Ele E Ela escrita por Maitê


Capítulo 29
Culpada




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Era dia de voltar a escola. Uma semana tinha se passado, mas agora não dava mais para adiar.
Naquela segunda feira, Maria acordou com um frio na barriga. Estava nervosa, muito nervosa, mas não estava com medo. Eram raras as ocasiões em que ela sentia medo agora, esse sentimento estava reservado para as noites. Quando ela ficava sozinha e tudo estava escuro, mas Miguel logo deu um jeito. Ele ia vê-la e levar as matérias do colégio todos os dias, as vezes Brooke ia com ele. Em uma tarde quando estavam os dois sozinhos na sala da casa de Maria, ela contou que não gostava das noites, eram a pior parte. A partir desse dia Miguel passou a ligar todas as noites, conversava com ela até que pegasse no sono e só então ele ia dormir. Ouvir a voz de alguém ajudava, ouvir a voz dele ajudava ainda mais.
Jack também ajudava muito, passou a recusar muitas viagens de trabalho, se esforçava para fazer o máximo que podia em casa e quando saia queria voltar logo. Em um semana, ele normalmente nem pisaria em casa, mas naquela semana ele saiu somente um dia. Passava as manhãs com a filha e ia para o escritório quando Miguel chegava. No começo tinha sido bem estranho, mas agora eles já estavam criando certa intimidade e isso facilitava tudo. Berta também ajudava muito. Todos estavam ajudando Maria a se ajudar, mas naquela segunda o desafio seria muito maior.
Ela ia ao encontro de pessoas que não estavam dispostas a ajudá-la, e sim a julgá-la. Tinha certeza, isso só deixava tudo bem pior.
Levantou-se e tomou um longo banho, tinha acordado vinte minutos mais cedo do que o normal. Sabia que ia precisar de um pouco mais de tempo hoje. Enrolou o corpo em uma toalha branca e diferente do que vinha fazendo, parou em frente ao espelho e olhou seu reflexo.
Não se sentia alegre, sentiu a raiva e frustração de sempre. Mas agora ela respirava fundo e quando fosse demais ela desviaria o olhar. Tinha ido ao psicólogo todos os dias naquela semana, ainda era muito estranho para ela. Mas sabia que ia ter de falar e falava um pouco, falava sobre Miguel e Brooke, sobre Berta, sobre sua relação com Jack e até mesmo sobre Rachel. As duas não tinham se encontrado novamente, em parte porque Maria ainda não tinha saido de casa e Rachel era covarde demais para ir até a casa de Maria e se desculpar.
Maria Flor olhou seu reflexo por um minuto inteiro até desviar os olhos, Dr.Kester, tinha dito que ao se olhar no espelho Maria tinha que dizer para si mesma que era bonita, perfeita. Mas ela ainda não conseguia, achava que nunca conseguiria. Mas estava tentando.
Naquela manhã, ela não sentiu a obrigação de estar perfeita. Ela ia para um massacre, sairía arrasada. Tinha certeza disso, então porque se arrumar toda? Penteou os cabelos, deixando-os soltos, não estavam tão bonitos como antes. Mas segundo o médico, se ela seguisse o tratamento corretamente seu corpo iria começar a responder e funcionar num ritmo normal.Levaria tempo, mas ia acontecer.
Não passou maquiagem, isso não usaria máscaras, hoje seria Maria. Vestiu uma calça jeans e camiseta branca, olhou para as pulseiras. Mas decidiu não usá-las hoje, iria expor suas cicatrizes. Os curativos recem trocados estavam a mostra, dentro de alguns dias ela já poderia para de usá-los. Mas não gostava de pensar em andar com os cortes totalmente expostos.
Calçou os tênis e desceu, sentou-se a mesa com Jack para o café da manhã. Era uma mesa grande demais para duas pessoas, na verdade três. Pois agora Berta sentava-se a mesa com eles em todas as refeições, um pedido de Maria que Jack aceitou com total satisfação.
Maria se esforçava para comer em algo, sem pensar em quantas calorias o alimento continha. Tomava um copo de suco de laranja, comia pedaços de maça e fatias de queijo. Ainda não conseguia pensar em comer pães ou biscoitos.
Depois do café ela foi sentar-se na sala, Miguel viria buscá-la, já devia estar chegando. Ela queria passar logo por aquilo, mas o tempo não passava!
Jack sentou ao dela no sofá, e esperou que ela falasse algo. Mas não aconteceu.
– Está nervosa?
– Uhum, bastante.
– Você sabe que não precisa, não é?
– Como não? Todos vão me julgar Jack!
Ele aproximou-se mais e segurou a mão dela, segurou firme tentando passar um pouco de segurança a ela.
– Agora eu estou aqui, você acha que eu deixaria alguém te fazer mal?
– Não... - e realmente não achava. - Mas você não vai estar lá.
– Não, não vou. Mas Miguel vai estar, e aquela sua amiga de cabelos coloridos também.
– É Brooke, Jack.
– Isso, Miguel e Brooke vão estar ao seu lado. Você acha que eles vão deixar alguém te fazer mal?
– Não.
– Então por que está nervosa?
Maria percebeu que ele era muito bom naquilo, em acalmá-la.
– Mas eles também vão pensar... coisas muito ruins por sinal.
– Os pensamentos que eles tiverem estarão presos em suas cabeças, você não vai poder ouvi-los e assim fica mais fácil saber que eles não existem. Não acha?
Jack sorriu, tentando animá-la. E conseguiu, Maria sorriu de volta e deitou a cabeça no ombro do pai. Se sentia segura, e um pouco mais tranquila.
Logo ouviram a busina do carro de Miguel, os dois se levataram e Jack levou Maria até a porta, ele abriu a porta e a abraçou antes que ela saísse. Antes de virar as costas Maria sorriu e disse:
– Tchau pai.
Ela não pode ouvir, mas o coração de Jack disparou com a felicidade de ouvir a filha chamá-lo de pai depois de tanto tempo. Ele era pai, agora sim era um pai de verdade.
Miguel estava encostado no fusca com os braços cruzados, sorria para Maria. Sorria por dentro e por fora, sabia que hoje seria um dia difícil. Mas estava pronto para isso.
– Oi gato. - ela disse sorridente.
– Oi gata. - sorriu e piscou para ela. Maria riu.
– Você não é bom nisso.
– Em que gata?!
– Essa pose de conquistador.
– Eu conquistei você, pra mim já está muito bom.
– É bom mesmo!
Antes de entrarem no carro, Miguel a tomou nos braços e beijou seus lábios com carinho. Quando estavam juntos daquela forma, tudo ficava bem em volta.

(......)

Ao estacionarem o carro, Maria automaticamente levou a mão ao pulso esquerdo. Se arrependeu amargamente de não ter colocado as pulseiras, ou uma blusa de mangas, até mesmo um casaco. Qualquer coisa que cobrisse aquelas malditas marcas!
– Você está bem? - Miguel perguntou olhando as mãos dela.
– Não... Eu acho que não consigo fazer isso. - ela disse ofegante, sentia falta de ar e o coração acelerado.
– Maria olha pra mim. - Miguel pediu, pegou suas mãos e esperou até que ela olhasse para ele.
– Oque?
– Você consegue fazer isso. Se não fosse hoje, seria outro dia. Não tem como fugir dessa volta ao mundo, você está viva e por isso tem que viver. Você consegue.
Mas ela ainda não acreditava, estava com tanto medo de sair daquele carro que mal conseguia pensar.
– Se as pessoas não verem os curativos, você vai se sentir melhor?
Ela assentiu. Miguel tirou a camisa xadrez que usava, aquela azul que Maria tanto gostava porque combinava com a cor dos olhos dele. Miguel tirou a camisa e desdobrou as mangas, estendeu a camisa para Maria. Ela a pegou. A vestiu, fechou os olhos e sentiu o cheiro dele. Sentiu a mão dele em seu rosto, os dedos de Miguel fazendo carinho em sua pele. Abriu os olhos e o beijou. Passou as mãos por seu pescoço e ficou o mais próxima que podia.
O beijo foi interrompido por leves batidinhas no vidro do carro, Maria olhou assustada. Não sabia o que esperar daquele dia, mas respirou aliviada quando viu Brooke sorrindo e acenando para eles.
– Se não sairmos logo, ela não vai parar. - Miguel disse sorrindo.
– Ela é Brooke Davis, seria estranho se ela parasse.
Os dois sairam do carro, mas Maria não olhava para ninguém. Não tinha coragem, mal conseguia andar, só o fez quando Miguel pegou sua mão. Mas mesmo estando com ele ao seu lado, não tinha coragem de olhar para ninguém.
– Tenho uma coisa pra você. - Brooke disse, parando a sua frente.
Maria olhou somente para ela e sorriu. Hoje ela usava um vestido longo de alças, e adivinhem a cor. Preto é claro. Os cabelos rosa bagunçados e grandes brincos prateados nas orelhas, maquiagem leve destacando somente o vermelho forte nos lábios, um tom de vermelho que chegava perto ao vinho. Sorria, e mantinha as duas mãos nas costas.
– O que é?
Brooke trouxe as mãos a frente, mostrando o que era a tal coisa. Óculos escuros com armação em forma de coração vermelha. Igual ao que ela mesma tinha, Brooke sorria e Miguel também. Maria nem se fala, tinha amado o presente. Mas só tinha um probleminha...
– Brooke, eu amei de verdade. Mas esse óculos são muito chamativos e o que eu menos quero hoje é chamar atenção.
Brooke e Miguel trocaram um rápido olhar, ela afastou os cabelos do rosto de Maria e pôs os óculos nela.
– É exatamente por isso. Quando eu passo, as pessoas me olham. Mas não falam, minha diferença constrange seus pensamentos podres. O mesmo vai acontecer com você, elas podem olhar, mas não irão falar nem pensar. São covardes que se diminuem perto de pessoas brilhantes.
– Brilhantes?
– Isso. Eu e você, e muitas outras pessoas pelo mundo inteiro. Somos todos brilhantes.
Como não sorrir? Como não se alegrar e não sentir um pouquinho de coragem? Era esse o efeito que Brooke causava nas pessoas.
– E além do mais você está usando a camisa do Miguelito, quero que você use uma coisa minha também! - alegou, apontando para Miguel que agora só usava uma camiseta branca e sorria para as duas.
– Tudo bem, eu uso os óculos com todo gosto.
Não demorou para o sinal bater, logo os três estavam caminhando pelos corredores da escola. Maria queria que o chão se abrisse bem debaixo dos seus pés e ela fosse engolida, era muito mais difícil do que imaginou. Todos que passavam olhavam para ela, mesmo usando os óculos de Brooke era difícil. Ela não queria andar com a cabeça abaixada, mas era extremamente difícil encarar todas aquelas pessoas.
Olhava para todos os lados em busca de algum rosto que não estivesse voltado para ela, mas não encontrou nenhum. Era como se um grande olofote de luz tivesse se acendido sobre ela
Apertou a mão de Miguel, sentiu seu coração disparar quando viu as meninas do time de torcida. Todas tão perfeitas, sem marcas nem pensamentos loucos. Sentiu sua respiração acelerar quando viu Rachel e Dyllan mais adiante, os dois se voltaram para ela. Aquilo era muito mais do que poderia suportar.
Mas antes que corresse para se esconder no banheiro, sentiu Miguel passando seu braço por seu ombros e Brooke segurando sua mão com força. Virou-se para ele e recebeu um beijo na bochecha, virou-se para ela e viu que Brooke usava seu óculos de coração.
Não se sentiu mais sozinha, aqueles dois eram grande parte do motivo para ela querer recomeçar. As vezes temos a grande sorte de conhecer pessoas que nos transmitam força e paz, que nos dão vontade e ânimo para melhorar.
Os três atravessaram os corredores do colégio sem demonstrar se importar com tantos olhares, as vezes Brooke encarava de volta e sorria. Com o tempo, as pessoas pararam de olhar, mas não de comentar. Maria sabia disso, durante o dia ela percebeu os cochichos por onde passava. Durante as aulas em que não tinha Miguel por perto ela procurava se concentrar ao máximo na matéria e não dar atenção aos olhares e comentários. Quando tinha Miguel por perto se sentia mais forte, porém ainda tinha ouvidos e sendo assim, ainda ouvia os sussurros e sentia os olhares sobre si.
No horário do almoço os três foram para o refeitório juntos, iriam sentar na mesma mesa de sempre. Mas Maria sentia tanto medo de entrar naquele lugar, era ali que a grande parte do colégio estava reunida ao mesmo tempo. Quando eles entraram, Maria manteve a cabeça abaixada. Não olhava para ninguém, mas sentia todos olhando para ela. Quando entraram na fila da comida, Brooke conversava tentando distraí-los. Maria procurar manter a atenção focada nela e somente nela, mas pode ver algumas pessoas que ainda a encaravam de um jeito estranho, umas poucas chegavam a apontar. Respirou aliviada por estar usando a camisa de Miguel, seria muito pior se aquelas pessoas pudessem ver os curativos.
Depois de terem pegado a comida, sentaram na mesma mesa. Uma das mais afastadas, perto de uma das grandes janelas de vidro. Maria tinha pegado pouca coisa, uma garrafa de suco de laranja e um pouco de salada de frutas. Comia devagar e com esforço, Miguel e Brooke fingiam não perceber a dificuldade. Mas a cada colhereda e gole, cada substancia que ela conseguia engolir era uma vitória. Depois que comeram os dois ficaram de olho nela e em hipótese nenhuma a deixaram ir até o banheiro sozinha. Depois que o sinal bateu a rotina de aulas continuou.
Eram as mesma aulas, as mesmas salas e professores, os mesmos alunos, mas Maria se sentia diferente. Uma nova pessoa, agora suas fragilidades estavam expostas, agora sim ela era a verdadeira Maria.
Depois do almoço, Maria começou a se concentrar mais nas aulas. Talvez porque as pessoas tivessem se acostumado com sua presença e os comentário e olhares tivessem diminuido. . Algumas das colegas de torcida olhavam para ela durante as aulas ou nos corredores e sorriam, mas ela não sabia se as garotas sorriam por falsidade, apenas por educação ou por realmente estarem felizes por vê-las, o que era muito improvável.
A última aula do dia era de história, sem Miguel. O professor liberou os alunos com dez minutos de antecedencia. Ela não queria ficar parada em algum canto esperando Miguel e Brooke, queria se esconder um pouquinho. Estava bem, feliz consigo mesma por ter conseguido atravessar aquele dia. Ela não queria ir até o estacionamento, não queria ficar em lugares com muita gente. Então lembrou que não havia treinos nas segundas, a quadra deveria estar vazia.
E realmente estava.
Nenhuma única pessoa, Maria pode enfim sorrir para o vazio. Andou até o meio da quadra, e olhou tudo ao redor. Os últimos anos foram os mais difíceis de sua vida, mas naquela quadra ela teve bons momentos. A torcida era uma válvula de escape, ela se divertia, sentia prazer naquela atividade. Se não tivesse toda a pressão para ser perfeita, teria sido totalmente incrível.
Era bom, muito bom..
– Maria?
Ela conhecia aquela voz, conhecia muito bem. Mas não queria virar para trás e dar de cara com aquele rosto. Fechou os olhos e se concentrou no som de sua respiração, esperando que aquela voz não tornasse a ecoar. Mas tornou.
– Maria? - chamou novamente.
Ela respirou fundo e virou-se devagar, sentiu um arrepio na espinha ao ver o rosto de Rachel. Mas logo estava tranquila novamente, Rachel era a última pessoa com a qual ela queria conversar. Mas não sentia raiva, nem tinha mágoa, o sentimento dirigido a Rachel era um punhado de nada.
Maria não tinha o que dizer, por isso permaneceu em silêncio, já Rachel demonstrava nervosismo. Não encarava o rosto de Maria por muito tempo, sempre desviava os olhos para o chão. Apertava os dedos contra as palmas das mãos e tinha a respiração levemente acelerada.
– Eu... Eu queria falar com você. - disse sem olhá-la.
– Pode falar.
Silêncio, Rachel parecia nervosa demais e Maria queria ir embora.
– Como você está? - Rachel perguntou.
– Oque você acha?
– Acho... Acho que...Que você está melhor, está aqui hoje não é?
– Pois é. Olha, eu preciso ir ok?
Dizendo isso, Maria se dirigiu para fora da quadra. Mas quando passou por Rachel, ela segurou seu pulso. Sem perceber dessa vez, feriu Maria, quando pegou com força demais em cima de um dos cortes que ainda estavam cicatrizando. Maria soltou um baixo gemido de dor, Rachel soultou o braço dela e a ficou olhando assustada. Maria virou-se e nem mesmo olhou para Rachel, levantou a manga da blusa e olhou se estava tudo bem com o curativo. Não doia mais e estava tudo em ordem, ou era o que ela pensava, até ouvir Rachel chorando e ao levantar a cabeça ver como a garota olhava asustada seu pulso.
– Eu fiz isso... - ela dizia entre soluços, com as mãos trêmulas.
– Não, fui eu.Você só deu um empurrãozinho, mas não se preocupe, você não foi a única.
Maria mal podia acreditar naquela cena, tinha que ser algo ensaiado. Não era possível que Rachel sentisse... culpa? Não, era surreal demais. Abaixou a manga da blusa e deu as costas, deu alguns passos até ser interrompida por Rachel novamente.
– Maria perdão! - ela disse em voz alta.
Maria Flor franziu o cenho, estava desconfiada. Aquela devia ser mais uma das cenas de Rachel. Porém, quando virou-se para encarar o rosto da ex-amiga, viu um certo desespero no olhar dela. Parecia real... e talvez fosse mesmo.
– Me perdoa por favor. Eu sei que isso foi culpa minha, sei que você sofre por minha culpa. Sei que sou má, e não mereço a confiança de ninguém. Mas eu falo sério agora, depois do que acontenceu, eu não tenho paz! Tá tudo diferente, eu sinto uma espécie de peso no peito, fico pensando em você e na minha responsabilidade sobre isso. Toda a história se espalhou e as pessoas não me quererm mais por perto, eu não quero mais ser eu .... Não aguento mais isso. Me perdoa por favor!
Maria respirou fundo. Aquele dia tinha sido bem intenso, e ainda mais essa agora.
– Rachel, não foi tudo culpa sua, você não é tão importante assim. Esse peso que você tá sentindo se chama culpa, e eu te perdoo sim. De todo o coração, só que nem todo o perdão desse mundo vai aliviar a culpa que você deve estar sentindo agora.
Dizendo isso, Maria saiu da quadra em busca de um novo recomeço. E Rachel ficou ali, lardaga ao vento com sua culpa.


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Notas finais do capítulo

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