ergui deixando minhas pernas cruzadas ao redor do seu abdomen.

Ele suspirou e eu aproveitei a chance para morder a sua mandíbula. Suas mãos passeavam por minhas coxas e a minha mão direita se ocupava de tentar de alguma maneira tirar aquele colete que ele usava. Por que ele usava tanta roupa?

Escutamos batidas na porta e a voz do Kankuro dizendo qualquer coisa que não dei importância.

– Depois. - Gaara respondeu beijando a minha clavícula.

– Gaara… - o moreno tentou.

– Vai embora. - eu gritei parcialmente gemendo quando o ruivo puxou o zíper da minha camisa.

O ruivo riu acariciando meu seio direito, me deu um beijo rápido nos lábios e inclinou sua cabeça para passar a lingua no meu mamilo enquanto apertava o outro. Foi me levando ate a poltrona conforme eu me encarregava de marcar o seu pescoço, fui deitada e no momento que ele tentou tirar meu short eu segurei suas mãos, a principio ele me olhou sem entender.

– Gaara, eu… - mordi meus lábios, estava nervosa.

– Não tem problema. - ele disse saindo de cima de mim.

– Eu nunca, sabe, eu sou virgem. - o olhei meio incerta. - Mas eu quero.

– Tudo bem. - ele disse e me beijou - Porem vamos fazer em um local mais apropriado.

Puxou-me para seu colo e beijou meu ombro.

– Deveriamos jantar agora. - ele disse cheirando meu cabelo.

– Não sei se quero encarar o Kankuro. - falei envergonhada.

Gaara riu me levantando, vesti-me e saímos do escritório. Por sorte todos pareciam ter ido dormir.

Jantamos e voltamos para o escritório para terminarmos nossas tarefas.

Dormi muito arrependida por ter impedido o Gaara de fazer o que nós dois queríamos. Eu ainda podia sentir o toque dele na minha pele, o desejo por ele estava me consumindo por completo, definitivamente eu deveria ter ficado calada. Agora eu só poderia aguardar uma chance nesse tal local apropriado. Na verdade, eu poderia invadir o quarto dele durante a noite, parece justo.


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Notas finais do capítulo

Gaara, meu pudim, não use roupas tão difíceis.