– Você sabe que eu sempre estarei te esperando para cantarmos juntos nos sonhos - ele sorriu com aquele sorriso que só ele mesmo sabia dar, parecendo que iluminava a sala. Eu sorri de volta e peguei em suas mãos.

– Você sabe que eu também - eu ri - Eu também estarei te esperando para cantarmos juntos nos sonhos.

Ele me abraçou e ficamos assim por um bom tempo. Nesse momento eu senti que era amor, que nós havíamos sido feitos para ficarmos juntos. Não havia mais nenhuma dúvida.

– Você é muito tonta, Violetta - ela murmurou para si mesma - Como você pode escrever uma bestice dessas?

Fazia cerca de duas horas que Violetta estava no aeroporto esperando seu voo para Madrid. Como não tinha nada para fazer, acabou decidindo ler seu antigo diário, que por incrível que pareça ainda carregava para todos os lugares. E então havia achado esse momento que havia sido tão importante para ela. O momento em que ela havia decidido com quem ela queria ficar.

– Eu não acredito que eu perdi meu tempo para anotar isso - ela bufou - Eu não acredito que metade do meu diário fala sobre o Leon!

– Castillo? O que diabos você está fazendo?

Ela fechou o diário com rapidez, assustada, e virou-se. Soltou um suspiro aliviado ao ver que era Clarice.

– Vejamos só! - Clarice arrancou o diário de suas mãos, sem deixar tem para Violetta ter uma reação - O que temos aqui?

– Clarice, isso é pessoal - ela levantou-se e deu seu melhor sorriso falso.

– Não me importa - Clarice sorriu de volta. - Vou ficar com isso até você aprender a responder quando eu te chamo.

– O que? - ela sacudiu a cabeça.

– Faz mais de dez minutos que eu estou te chamando e você não responde - Clarice revirou os olhos. - E eu não vou ser ignorada.

– Você não é minha mãe pra tomar as coisas de mim - ela tentou pegar o diário de volta - Muito menos quando é uma coisa particular.

– Mas eu sou sua chefe. - ela sorriu e sentou-se. - Pegue suas coisas. Embarcamos em três minutos.

Violetta foi até suas bagagens pisando duro. Jogou seu casaco em seu colo, tirou a passagem da bolsa e pegou a fila de passageiros para entrar no avião.

Clarice a espiou por cima do ombro. Assim que percebeu que Violetta não a olhava mais, pegou o celular e discou um número.

– Alô? - uma voz do outro lado da linha disse

– Quem é?

– Claro que sou eu, Ludmila, quem mais seria? - Clarice revirou os olhos - Clarice? - ela respondeu.

– Olha que bonitinha! - ela falou irônica - Ela sabe reconhecer a voz das pessoas! Ludmila bufou do outro lado da linha.

– Você me ligou para falar um “Oi”? Jura mesmo?

– É claro que não, eu não perderia meu tempo com isso - Clarice riu - Te liguei para falar que seu plano está dando certo. Eu já estou com o diário da Violetta em mãos.

Ludmila riu.

– Clarice, meu amor, se você perder esse diário vai desejar nunca ter nascido - Ludmila ameaçou

– E se você não me pagar eu conto todo o plano para a Violetta.

– Não se preocupe, eu vou te pagar - Ludmila sorriu - O importante é que agora eu saberei todos os segredos de Violetta Castillo.

"Última chamada para o voo 1269 com destino a Madrid”.

– Preciso ir - Clarice espiou mais uma vez por cima do ombro - Te espero no aeroporto para te entregar o diário. Ela desligou e dirigiu-se para junto de Violetta.

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– Nós já vamos embora, papai? - Letícia perguntou para Leon enquanto tentava colocar uma mochila nas costas

– Sim. Espere, nós estamos aqui? Não, deve ser... - ele murmurou para si mesmo enquanto olhava no mapa da cidade, tentando entender onde estava - Não, não, é aqui!

– Nós estamos perdidos, papai? - ela cutucou sua perna

– Escuta aqui, ninguém está perdido - ele coçou a cabeça - Espere... é aqui... Taxi!

O veículo parou perto do acostamento e eles entraram.

– Para onde querem ir? - o motorista perguntou

– Aeroporto - Leon respondeu, ainda tentando entender aquele maldito mapa - O mais rápido possível, por favor, estamos um pouco atrasados para nosso voo. -

Nós já vamos voltar pra casa?! - Letícia choramingou - Mas nós não tivemos nem tempo de entrar no nosso quarto do hotel!

– Letícia, quer parar? - ele ajeitou Chris em seu colo - E não, nós não vamos pra casa.

– Então pra onde nós vamos, papai? - O motorista riu.

– Para Madrid - ele sorriu - E agora chega, fique quietinha até chegarmos no aeroporto.

Ela riu sapeca e recostou-se no banco do carro.

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–Violetta! - Diego abraçou-a enquanto acariciava seu cabelo

– Que saudades Diego! - ela sorriu enquanto retribuía o abraço.

Os dois ficaram ali por um bom tempo, até Diego interromper.

– Violetta, eu achei que nós dois havíamos voltado - ele a encarou, sério

– Mas nós voltamos! - ela franziu a testa - Por que está dizendo isso?

– Se nós voltamos, por que você trouxe o Leon?

Diego apontou por cima do ombro de Violetta e ela virou-se para ver. E lá estava ele, desembarcando do avião, cheio de malas e com duas crianças.

– Eu não acredito que ele veio - ela cobriu o rosto com as mãos - Diego me desculpe, por favor, não era para ele...

– Não tem problema - ele acariciou seu cabelo - Faça o que tem que fazer e depois me encontre.

– Me espere aqui, por favor, eu vou lá fora tentar me esconder para ele não me ver, já volto. Não acredito que ele veio!

– Tudo bem, te espero aqui - ele sorriu e ela correu para fora do aeroporto

Infelizmente, Leon a viu.

– Violetta! - ele gritou e correu até Diego - Oi Diego, tudo bem? - ele disse ainda olhando para Violetta, que se distanciava

– Por acaso você sabe que eu e a Violetta voltamos? Então não se atreva a... - Diego começou uma discussão

– Aqui, tome conta da Letícia e do Chris e segure as bagagens, é só um minutinho - ele o cortou, jogou tudo em seu colo e correu em direção a porta

– Mas o que...? - Diego olhou para baixo, tentando entender o que estava acontecendo.

– Violetta, me espere! - Leon gritou - Preciso falar com você!

"Essa não" ela pensou "Ele está chegando. Droga".

– Vilu, precisamos conversar - ele parou arfando a seu lado.

– Não temos nada que conversar - ela continuou andando. - Tudo o que nós tínhamos, acabou. Se me dá licença, eu tenho coisas para fazer.

– Não! - ele barrou-a, sorrindo - Nós podemos até achar que acabou, mas você sabe que ainda nos amamos. Por favor, me de mais uma chance.

– É claro que não - ela bufou - Não depois de você ter beijado a Camila e ainda ter mentido para mim.

– É verdade - ele insistiu - A culpa foi do Broduey, ele estava com outra menina e a Camila, você sabe como a Camila é, ela...

– E você continua mentindo! Eu não acredito que já me apaixonei por você. Eu não acredito que eu perdi tanto tempo com você! Eu espero que você apodreça em Buenos Aires - ela cortou-o e voltou a andar, sem olhar para onde ia

– Violetta! - ele gritou - Cuidado!

Ela ignorou-o revirando os olhos e continuou andando. Logo sentiu que alguém a empurrava e caiu no chão em seguida. Um estrondo tomou conta do aeroporto.

Violetta levantou-se depressa e virou-se para ver o que havia acontecido. Um homem estava caído no chão, atropelado. Uma coisa que devia ter acontecido com ela, mas ele a salvara. Não demorou nada para lágrimas quentes brotassem em seus olhos.

E sim, aquele homem, obviamente, era Leon.