Ele E Ela escrita por Maitê


Capítulo 12
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Notas iniciais do capítulo

helou helou *-*



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A semana seguinte foi tranquila e muito feliz ,para os dois.

Miguel e Maria estavam a cada dia mais próximos. E facilmente estabeleceram uma rotina.

Passavam a maior parte do tempo juntos na escola ,com Brooke ao lado é claro. Nos dias de treinos do time de basquete ou torcida ficavam esperando o outro e depois iam a praia, a uma lanchonete ou ao lugar favorito dos dois: a velha quadra de basquete.

Já reservavam muitas informações um do outro. Nome completo ,idade, onde tinham nascido e em que cidade pretendiam viver no futuro ,a carreira que pretendiam seguir ,cor e comida favoritas ,sonhos e planos para a vida.

Tudo anotado cuidadosamente em folhas de papel. Miguel estava animado e tinha muitas ideias sobre o que iria escrever sobre ela ,já Maria tinha a mente vazia. Toda noite antes de dormir sentava na cama com uma folha de papel e caneta nas mãos ,as informações sobre ele anotadas em folhas ao lado. Mas nada saia ,ela ficava zangada com sua mente pouco criativa. Queria fazer algo especial ,tão especial quanto ele.

Todos do colégio já haviam notado a aproximação dos dois e alguns rumores já haviam começado a se espalhar .Mas nenhum dos dois ligava ,o mundo parecia ficar em silêncio quando estavam juntos e diante dessa comparação os corredores da escola não eram nada.

No geral a vida ia bem ,Maria não teve mais "incidentes" e mal via Jack ,esse estava sempre em viagens de negócios. Passava a maior parte do tempo com seus novos amigos e estava se saindo bem na tarefa de evitar Rachel e Dyllan. A cada dia que passava tinha mais certeza que estava apaixonada por Miguel ,porém preferia manter isso no mais absoluto segredo.

Já Miguel andava em puro êxtase ,a noite durante o jantar falava sobre Maria com seu pai ,que ouvia tudo atento e insistia em conhecer a menina. Já começara a escrever partes do texto para ela ,e todas as noites pedia que Deus cuidasse muito bem dela em suas orações. Não podia negar que sentia seu coração palpitar ao vê-la ,mas só foi numa tarde de quarta-feira que teve certeza absoluta de que estava apaixonado.

(...)

" Ele estava sentado na arquibancada da escola ,hoje o treino das meninas da torcida estava sendo no campo aberto ,principalmente porque o tempo estava quente demais para ficarem o tempo todo dentro da escola.

Brooke e grande parte dos seus colegas de time já tinham ido embora ,ele era o único sentado ali. Esperava por ela. E cada vez que ela era lançada no ar ou saia dando cambalhotas pelo campo seu coração apertava. Mas quando ela firmava os pés no chão toda sorridente balançando seus pompons azuis ,era como se só existisse ela no mundo.

Esse pensamento fez com que ele franzisse o cenho,pensou em todas as reações que sentia ao tê-la por perto. Quando ela sorria ,era impossível não sorrir também. Ele poderia passar dias inteiros olhando para ela porque ela era a garota mais linda desse mundo. Quando ela o olhava com aqueles lindos olhos verdes ,tudo ao redor parava ,tudo ficava em câmera lenta e a voz dela... nossa ,não tinha igual no mundo inteiro!

Ficou observando Maria com mais atenção do que de costume. Ela estava linda com seu uniforme de torcida azul ,meias e tênis brancos impecáveis. O longo cabelo encaracolado estava preso cuidadosamente em um rabo de cavalo com fita azul.

Quando pousou no chão depois de mais uma cambalhota ,olhou para ele e sorriu. E foi nesse momento , olhando para o sorriso dela ,que ele teve a certeza. Estava sem dúvida nenhuma ,totalmente apaixonado por aquela flor."

 

(...)

Maria escrevia distraída em seu caderno ,enquanto Miguel treinava alguns arremessos na cesta de basquete da quadra antiga.

Já era fim de tarde ,tinha sido uma sexta muito tranquila para os dois e agora estavam ali. As vezes era assim com eles ,silêncio. Cada um fazendo alguma coisa diferente ,mas não se importavam .Gostavam daquele silêncio ,pois era só olhar para o lado que viam o rosto do outro ali.

O céu estava alaranjado com mais um final de dia muito quente, Miguel pingava de suor e Maria usava óculos escuros para proteger os olhos.

— Eu queria te perguntar uma coisa. - Miguel disse enquanto lançava a bola mais uma vez na cesta.

— Pode perguntar . - Maria desviou a atenção do caderno e olhou para ele.

A bola saiu quicando pela quadra antes que Miguel a agarrase e olhasse para Maria.

— Que ir lá em casa amanhã ?

— Na sua casa ? - perguntou surpresa.

— É ,mas se você tiver algo para fazer ...

— Não ,eu não tenho nada para fazer amanhã. - o interrompeu ,pensava na ideia de ir a casa dele. E não parecia tão assustadora assim. Ela até sorriu. - Eu ia amar ir a sua casa amanhã.

— Então eu te busco às 10:00, ok? - perguntou sorridente.

— Ok!

Depois disso voltaram as suas atividades individuais. Quando o calor diminuiu ,se sentaram lado a lado e conversaram até as estrelas estarem brilhando no céu.

(...)

— Berta ,você tem certeza de que eu tô bem? - Maria deu mais uma volta em frente ao espelho para que Berta pudesse vê-la mais uma vez de todos os ângulos possíveis.

— Você está totalmente linda minha querida.- Berta respondeu enquanto dobrava roupas a serem guardadas . - E por que você está tão nervosa, Maria ?

— Eu vou na casa do Miguel hoje. - respondeu ao mesmo tempo que alisava o delicado tecido de sua saia mullet florida , cada movimento era como se Maria estivesse flutuando.

— E você já não foi a casa desse rapaz antes? - Berta perguntou sorridente ,ficava feliz quando sua menina falava de Miguel pois percebia o sorriso que brotava em seus rosto toda vez que o fazia.

— Mas eu acho que dessa vez o pai dele vai estar lá.

— E por isso você está tão nervosa?

— Eu não estou nervosa! - mas na verdade estava.

Maria saiu de frente do espelho e sentou-se na cadeira em frente a sua penteadeira. Passava as mãos pelas longas madeixas castanhas sem saber o que fazer com elas.

Berta deixou as roupas  de lado e se posicionou atrás de Maria ,tomou o longo cabelo em suas mãos e passou as mãos por todo ele.

Maria Flor relaxou com aquela sensação e lembrou de quando sua mãe fazia aquilo.

— Quer que eu trance seu cabelo minha querida ? - Berta perguntou .

Maria olhou para o reflexo de Berta no espelho e somente fez que sim com a cabeça ,reprimindo o sentimento ruim que seguia as lembranças de sua mãe.

Berta pôs o cabelo de sua menina por cima do ombro direito e fez uma trança folgada com alguns fios soltos ,do jeito que Maria gostava ,do jeito que Katie fazia.

Depois de pronta ,Berta apertou o ombro de Maria e sorriu a encorajando a encarar mais esse dia.

Quando estava sozinha no quarto ,Maria Flor se olhou mais uma vez no espelho antes de calçar suas sandálias bege de salto baixo e respirar fundo. Pensou no sorriso de Miguel e saiu do quarto.

As dez em ponto Miguel estava estacionando o fusca azul em frente em casa dela e com uma buzinada anunciou sua chegada.

Maria saiu de casa e correu com habilidade em cima de seus saltos ,a cada passo mais próxima, Miguel se impressionava mais e mais com sua beleza.

Despertou de seu transe quando se deu conta de que tinha de sair do carro e abrir a porta para ela.

— Bons modos, Miguel ... - resmungou consigo mesmo.

Ela já estava bem próxima quando ele bateu a porta do carro e abriu os braços para ela, sem receios ela o abraçou com força.

— Bom dia, Flor . - ela falou inspirando o cheiro de morango que o cabelo dela exalava.

— Bom dia, Miguel. - ela se prendeu um pouco mais a ele ,antes de soltá-lo e sorrir ao encarar seus lindos olhos azuis. - Como você é pontual!

— Tenho a pontualidade digna de um britânico. - deu de ombros fazendo pouco caso.

— Nem um pouco humilde. - ela deu risada.

Miguel riu com ela e caminhou a sua frente ,abriu a porta todo sorridente para que ela entrasse. Depois correu até o lado do motorista e entrou no carro ,antes de saírem deu uma última olhada na casa de Maria ,a tempo de ver uma mulher de cabelos presos e sorridente olhando pela janela. Não falou nada ,somente sorriu de volta e deu a partida.

— Brooke também vai estar na sua casa? - Maria perguntou quebrando o silêncio.

— Não ,hoje vamos ser só nós dois e meu pai. - respondeu encarando a estrada.

Ela se mexeu desconfortável ,sentindo um frio na barriga. Ele percebeu o desconforto da garota e se apressou em acalmá-la.

— Você vai gostar do meu pai ,ele é médico do hospital da cidade e esse é um dos raros dias em que ele está totalmente disponível. Tenho certeza de que você vai gostar dele.

— E se ele não gostar de mim?

— Impossível. - sorriu ,demostrando toda a certeza carregada na voz.

Maria sorriu ,observava os prédios que ficavam para trás e em pouco tempo Miguel já estacionava o carro na entrada de carros ao lado de sua casa.

Soltaram os cintos de segurança e saíram ,Maria esperou ao lado do carro até que Miguel estivesse ao seu lado e pegasse sua mão.

Subiram os três degraus que levavam até a entrada da casa ,pararam a porta antes que Miguel pudesse abri-la. Ele se virou para ela e com todo amor carregado em sua voz disse:

— Eu quase me esqueci de dizer ,você está muito linda hoje. - e com isso depositou um beijo em sua bochecha.

Depois disso Maria Flor se sentia pronta para entrar ali e conhecer o pai de seu amado ,e a mãe também ,apesar de ele nunca tê-la mencionado.

Miguel abriu a porta de casa e os dois entraram nela, lado a lado.

— Pai? - ele chamou.

— Na cozinha! - uma voz firme respondeu.

Maria apertou a mão de Miguel ,mas sorriu quando entraram na cozinha e viram um homem baixinho e gordinho ao pé do fogão. Tinha os cabelos brancos e lindos olhos azuis ,quase tão lindos quanto os do cara que segurava sua mão. Ele deixou as panelas de lado para vir cumprimentá-la.

— Você deve ser a Maria ,muito prazer minha querida!

Antes que pudesse dizer qualquer coisa ,Maria se viu envolvida pelo abraço caloroso daquele homem baixinho. Era impossível não rir e corresponder aquele abraço ,então soltou a mão de Miguel por alguns minutos para que pudesse devolver o abraço forte que recebia.

— Ummm, pai essa é a hora que você fala seu nome. - Miguel falou segurando o riso.

— Ah, claro . - o homem respondeu ao se afastar de Maria ,limpou sua mão na calça jeans que usava e a estendeu para Maria que retribuiu o aperto mais uma vez. - Meu nome é Robert Collins ,mas pode me chamar de Bob. - sorriu.

— Muito prazer Bob ,eu sou Maria Flor Santino. - sorria de volta.

— Eu sei minha querida, esse rapaz ... - pôs a mão sobre o ombro de Miguel. - não para de falar da senhorita a duas semanas no mínimo! - deu risada enquanto Miguel ficava vermelho como um pimentão ao seu lado.

Maria não pode evitar ,caiu na gargalhada também.

— Uhul ,sintonia legal a de vocês. Pai, o almoço vai demorar muito para ficar pronto? - Miguel perguntou tentado sair do foco das atenções.

— Não filho ,podem fazer o que quiserem ,quando estiver pronto eu aviso. - e com isso Bob voltou sua atenção para as panelas.

Os dois ficaram na sala ,sentados no sofá ,lado a lado. Conversavam sobre amenidades e davam risada quase que o tempo todo. As vezes ficavam em silêncio ,Maria deitava sua cabeça no ombro dele e ficavam somente escutando o som da respiração um do outro.

A uma da tarde Bob foi até a sala chamá-los para comerem. A mesa estava posta e a comida cheirava muito bem ,se sentam os três e Maria ficou somente encarando a comida.

Mais foi surpreendida quando Bob começou a orar ,agradecendo pela comida em sua mesa, por nunca tê-la deixado faltar. Agradeceu pela vida do filho e pela própria vida ,agradeceu por Maria estar ali e pela vida dela.

Flor os encarava meio constrangida, os dois mantinham os olhos fechados e pareciam muito concentrados.

Depois do amém ,eles abriram os olhos e sorriram para ela. Pegaram os pratos e começaram a enchê-los de comida.

Maria sabia que não podia ficar parada ali sem fazer nada ,por isso colocou uma quantidade mínima de comida e comeu bem devagar entre gargalhadas e conversas.

Descobriu que Bob era um homem muito engraçado e que amava muito o filho ,era perceptível no modo como contava as histórias de criança de Miguel. E depois de um pequeno momento ela teve certeza que gostava muito de Bob.

Depois de comerem ficaram mais um tempo a mesa conversando e Maria estranhou o fato de não haver nenhuma mulher na casa. Onde estava a mãe de Miguel?

Quando ela se ofereceu para ajudar a lavar a louça ,Bob negou e os expulsou da cozinha entre risos .

Dessa vez não ficaram na sala ,foram até o quarto de Miguel e Maria se sentiu confortável para tirar as sandálias de salto e passear pelo quarto dele.

Já estivera ali uma vez ,mas agora podia ver tudo em seus mínimos detalhes.

— Eu disse que meu pai ia gostar de você. - Miguel disse distraido com o violão em mãos.

— Ele é uma pessoa adorável ,amei conhecê-lo. - disse enquanto olhava os muito livros arrumados em uma longa prateleira.

— Ele é muito legal mesmo ,e queria muito te conhecer.

Maria virou o rosto levemente e sorriu para ele ,depois voltou a olhar todas as coisas ali presente ao som do violão que Miguel tocava.

Mas Maria ainda pensava sobre onde a mãe dele poderia estar, e quando estava prestes a perguntar encontrou uma foto em cima do criado mudo dele.

Pegou o porta retrato com a foto de uma linda mulher loira sentada ao lado de um garotinho em um gramado ,o garotinho segurava as mãos da mulher com uma das mãos e na outra segurava uma velha bola de basquete quase tão grande quanto seu pequeno corpinho. Os dois pareciam alheios ao mundo ,sorridente e muito felizes.

Maria se sentou ao lado de Miguel com a foto em mãos ,e quando ele a viu deixou o violão de lado e se aproximou mais de sua Flor.

— Essa é minha mãe ,o nome dela é Rose. - disse encarando a foto sorridente.

— E esse ao lado dela é você? - Maria perguntou sorrindo para o menininho da foto ,Miguel acentiu. - Onde sua mão está agora?

— Eu não sei.

Ela o encarou surpresa.

— Como assim?

— Ela foi embora quando eu tinha dois anos ,simplesmente sumiu por ai. Nunca tive notícias dela. - Miguel tomou o porta retrato das mãos de Maria com calma. - Essa foto foi tirada duas semanas antes dela ir embora.

— E por que ela fez isso? - Maria estava chocada com aquela informação.

— Eu não sei ,ela simplesmente foi embora e me deixou com meu pai.

— Nossa ... E você não tem raiva dela? - o encarava atentamente.

Miguel a olhou e sorriu levemente.

— E por que eu teria? Ela é minha mãe ,tendo me deixado ou não ,e eu devo honrá-la. E é isso que procuro fazer todos os dias. Não tem raiva ,ela deve ter tido suas razões e eu não devo julgá-la. Só amá-la ,ela continua sendo minha mãe. - deu de ombros e colocou a foto no seu lugar.

Maria tinha uma visão muito boa de Miguel ,e uma admiração que parecia infinita. Parecia, porque naquele momento ela sentiu essa admiração triplicar de tamanho. Ele era totalmente incrível ,e o pensamento de que Mike ficaria feliz em vê-la ao lado daquele cara veio a sua mente e encheu seu coração.

Naquele exato momento ,Maria teve uma espécie de clique em sua cabeça e tudo ficou claro. Ela tinha total certeza de poderia falar sobre absolutamente tudo com Miguel. Ele também tinha problemas .Ele era real! Ele era seu grande amor...

— Miguel ,eu quero te levar em um lugar .


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Notas finais do capítulo

ei ei ei ,espero que tenham gostado e cometem muito muito!
desde já agradeço a todos que sempre comentam e SUPER agradeço a todas as recomendações, vocês não sabem como me sinto feliz. E provavelmente no próximo capítulo vamos saber o que aconteceu com a família da nossa linda Maria Flor.

boa noite meu amores e que Deus abençoe a todos sempre e sempre!