Eternally Forbidden escrita por Ivie Constermani


Capítulo 12
11. Um convite vem a calhar


Notas iniciais do capítulo

Hey hey gente linda da minha vidaaa! Demorei a postar né? Foi porque eu escrevi dois capítulos. Boa leitura!



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Enid acordou na segunda-feira com uma forte dor de cabeça. Foi difícil se levantar, porque a cama e o corpo dela estavam há tanto tempo juntos - desde a volta dela para casa, no sábado - que pareciam apenas um indivíduo.
Rosana bateu na porta do quarto dela com cada de mãe preocupada.
- Enid? - Ela chamou e adentrou. - Está se sentindo melhor, querida?
Ela não estava. Sua cabeça e articulações doíam, as pálpebras estavam pesadas e ela tinha a sensação de areia nos olhos e estava com torcicolo. Mas ela mentiu, assentindo.
- Oh, meu bem... - Rosana a abraçou carinhosamente. Enid precisou se controlar para as lágrimas não escorrerem. - Tem certeza de que vai para a escola?
A última coisa que Enid queria fazer era ir para a escola e ser obrigada a ver Evan. Desde sábado ela esteve chorando, lamentando e tendo pesadelos. Disse para mãe que era gripe, porque os sintomas eram parecidos - febre, dor no corpo, enxaqueca. Mas tudo era resultado da choradeira histérica que ela teve durante esses dias.
Ela não sabia qual seria a própria reação ao ver Evan. No estado doentio que ela se encontrava ela podia chorar, ou gritar, ou ter um ataque de pânico, ou apenas abraçá-lo e dizer que tudo vai ficar bem. Mas ela precisava ir porque Dany e Gabe - principalmente Gabe - iam notar a falta dela e ir em sua casa.
Então ela fingiu que estava bem, se levantou e tomou um banho quente. Vestiu a primeira roupa que viu no armário e prendeu o cabelo num rabo-de-cavalo bagunçado. O resultado foi terrível. Vendo o reflexo de si mesma no espelho, Enid teve que admitir que estava parecendo um zumbi. Olheiras enormes em volta dos olhos, a pele num tom próximo só cinza e vermelhidões espalhadas pelo corpo (causadas pelo mal jeito que ela dormiu). Ela mal tomou café da manhã. Até Karl notou que ela estava horrível e disse que ela estava da cor do lápis de cor prata dele! Pelo estado dela Lion se viu na obrigação de levá-la para a escola.
E lá não foi diferente. As pessoas a olhavam com pena - e algumas com nojo. Ela tentou parecer normal, andando em um passo só para longe deles, indo para o jardim. Lá tinham uns casais dando amassos nos arbustos mas eles estavam ocupados demais para notá-la. Ali ela tentou se manter ocupada, observando as árvores, lendo livros de trás para frente, observando as nuvens e tentando montar figuras com elas, mas seu graças a Deus quando o sinal tocou e ela teve que entrar porque as nuvens estavam formando asas de anjos.

As aulas foram um sacrilégio. Enid teve que responder as perguntas repetitivas do tipo "você está doente?" ou "o que há de errado com você?". E durante todo esse tempo Enid conseguiu fugir de Dany e Gabe. E Evan.
Ela ficou escondida pelos cantos, à espreita, fugindo de qualquer garoto ou garoto loiro, ou que usava óculos, ou de olhos azuis escuros.
Na hora da saída ela se escondeu atrás de uma vã de um dos garotos nerds do 3° ano, esperando o ônibus da escola. Ficou ali por pelo menos três minutos, até a vã sair do lugar sem ela perceber e fazê-la cair de bunda no chão na frente de umas trinta pessoas.
Ela ignorou as risadas constrangedoras que vieram de todos os lados e juntou os livros do chão, e quando se virou viu pés com tênis All Star roxos purpurinados que ela podia reconhecer em qualquer lugar ou em qualquer ocasião.
Gabe a ajudou a se levantar, e a fuzilou com os olhos. As vaias continuaram a todo volume. Enid corou, sentindo-se uma idiota e com vontade de chorar. Ela quis morrer, mas tudo o que ela fez foi correr. Ela ouviu Gabe a chamando, ouviu as vaias se calando até silenciar.
Ela correu pelo jardim, dando voltas. Depois se jogou num canto, deixou as lágrimas rolarem suavizando a dor e a vergonha que sentira.
Enid ficou ali por alguns minutos, até adormecer.

- Quer conversar?
Enid inspirou o cheiro de café que vinha da caneca que estava entre suas mãos. Dany a achou dormindo sob o carvalho do jardim e a levou para casa.
- Não sei o que dizer - ela admitiu, bebendo dois goles. - Quero dizer, se você pudesse entender...
Dany a observou. Enid queria contar tudo a ele. Dizer o que estava sentindo, contar sobre o segredo de Evan e contar sobre toda aquela história sobre anjos caídos e nefilins. Mas ia ser mais uma prova de que ela é louca.
- Você gosta do Evan - ele concluiu.
Enid suspirou. Não havia mais como negar. Estava estampado na cara dela com uma placa de neon. Pelo menos era assim que ela via. Então ela apenas assentiu.
- Eu sabia... - Dany disse com a voz tão baixa que Enid mal pode ouvir.
Ela pensou que ele ia fazer todo aquele grande discurso sobre ele não merecê-la mas ele apenas entrelaçou os dedos atrás da nuca e respirou fundo.
- E o que você vai fazer? - Dany perguntou e fitou Enid. - Vai contar para ele?
- Não. Não sei ainda o que vou fazer. Agora... Agora eu só quero ir para casa. Me leva?
Dany hesitou antes de assentir. Enid se despediu da sra. Fells, que estava preocupada com Enid, mas ela disse que foi apenas um mal-estar e a mãe de Dany não fez mais perguntas.
Enid andou ao lado de Dany o curto percurso que levava da casa dela à dele. Estava bem tarde, quase 19h e Enid já sabia da bronca que ia levar. Ao chegar na rua de sua casa, Dany a parou.
- Ah, eu liguei para a sua mãe e disse que você tinha passado mal e eu a levei para casa - disse ele.
Enid mal sabia como agradecer Dany. Ele era o melhor amigo que alguém poderia ter, e ela se sentia especial por ter ele como melhor amigo.
Para agradecer ela o abraçou com força, apesar de estar um pouco fraca. Dany devolveu o abraço com mais força, levando-a do chão. Enid o beijou na bochecha e sem querer encostou na boca dele. Dany a soltou, sem graça, e sendo muito fofo, beijou a bochecha dela de volta.
- De nada... - disse ele com a voz trêmula, fazendo Enid rir.
E como era bom rir de novo!

Enid faltou a escola na terça-feira por insistência da mãe, e passou o dia inteiro lendo e vendo History Chanel na tevê.
A aparência dela tinha melhorado bastante. A pele ganhou um tom rosado, o cabelo estava menos rebelde, as olheiras sumiram. Ela havia voltado ao normal. Pelo menos na aparência.
Mas seu coração ainda estava destroçado. O pior foi que Evan a ligou durante o dia todo - 57 chamadas perdidas, no total. Ela não atendeu nenhuma. Quanto mais ela ignorasse, melhor seria para ela esquecer.
Na quarta-feira ela já se sentia melhor. A mãe a liberou para ir à escola. Enid quis mostar que ainda estava viva, então vestiu uma blusa vermelho vivo de ceda, uma saia de pregas preta que ela nunca havia usado na vida - presente da rua paterna que usava roupas curtas e comprou uma saia de 2 palmos para ela -, jaqueta de couro, tênis All Star preto e o cabelo solto, com as ondas ruivas caídas pelas costas. Caprichou no lápis de olho preto e gloss rosado.
Na escola ela estacionou o carro na vaga de sempre e ficou do lado do carro observando as pessoas que a fitavam preocupadas e surpresas como se nada tivesse acontecido.
- Fiu-fiu! - Gabe brincou, chegando perto da amiga e fazendo ela girar, avaliando. - Uau! Quem é você e o que fez com minha "best"?
Enid riu, e se recompôs depois assumindo a postura inabalável.
- Sou eu. Só de roupa novas. - Enid disse.
- Bem, já que você está de novo look e virou uma "fashionista" eu estou te convidando a fazer comprar comigo e umas outras meninas no shopping. Você vai? - Gabe encostou-se no carro.
- E por que vocês vão ao shopping?
- Helô-ô? Baile de Despedida ao Inverno? - Gabe estalou os dedos no rosto de Enid. - Precisamos de vestidos.
- Ah.
Enid não pretendia ir a esse baile. Ninguém a convidou e ela não queria convidar ninguém. Mas ia ser legal ir ao shopping, só para espairecer.
- Ah, diz que vai, Eny! - Gabe implorou. - Quero a sua opinião sobre o vestido!
- Eu vou. Que horas será?
Gabe sorriu de orelha a orelha. O sinal tocou e ela arrastou Enid até a escola.
- Às 17h, depois da escola! - Gabe sorriu e parou para olhar a amiga. - Não sei que Enid é você, mas espero que fique para sempre.

Enid teve que fugir de Evan o dia inteiro. Ela a cercou em todas as partes - nas aulas, intervalo, almoço - e Enid se viu segura apenas no banheiro feminino.
Na hora da saída ela precisou ir à biblioteca para pegar um livro para a aula de literatura.
Lá também era um lugar onde ela podia se sentir segura. Evan fugia de bibliotecas. Então ela procurou o livro calmamente.
- Sabia que ia te encontrar aqui.
Enid ignorou aquela voz e continuou olhando para as prateleiras empoeiradas, procurando pelo livro.
- Enid olha para mim!
Ela sentiu as pernas vacilarem. Mas ela ia ignorar. Precisava ignorar. E ignorou. Até ele segurar o braço dela e dar um solavanco tão forte que a fez girar 180° e parar a centímetros.
Os olhos azuis escuros de Evan cintilaram ao encontrar o de Enid. Ela resistiu, desviando o olhar para o chão, mas Evan levantou a cabeça dela com mais um solavanco.
Ele parecia com raiva. As sobrancelhas juntas e curvadas na direção do olho, o nariz inflado, os lábios comprimidos num biquinho enrugado. Enid demorou-se demais fitando a boca, o que fez Evan perceber que ela não ia mais o ignorar.
- Oi - foi a primeira coisa que ele disse, deixando Enid com vontade de rir. - Eu sei que você sabe daquilo.
O humor de Enid se foi. Evan precisava mesmo falar naquilo?
- Eu sinto muito - disse ele. - Eu gostaria de explicar agora que finalmente consegui sua atenção, mas não é o lugar certo.
Enid assentiu. Evan a soltou e a marca dos dedos dele ficaram nos braços dela, avermelhados.
- Então eu queria um tempo amanhã, para convencer com você - ele continuou.
Enid balançou a cabeça suavemente, negando, parecendo orgulhosa.
- Não posso. Vou fazer compras para o baile com Gabe.
Evan levantou as sobrancelhas, surpreso.
- Ah, então você vai ao baile? - Ele pareceu irritado. Com... ciúmes. - Com quem?
Enid não tinha um par. Mas naquele momento ela quis ir, só para fazer Evan morrer de ciúmes.
Santa hora que Mac chegou! Ele atrapalhou a conversa, aproximando-se de Enid e dando dois beijos nas bochechas dela.
- Oi princesa - disse ele, segurando a mão de Enid.
Ela viu os olhos de Evan fuzilando a mão de Mac entrelaçada a dela, e achou aquilo hilário. Enid não foi a única a perceber.
- Eu tô atrapalhando alguma coisa? - Mac perguntou oscilando o olhar entre Enid e Evan.
- Sim! - Disse Evan rispidamente.
- Não. - Enid retrucou. - Eu já indo mesmo.
Evan a encarou perplexo e irado.
- Ah, que bom! - Mac a olhou nos olhos. - Eu quero te perguntar uma coisa, princesa.
- O quê? - Enid sorriu.
- Você quer ir ao baile comigo?
Enid levou as mãos ao coração, fingindo estar lisonjeada.
- Claro! - Ela disse olhando mais para Evan que para Mac. - Eu adoraria.
- Ótimo. Vamos?
Enid assentiu, pegou o livro que queria e saiu da biblioteca, deixando Evan estarrecido.
Tirando o fato de ter que ir ao baile com Mac, ela estava adorando aquela brincadeira. Principalmente porque Evan estava morrendo de ciúmes.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comenta aí gente! E se gostarem mesmo da fic, façam uma recomendação. Eu agradeceria muuito!
Se quiserem eu posto o outro capítulo hoje!



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