The Bright Side escrita por Anna C


Capítulo 10
Operação Artilheiro


Notas iniciais do capítulo

É, de acordo com as dicas do Nyah!, eu excedi o limite considerado bom de palavras por capítulo.

Meh. E daí.

Haha, deu pra sentir como sou uma alma rebelde? Não, eu sei que não. Anyway, antes de tudo, preciso dizer que dedico o capítulo a LanaWeasley e Mimy, por deixarem lindas recomendações da fic. Muito obrigada, meninas! Vocês são muito gentis *-* Agradeço também a todo mundo que tem comentado e favoritado (ou ainda simplesmente começado a acompanhar) a história, pois sem vocês, qual é a razão de postar aqui, não é mesmo?

Bom chá com biscoitos!



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Enquanto caminhavam pelos corredores, Rose e Albus analisavam os convites que Lily fizera à mão naquele fim de semana.

— Ela sabe que eu só pretendia chamar algumas pessoas para ir ao Três Vassouras, né?

Em uma caligrafia pomposa e papel rosa choque, Lily preparara cerca de cinquenta convites para a reunião que Rose havia planejado para o próximo fim de semana. Era o décimo oitavo aniversário da garota, por isso, resolveu comemorar, para variar. É claro que sua ideia era um pouco mais simples e reservada do que a prima devia ter em mente.

— Ela gosta muito de festas, a Lily – disse Albus.

— Eu sei, mas era bem mais fácil chamar pessoalmente que entregar um convite. E se alguém vir isso e ficar chateado de não receber?

— Não estamos mais no terceiro ano, Rose, por favor – ele riu. – Além disso, o aniversário é seu. Você decide quem quer que vá.

— É, acho que sim – Rose ainda encarava incerta os convites nas mãos.

Albus ficou observando por alguns segundos a prima, que percebeu o peso do olhar e se virou para o garoto.

— Tudo bem aí, Al?

Ele tossiu como que para disfarçar.

— Sim, tudo bem, er... Rose?

— Fala.

— Você por acaso pretende convidar o Malfoy?

A ruiva diminuiu a velocidade do passo ao ouvir a pergunta.

— Bem, eu não acho que ele vá querer ir, mas... Tentar é de graça, certo?

Albus fez que sim, pensativo. Rose o mirou com mais atenção, ficando curiosa.

— Por quê? Não quer que eu o chame?

— Ah, imagina, que é isso... – ele negou rapidamente. – Estava só querendo saber.

Apesar de achar estranho, Rose relevou. Brincando de folhear os convites, continuou a falar.

— Sabe, eu descobri há um tempinho que ele joga Quadribol. Você acredita? E, de acordo com ele, é muito bom nisso. Mas quando eu perguntei por que não estava no time da escola, ele quase riu da minha pergunta.

Agora que Rose dissera aquilo, Albus se lembrava do dia em que os dois haviam assistido ao jogo de Quadribol. Scorpius de fato havia feito algum comentário sobre suas habilidades no esporte e reagido da mesma maneira quando Albus sugeriu que se candidatasse ao time de sua casa.

Suspirando exasperado, Albus balançou a cabeça.

— É uma pena mesmo que ele não tenha interesse. Os testes da Sonserina são nessa sexta-feira, se não me engano.

— Sério?

O primo fez um aceno positivo com a cabeça.

— Ah, que coisa... Se ao menos ele desse uma chance!

— Bom, até onde me disse, o Malfoy não é do tipo que muda de ideia com facilidade.

— Isso ele não é, mas não acho que relute muito se for vencido nos argumentos.

— Ou seja?

— É preciso deixá-lo sem resposta. É um tanto difícil, porém bem gratificante – ela riu de leve, como se se lembrasse de algo.

— Acha que conseguimos alcançá-lo antes do jantar?

x-x-x-x

— Quero que me dê um bom motivo! – Rose retorquiu assim que Scorpius lhe deu um “não” categórico.

Estavam numa sala reservada para estudos. Normalmente, o tom de voz da ruiva teria sido demais para aquele tipo de ambiente, porém o único que ali estudava era Scorpius. Talvez tivesse algo a ver com o fato de as provas estarem distantes. Isso, e também por ser um domingo.

— Eu já disse. Não vou me associar a um time fraco desses.

— Você não pode esperar que um olheiro descubra suas habilidades se não jogar em um time menor primeiro.

— Quem disse que eu tenho a intenção de jogar em um time de verdade quando me formar? – Scorpius riu, organizando alguns pergaminhos.

Rose mordia o lábio inferior, pensando numa maneira de retrucar.

— Mas pode ser divertido! – ela insistia. – Você poderia aprender novas jogadas, quem sabe até fazer amizades e...

Scorpius começou a rir, zombando tão claramente de Rose que esta começava a ficar com o rosto quente de constrangimento. Mais do que constrangida, ela estava ficando perigosamente irritada.

— Qual a graça? Por acaso eu disse algo de errado?

Scorpius riu por mais alguns segundos, mas logo se conteve, dando os ombros.

— Você devia considerar visitar a enfermaria, Weasley, porque acho que está ficando delirante.

— Delirante? Sugerir que você faça algo de que gosta e ganhe amigos com isso é delírio meu?

Scorpius se espreguiçou, inclinando-se para trás na cadeira. A falta de consideração dele deixou Rose ainda mais aborrecida. Ela contornou a mesa em que ele estudava e se apoiou com uma mão sobre os pergaminhos e livros, a outra repousando sobre a cintura.

— Weasley, saia de cima das minhas coisas. Você vai acabar amassando algo – disse Scorpius, em tom de advertência.

— Isso não seria nada comparado à maneira com que acaba de me tratar.

Ele ia revidar, mas não conseguiu. Ficou olhando da garota para seus pertences, de seus pertences para Albus, que até o momento apenas assistira a cena em silêncio. A presença silenciosa daquele grifinório era particularmente irritante.

— Eu não entendo – Scorpius disse de repente.

Rose retraiu ainda mais as feições em confusão.

— O que quer dizer?

— Eu quero dizer que não entendo, oras. Por que você está aqui, ou ele – indicou Albus com um aceno. – Não consigo entender. O que estão fazendo, afinal?

Perdida momentaneamente em seus pensamentos, Rose se sentou ao lado do loiro, retirando a mão de cima de seu material de estudo. Encarando o colo, ela deu de ombros, um tanto mais calma.

— Bom, só estamos fazendo isso porque queremos ajudar.

— Ainda que eu não veja como entrar nesse time possa me ajudar, isso só torna tudo mais estranho. Me ajudar? Que benefício isso pode trazer a você?

— Eu... er... – ela arriscou olhá-lo. Decisão ruim. Ele a encarava. Ela mudou seu foco de visão imediatamente.

— É o que amigos fazem, não é?

Ambos Rose e Scorpius se viraram para olhar Albus. Ele estava ali de pé, de braços cruzados.

— Diria que estou aqui mais para apoio moral que qualquer outra coisa, mas Rose é sua amiga, certo? É claro que ela só pensa no que pode te fazer bem. Duvido que deseje algo em troca.

Após alguns segundos processando, Scorpius se voltou para a ruiva e lhe lançou um olhar como se pedisse alguma espécie de confirmação.

Contudo, ela não disse uma só palavra, estando novamente de cabeça baixa. Talvez estivesse embaraçada, talvez não soubesse o que dizer. De todo modo, não se pronunciou.

Scorpius bufou, impaciente.

— Quanta bobagem.

O sonserino pegou os pergaminhos e livros e se pôs de pé. Em poucos instantes, já havia atravessado a porta da saída.

x-x-x-x

Os corredores pareciam mais longos e mais estreitos. Era como se a cada passo, Rose estivesse mais distante de seu destino. Na verdade, ela não lembrava bem para onde ia. Porém, continuava caminhando. Em algum momento, ela chegaria a algum lugar, não é?

Suspirou em exaustão, encostando-se contra a parede. “Por que eu não disse nada?”

Scorpius estava claramente esperando que ela dissesse algo, mas tudo que ela fez foi ficar calada. Queria ter dito que sim, que ela era sua amiga e essa era a razão de estar tentando ajudá-lo. Afinal, já fazia algum tempo que vinha pensando no garoto como um amigo, mesmo que tivesse acabado naquela posição sem querer. Mas não conseguiu proferir aquelas palavras simples, pois elas acarretavam um peso muito maior consigo.

“E se eu dissesse que o considerava meu amigo e ele negasse, me rejeitasse?” Seria uma dor insuportável. “Mas eu não fui nada melhor.” Pois, quem sabe, Scorpius também esperasse a confirmação. “O meu silêncio pode ter sido igualmente maldoso.”

Aquela situação toda era angustiante.

— Aí está você!

Rose ouviu alguém falando e virou o rosto naquela direção. Era sua prima Lily.

— E então, Rosie? Já distribuiu os convites? Acha que as pessoas gostaram? Eu estava curiosa, acho que usei muito rosa...

Rose piscou os olhos, tentando endireitar os pensamentos.

— Ah desculpe, Lily, ainda não tive a oportunidade de falar com ninguém sobre meu aniversário.

— Mesmo? Tudo bem, você ainda tem uma semana até lá...

— Sim. Não se preocupe, o seu trabalho em fazer os convites não será em vão. Todos receberão na hora certa – disse Rose sorrindo.

Lily sorriu de volta, parecendo ansiosa, mas também desapontada. Isso fez Rose ficar pensativa. Bom, Lily era fácil de entender. Levou apenas mais alguns segundos de reflexão para Rose compreender.

— Na verdade... – ela tirou sua bolsa do ombro e começou a revirá-la. Assim que viu aquele papel rosa choque, o pegou. – Eu queria que você fosse.

Lily arregalou os olhos quando o convite tocou sua mão.

— É sério?

Rose fez que sim. Ela achava que o convite estava implícito quando contou à prima sobre os planos para seu aniversário. Mas tinha se esquecido de que aquela era Lily, e ela preferia que as pessoas fossem diretas e nem sempre captava sutilezas.

— Espero que você vá.

— Espera que eu vá? É claro que vou! Ah, eu posso levar a minha melhor amiga, a Judy? Ela é muito legal, eu juro, você vai gostar dela! Eu levaria também a Susie e a Tina, minhas outras colegas de quarto, se elas não fossem meio estraga-festas. Você quer alguma coisa em especial de presente? Prefere que eu chegue mais cedo?

— Claro, pode levá-la. E não se preocupe com presente ou horário, para mim já está ótimo que você apareça por lá – Rose sorriu novamente.

— Vai ser demais! – Lily se arremessou em Rose e a abraçou. Rose retribuiu o abraço, mesmo pega de surpresa.

— Você está mesmo feliz assim? – perguntou a mais velha, quase incrédula.

— Sim, é claro! Bom, você deve saber que gosto de comemorações, essas coisas, mas você nunca me chamou para nada parecido, então é algo e tanto!

Tal comentário fez Rose refletir por alguns instantes sobre a sua relação com a prima. Elas nunca foram muito próximas. Na infância, Rose tinha mais amizade com Albus, o que não oferecia muitas oportunidades para estreitar os laços das duas. Ainda assim, ambas sempre se tratavam bem quando se viam, como em jantares e festas de família, nos retornos às aulas ou até mesmo encontros por acaso.

A nova perspectiva de Rose devia ser um fator chave para aquela aproximação repentina, pensava ela. Por qual outra razão teria resolvido comemorar seu aniversário aquele ano, sendo que tantos outros passaram despercebidos nos últimos tempos? Rose estava contente por ter decidido fazer algo desta vez. Aquela simples celebração poderia realmente ajudá-la a formar uma amizade com a prima. E tinha o pressentimento de que era o tipo de amizade da qual não se arrependeria.

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É verdade que Lily estava sempre animada e contente, este era seu estado padrão de humor. Mas naquela segunda-feira, mesmo quem não a conhecia bem saberia dizer que a garota estava mais do que contente. Estava irradiando felicidade.

— Tudo isso por que sua prima te convidou para o aniversário dela? – Sua amiga Judy Nyce quase ria com a empolgação anormal da ruiva. E ainda não eram nem nove da manhã.

Lily caminhava meio distraída, meio saltitante a caminho das estufas de Herbologia com o restante do 5º ano da Grifinória. Judy estava impressionada que ainda não tivesse tropeçado ou esbarrado em alguém.

— Ah, você sabe como eu sempre falo da Rose. Ela é incrível! Só que nunca tive coragem de falar muito diretamente com ela, não mais que o necessário. Quer dizer, ela tem essas amigas mais velhas e mais legais... Quem vai querer ser minha amiga se pode andar com Lena McLaggen, não é? Mas então na última sexta, BAM! Ela me falou desse aniversário.

— E então você virou a noite fazendo convites cor de rosa – completou Judy.

— Mas é claro! Não que ela tenha pedido, mas só pelo fato de ter comentado isso comigo, achei que devia fazer algo por ela, para facilitar sua vida. Só não esperava que ela quisesse que eu fosse! Dá pra imaginar?

— Bom, meio que dá – disse Judy encolhendo os ombros.

— A Rose sempre foi diferente, sabe? Ela é boa em muitas coisas, mas também é bastante modesta. Outro dia, descobri através da minha tia que ela está treinando para ser uma animaga. É super difícil conseguir, sabia? Além disso, arranjou um emprego cedo, é tão esforçada. Não tem como não admirá-la!

— Se minha irmã soubesse que você está tendo esse ataque de fã por ela, talvez reconsiderasse o convite.

Lily parou de saltitar quando Hugo apareceu ao seu lado com um sorriso travesso.

— A Rose é legal demais para fazer uma coisa dessas – disse Lily, fazendo uma careta de desdém para o primo.

— Mas o que tem de tão maravilhoso nela? – Hugo revirou os olhos. – Sabe, eu moro com aquela garota há quinze anos, e posso dizer que não tem nada de fantástico nisso. Na verdade, ela ronca às vezes.

— Ronca nada!

— Prove.

— Humph, você só está com inveja porque eu fui convidada, e você não – Lily ergueu uma sobrancelha, acompanhada de um sorriso malicioso.

Hugo deu uma risada fraca.

— Estamos falando da mesma coisa? Ela convidou a mim e ao Louis na noite passada, na sala comunal. Até disse que eu podia levar uns amigos se quisesse.

O sorriso de Lily se desfez quase de imediato.

— O quê? Está brincando, né?

— Não mesmo. Aliás, que convites bizarros eram aqueles? Definitivamente, a Rose não leva jeito para essas coisas feitas à mão.

Lily sentiu seu rosto esquentar. Pelo jeito, Hugo não captara a conversa dela e de Judy por inteiro. Caso contrário, sabia que ele não perderia a chance de perturbá-la.

— Er, hã, e cadê o Louis, afinal? – Lily mudou de assunto rapidamente. – Achei que fosse ajudá-lo até que se acostumasse a Hogwarts.

— Ele está ali atrás – Hugo indicou vagamente com uma mão. – A ideia era dar uma força até ele se enturmar, mas isso ele já conseguiu mais ou menos no mesmo dia que chegou.

Lily olhou para trás apenas para verificar. Havia três pessoas cercando o primo parte veela.

— Bom, mas vamos ficar de olho.

Eles enfim chegaram às estufas, onde o Professor Longbottom e cerca de quinze alunos do sexto ano os aguardavam. Aquela aula não seria como qualquer outra da programação. Ela seria uma espécie de aula experimental para o quinto ano, pois todos ali prestariam os N.O.M.s em junho. Tendo uma amostra do que estaria por vir, poderiam refletir se desejariam fazer Herbologia no ano seguinte – isso, é claro, se obtivessem a nota necessária na prova também.

Todos já se acomodavam quando Lily agarrou o braço de Judy e a arrastou até o lugar onde Hugo e três amigos, agora incluindo Louis, estavam.

— Mexa-se, Hugo. O lugar ao lado do Harvey West é meu – Lily sibilou perigosamente, chegando tão próxima do rosto do primo que este teve que recuar um passo.

— Por quê? Achei que estava afim do Gary – disse Hugo em voz baixa.

Lily rolou os olhos.

— O Haynes é passado. Digo, eu o vi comendo de boca aberta no Salão Principal outro dia. Não quero um namorado que mostra o que está mastigando para todo mundo na escola ver, credo.

— Claro. Um argumento plausível – Hugo ergueu uma sobrancelha.

— Que seja. Licença? – ela inclinou a cabeça para o lado, impaciente.

— Tá – ele saiu da frente da prima, indisposto a contrariá-la naquele momento. Judy a seguiu, mas não sem antes dar um sorriso sem graça de desculpas ao garoto.

Louis, tendo notado uma leve tensão, se aproximou de Hugo.

— Vocês estão numa boa? Não era por minha causa, certo?

— O quê? Não, claro que não – Hugo balançou a cabeça. Se houvesse um prêmio de egocentrismo, Louis seria um sério candidato. – Às vezes, essa daí me dá nos nervos, só isso.

— Os genes Weasley, né? Todos nós temos um pouco disso.

— Alguns mais que outros – concluiu.

Um som de explosão chamou a atenção de todos os presentes para o fundo da sala. Luke Longbottom tinha uma manga de suas vestes em chamas, à sua frente os restos do que um dia fora uma raiz de valeriana. Alguns alunos riam, outros pareciam em pânico (principalmente, os que estavam mais perto do garoto). Felizmente, o Professor Longbottom estava preparado para aquele tipo de acidente e logo resolveu o problema.

— Quer saber? Tenho uma prima irritante, mas pelo menos não sou aquele cara – Hugo deu os ombros.

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Fim de tarde. O clima estava ameno e o céu, levemente encoberto. Dias como aquele eram ótimos para jogar, pensava Scorpius. Exceto, é claro, que ele não tinha a menor intenção de jogar hoje. Bem, não que alguém se importasse com o que queria, pois obviamente sua vontade não era relevante. Oh não, caso contrário não estaria ali de pé no campo de Quadribol, onde ocorriam testes para o time da Sonserina.

Como pôde cair num truque tão estúpido como “a diretora precisa conversar com você no campo de Quadribol”? Quer dizer, haveria alguma razão para conversar longe do castelo, ao ar livre, em vez de em seu escritório particular? Pensando agora, não. Se ele ao menos se lembrasse de que aquele era o dia dos testes, poderia ter percebido a mentira antes... Mas o tom de Albus Potter fora tão urgente que ele mal pôde raciocinar com clareza e apenas seguiu o grifinório. Após chegarem ao seu destino, não levou mais que alguns poucos segundos para entender o que ocorria.

As feições de Albus agora transmitiam certo arrependimento e culpa. Scorpius supôs que ele não tinha o costume de mentir, por isso aquela expressão. Porém, não tinha tempo para sentir pena do garoto Potter, principalmente quando ele próprio era a vítima da situação e, mesmo esse sendo o caso, não ia se lamentar também.

Aparentemente, Albus havia conversado com a capitã do time e falado sobre Malfoy e suas habilidades.

— Bom, eu tive que admitir que nunca o vi jogar para ter certeza de que é bom para valer, mas imagino que você não seja do tipo que se gaba sem ter alguma moral para isso. Ela concordou que você faça o teste mesmo não tendo se inscrito com antecedência, e considerando que ela é bem rígida com essas coisas, você devia aproveitar a chance.

— Chance? Você claramente me fez vir contra minha vontade...

— Não é como se ele tivesse batido em você com um taco e arrastado seu corpo até aqui, né? Que drama! – Uma garota baixinha com os cabelos castanhos presos num rabo se aproximou dos dois.

— Quem é você? Uma espécie de duende não classificada?

— Há há. Muito engraçado. Sou Francesca, quinto ano, a capitã deste time, querido.

— Não sabia que permitiam anões.

— Hoho, pois é permitido, sim. Até gente esnobe e desagradável pode entrar, para sua sorte. E aí? Vai participar ou não? O Potter te trouxe a tempo dos testes para artilheiro, se você tiver algum interesse.

— Então, já vou deixando claro que...

— Rose! – Albus começou a acenar para o alto.

Scorpius voltou-se imediatamente para o ponto que o outro encarava e viu Rose Weasley se acomodando nas arquibancadas. A postura dela era tímida, como se não soubesse se deveria estar ali ou não. Ela cruzou as pernas e apoiou as mãos sobre o joelho. Quando finalmente notou que a chamavam, seu olhar passou brevemente pelo primo e pela capitã do time, só assentando sobre o sonserino de expressão fechada.

— O que ela faz aqui? – perguntou Scorpius rispidamente, sem tirar os olhos das arquibancadas.

— Eu disse que você faria o teste, então ela veio torcer por você – disse Albus num tom inocente que nada convencia o loiro.

— Ela faz parte desse seu esquema, não é?

— Não! Ela não sabe de nada! Realmente achou que você viria por vontade própria.

Scorpius bufou.

— Então, admite que me forçou a vir hein?

— “Forçar”? Não seria o termo que eu usaria...

Scorpius revirou os olhos.

— Apenas me deem uma droga de vassoura e vamos acabar com isso.

— O quê? É sério? – Albus estava genuinamente surpreso.

— Eu não devo nada a você ou a ela – Scorpius fez um ligeiro aceno para cima. –, mas você prometeu a todo mundo que eu iria jogar e é para mim que vai pegar mal se eu cair fora agora. Digo, não quero parecer um covarde ou algo assim.

— Ah, ninguém jamais pensaria isso de você – a tal capitã Francesca falou num tom recheado de sarcasmo, que ele ignorou.

— Mas só para você saber, Potter, ainda vai me pagar por essa.

— Eu sempre soube dos riscos – Albus encolheu os ombros, com um sorriso um tanto petulante.

Scorpius desejava que aquele sorriso sumisse. Era apenas mais uma coisa que contribuía para sua irritação no momento.

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Ele sentia as palmas das mãos umedecerem sob as luvas de couro sem dedos. Droga, já estava suando. Levou as pontas dos dedos à testa. Também estava úmida. Ele precisava relaxar, a qualquer momento os demais começariam a perceber sua inquietação.

Francesca pediu que jogassem normalmente para assim avaliar o desempenho de todos. Ao subir na vassoura, Scorpius inspirou fundo. Não estava preocupado se daria vexame, confiava em sua habilidade como jogador. Mas não confiava tanto em seu autodomínio. Digamos que às vezes ele se animava demais com aquele esporte.

Antes que pudesse fazer uma preparação mental apropriada, o apito soou. Sentiu o sangue borbulhando dentro das veias, a palpitação do coração em seu ouvido.

Ele realmente amava Quadribol.

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Rose sequer registrara o início da partida, e um borrão verde e veloz atravessou o campo, marcando dez pontos. Todos, incluindo ela, pareciam perdidos tentando raciocinar. O pobre garoto que guardava os aros dos gols mal havia ajustado suas luvas nas mãos quando a Goles passou a centímetros de sua cabeça e entrou pelo círculo metálico.

A ruiva não demorou a entender. O único rosto sem qualquer resquício de confusão era o de Scorpius Malfoy, que dava uma volta por trás dos gols, os olhos vidrados na Goles que agora jazia sobre o solo do campo.

Ela estreitou os olhos em suspeita. Aquele modelo de vassoura nem era tão rápido assim – lhes foi permitido apenas fazer os testes com as vassouras da escola, que eram de Comet 220 para baixo. Podia apenas atingir 50 km/h dentro de dez segundos, marca já há muito ultrapassada por versões mais recentes. Mas, quem sabe, ninguém estivesse esperando por um começo assim agitado. O dia havia sido longo, levando em consideração todas as aulas que haviam tido durante a manhã e a tarde. Por mais ansiosos e entusiasmados que alguns estivessem, era normal que o jogo só adquirisse um ritmo mais acelerado após uns minutos.

Bom, não se dependesse de Scorpius.

— O que estão fazendo aí parados? Achei que íamos jogar! – reclamou Scorpius, impaciente.

E a partida se seguiu a mil. Muitos deles ficaram rapidamente fatigados, se esforçando para acompanhar a velocidade dos lances.

A princípio, Rose ficou animada, vendo a agilidade com a qual Scorpius fazia suas jogadas. No entanto, logo estava preocupada.

Sim, o sonserino era habilidoso. Porém a maneira individualista com que jogava rapidamente ficou clara. Não havia outros jogadores ali para ele. Era como se tudo aquilo se resumisse a Scorpius, a Goles e os aros. Eram poucos os momentos em que alguém mais agarrava a Goles. Se conseguiam, ela não ficava em sua posse por muito mais que alguns segundos.

Houve uma pausa. De onde estava, Rose viu quando a capitã chamou Scorpius. Ela começou a falar de maneira severa com o rapaz, que não foi bem recebida pelo mesmo. Na verdade, ele parecia até zangado. Quando os jogadores voltaram do intervalo, Scorpius não estava entre eles.

Rose recolheu as mãos junto ao corpo, preocupada. E se ele já tivesse sido dispensado? Havia jogado por uns trinta minutos, mas seria esse tempo suficiente para chegar a uma decisão? Talvez ele ainda estivesse por perto, quem sabe pudesse alcançá-lo para conversar. Resolveu procurar primeiro nos vestiários, afinal, ele teria de se trocar antes de voltar ao castelo.

Desceu as escadas às pressas, tropeçando algumas vezes, mas rezando para não ter uma queda grave que pudesse atrasá-la. A essa altura, pequenos tombos já eram de rotina de qualquer forma. Ao chegar aos vestiários, deparou-se com Albus, que estava encostado contra o batente da porta do vestiário masculino.

— Rose.

— Al, ele está aí dentro?

— Sim, mas não está muito afim de falar comigo – Albus deu um meio sorriso. – Talvez eu tenha ido longe demais.

— Longe demais? Eu pensei que...

— É, não foi exatamente uma ideia do Malfoy essa história toda. Desculpe de novo, Rose. Parece que eu só deixo as coisas ruins para você...

— Não é verdade – ela deu alguns passos à frente e repousou uma mão sobre o ombro do primo. – Sei que suas intenções eram boas, e é isso que conta.

Albus sorriu um pouco mais e estava para dizer algo, no entanto, o som de passos vindos de dentro vestiário mudou seus planos.

— Acho que a única maneira é se você falar com ele. Não posso mais me meter – Albus começou andar, deixando a prima confusa.

— Como é? Para onde você vai?

Ele parecia em conflito por deixá-la ali, mas continuou mesmo assim.

— Desculpe!

— O quê...? – Rose virou-se para a porta e Scorpius já estava ali de pé, encarando-a, os cabelos pingando e cobrindo um pouco seus olhos. Aparentemente, acabara de sair de uma ducha.

— Achei que não tínhamos nada para conversar – falou ele.

Sempre nada gentil. Ela gostaria de ressentir aquele tom, mas desta vez não podia. Não quando ela fora a última a magoá-lo.

— Não me lembro disso. Mas me recordo que a nossa conversa tinha ficado inacabada.

— Não venha com essa – Scorpius simplesmente passou reto por ela.

Rose esfregou os braços como se a malha de sua blusa não fosse suficiente para aquecê-la, mas não sentia frio de verdade. Estava receosa em se virar, porém acabou fazendo-o de todo modo.

— Eu gostaria que você fosse ao meu aniversário! – gritou Rose, na esperança de conquistar a atenção do loiro. E de fato conseguiu.

Ele se voltou para ela com uma expressão interrogativa ao mesmo tempo que descrente.

— O que você disse?

A ruiva encarou os pés por alguns segundos, um tanto constrangida por ter levantado a voz.

— Eu estou te convidando para o meu aniversário. Como um amigo. Quero que você vá como meu amigo.

A fisionomia de Scorpius permanecia a mesma. Rose suspirou, caminhando até ele.

— Olha, eu fiquei meio apreensiva em dizer aquele dia, porque estava com medo de você virar e dizer algo grosseiro. Que você recusasse a minha amizade. Mas sabe, eu não ligo mais. Eu o considero meu amigo e ponto final. Não tem nenhuma obrigação comigo, ok? Mas não estranhe se eu me preocupar ou quiser te ajudar, pois é algo quase instintivo e...

— Ei, ei! – Scorpius a segurou pelos ombros quando ela começou a se empolgar na explicação, exagerando em gestos e movimentos. – Por que você é sempre tão desajeitada?

Rose quase não conseguiu responder, tendo cada vez mais consciência do peso das mãos do rapaz sobre si. Era a primeira vez que ele a tocava, ao menos intencionalmente.

— E-Eu sou? – ela riu em nervosismo. – É, um pouquinho, eu acho.

Ela notou que ele quase sorriu, mas que se conteve. Depois, Scorpius olhou por alguns segundos para o chão, aparentando estar pensativo.

— Eu vou. – Disse de repente.

O rosto de Rose se iluminou. Ela queria muito perguntar “É mesmo? De verdade?”, mas, tratando-se de Malfoy, era melhor não dar oportunidade para que pudesse mudar de ideia.

— Vai ser ótimo, você vai ver – garantiu ela.

Scorpius removeu as mãos dos ombros de Rose, e esta só então percebeu como estavam rígidos. “Não tenho que ficar tão tensa, são boa notícias, certo?”

Em poucos instantes, a capitã Francesca andava na direção dos dois. Seu rosto estava sério.

— Muito bem, Malfoy. Vou admitir – ela cruzou os braços, fitando o garoto. – Nenhum dos caras ali em cima tinha a sua habilidade ou destreza. Assim que você saiu e eles puderam jogar, isso ficou bem claro.

— Quem imaginaria, hein? – respondeu Scorpius com ironia.

— Certo, que seja. Porém – ela fez uma pausa enfática. –, também ficou bem óbvio quando você deixou a partida que a dinâmica em grupo melhorou. E de modo absurdo.

Scorpius fez um gesto de menosprezo e Rose lhe deu um olhar reprovativo.

— Ao menos ouça o que ela tem a dizer, Malfoy.

Francesca continuou de qualquer maneira:

— Basicamente, você não sabe dividir. Equipe não existe para você. E isso é um problemão quando se está num time, algo que deveria ser essencial num jogador.

— Ótimo, o que mais? Não entrei? Não sirvo para vocês? Que bom, pois eu não...

— Você consegue escutar até o final? – Francesca interrompeu, resmungando algo em seguida. – Enfim, eu o quero no meu time, sim.

Rose virou-se para Scorpius, boquiaberta.

— Ah meu Deus! – ela começou a dar pulinhos, batendo palmas. – Você ouviu isso?

— Mas teremos que trabalhar nessa questão para que não nos atrapalhe no futuro. O primeiro treino é na semana que vem. Vê se aparece, hein Malfoy? – a capitã deu um sorriso descontraído e voltou ao campo.

Dado o silêncio que se seguiu, Rose começou a estalar os dedos na frente do loiro.

— Malfoy, você está aí? Olá, mais novo artilheiro da Sonserina, como se sente?

Scorpius não sorria, nem parecia muito animado. Deu os ombros com indiferença.

— Tanto faz. Digo, você viu como ela praticamente acabou de implorar para eu entrar, né? Fica difícil dizer não. Eu não pretendia entrar na equipe, nem nada, mas estou numa situação em que sou basicamente a única salvação deles. Quer dizer, esses caras não sabem nem arremessar a Goles!

Rose ergueu uma sobrancelha, quase rindo em ironia, mas acabou apenas sorrindo.

— É inacreditável mesmo. Bem, como você próprio me disse um dia desses: “se pensar assim vai te ajudar a dormir à noite”...

Ele a encarou com desconfiança.

— O que foi? – ela questionou.

— Acho que sou má influência para você. Sorte que eu não me deixo influenciar tão fácil também, imagina se esse seu jeito fosse contagioso.

— É mesmo, não? Já pensou se daqui a pouco você começa a sorrir, cumprimentar as pessoas... Por Merlin, já pensou se você elogia alguém?!

Ele balançou a cabeça em negativa.

— Não use sarcasmo, Weasley. Não combina com você.

E aquilo, na realidade, até que soara como um elogio.

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Lauren Finnigan segurava seus livros, caminhando lado a lado com Luke Longbottom. Os dois rumavam para a sala comunal, após as aulas particulares de Transfiguração que Lauren costumava dar ao garoto desde o quarto ano dele. Ele nunca fora bom na matéria, mas mesmo assim decidiu continuar com ela naquele ano.

Ela suspirou, cansada.

— Se não tem jeito para a coisa, não sei por que insiste tanto.

Luke fingiu observar os quadros nas paredes, evitando o olhar de Lauren.

— Preciso de Transfiguração para ser um auror. Meu pai disse que era um antes de se tornar professor e me apoiou quando eu falei que queria ser também. Mas também comentou que é muito difícil conseguir, por isso, preciso me esforçar.

Lauren o olhou pelo canto do olho, tentando imaginá-lo como um auror bem sucedido. Era possível, mas ele possuiria muitos obstáculos pela frente, e Transfiguração era o menor deles. De qualquer forma, ela faria o que pudesse para que conseguisse. Afinal, tinham uma dívida.

— Talvez queira aulas extras com o seu pai depois. Ouvi umas sextanistas dizerem que você pôs fogo numa planta essa semana.

— A-Aquilo foi sem querer! – ele respondeu talvez rápido demais. – Eu estava distraído!

— E o que poderia distraí-lo a ponto de ir tão mal numa de suas melhores matérias? Poderia ser alguém?

Luke estava para dizer algo, mas observou a expressão da garota com mais atenção. Sorriu de lado.

— Sabe, você está quase soando como uma namorada ciumenta.

— E esse não é o meu papel? Ser sua namorada?

— Bom, você não precisa exercê-lo o tempo todo.

— Eu sei disso. Mas é divertido.

Luke a encarou com desconfiança. Ela deu um suspiro.

— Não se preocupe, não é como se eu fosse começar a te beijar ou qualquer coisa. Você não é tão irresistível assim.

Ele riu, mas logo parou.

— Aquela não é a Rose vindo para cá?

Lauren procurou com os olhos e então viu a ruiva um tanto distante, mas vindo em sua direção.

— O que ela quer?

— Lauren, não comece com aquela coisa de novo. Rose é uma garota legal, é maldade tratá-la da forma que você faz.

— Trato todos igualmente.

— Sim, mas ela é gentil e se importa com você.

— Nunca pedi isso a ela.

Luke resolveu não contestar, consciente de que seria inútil.

— Acabo de vir dos testes da Sonserina – Rose anunciou assim que chegou perto o bastante. – Acho que estamos encrencados este ano. – Disse ela, apesar de sorrir de orelha a orelha.

— Talvez a gente dê conta – falou Luke, sendo um dos batedores da Grifinória.

— É, nosso time é bom, então há esperanças... Enfim, é engraçado ter encontrado vocês aqui no caminho, porque... Vocês tem algo para fazer no dia 23?

Os dois responderam ao mesmo tempo, porém respostas opostas. Lauren disse logo que “sim”, enquanto Luke negou. Ele lhe lançou um olhar de repreensão.

— Er, bem, caso seus planos mudem, apareçam no Três Vassouras. – Ela retirou da bolsa dois convites e lhes entregou. – Vai ser divertido. Convidei o Albus, a Lily, meu primo Louis que é novo na escola... Até mesmo a Lena e a Olivia, mas elas já disseram que não vão. Vocês podem levar mais alguém se quiserem, por mim, tudo bem.

— Fique tranquila, Rose. Nós iremos – disse Luke.

Rose já ia comemorar, mas foi impedida.

— Ele quis dizer “nós veremos” – retificou Lauren, sem medo de que parecesse meio abrupto.

Rose deu um sorriso conformado.

— Para mim, isso já basta. Bom, pensem mesmo no assunto, ok?

Então, ela se despediu, seguindo seu próprio caminho. Lauren recomeçou a andar também, Luke em seu encalço.

— Às vezes você é bem cretina quando quer hein, Lauren? – Luke fitava a garota.

— Você parece com raiva – disse ela, olhando para frente com uma expressão vazia.

— É, estou um pouco mesmo.

— Que coisa.

— Nós vamos, Lauren.

— Eu não vou. Você pode fazer o que quiser.

— Por quê não quer ir?

— Você não sabe? Pois eu digo. Rose acaba de se livrar de mim e das outras, finalmente não depende mais de nós, nem está andando pelos cantos com uma cara miserável. Ela está livre. Mas ainda assim, você me pede para ferrar com tudo e aparecer lá como se fosse amiga dela? Luke, você é algum tipo de idiota?

Luke respirou fundo.

— Não sou idiota. Só estava pensando em você, quando sair da escola. Você devia ter algum amigo.

— Até lá, eu tenho você, não tenho?

— Acho que você me entendeu.

Lauren decidiu olhar o garoto. A preocupação dele aparentava quase verdadeira, pensou.

— Bom, nem todos tem o seu azar de ficarem presos a mim. Mas logo até você, Luke, vai poder partir.


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Notas finais do capítulo

Agora, preciso dizer que foi mal se exagerei aí no tamanho. Foi um tanto pesado pra vocês, eu reconheço. O próximo é bem mais levinho, e até meio açucarado demais. Tipo suspiro.
Meu Deus, como sou brega. Não me abandonem por causa do nonsense na área de comentários, às vezes também sou normal '-'
Mais uma coisa: Isso é algo que acho que já falei na minha fic anterior, mas vou repetir. Todas as passagens da história têm algum significado. Bom, 95% delas. Então, vale a pena se lembrar dos detalhes hehe Ou não. É detalhe demais que nem minha cabeça dá conta às vezes D: Por exemplo, estou escrevendo que fulano ama pudim, e posto. Uma semana depois, me lembro que num capítulo anterior falei que fulano era intolerante à lactose. Pois é, a coisa fica linda no fim.

*Troquei a capa, pois a outra estava muito "dark" para essa fic. TBS tem um ar mais leve, por isso, usei cores claras na composição dessa nova.

Divagações à parte, bom final de semana para todos! *inserir gif purpurinado com a mensagem do dia* (Ugh, alguém lembra dessa época? Triste.)

Beijooos!