Titanium escrita por Cigarette Daydream, milacavalcante


Capítulo 13
Reunião de Pais?


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa a demora, estou com medo de ter perdido todos os leitores, mas esse capitulo me deu bloqueio e tbm tinha um concurso público para fazer, então... SORRY. Emfim, aqui eu estou, com esse capitulo que é meio que um rito de passagem para o outro, então não tem nada muito bombástico, mas algumas informações importantes. Enjoy.



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Annabeth acenou, hesitante, e entrou no ônibus com Thalia e Luke. Estava acabado. Eu não sabia quando veria ela ou meus amigos novamente. Continuei olhando para o ponto em que o ônibus desapareceu por um longo tempo, com meu café na mão. Até que veio uma moça perguntar se eu estava bem.

– Sim, obrigado – despertei do meu transe.

Nico devia estar esperando no carro, ele veio, mas não quis se despedir de Thalia. Então eu suponho que eles não vão reatar de maneira alguma. Tudo bem, isso é só mais uma parte da minha vida normal que eu perdi em duas semanas.

– Como foi lá? – perguntou Nico quando eu cheguei ao carro.

– Isso envolve uma conversa sobre a Annabeth – lembrei a ele.

Hoje de manhã, nós dois tínhamos combinado de não falar mais de nossas ex-namoradas, seria melhor assim, para que ninguém ficasse triste ou chateado. Mas, mesmo não falando, a mesma coisa continuava a martelar na minha cabeça: eu tinha cogitado escolher entre Annabeth e Reyna e, só agora que perdi a chance de escolher, notei que Reyna nunca realmente foi uma opção que me faria feliz.

– Não está mais aqui quem falou – disse Nico, dando a partida no carro.

– Na verdade, acredite em mim, estou feliz por quê você está aqui – falei. –, agora somos só nós dois contra o mundo.

– Tipo BFF’s? – perguntou Nico, rindo.

– Uma definição menos gay, por favor – ri também.

Eu e Nico fomos os únicos que sobraram do nosso antigo grupo de amigos. Quer dizer, tem a Katie também, mas ela não compartilhou essa viagem traumatizante com a gente. Então acho que é meio inevitável que eu e Nico fiquemos mais amigos entre nós.

– Você acha que os nossos pais vão estar no apartamento? – Nico parou de rir repentinamente.

Suspirei e dei um gole no meu café.

– Infelizmente, não só os nossos pais – falei. –, provavelmente todos eles já conseguiram a passagem aérea.

– Que porcaria a gente vai contar para eles?

– Se descobrir me avisa.

Obviamente os pais de Luke, Thalia e Annabeth iam cair em cima da gente querendo saber para onde eles foram. Eu e Nico concordamos em fingir que não sabemos de nada, mas a pressão vai ser muita. E Sally pode arrancar o que quiser de mim. Tomara que Gabe não tenha vindo, tomara que Gabe não tenha vindo, tomara que Gabe não tenha vindo...

Depois de um tempo, que pareceu mais longo do que precisava ser, chegamos ao apartamento e havia uns dois adultos na portaria, com malas, falando com o porteiro.

– Para aqui mesmo, Nico – pedi, no portão do prédio, e então desci.

O adultos explicavam que eram responsáveis pelos menores do 301. Chegando mais perto, reconheci o pai de Luke e, pelos olhos cinza, a mãe de Annabeth.

– Sr. Castellan? Sra. Chase? – chamei.

– Percy? Onde está o Luke? – perguntou o Sr. Castellan.

– Eu não sei – menti. –, saiu hoje mais cedo com Annabeth e Thalia...

– Para onde eles poderiam ter ido enquanto a amiga de vocês está em uma cama de hospital?

– Por quê não discutimos isso lá em cima? – perguntou a mãe de Annabeth em um tom calmo.

Assenti e peguei a mala de mão de Atena para ela. O porteiro recuou e nos deixou passar, já que me conhecia. O elevador foi um evento constrangedor, já que os dois me encaravam ao som de música clássica.

– Adoro essa música – falei para quebrar o silêncio, com um sorrisinho de satisfeito. Péssima escolha Percy. Quem gosta de música de elevador?

O Sr. Castellan me encarou, com a testa franzida e Atena arqueou uma sobrancelha, me analisando friamente, como se nada que ela visse fosse aprovável. Baixei a cabeça e esperei as portas abrirem. Quando abriram, eu deixei Atena e Sr. Castellan passaram na frente e fui por último. Ah, eu só chamo o pai do Luke de Sr. Castellan por que não sei seu primeiro nome. Apenas para deixar claro.

Quando entramos no apartamento, Annabeth estava por todo o lado. Eu quase podia ver ela sentada ao meu lado no sofá, quase podia ver ela me beijando na cozinha, quase podia ver ela aparecendo no corredor com o rosto mais lindo do mundo. Emperrei na porta com aquelas lembranças e foi preciso dois chamados de Atena para que eu me movesse.

– Desculpem, é difícil entrar aqui sem lembrar de Rachel acordada – menti.

– Eu imagino – disse o pai de Luke. –, a pobre menina levou um tiro da própria amiga...

– Annabeth não atirou em ninguém – eu e Atena o cortamos em coro, ela me olhou surpresa.

– Meu filho deve estar arrasado! Como deixam esses adolescentes de hospício andar por aí desse jeito? – ele olhou para Atena, como se esperasse uma resposta. Atena apenas deu um olhar zangado, mas eu não.

– Seu filho estava muito ocupado dando em cima da adolescente de hospício para se preocupar com Rachel, não precisa ficar tão chateado por ele, Sr. Castellan – fui seco.

O pai de Luke pareceu querer me estrangular, mas apenas sentou no sofá e começou a digitar em seu celular.

– Pode me mostrar onde é o quarto em que Annabeth estava? – pediu Atena.

Apenas a guiei até o quarto de Annie e fui checar se Nico estava ok. Ele havia subido na frente, então não tinha como saber. Ele estava arrumando as malas.

– Meu pai está num hotel me esperando – ele explicou. –, acho que a gente se vê em BH então...

– Eu não vou me livrar assim tão rápido – suspirei. –, e o pai de Luke é um pesadelo... Pelos deuses!

– Você aguenta – sorriu Nico. –, talvez sua mãe te resgate em poucas horas.

– Horas? – gemi.

– Ou talvez em alguns minutos – Nico compensou.

Suspirei irritado e comecei a jogar as coisas de Nico para ele, em poucos minutos tínhamos acabado, e, quando fomos para a sala, a mãe de Annabeth andava de um lado para o outro.

– Eu chequei as malas – ela disse. –, duas vezes! Falta um monte de casacos, shorts e calças, fiz a mala com ela, sei o que ela trouxe. A carteira e óculos de sol não estão lá... Annabeth com certeza fugiu.

– Como assim fugiu? – perguntou Nico, se mostrando um bom mentiroso.

– Vocês dois sabem de alguma coisa? – perguntou o pai de Luke.

– Não, só que eles saíram cedo e não voltaram ainda – respondi.

– Annabeth, Luke e a outra menina? – perguntou Atena – Todos eles?

– Sim, todos eles – disse Nico

Olhei para Atena e ela desabou no sofá, com lágrimas nos olhos. O sr. Castellan pareceu ficar bravíssimo. Ele foi para sacada. Nico apenas acenou e saiu bem rápido pela porta. Viado. Me deixou nesse caos sozinho.

– Atena? – sentei ao lado dela. – A senhora está bem?

– Annabeth é filha única, Percy – ela disse. –, e eu posso ter errado muito como mãe, mas tudo o que eu fiz foi para proteger ela. E agora, eu não a tenho ao meu alcance para proteger.

Peguei a mão de Atena em um gesto de solidariedade. Ela suspirou e então voltou ao transe em que estava antes Notei então que devia falar algo para ajudar. Só que eu não tinha a menor ideia do que dizer.

– Sua filha é mais forte do que parece – informei. –, Annabeth já sofreu muito e por isso pode parecer prestes a quebrar, mas... Sei que ela aguenta qualquer coisa e sei também que, por mais brigas que vocês duas tenham, ela te ama e, se ela realmente fugiu, ela pensou várias vezes nisso antes de fazer.

– Obrigada Percy, mas o que mais doí é que, em uma semana e meia, você conhece mais minha filha do que eu conheço – ela se levantou e pegou o celular, ligando para alguém e contando suas suspeitas.

Só então que lembrei que deveria ter entregado o celular de Annabeth. Droga. Eu esqueci completamente! Como eu podia ter sido tão idiota? Me controlei, para que Atena não notasse nada de errado.

– Ah, meus deuses! Eu não havia pensado nisso, muito obrigada Frederick, vou acessar um computador agora mesmo para fazer isso... Certo, tchau.

– Percy, tem algum notebook por aqui? – ela perguntou. – Infelizmente, não trouxe nada além da minha mala de mão.

– Tem sim, só um minuto que vou pegar – falei e entrei para buscar. Ela estava falando de rastrear o quê? Peguei o notebook e voltei. – Ér... Desculpa a pergunta Atena, mas... Eu não pude evitar ouvir a conversa sobre rastrear...

– Ah, Frederick me lembrou uma coisa fabulosa, posso rastrear Annie pelo Iphone, eu tenho a senha do sistema de rastreamento do dispositivo dela – ela falou.

GRAÇAS AOS CÉUS EU NÃO DEVOLVI A PORCARIA DO TELEFONE PARA ELA.

– Desculpa, mas acho que não vai funcionar, o celular dela está comigo, por que ela tinha perdido, mas eu encontrei! Só que acho que alguém tentou adivinhar a senha, por que está bloqueado, agora só com o e-mail e a senha – falei rápido, mas parece que Atena entendeu.

– De volta a estaca zero... Terei que ir a delegacia daqui a vinte e quatro horas, só que daqui a vinte e quatro horas será tarde e eles estarão longe.

Fiquei com pena, mas me controlei e não falei nada. De repente, o interfone tocou, fui atender já sem paciência para o pai de mais alguém.

– Percy? – ouvi a voz de Sally.

Mãe!

– Oi mãe, vou abrir, espera – não contive o sorriso ao desbloquear o portão, Sally ali significava que o ambiente ficaria mais relaxado, mesmo que eu tivesse que mentir pra ela... Coisa que eu odiava, por sinal.

Enquanto esperava minha mãe chegar, eu tentava relaxar o máximo possível, pois Sally sempre sacava quando eu estava chateado. E eu acho que devido a situação, Sally leria na minha cara tudo o que estava acontecendo. Eu ia ter que me esforçar pra enganar ela.

Assim que Sally abriu a porta, corri para abraçar ela. Sally pareceu entender que eu precisava que ela não fizesse mais perguntas, por que depois de me abraçar, apenas entrou, colocou sua mala num canto e pediu um pouco d’água.

– O voo foi rápido, mas a pressão estava matando meus ouvidos, você sabe como eu fico, Percy – ela disse e se sentou no sofá com um pedido de licença.

– Sei sim, mãe – disse enquanto ia pegar a água, me lembrando de como ela sempre comia balinhas e ouvia música para aliviar a pressão nos ouvidos.

– Sou Sally – ouvi minha mãe se apresentar.

– Atena – disse Atena em no tom mais sereno do que usara desde que chegou.

Pelo menos elas se deram bem, quer dizer, caso eu e Annie... Não. É melhor não pensar nisso. Entreguei a água de Sally e a perguntei quando íamos voltar para casa. Ela disse que o nosso voo partiria amanhã. Só que amanhã ainda está tão longe... Eu preciso de casa. Não consigo mais olhar para esse apartamento.

Decidi que iria para o meu quarto, fingi que estava me sentindo mal. Eu não queria ir embora sem ver Rachel antes, mas as visitas foram proibidas, por segurança, já que não sabem quem atirou nela.

Peguei meu celular, checando minhas mensagens por whatsapp. Havia uma mensagem de um número desconhecido. Não tinha foto.

Esse é o nosso novo número.

Apague essa mensagem assim que ler, já sentimos sua falta.

– T, L e A.

Aposto que foi SÓ Thalia que escreveu isso. Por que aposto que Luke e Annie estão muito ocupados para sentir minha falta. Não consigo imaginar Annabeth e Luke juntos. Eu tenho que admitir que por um momento eu até compreendi, coloquei a culpa em eu mesmo, mas... Meu melhor amigo?

Suspirei pesadamente, por pura frustação. Eu não sabia quando eles iam voltar ou SE eles iam voltar, não podia me ocupar sentindo raiva, ou até mesmo pensando neles. Se todos já seguiram em frente, por que não eu?

Desliguei minha cabeça do assunto por algum tempo, pensando em como Rachel ia querer ser recebida quando acordasse. Ela daria uma festa para um de nós, mas acordar de um coma pode ser mais privado, então uma reuniãozinha quem sabe... Espero que Rachel acorde logo. Eu e ela temos esse lance de amizade que parece colorida, mas não é, acho que Annie – droga, não pude evitar pensar nela nesse ponto -, ficou com ciúmes da gente. Mas, tudo bem quanto a isso, afinal ela está saindo com meu melhor amigo.

Com esses pensamentos, minha mala ficou pronta num piscar de olhos. Ou pareceu um piscar de olhos. Já era noite quando acabei. O celular de Annie ainda estava comigo, Atena não o pegou, aposto que esperando que eu estivesse em contato com Annie e entregasse a ela em algum ponto. Dei de ombros. Se um dia ela voltasse, eu devolveria, enquanto isso ficaria na minha gaveta de meias.

Quando fui para sala, Sally estava na cozinha, escondidinho azul. A coisa sobre minha mãe, é que ela cozinha a melhor comida – ah, azul, por sinal -, do mundo. Atena olhou admirada para a comida azul, parecendo se divertir com o fato, o pai de Luke não parecia assim tão surpreso.

– Coma, Percy, nosso voo parte de madrugada – ouvi a voz da minha mãe.

Quase gritei de alegria. Eu não via a hora de me livrar desse lugar e de tudo o que havia acontecido nele.


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Notas finais do capítulo

E aí?Ficou um saco? Ele ficou gay? me contem pfvr, me mostrem q ainda tenho leitores!!!
Beijos, Luh.