Viajantes Dimensionais: A Missão De Mokona escrita por Mia Chase, Debbie


Capítulo 3
Capitulo 2: As garotas que viajam em dimensões e a criatura que acha fragmentos




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— Ne, ne, Mokona-chan, o que deveremos fazer quando chegarmos a cada universo?

Yasmin decidiu deixar Melissa conversar com aquela criatura, decidindo que não teria a mínima paciência se fosse conversar por si própria. Ela, Melissa e Liana estavam paradas em um círculo com Mokona no centro no meio do quarto, rezando para que ninguém da família Armadad chegasse. A criatura de CLAMP havia assegurado que ninguém perceberia que elas tinham sumido e que a viagem não iria afetar as famílias da mesmas.

— Para a Data Collection funcionar é preciso que vocês interajam com os “personagens principais” de cada universo e participar de uma “aventura típica”! — O ser “acoelhado “ explicou. — Agora, Mel-tan, pegue seu báculo para mim.

A garota o fez, segurando o fôlego. Agora, a missão toda parecia mais real e mal podia esperar, mas também estava bem assustada. E se fossem parar em um anime gore? Ou Jogos Vorazes? Com certeza não sobreviveria. Liana também contemplava o que aconteceria se fossem parar em um anime de terror, mas a idéia a animava mais do que a assustava. Yasmin, que era a que via menos anime de todas elas, apenas queria acabar logo com a história e não deixar que sua família a visse nessa situação constrangedora.

— Agora, vamos começar! — Mokona exclamou, pulando para que a ponta de sua cabeça tocasse no báculo de Melissa. A jóia em sua cabeça brilhou e tudo ficou branco.

Quando as três abriram os olhos novamente estavam na ponta de uma escada de madeira. Só havia escuridão a seu redor, por isso a única opção era olhar para a escada que levava a uma porta de madeira no meio de uma parede cheia de relógios. No meio da escada estava Mokona, que seguia para cima.

— Vamos, Mel-tan! Baixinha! Fraquinha! — Se referiu as garotas, indo em direção a porta.

As três começaram a subir os degraus. Primeiro foi Melissa, com o coração palpitando, mas ainda mantendo um bom ritmo. Impaciente, Yasmin apressou seu passo e subiu mais rápido, puxando a amiga pelo braço. As duas ofegaram um pouco quando chegaram a porta, mas ainda sim esperaram por Liana. Com Mokona em seus braços e suas duas amigas ao seu lado, Melissa abriu a porta e as três foram envolvidas por luzes amarelas.

E tudo ficou preto.

Quando abriu os olhos novamente, a primeira coisa que Yasmin viu foi o céu azul cheio de nuvens brancas. Levou um tempo para lembrar-se da situação em que se encontrava, mas sentou-se lentamente, finalmente percebendo o espaço apertado que estava. Melissa e Liana estavam capotadas a seu lado, encolhidas e com roupas estranhas. Melissa usava um quimono rosa, com pétalas de flores de cerejeira espalhadas por ele. Liana usava um quimono azul escuro, com nuvens azul claras o decorando.

Ela mesma usava um quimono. Era laranja como o pôr-do-sol, com várias folhas marrons e laranjas espalhadas por seu tecido. Sacudiu as duas garotas, mas não fizeram nada além de abrir a boca e babar um pouco, encolhendo-se na parede de pedra do que havia deduzido ser um poço. Irritada, pegou impulso e pulou em cima das duas, conseguindo gritinhos de surpresa e um tapa na cabeça (provavelmente de Melissa, Liana não tinha força o bastante para doer).

— Moko-san, por queeeeeeee?! — Melissa questionou demasiadamente dramática, se jogando na Armadad que, por falta de espaço, não conseguiu desviar.

— Isso é vingança por mais cedo, Melissa, e vocês precisam acordar. Tem idéia de onde estamos? — Com sua pouco experiência em relação a animes, Yasmin não conseguia relacionar nada a um poço.

— Ah, um poço... Vamos ter que te dar uma aula em animes shounen quando voltarmos. — Liana murmurou, ela e Melissa trocando sorrisos. — No meu palpite, estamos em Inuyasha!

— Palpite correto, Fraquinha! — A voz doce (para Melissa) e irritante (para “Baixinha” e “Fraquinha”) de Mokona veio do topo do poço, onde as três conseguiram a ver sentada.

— Mokona, seu demônio! Tire a gente daqui! — Yasmin gritou, ficando de pé.

— Mokona não é demônio! Mokona é Mokona! — O bicho da Bruxa Dimensional explicou, inclinando seu corpo para o lado fofamente. — E Mokona não sabe como tirá-las daí.

— Então, por que nos colocou aqui?! — A Armadad não parecia muito feliz. A Silva e a Lira se abraçaram e se encolheram no canto do poço.

— Porque é um lugar pelo qual a Data Collection exige que Mokona e aprendizes de Mokona passem! — Exclamou a criatura. — Não se preocupem! Mokona vai achar alguém para ajudar! — Mokona pareceu olhar a seu redor um pouco, até que pareceu se deparar com algo. — Que tal aquele cara de cabelos brancos e orelhas esquisitas que não para de olhar para Mokona?

— Inuyasha! — Liana exclamou surpresa e Yasmin sentiu-se um pouco mais reconfortada. Afinal, o personagem titular com certeza poderia ajudar.

— Ótimo, nunca vamos sair daqui. — Melissa bateu a palma na testa, encostando-se na parede do poço. Liana a lançou um olhar simpático, enquanto Yasmin um questionador. — Ele é forte o bastante para tirar nos três de uma vez desse poço, mas não quer dizer que ele vai.

— Ele, bem, não é muito altruísta, pode se dizer. — A Lira falou e as três logo ouviram gritos.

Eu já disse, seu bicho estranho, eu não quero saber quem está nesse poço! Não é problema meu! — A voz com certeza não falava em português, mas a três pularam quando perceberam que conseguiam entender.

— E esse é o Inuyasha. — Melissa, a única que havia assistido o anime legendado, disse, não conseguindo conter um sorriso. Inuyasha podia ser grosso e bruto, mas ainda era um personagem que ela amava. A chance de conhecê-lo era surreal.

— Vocês dois são bem parecido. — Liana murmurou para a Yasmin. — Até reagem do mesmo jeito com a Mokona.

— Quem sana não reagiria?

Mokona não é bicho estranho. Mokona é Mokona. — O pequeno ser insistiu, subindo na borda do poço. As três conseguiram ver um rapaz de longos cabelos brancos, orelhas de cachorro e vestimentas vermelhas se apoiando no poço. Inuyasha. — E as amigas de Mokona são sedentárias demais para saírem sozinhas.

— Eto... — Melissa começou, querendo tentar um coisa que subia pelo começo de sua garganta. — Me desculpe o incomodo, mas eu e minhas irmãs não conseguimos sair sozinhas desse poço. Caímos enquanto colhíamos flores. Poderia nos ajudar?

Até a própria Melissa se assustou com o japonês perfeito que saiu de sua boca. As palavras, a pronuncia, tinha certeza que não as sabia e tinha certeza que Mokona tinha algo haver com isso. Animadas com o aspecto de também ter essa habilidade, as outras duas esperaram animadamente pela resposta do hanyou.

Eu já disse para esse yokai estranho que isso não é problema meu, pirralha. — Melissa e Liana já esperavam por isso, mas não Yasmin.

Que rude! Não pode sequer ajudar três garotas que caíram em um poço? — Ela não parecia nada feliz e suas duas amigas recuaram. — E quantos anos você tem? Parece um adolescente e nós já somos adolescentes.

Eu sou um hanyou, garota, por isso sou mais velho que vocês três juntas. — Seu jeito arrogante apenas enfurecendo ainda mais a Armadad. — E como eu disse, nunca falei que ia ajudar alguém.

Antes que a discussão pudesse começar apropriadamente, o poço foi envolto por uma luz lilás. Quando as três olharam para baixo, perceberam que havia mais um pessoa no poço. Era uma garota de cabelos negros, vestindo um uniforme escolar verde e branco. “Kagome!/Agome” Melissa e Liana pensaram respectivamente, aliviadas. Se tinha alguém que podia convencer Inuyasha a ajuda-las, seria a garota. Yasmin apenas concluiu que era mais um personagem e esperava que fosse mais educada do que o personagem titular.

Ah? Quem são vocês? — A japonesa questionou, aceitando a mão que Melissa estendeu para se levantar.

Bem, nós caímos no poço e não temos como sair. Pedimos ajuda de um rapaz, mas ele não que nem tentar... — Liana começou a explicar, mas parou, lembrando que garotas aparecendo magicamente no fundo de poços não deveria ser familiar.
E, também, de onde você saiu?

He, he, he, falando nisso... — A garota começou, corando, mas logo parou quando viu quem estava apoiado no poço. — Inuyasha! Você não quis ajudar três pobres garotas presas em um poço?

Não é problema meu!

É melhor você tirar nós quatro daqui ou...

Ou o que?

Senta!

Yasmin gostava bastante da garota que aparecera. Não só ela conseguia fazer aquele grosso do personagem titular beijar o chão, mas o fez descer para tira-las do poço (aparentemente, a garota tinha uma corda, mas decidiu aproveitar). Logo, as quatro garotas estavam fora do poço, Mokona logo pulando no colo de Melissa.

Viu! Mokona disse que alguém iria ajudar! — A pequena falou, ganhando um sorriso de Kagome.

É um prazer conhecê-las. Eu sou Higurashi Kagome e esse é o Inuyasha. — A garota de cabelos negros falou e se curvou, as três logo a seguindo.

Eu sou Merisa e essas são minhas irmãs, Riana e Moko. — A morena falou, sabendo que seus nomes verdadeiros seriam estranhos na era em que estavam.

Ah, Merisa-chan, vocês todas são daqui de perto, não? Não ficaram muito surpresas com o Inuyasha.

Eu convivo com demônios todos os dias. — Yasmin murmurou, cruzando os braços e apontando com a cabeça para Melissa.

Moko-san! Cruel! — Melissa exclamou, afundando seu rosto em Mokona.

Não se preocupe Merisa-chan, tenho certeza que sua onee-chan estava falando da Mokona, certo? — Kagome tentou acalmar a Silva, sorrindo.

Sim, claro. — Qualquer coisa que fizesse Kagome e Melissa dormirem a noite.

Na verdade, viemos de um vilarejo nas montanhas. — Liana, depois de muitas histórias trágicas para fichas de fanfics interativas, era a mestra de acontecimentos que geravam simpatia. — Ele foi tomado por um yokai muito forte, então passamos um tempo viajando e procurando abrigo.

Muito forte? — Inuyasha parecia interessado, com certeza pensando que era um yokai com uma Shikon no Kakera (fragmento da jóia de quatro almas).

Sim, Mokona mal conseguiu sair viva com as irmãs! Ele até matou os pais das irmãs! — Mokona entrou na conversa, pulando para o colo de Kagome. — Mokona pode achá-lo, mas irmãs não são fortes o bastante para terem vingança.

Isso é terrível! — Kagome exclamou, apertando Mokona em seus braços. — Se vocês quiserem, nós podemos ir com vocês atrás desse yokai. Eu, Inuyasha e nossos outros companheiros poderíamos ajudar.

Nós não iríamos querer atrapalhar... — Liana murmurou fracamente, assustada em como Mokona apoiara sua mentira.

Que nada! — Inuyasha parecia animado, agora. — Esse yokai pode ter algo que nós queremos.
...

A viagem para as montanhas era cansativa e o grupo com quem estavam não ajudava. Inuyasha não falava com elas, estão ele não era um problema. Kagome era legal, mas não sabia muito bem explicar o motivo de ter coisas de sua época. Shippo, o pequeno yokai raposa, era uma graça e Liana não conseguia parar de apertá-lo o que o fazia reclamar sem parar. Miroku era um pervertido incorrigível e Yasmin havia perdido a conta de quantas vezes tinha batido nele por tocar nela, Liana ou Melissa. Aparentemente, a personagem chamada de Sango (que era uma caçadora e tinha um irmão mais novo) ainda não havia parecido. Pena, ela parecia legal.

Aqui está. — Mokona exclamou e todos seguraram o fôlego ao que viram.

A vila estava completamente engolida por chamas. As estruturas das casas mal podiam ser vistas e os corpos espalhados pelo chão estavam negros, ainda queimando lentamente. Melissa sabia que aquela não era seu lar de verdade, mas saber que tantas pessoas haviam sido mortas tudo pela vontade de um demônio e ver isso logo a sua frente... Ajoelhou-se no chão, sentindo seus olhos marejarem. Ouviu alguém vomitar, provavelmente Liana.

Vai ficar tudo bem, Merisa-chan. — Kagome se ajoelhou a seu lado, passando a mão por suas costas. Viu que Yasmin era a única que parecia bem, mas com raiva.
Não precisa ir se quiser.

Não, eu vou. — Melissa levou-se fracamente, pegando as mãos de Liana e Yasmin. — Eu preciso ver.

O interior do vilarejo era como o inferno e a grande criatura azul que cuspia fogo no meio disso não ajudava a imagem. Inuyasha pulou com sua Tessaiga em mãos, tentando acertar o yokai. Kagome atirou algumas flechas, mas não saia da frente das três garotas. Shippo e Miroku tentavam distrair o monstro, mas nada parecia funcionar de verdade. Mokona pululava no colo de Melissa, que ainda parecia abalada.

— Ne, ne, Baixinha, isso é uma boa hora para usar seu báculo. — Mokona falou, dessa vez em português. — Você só precisa de uma carta de ataque e, como já estamos quase acabando, eu posso te dar sua primeira.

— Carta de ataque? — Yasmin murmurou e a jóia na cabeça de Mokona brilhou. Uma carta rosa com uma garota nela apareceu em sua mão.

— Uma Carta Sakura? Arrow? — Melissa questionou. Liana também reconhecera, mas ainda parecia abalada demais para falar. Assim que ouviu seu nome, a carta se transformou em um arco-e-flecha rosa nas mãos de Yasmin.

— Acerte enquanto o yokai está distraído! — Mokona exclamou e os braços de Yasmin já preparavam a flecha sob os efeitos da carta. Mirando com as vontades da carta, murmurou antes de soltar:

— Isso é pelos meus pais fictícios, bastardo.

A flecha acertou bem no peito do yokai, que soltou um gritou e deu tempo o bastante para Inuyasha acertá-lo e Kagome lançar algumas flechas. As três correram para perto dos outros, Liana sendo praticamente arrastada. Liana se ajoelhou no chão perto do yokai, tirando um pedaço de jóia lilás do chão.

Tanta gente morreu por causa disso... — A Lira murmurou, acariciando a Shikon no Kakera e levantou-se, entregando para Kagome. — Obrigada pela ajuda.

— Não foi nada. — A Higurashi disse com um sorriso fraco, vendo Mokona voltar energeticamente para o colo de Melissa. — Vocês podem voltar para a vila, sabe, viver lá.

— Não, eu prefiro viajar. — Yasmin falou, sorrindo e olhando para sua nova carta, Arrow.

— Adeus, Kagome-chan. — Melissa falou, apertando Mokona.

— Adeus, Merisa, Moko, Riana. — Ela respondeu e os rapazes do grupo acenaram (menos Inuyasha, que apenas assentiu).
As três garotas sorriram e desapareceram pelas chamas, luz amarela envolvendo seus corpos e as tirando daquele mundo.


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