De Repente Mães escrita por Ella


Capítulo 14
Chapter 14 - Yellow Ledbetter


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu gostaria de agradecer a Nathalia409 pela linda recomendação e a todos os lindos reviews que me mandaram mesmo eu tendo desaparecido por meses. Obrigada meninas! Quanto a esse capitulo, escutei demais Pearl Jam e deu nisso. Espero que gostem!



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Once I saw her on a beach of weathered sand

And on the sand I wanna leave it again, yeah

On a weekend I wanna wish it all away, yeah

And they called and I said that "I want what I said" and then I call out again
And the reason oughta' leave her calm, I know

Lily Evans

Já tinha uma semana que tínhamos voltado pra Hogwarts e as coisas parecem estranhas. James está cada vez mais próximo de mim e anda sendo extremante cavalheiro. Carregou meus livros até o salão comunal depois da aula de Feitiços de ontem e depois me ajudou com o dever de Transfiguração. Ele se mostrou engraçado e até mesmo foi agradável o tempo que passamos juntos. Tudo bem, confesso que estou cada vez mais atraída pelo James e não digo isso apenas por ele ser gato e eu ter vontade de agarra-lo em salas escuras depois que as aulas terminam. Ok, ele é bem bonito, muito bonito, diga-se de passagem, e todas as vezes que ele passa as mãos por aqueles cabelos, bagunçando-os ainda mais, bem isso o deixa muito atraente. E tem o sorriso de canto, o que deixa uma covinha aparecer ao lado do lábio esquerdo dele. Ah, quando o James me encara com aqueles olhos castanho-esverdeados fico até meio perdida.

–Oi Lily. –Olhei pra o lado e encontrei James me encarando sorridente.

–Oi James, o que houve com você? Parece que toda a terra das estufas de Herbologia caiu no seu uniforme. –Indaguei-o sorrindo. –Alias, onde está o Sirius? Preciso entregar uma detenção a ele. Parece que foi pego matando a aula Feitiços durante a semana passada.

James ficou me encarando por um longo instante e depois ficou sem saber o que me dizer.

–James, o que você estava fazendo na estufa? Por acaso tem a ver com alguma peça que você quer pregar nos sonserinos? –Olhei bem pra ele, mas não obtive nenhuma reação reveladora de sua parte.

–Porque eu pregaria peças em sonserinos se posso passar meu tempo livre com você? –Indagou-me passando um braço sobre meus ombros. Sabia que James estava aprontando alguma coisa, mas resolvi não perguntar.

Foi quando vi Sirius saindo de uma das salas acompanhado por duas meninas, ele tinha os braços passados pelos ombros delas e ambas sorriam animadamente para ele. Rolei os olhos. Era assim que ele tanto dizia sentir falta da Lene? Muito profundo da parte dele.

–Sirius sabe que Marlene não está tão bem quanto parece não é? –Indaguei James.

–Ele sabe Lily. Mas está fazendo as coisas do jeito dele. –O moreno apenas deu de ombros.

–James, porque não entra naquela cabeça dura que ela sente falta dele? Marlene pode até não admitir, mas ela sente o coração dela quebrar cada vez que ele aparece com uma garota diferente.

Continuei andando e James ficou pra trás. Continuei em frente e depois de certo tempo olhei pra ele e pude vê-lo com uma quintanista. James estava dando o sorriso. O que eu sabia ser o MEU sorriso. O de canto, que deixava a covinha à mostra. E em seguida passou a mão sobre o cabelo, deixando os fios ainda mais bagunçados. Sim, antes que tenha dúvidas eu fiquei um tantinho enciumado. Afinal, aquele era o meu James. Passei a mão pelo nariz, sabia que não podia começar a ter uma crise de choro. Tenho que me controlar, afinal nunca fui de ficar chorando por garotos idiotas. Por mais que eles tivessem um par de olhos que me hipnotizassem e cabelos que ficassem lindos quando bagunçados. Continuei andando e acabei no salão comunal da Grifinoria. Precisava terminar o relatório de monitoria e ainda tinha que fazer o dever de Poções.

–Hei Lily! –Era Marlene que vinha caminhado sorridentemente em minha direção usando o cabelo preso em um rabo de cavalo e o uniforme muito arrumado. Estranho.

–Oi Lene, onde você estava? Te procurei na biblioteca mas não consegui te achar.

–Ah, estava estudando aqui com a Dorcas e o Remo. Tinha esquecido meu dever de Feitiços e então precisei de ajuda deles. –Marlene parecia feliz e então olhei pra onde ela estava e vi Matthew Jones sentando ao lado de onde ela deveria estar.

–Claro Lene, eu também precisaria de ajuda se ficasse olhando certo par de olhos cor de amêndoas. –Lene ficou rubra e então me olhou com cara de poucos amigos.

–Não é nada disso que está pensando. Matt me pediu ajuda com uns lances de quadribol. Ele é um dos nossos novos batedores. –Marlene me levou até a área onde eles estavam sentados no chão e acabei ficado por ali.

Até que estávamos melhores do que o esperado. Lene não parecia estar fingindo achar graça das piadas de Matt e ele era realmente agradável. Logo que terminamos os deveres Emmeline veio se sentar conosco e logo descobri que Matt e ela estavam juntos desde antes das férias.

James e Sirius entraram no salão e vi o sorriso da Lene sumir quando se juntaram a nós. James ficou o meu lado e Sirius sentou-se no sofá acima de nós, segundo ele estava esperando a Alice.

–Lily porque me deixou lá sozinho? –James me olhou inquisidoramente.

–Lembrei que tinha que fazer meu dever de Poções. –Respondi mostrando o pergaminho pra ele.

Foi então que Alice surgiu e Sirius mostrou algo a ela. Não conseguir ver o que era. Marlene ficou com a expressão fechada e então logo avisou que ia dormir. Fui atrás dela e assim que chegamos à porta do quarto a indaguei.

–Não está com ciúmes do Sirius com a Alice não é?

–Claro que não. –Respondeu de má vontade.

Lena abriu a porta e ficou parada. Eu com certeza nunca a tinha visto daquela forma.

Marlene McKinnon

Com ciúmes do Sirius com a Alice? Essa é boa, ate parece que eu teria ciúmes dele, ainda mais com Alice que era minha amiga.

Abri a porta do quarto jurando que da próxima vez que o visse ia acabar com ele. Ia amaldiçoar até a ultima geração dos Black’s por permitir que aquele ser ultrajante viesse ao mundo. Foi quando eu vi tudo azul a minha volta. Violetas azuis esparramadas por todo o quarto. Eu amava violetas azuis.

–Lily, olha só isso. –Lily ficou estacada ao meu lado. Ela também estava com os olhos arregalados e parecia compreender algo que não fazia sentido pra mim.

–Por Merlin! Lene isso é demais. –Foi tudo que ela conseguiu dizer.

Não consegui dizer mais nada. Afinal, estávamos em uma região fria, e era praticamente impossível ter violetas azuis ali. Só se a pessoa se trancasse em uma estufa por semanas.

–LILY! –Gritei fazendo a ruiva se assustar. –Porque mesmo que Sirius levou uma detenção?

–Porque foi pego nas estufas na semana passada quando ele deveria estar nas aulas de feitiços. –Lily me respondeu analisando tudo a sua volta. –Alias, ele tem andando com o uniforme bem sujo ultimamente. Ele e o Potter. –Lily tinha acabado de chamar James de Potter? Ela deveria estar brava com ele. Mas isso era assunto para outra hora.

–Certo, mas porque aquele idiota se daria o trabalho de cultivar flores azuis? Sirius acha que depois disso tudo vai ficar bem? Acha que eu vou cair nessa? Eu estou finalmente ficando melhor, já não fico com vontade de chorar todas as vezes que eu o vejo com outra garota. E agora ele se acha no direito de bagunçar tudo? EU VOU MATAR O BLACK! –Sai porta a fora, disposta a acabar com aquele cachorro de uma figa.

Quando cheguei ao salão comunal, ele já não estava mais lá.

–No dormitório. –James falou e eu subi as escadas. Ainda bem que ele, Remo e Peter estavam lá me baixo, porque eu não queria plateia.

Assim que entrei no quarto meu rosto já estava vermelho. Eu queria matar o Sirius, matá-lo lentamente de preferência.

–Black, saía já dessa droga de banheiro. Precisamos conversar.

Sirius saiu do banheiro apenas com uma calça que eu imaginei ser do pijama e secando os cabelos com uma toalha. Quem ele achava que era pra andar daquele jeito? Garoto estupido.

–O que foi Lene?

–Não me chame assim como se nada estivesse acontecido. Como ousa encher meu quarto de violetas azuis? Alias como ousa achar que sabe alguma coisa sobre mim? Depois de todas essas idiotices que andou fazendo nas ultimas semana acha que bancar o cara incrível e perfeito, que sabe coisas sobre mim vai resolver alguma coisa? –Falei já me confundindo com as palavras. Eu não ia chorar talvez eu até fosse, mas não ali à frente dele.

–Marlene quer se acalmar primeiro? –Ele colocou a mão nos meus ombros.

Eu encarei o Sirius. Eu estava parada diante do cara que mais me conhecia no mundo. A quem eu queria enganar quando dizia que ele apenas achava que sabia quem eu era? Sirius sabia de tudo a respeito de mim. Sirius sabia quando eu estava mentindo, quando eu sorria forçado e até mesmo o motivo do meu mau humor. Meu primeiro beijo, minha primeira vez e meu primeiro amor tinham sido com ele e ele. Quando eu acreditaria que finalmente não sentia mais nada por Sirius?

Por que todas as vezes que meu nome era pronunciado por ele parecia tão bonito e suave? Eu não sabia o motivo daqueles olhos azuis-acinzentados me deixarem tão vulnerável. Só queria entender a razão pela qual meu coração se apertava todas as vezes que eu me imaginava longe dele.

Eu não conseguiria mentir com Sirius me encarando daquela forma.

–Não. –Respondi assim que as lagrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Droga, porque eu tinha que estar com o cabelo amarrado? Abaixei a cabeça e tentei parar, mas as lagrimas não paravam de rolar pelo meu rosto.

–Não o que Lene?

–Eu não consigo me acalmar com você me encarando dessa forma. –Respondi ainda olhando para baixo.

Ele parecia tenso.

–O que você quer de mim? Olha nos meus olhos e diz o que quer. Se quiser que eu nunca mais olhe pra você tudo bem. Se quiser que eu me afaste e nunca mais fale com você tudo bem também. Se quiser que eu deixe de existir para você eu não me importo em fazer isso. Mas antes de fazer alguma coisa eu preciso saber o que você quer. –Ele me segurava pelos ombros e eu pude ver angustia em seus olhos.

–Eu quero você. –Respondi surpreendendo mais a mim do que a ele. Sirius me encarava como quem não estava acreditando na minha resposta. Mas aquela era a verdade. Queria o Sirius pra mim, apenas pra mim.

–Repete Marlene. –Ele pediu me encarando.

–É isso Sirius, mesmo depois de todos esses anos quebrando meu coração, me fazendo sentir um lixo, quero você. Eu te amo e não estou pronta pra abrir mão disso. Não quero te deixar escapar pelos meus dedos. Quero tentar Sirius. Quero tentar ser única pra você como você é pra mim. Quero que você possa sentir um terço do que sinto quando vejo você sorrindo, quando te vejo feliz e quando penso que posso fazer seu dia ser melhor. –Falei tudo de uma vez, antes que perdesse a coragem.

Ao contrario do que esperava ele não me beijou e muito menos me empurrou para a cama que se encontrava atrás de mim. Sirius foi andando ate uma escrivaninha e escreveu alguma coisa em um papel. Saiu andando e foi pra fora do quarto. Sirius voltou um instante depois e pronunciou algumas palavras.

Agora estava parado a minha frente me encarando.

–Eu te amo Marlene. Amo tanto que doí todas as vezes que penso nas besteiras que fiz e te machucaram. –Ele então abriu os três primeiros botões da minha blusa e soltou meu cabelo. –Tire esses sapatos ridículos.

Fiz o que ele mandou e então ele sorriu.

–Não espere que eu fale que te amo todos os dias e muito menos que eu esteja sempre de bom humor. Não espere que eu seja paciente e nem romântico. Você me conhece e sabe que essas coisas não combinam comigo. Mas quero que saiba que você é uma das pessoas mais importantes no mundo pra mim e que se eu for idiota de te machucar mais uma vez você tem total permissão acabar comigo. –Então ele sorriu e me abraçou. Como eu senti falta daquilo.

Depois de certo tempo percebi que as intenções dele eram outras. Ele pretendia matar as saudades de mim de uma forma que estávamos bem acostumados, afinal sempre fomos melhores em mostrar o quanto nos queríamos com ações e não com palavras. Fui empurrada lentamente pra cama dele e então nos beijamos depois de semanas.

Horas mais tarde eu estava deitada sobre o tórax dele, vestindo sua camiseta e brincando com os contornos de suas mãos. Pousei minha cabeça sobre o ombro dele e sorri.

–Adoro quando você sorri assim com esse cabelo bagunçado e usando nada mais que minha camisa. Fica extremamente sexy. –Ele me olhou sacana e senti sua mão percorrer toda a minha coluna vertebral.

–Adoro quando você adora meu sorriso. –Beijei seus lábios e me acomodei em seu abraço.

–Marlene quando você faz isso fica parecendo uma gata manhosa e carente. –Sirius fez uma careta e eu ri. Havia sentindo falta dessa química gostosa entre a gente.

Quando afundei meu rosto em seu pescoço e senti meu corpo ser abraçado pelo seu, me senti protegida. Me segura como a muito não sentia. E devo admitir, aquela sensação era ótima.


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