The Bright Side escrita por Anna C


Capítulo 11
Happy 18th Birthday, Rose!


Notas iniciais do capítulo

Que lindo, já estamos no capítulo 11! Como passou depressa, não? Talvez nem tanto, considerando meus atrasos... Er, tudo bem, demorou um pouco. Mas a partir de agora os capítulos devem sair com mais rapidez. Detesto fazer promessas, porque não quero frustrar ninguém, mas posso garantir que vou me esforçar para isso!
O "niver" da Rose é neste capítulo, mas além dela, minha irmã também está completando 18 aninhos hoje, por isso, dedico este capítulo 11 a ela ^^ Parabéns, maninha!

Bom chá com biscoitos a vocês!

P.S.: Perdoem o meu francês mixuruca, achei que seria legal colocar uma palavra ali e aqui... Não funcionou, évidemment. (hoho que ironia)



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Ele podia ouvi-las rindo. Eram três meninas, provavelmente do quarto ou terceiro ano. Também cochichavam e lançavam olhares esporádicos para ele. Era tudo tão irritante e desnecessário. Por que ele estava ali, afinal? Não era como se fosse comprar algo...

— Senhor?

Scorpius se virou e viu uma moça pouco mais velha que ele, parecendo acanhada por abordá-lo.

— Deseja alguma ajuda? – ela perguntou. – É que o senhor está olhando há uns vinte minutos para os colares ilusórios e os brincos enfeitiçados... Está procurando algo de específico? Bom, este daqui combinaria com a cor da sua pele e...

— Quê? Não! – Scorpius respondeu rapidamente. – Não é para mim! – o grupo de garotas começou a gargalhar alto. Ele sentiu o rosto esquentar. – Aliás, não é para ninguém, nem sei o que estou fazendo aqui.

Scorpius pôs as mãos nos bolsos da calça agressivamente e marchou para a saída. Assim que sentiu o vento outonal de Hogsmeade, exalou o ar dos pulmões com força.

“Eu não estava seriamente considerando comprar um presente, claro que não. Na verdade, a ideia de aparecer nesse aniversário já é um grande absurdo em si.” E quanto mais repetia aquele pensamento em sua mente, mais se convencia e mais calmo se sentia. Pois o oposto daquilo era inquietante, dava-lhe uma sensação instável e desagradável.

E ele começava, bem no fundo, a entender por quê.

x-x-x-x

E o dia havia chegado. Rose estava tão ansiosa que precisava se controlar para andar calmamente até os portões do castelo. Sentia-se quase como uma criança na manhã de Natal. A última festa de aniversário que havia tido fora ao completar onze anos de idade. A partir do ano seguinte, sempre passava a data dentro da escola. Recebia uma dúzia de cumprimentos daqueles que por acaso se lembravam – incluindo as cartas dos pais e tios –, mas nunca acontecia algo de diferente ou especial em relação ao dia anterior.

Agora, ela imaginava se não seria muito egoísmo de sua parte estar feliz por aquele dia ser dedicado a ela. Seria muita vaidade? No fim, era mesmo um dia como qualquer outro. Mas a sensação era tão boa que não podia ser tão mau.

Ela e Albus foram na frente. Assim que chegaram ao Três Vassouras, ocuparam uma das mesas mais largas do local. Rose mordia o lábio inferior, o suspense a matava lentamente.

— E se ninguém vier?

Albus quase riu diante da pergunta boba, mas seria maldade visto que Rose estava uma pilha de nervos.

— Eles virão.

— Mas e se, Albus? – ela insistiu.

— Então, vão se ver comigo. Ninguém faz falsas promessas à minha prima. – Ele falou num tom ameaçador que era mais debochado que qualquer coisa.

Rose deu uma risada.

— Você não faz mal a uma formiga, Albus Potter.

— Acho que você me subestima, Rose Weasley – ele ergueu uma sobrancelha desafiadora. Isso apenas fez a garota cair na gargalhada.

— Está bem... Albus, o temível. É a sua cara mesmo.

Albus sorriu, sabendo que conseguira fazê-la se esquecer das preocupações por algum tempo.

x-x-x-x

Olivia Creevey saía do banheiro, o vapor quente exalando dali de dentro. Ela pendia a cabeça para um lado, enxugando as madeixas do cabelo com uma toalha. Então, parou.

Viu Lena sentada à beira da cama, encarando o chão com uma expressão séria e aflita. Ela estava arrumada para sair, a cor da sua sombra de olho combinava com os penduricalhos da pulseira em seu braço. Notou Olivia a observando, mas lhe deu pouca atenção.

— Algo errado, Lena?

— Eu não vou.

Olivia franziu a testa.

— Não vai? Mas já está até pronta.

— É, mas não vou, ok Olivia? – Lena se pôs de pé, zangada. – Não é como se alguém fosse sentir minha falta lá, eu já tinha dito que não ia mesmo.

— Mas pensei que só havia dito aquilo para se fazer de difícil – disse Olivia, se arrependendo no segundo seguinte.

Lena se virou como se fosse retrucar, porém acabou apenas bufando e cruzando os braços.

— Vá em frente, se quiser. Eu vou ficar – falou Lena.

Olivia lhe lançou um olhar preocupado e se aproximou.

— Você sabe que eu não deixaria você aqui. Só não entendo por que mudou de ideia.

Ela ergueu os ombros, querendo passar indiferença.

— Isso tudo é bobagem. Nem somos mais amigas.

— Mas isso não quer dizer que não possamos voltar a ser.

Lena deu uma risada de escárnio.

— Isso é um pouco hipócrita da sua parte, não acha, Liv? Para alguém que ignorava Rose quando convinha sem o menor remorso...

— Não é bem verdade – Olivia pôs-se a encarar as paredes.

— Ah, é sim, Liv. E eu só precisava dizer uma palavra para que você fizesse isso – Lena deu-lhe as costas e deixou o quarto.

Olivia eventualmente a seguiu, ainda que as últimas palavras da amiga pesassem em sua mente.

x-x-x-x

Lily estava aliviada por ser um dia ensolarado. Não estava exatamente quente, mas nada que um casaco leve não resolvesse. Ela segurava firmemente um embrulho nos braços. O presente dela para Rose. Esperava de todo o coração que a prima gostasse. Bom, na verdade, o presente não era só seu. Hugo não comprara algo a tempo – ou pelo menos, essa fora sua explicação – e pediu a Lily que “dividissem”. Se ao menos ele já tivesse pagado a devida metade... Porém Lily sabia que o primo daria um jeito de se safar daquilo também.

Quando ela, sua amiga Judy, Hugo, Louis e Coline chegaram ao Três Vassouras, avistaram rapidamente Rose e Albus rindo juntos a uma espaçosa mesa no centro do local.

— Rosie! – Lily gritou eufórica.

Os dois se viraram para o grupo recém-chegado. Rose deu um enorme sorriso.

Após todos se cumprimentarem e se sentarem, Lily entregou o embrulho que vinha carregando.

— Comprei pensando em você – Lily sorria em expectativa.

Nós compramos – corrigiu Hugo ao seu lado esquerdo, para seu desprazer. Judy, à direita, riu.

— Certo, nós compramos pensando em você – Lily rolou os olhos.

Rose lhe lançou um olhar simpático, como se compreendesse a situação.

— Se importam se eu abrir agora?

— Claro que não, vá em frente.

Então, Rose rasgou o papel de embrulho e, sob ele, se revelou haver uma caixinha ornamentada de madeira. Rose a abriu e encontrou um colar de corrente prata com uma pedra azul lapidada na forma oval como pingente. Nela, havia inscrito um símbolo curioso.

— A pedra é lápis-lazúli e o símbolo é celta, o Claddagh. Ambos representam a amizade – explicou Lily.

Hugo fez uma careta.

— É sério isso? Que mau gosto! Não é presente meu, eu menti – ele admitiu, porém Rose estava emocionada demais para se importar com a revelação.

— É uma das coisas mais lindas que eu já ganhei! Obrigada! – Rose abraçou a prima por cima da mesa. Quando se afastou, estendeu o colar para ela. – Pode pôr para mim?

Lily agora estava tão animada que mal respondeu, apenas assentiu freneticamente.

— Às vezes, é melhor vir de mãos vazias... – Hugo resmungou.

Assim que colocou o colar, Rose agradeceu mais um par de vezes pelo presente e todos se puseram a conversar naturalmente.

— Sem chance! Ninguém que foi pisado por um trasgo pode sobreviver – Hugo estava descrente.

— É verdade! Minha tia teve só duas fraturas nas costelas, e no dia seguinte já não parecia que tinha nada – contava Judy.

— É, eu conheço a Tia Betsy da Judy. – Dizia Lily. – Ela é meio ruim das ideias, mas mentirosa não é.

— Você quer dizer mentalmente instável? Olha, isso não deu muita credibilidade pra história dela, mas é só minha opinião – Hugo deu os ombros, sarcástico.

Lily se virou para a amiga.

— Ele tem razão. Lembra quando ela nos serviu aquele chá horrível e, quando perguntamos do que era, ela disse que fez com algumas ervas do quintal?

Judy comprimiu as feições em desgosto.

— Sim, eu lembro. Era erva daninha.

— Bom, não foi tão ruim. O inchaço passou em algumas horas – Lily tentou ser otimista.

Mas ninguém pareceu muito convencido.

De repente, alguém fez um grunhido irritado. Era Rose, que derrubara suco em si própria.

— Droga! – ela ergueu um pouco os braços para ver melhor o estrago.

— Isso acontece – Albus disse em simpatia.

Todos sabiam que aquilo já era uma ocorrência mais que comum para Rose, mas seria pouco educado comentar.

— Você devia se limpar no banheiro – sugeriu Coline.

Rose agitou a mão, desconsiderando.

— Tudo bem, eu passo o guardanapo agora. Na escola, eu uso uma poção removedora.

— É melhor você ir ao banheiro – Coline voltou a dizer, tanto sua expressão, como sua voz severas. – Eu te ajudo.

Todos pareceram meio assustados com o tom da francesa, principalmente Rose, que lembrava um animal pequeno e frágil.

— O-Ok – Rose deu um meio sorriso e se levantou.

Ela e Coline foram até o banheiro, que ficava nos fundos. Assim que a porta fechou atrás de si, Rose começou a temer por sua vida, pensando se havia feito alguma coisa que pudesse ter ofendido Louis e, consequentemente, Coline.

Coline podia ser baixinha, mas nada era mais amedrontador do que ela quando estava zangada.

— Me desculpe! Juro que foi sem querer e que não farei de novo! Quer dizer, se eu soubesse o que eu fiz, mas mesmo assim...

— Shh! – Coline parecia impaciente. – Você não fez nada. Eu preciso falar com você.

Rose ficou confusa, piscando lentamente enquanto tentava raciocinar.

— Então, por que me tirou de lá daquele jeito?

Coline fez uma expressão de obviedade.

— Porque eu precisava de uma maneira discreta para te chamar, évidemment.

Rose ergueu uma sobrancelha, incrédula. A ruiva podia não ser uma mestra da sutileza, mas quem sabe até ela pudesse dar algumas dicas a Coline.

— Certo... E sobre o que quer falar?

— Pelo que pude observar, você é a única que pode me ajudar. Bom, Rose, eu não gosto dessa escola.

— Não gosta? Ah, isso é um pena. Mas por quê?

— Porque aqui o Louis precisa de proteção demais, e eu não posso ficar sempre com ele. Em Beauxbatons, as coisas eram mais calmas, a maioria já estava acostumada ao Louis. Mas em Hogwarts, ele é muito popular! Todo mundo quer sentar com ele, todos querem ficar perto dele... E eu sou só uma, é impossível estar em todos os lugares que ele vai. Além disso, acabamos em casas diferentes.

Rose inspirou fundo.

— Coline, eu entendo sua preocupação em relação ao meu primo. Com o poder, vêm responsabilidades, e ele nem sempre sabe lidar bem com elas. Mas isso faz parte. Ele tem que amadurecer, não pode ter você de babá vinte e quatro horas.

— E se tentarem tirar proveito dele?

— Louis é esperto demais para isso. E, não sei se percebeu, mas é ele quem gosta de usar os encantos veela para sua vantagem. Nada sério, mas não é de hoje.

Coline ficou pensativa por alguns instantes. Depois, suspirou.

Très bien, eu vou dar mais abertura a ele. Mas me promete uma coisa? Fica de olho nele por mim quando eu não estiver perto? Quer dizer, só cuidando de longe para caso alguma coisa acontecer.

Se aquilo deixasse a garota mais tranquila, Rose faria.

— Prometo, Coline – ela deu um sorriso gentil. – Agora, o que viemos fazer aqui mesmo? Ah, a mancha! Eu já tinha me esquecido.

Após ter usado um pouco de água para limpar a roupa e Coline ter se tranquilizado, as duas fizeram o caminho de volta para a mesa. Entretanto, quando iam se aproximando, Rose percebeu que todos estavam terrivelmente quietos. Ela estranhou e estava para perguntar o motivo, contudo não houve necessidade.

Viu que Lauren Finnigan e Luke Longbottom estavam ali, de pé ao lado da mesa.

— Parabéns, Rose – Luke foi até a ruiva para cumprimentá-la. Rose ainda estava demasiado surpresa, mas conseguiu esboçar um sorriso de agradecimento, ainda que fitando Lauren.

Lauren não moveu nem um músculo, mas a encarou de volta e disse em um tom neutro:

— Feliz aniversário.

Rose arqueou as sobrancelhas em espanto.

— Obrigada – murmurou. Quando pareceu que o ambiente cairia novamente naquele silêncio esmagador, Rose teve uma crise de bons modos. – Por favor, sentem-se. Tem muito espaço ainda.

O casal se acomodou ao lado de Albus, que não conteve um olhar acusatório a Lauren, talvez questionando sua presença ali. Ela não viu ou não se incomodou.

Rose notou a mudança brusca na atmosfera, mas estava tão aturdida com o fato de Lauren ter realmente aparecido que não conseguia pensar em nada para melhorar o clima. Não precisou, pois Louis fez isso por ela. De seu próprio jeito.

— Por Merlin! É você! – o loiro apontou para Luke, que se moveu em seu lugar desconfortável.

— E-Eu?

Oui! Da aula de Herbologia! O cara que tacou fogo em si mesmo! Cara, aquilo foi hilário.

Luke ficou com o rosto completamente vermelho, não sabendo se encarava o teto ou o próprio colo.

— Louis, dá um tempo. – Hugo interveio. - Queimaduras de segundo grau não têm graça.

— Fala sério, aquela cena foi minha salvação – falava Louis. – Eu já estava prevendo uma aula chata só sobre plantas que eu nunca ouvi falar, então o cara vem e faz um show pirotécnico exclusivo.

— Não foi tudo isso, por que você sempre tira tudo das proporções reais? – Hugo revirou os olhos. – E, aliás, o professor é pai dele. Devia evitar criticar as aulas.

— Eu não ofendi, não é? – Louis olhou incerto para Luke. – E juro que não estou tirando uma, eu só achei legal.

Luke não respondeu exatamente, mas também não parecia ressentido com os comentários de Louis.

— E falando em show, vocês ouviram falar sobre o novo artilheiro da Sonserina? – contava Lily em tom de fofoca. – É o Malfoy! E disseram que ele arrasou nos testes, que parecia um furacão.

Rose e Albus se entreolharam.

— Bom, na verdade, estávamos lá – disse Rose.

— O quê?! – Lily e Hugo disseram. Os demais pareceram surpresos, com exceção de Lauren e Luke que já sabiam.

— É, e eu estava bem do lado dele quando ele recebeu a notícia – completou ela.

— Está falando sério? – perguntou Lily. – Digo, eu ouvi alguns rumores de que vocês andavam conversando e tal. Mas a ideia me pareceu tão absurda que eu nem considerei. Quer dizer, esse cara é sequer humano?

— Ele nunca fala com ninguém – disse Hugo.

— Anda sempre com aquela carranca de poucos amigos – Lily lembrou.

— Ele tem algum amigo? – Hugo riu, um tanto maldoso.

— Essa é a verdadeira questão – Lily o acompanhou, dando uma risada.

Rose franziu a testa, ficando irritada.

— Vocês estão sendo rudes, ok? Só para deixar claro, sim, nós andamos conversando ultimamente, ainda que seja uma longa história, e, na verdade, eu o convidei para vir aqui hoje!

Lily pareceu arrependida, mas Hugo ainda não estava totalmente conformado.

— Ah é? E cadê ele?

Rose sentiu a pose murchar, lembrando-se da ausência do sonserino.

— B-bom, ele... – ela começou a explicar.

— Ele está lá do lado de fora.

Todos se viraram para a garota de óculos, que acabara de falar. Lauren indicou a porta com um aceno.

— Eu o vi quando estávamos entrando – foi tudo que ela disse.

— Como é? Então, ele veio? – Rose ficou de pé, como que por reflexo.

— Você não está pensando em ir lá chamá-lo, está? – indagou Albus, ainda um pouco receoso em reencontrar Scorpius após o que acontecera no dia dos testes.

Rose sorriu para ele.

— Era exatamente no que eu estava pensando – sem que alguém tivesse tempo de impedi-la, Rose saiu rua afora.

Uma vez ali, ficou esquadrinhando os arredores por alguns segundos até notar Scorpius sentado num banco em frente a uma loja, do outro lado da ruela. Ele já estava a observando, por isso, seus olhares acabaram se encontrando. Os dois quebraram o contato visual rapidamente, enquanto Rose se aproximava dando passos hesitantes.

Ela se sentou ao seu lado, sorrindo timidamente.

— Oi – disse Rose.

— Oi – respondeu Scorpius.

Ficaram silenciosos, ainda sem coragem para encarar um ao outro. Rose começou a bater os pés sob o banco e Scorpius checava o relógio de pulso, mesmo que não tivesse algum lugar para ir mais tarde. Finalmente, ele deixou as horas de lado e resolveu olhá-la.

— Sabe – iniciou Scorpius e Rose ficou completamente atenta. –, hoje mais cedo, eu tinha ido àquela loja de acessórios femininos para ver se eu achava alguma coisa para você. Digo, por causa do seu aniversário, não que eu... Enfim. Achei que seria grosseria aparecer sem nada. Mas então... Havia essas garotas irritantes no fundo, a vendedora se confundiu e, naquele momento, eu percebi que não sabia se você gostava de colares ou de brincos. De azul ou de verde. De frio ou de calor. Na realidade, eu não sei nada sobre você. Foi quando me questionei “Por que afinal eu iria a esse aniversário?”. Eu não tive uma resposta. Por isso, voltei para o castelo e resolvi que não viria. Mas tudo foi em vão já que, por alguma razão misteriosa, horas depois eu estava aqui sentado, encarando a porta velha do Três Vassouras.

Ele suspirou, cansado.

— Enfim, Weasley, se você souber a razão de eu ter vindo, pode me dizer, pois estou sem palpites.

No primeiro momento, Rose ficou muda, mirando-o. Aos poucos, seus lábios se torceram num pequeno sorriso, que ela tentou esconder virando o rosto para o lado oposto ao garoto.

— Bom – falava Rose. –, eu tenho duas hipóteses altamente improváveis. A primeira é, você foi amaldiçoado com um Imperius e está aqui contra sua vontade. Alguma chance?

Scorpius deu uma risada sem humor.

— Eu tenho inimigos, mas essa vingança sem propósito seria patética.

— O que nos leva à segunda hipótese que é ainda mais improvável e a mais terrível possível.

— Que seria...?

— Você deseja me considerar sua amiga. Tem interesse em me conhecer, ainda que pareça uma ideia totalmente estúpida. Não vou dizer que estaria errado ao pensar assim, porque, em pouco tempo, acho que você perceberia que eu sou alguém bem simples de compreender. Que eu não tenho ambições astronômicas. Que eu não sou a garota mais inteligente ou mais engraçada do mundo. Mas valorizo quem está à minha volta. Então, se quiser realmente ser meu amigo, você não precisa comprar um colar, saber minha estação preferida do ano, não importa. O que interessa é... – ela se pôs de pé e estendeu a mão em direção a Scorpius. – Você quer entrar um pouco para conversar?

Ninguém nunca dera a Scorpius um sorriso tão acolhedor e caloroso. E aquilo era extremamente estranho. Abrira-se um pouco demais desta vez e, por isso, já previa o pior. Sabia que tanta honestidade o arruinaria. Entretanto, Rose parecia aceitar aquilo. Passava uma imagem bem mais segura que há alguns meses. E fez a única coisa que não fazia sentido: ofereceu sua amizade. E, por enquanto, mesmo que fosse ilógico, isso era suficiente.

Ele esticou o braço e segurou a mão da grifinória.

— Talvez não seja uma ideia assim tão estúpida.


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Notas finais do capítulo

Ai, que lindo. Sinto que agora eles são amigos oficialmente *-* Meus bebês estão crescendo, que emoção. Esse dia da festa ainda terá repercussões nos capítulos futuros, acho que foi um pequeno marco para vários ali. Ou realmente acham que ninguém vai questionar a aproximação dos dois? De todo modo, se tudo correr bem, o próximo capítulo será postado em algumas semanas. O intervalo curto entre esse e o anterior foi uma exceção :D
Agora, vou ressuscitar uma seção que eu usava às vezes em HTF... O que esperar do próximo capitulo?

— "Professor" Malfoy
— Um novo personagem será introduzido
— Coline está se mostrando um problema para a Lufa-Lufa
— Albus recebe uma declaração de amor

Wow, esse sneak peek foi um tiquinho maldoso. Vocês sabem que eu tenho esse lado maléfico, nem escondo mais hahahah

Enfim, até o próximo, everyone. ;D