Westover Hall escrita por Fe Valdez


Capítulo 25
Era uma vez um tatu


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada eu queria com muita calma agradecer a Filha de Netuno:

OBRIGADAAA MEU SENHOR ZEUS DA BICICLETINHA PELA RECOMENDAÇÃO EU PIREI QUANDO VI ELA AQUELE DIA DE MANHÃ USHAUASHU MANDAREI O LEO ASSIM QUE POSSIVEL!

Segundo lugar, eu errei capítulo anterior e peço desculpas, tipo, eu escrevi que Jason sai do Flip-Flip com a galera, mas eles estavam no aeroporto - dã - mas eu já concertei tudo lá AEE



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Já fazia uns 2 minutos que tínhamos saído da cidade, eu estava ao lado de Jason nos bancos da frente, enquanto ele dirigia, Percy e Luke continuavam fuçando os baús/armários, mas dessa vez estavam procurando algum mapa de rodovia.

Nos bancos de frente pro outro que tinha uma mesa no centro (batizamos de” bancos bar”), Annabeth tentava usar o GPS do seu celular, enquanto Leo ficava enchendo o saco falando o tempo todo. Só Thalia que eu não sabia direito o que estava fazendo. Olhei para trás e ela estava esparramada naquela cama improvisada, entre o pés de Luke e Percy. O último chutou sem querer sua cintura.

Dez segundos depois um dos lençóis coloridos que faziam parte da cama, estava ao redor do pescoço de Percy, o rosto do menino estava tão roxo quanto o lençol e ele murmurava um “desculpa Thalia desculpa”.

– Ei gente! – Intervim debruçando sobre o banco para ficar com o corpo virado para a parte de trás da Kombi – se vamos ficar presos nesse espaço pequeno durante 35 horas, só de ida, temos que nos dar bem e aguentarmos algumas coisas.

– Tudo bem – Thalia disse – mas quando alguém chuta minha barriga eu tenho que retribuir.

– Foi sem querer! – Percy retrucou tirando o lenço do pescoço e massageando a área.

– Ei acho que achei um mapa! – Luke exclamou.

– Não vão brigar! – eu repeti.

– Eu? – Luke colocou o dedo no próprio peito olhando pra mim confuso.

– Eles – expliquei apontando pra Thalia e Percy.

– Ela – Percy disse.

– Ele – Thalia continuou.

– O GPS NÃO TA PEGANDO! – Annabeth bateu no celular.

Isso tudo e Leo ainda não calava a boca.

– O que você quer Leo? – perguntei por fim enquanto Thalia e Percy continuavam discutindo la no fundo.

– Gente acho que isso não é um mapa – Luke anunciou.

– Só quero que liguem a porra da rádio faz duas horas! – Leo gritou bravo.

– Shiiiiiiiiiiiiii-uuuuuu – Annabeth fez enfiando a mão na cara do Leo e passando por toda a cara dele, sem nem olhar pra ele, extremamente voltada para seu celular – estou concentrada.

– Uiahgu ã ga no – Leo tentou falar entre a mão da Annie.

Acho que ele ainda queria ligar a rádio.

Luke estava murmurando algo de que o papel que ele achou ter um cheiro estranho.

– Percy, não espirre perfume cubano no olho de Thaliiiia – falei jogando a cabeça pra trás.

– AAAAAH CALEM A BOCA! – Jason gritou do meu lado.

O que fez todo mundo se assustar, inclusive eu que estava do lado e não esperava por isso. Gritei caindo esparramada no banco.

– Nenhum ser humano consegue dirigir com esse caos, tudo bem que viagens de amigos tem essas coisas e tal, mas vocês estavam meio...

Jason estava explicando, dirigindo e olhando para nós enquanto seguia, por isso não viu quando aconteceu o que aconteceu.

Quando ele estava dizendo a palavra “meio” sentimos como se a Kombi tivesse acabado de passar por um quebra-molas do nada, muito rápido, o que nos fez pular e fez Jason deslizar feio a kombi e freiar logo em seguida entrando de qualquer jeito no acostamento e erguendo uma nuvem de pó ao nosso redor pela parada.

Todos ficamos em silêncio e paralisados, mas a Kombi era tão boa que ainda balançava levemente de um lado para o outro, com a parada brusca em alta velocidade.

– Ai meu Deus! – murmurei tirando todos do choque.

Todos se movimentaram na mesma hora e saímos correndo pra fora da Kombi pra ver pelo o que atropelamos. Fizemos uma roda em volta de um tatu jogado no meio da estrada, morto é claro e até com a linguinha pra fora. Jason caiu de joelhos ao lado do tatu.

– Ai senhor, eu atropelei um tatu, desculpe tatu.

Jason fez menção de pousar a mão no tatu, mas o bichinho estava todo amassado e com um pouco de sangue, então Jason recolheu sua mão de volta. Foi quase engraçado.

– O que você vai fazer agora, assassino? – Leo se virou para Jason.

Jason respondeu com um tapa na cabeça do Leo.

Leo riu.

– Desculpe, mas o que você vai fazer? – Leo disse coçando o cotovelo.

– Hmm, que tal primeiro sairmos do meio da estrada para não acabarmos como 7 tatus? – intervim.

Todos acharam uma boa ideia, então corremos para o lado da Kombi socada transversalmente no acostamento.

– Já sei – Jason disse – Temos tempo para um enterro?

– Que horas são? – Annabeth perguntou.

– 4 da tarde – Percy respondeu.

– Não, da madrugada – Thalia replicou.

– Vocês estão demais hoje – falei.

– Ok, 35 horas até chegar em Houston né... – Annabeth pensou um pouco e continuou – Chegaremos em Houston as 3h da manhã de sexta-feira se não pararmos em nenhum momento, mas vamos dormir um pouco hoje pelo menos, o que vai gastar umas 5 horas eu acho, então vamos chegar em Houston lá pelas 8h da manhã de sexta-feira.

– Ai – Leo levou a mão na cabeça e fez careta – muita matemática duma vez só.

Nós rimos, mas Annabeth não parou.

– Não acabou, isso sobra apenas 52 horas para acharmos Calipso em Houston e chegarmos a tempo em Westover Hall no domingo.

– Mas isso não é bom? – Luke perguntou.

– 17 horas para achar alguém em uma cidade grande sem ter nenhuma ideia de onde esteja? Isso se não pararmos o resto da viagem?

– Ok Annabeth, entendi uns 20% do que você falou – Leo finalizou.

– Não importa – falei – vamos conseguir, eu sei que vamos.

– Isso ae! Todo mundo com a mão aqui! – Leo disse estendendo a mão.

Como todos ficaram no mesmo lugar sem entender e alguns rindo, Leo continuou.

– Qualé galera, vamos fazer um grito de guerra! Mãos no centro!

Todos murmuraram um “tudo bem”, deram de ombros e então esticamos a mão colocando uma por cima da outra.

– Qual é o grito de guerra Leo? – perguntei.

– “Leo é um gostosão” – ele sorriu.

– 1, 2, 3... – Luke contou.

– Leo é um retardado! – nós falamos em sincronia como um time antes de jogo e erguemos as mãos.

– Ei – Leo pareceu ofendido – vocês já tinham ensaiado isso?

– Não, aconteceu naturalmente – Percy falou.

– É uma coisa que todos nós sabemos – expliquei.

Então de repente um carro passou veloz na estrada e um som nauseante de BLOP BLOP atravessou nossos ouvidos.

– Tatu! – Jason esticou um braço na direção do tatu, fungando, isso era tão besta, mas fofo que até me dava vontade de abraçar Jason.

– Será que foi você mesmo que matou esse tatu, Jason? – Annabeth perguntou.

– Sim, acho que vi ele de relance entrando na pista, sem contar que se ele já estivesse morto, não tínhamos rodado daquele jeito na pista.

– Pode crer – Leo concordou.

– Se vamos o enterrar, temos que fazer isso logo pra não perdermos tanto tempo – Thalia disse.

– Sim sim – Jason concordou – podemos? – ele perguntou a Annabeth.

Todos viraram a cabeça para Annabeth.

– Vamos logo enterrar esse maldito tatu.

***

Alguns minutos depois estávamos nós todos em volta de um buraco no chão, tínhamos andado um pouco depois do acostamento já que a vegetação era rasteira, daquele tipo que parece um deserto verde. Eu havia entrado na Kombi e pegado um cobertor da cama, Jason enrolou o tatu e cavou o buraco com uma pá que Luke achou no baú (sim uma pá, não queremos saber o porque esses hippies tinham uma pá). Jason colocou o tatu lá e jogou a terra por cima, desenhando uma cruz na terra com o dedo, depois voltou ao seu lugar ao meu lado.

– Alguém quer falar algumas palavras? – Leo pronunciou sério, como aqueles caras em enterro, o que quase me fez rir, o que seria ruim em um enterro.

Luke também deu uma segurada para não rir, trocamos um olhar e precisei começar a falar para não cair na gargalhada.

– Estamos aqui agora na presença do... Jason de um nome ao tatu que você atropelou.

– Crodoaldo.

– Na presença do Crodoaldo – respirei fundo para todos absorverem o nome dado ao pobre tatu – e esperamos que sua alma de tatu vá em paz para o ceu de tatu. Amém.

– Amém.

– Amém.

– Amém.

– Amém

– Amém.

– Amém, obrigado meu amor, mas acho que também devo falar algo...

– Sim, você deve, você o atropelou – Leo disse.

– Você deve isso ao tatu – Luke assentiu.

– Você, Crodoaldo, foi um bom tatu para sua família e amigos, sinto muito ter te matado, mas sua lembrança continuará comigo durante meu trajeto, de 35 horas, você foi uma boa companhia, por mais que os únicos momentos que tenhamos passados juntos você esteve morto. Que está manta hippie te proteja. Adeus.

– Foi um discurso bonito cara – Percy, que estava do outro lado de Jason deu dois tapinhas no ombro dele.

Todos ficamos quietos por um tempo então Annabeth cortou o silencio:

– Vamos? São 16:21h.

– É o melhor mesm... – Jason foi dizendo quando tropeçou em uma pedra.

Ele perdeu o equilíbrio e caiu de costas, o azar dele é que ele foi com tudo em uma bosta gigante, fazendo um som do tipo SPLASH que sujou todo seu short e boa parte de sua blusa. Todos franziram o nariz antes de começar a rir.

– Acho que eu mereci isso – Jason murmurou.


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Notas finais do capítulo

Não teve muito Jasiper nesse capítulo, mas prometo que no próximo eu melhoro huhu