Eternally Forbidden escrita por Ivie Constermani


Capítulo 11
10. Quem procura acha




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Enid tivera aquele pesadelo novamente. Quinta vez naquela semana. E agora ele parecia mais um sinal. Ele gritava: fique longe de Evan.
Mas ela não conseguia. A curiosidade era tanta que ultrapassou o medo das consequências. Ela já estava envolvida demais nisso, e era tarde demais para desistir.
Enid esteve na biblioteca a manhã inteira, pesquisando em todos os livros que falavam sobre... anjos. Anjos caídos. Foi isso que Evan disse. Parecia maluquice, mas Enid não conseguia tirar essa coisa da cabeça. E no fundo do seu âmago ela sabia que era verdade. Uma cruel verdade.
Após o almoço voltou lá, dizendo a mãe que estava curiosa sobre um livro. Lá ela perguntou à bibliotecária onde estavam os livros sobre anjos. Haviam muitos. Tantos, vários nomes e cores. Mas o que mais lhe interessou estava muito alto, na última prateleira.
- Quer ajuda?
Enid sobressaltou-se. Vine Cipriano ergueu um braço e tirou o livro da prateleira e leu a capa antes de dar a ela.
- "A Queda dos Anjos", Enid? - Ele levantou as sobrancelhas. - Desde quando se interessa por esses assuntos?
Enid recuperou-se rapidamente e pegou o livro. Ela olhou nos olhos de Vine, os belos olhos escuros. Ela estava decidida a tirar dele toda a informação que precisava sobre Evan.
- Desde que fiquei sabendo de algumas coisas - ela tentou ser inabalável como Evan. - Você gosta desse tema? Anjos?
Vine deu de ombros.
- É uma curiosidade universal. Quem não se interessa em descobrir quem são eles? Quanta é a sua glória? - Vine enrugou a testa e apontou para o livro. - Mas anjos caídos? Por que escolheu as piores espécies para pesquisar?
Enid sorriu de leve.
- Pior espécie? - Ela mostrou-se confusa. - O que você sabe sobre eles?
Vive se sentou numa cadeira ali perto e puxou outra para ela. Enid sentou-se ali e olhou para ele. Ele estava com um chapéu de couro marrom, roupas formais e sapatos de couro de cobra.
- Sei que eles fizeram algo ruim, porque foram expulsos do céu - respondeu ele, enfim.
- Algo ruim? Por que fizeram isso?
- Parece estupidez, mas os anjos tinham inveja de nós, mortais.
Enid já sabia disso.
- Sei dessa história. Sei que alguns deles caíram por sua inveja. Mas quero saber o que acontece com eles quando caem.
Vine fitou a janela atrás de Enid, pensativo. O sol apareceu naquele sábado, derretendo parte do gelo. Algumas pessoas se atreveram a tirar seus casacos, mas ainda estava frio.
- Eles viraram as criaturas mais temidas pelos mortais e se juntam ao primeiro anjo caído, Lúcifer. - Vine disse calmamente.
Enid sentiu medo. Onde sua curiosidade havia a levado! No momento parecia até melhor pensar que Evan era envolvido apenas com bandidos.
- Demônios - ela concluiu, fingindo estar controlada.
- Bom, pelo menos parte deles. - Vine parou de olhar a janela e olhou para Enid. - Outros apenas ganharam um corpo humano e habitam a Terra peça eternidade.
Enid pensou nesses anjos e lembrou-se do que lera naquela manhã.
- E Nefilins? O que são?
Vine inspirou fundo e pegou o livro da mão de Enid. Ele folheou enquanto falava.
- Bem, Nefilins são a criação se dá de uma relação entre Anjo Caído e Humano.
Enid sentiu a pele gelar. Então anjos expulsos do céu tinham filhos? Tinham bebês com humanos? Vine percebeu a confusão e pavor nos olhos de Enid e decidiu explicar.
- Quando um anjo cai e não vai para a Morada de Lúcifer, ele um um corpo humano. E como humano ele têm necessidades básicas, como comer, dormir e satisfazer seus prazeres. E eles não têm limites! Após provar e gostar de algo, eles vão querer mais e mais. Você compreende?
Enid assentiu. Ela mal conseguia imaginar os monstros que eles se tornavam. Então ela sentiu pena de Evan.
Ele foi um fruto de um anjo caído, de um suposto "abuso sexual" para satisfazer a vontade de um demônio. Agora ela entendia a raiva que ele sentia pelo pai - se é que pode chamar uma criatura tão cruel de pai (soava como um insulto).
- Nefilins são humanos. - Vine continuou, ignorando a cara de pavor de Enid. - Bem, mais humanos que... anjos. Mas são imortais.
Enid engoliu em seco. Então Evan era imortal?
- Imortal? Tipo, eterno? - Ela perguntou.
- Não exatamente. Eles envelheceram até certa idade, mas armas, nem doenças e nem velhice podem matá-los. - Vine explicou pacientemente. - Mas, diferente dos anjos caídos eles sentem dor. Eles podem sentir, ter emoções. E amar.
Enid o encarou. Naquele momento ela soube que Vine sabia o que ela descobrira. Sabia que esse tempo todo ela estava falando sobre Evan, perguntando por causa dele. Então ela tomou coragem para prosseguir.
- Evan.. - ela começou, mas foi interrompido.
Vine arrastou a cadeira para trás, fazendo um som alto e consequentemente Enid pulou de susto na cadeira. Ele ajeitou a roupa e o chapéu na cabeça e levou o livro para o lugar na prateleira, e simplesmente andou até a saída.
Enid pegou o casaco e a bolsa e correu atrás dele. Vine não podia ir embora e deixá-la cheia de dúvidas.
- Espere! - Ela pediu, mas ele a ignorou. Na porta da biblioteca Enid segurou o braço dele, fazendo-o parar. - Não pode simplesmente ir e me deixar aqui curiosa. Eu preciso saber sobre o Evan.
Vine suspirou e continuou fitando a rua. Depois de segundos ele fitou Enid nos olhos, de um jeito tão apavorante que a fez se encolher. Os olhos escuros dele brilharam de raiva, pena e misericórdia.
Finalmente ele cedeu, puxando-a pelo braço e levando-a para uma rua vazia. Ele a segurou próximo ao corpo, como se quisesse protegê-la.
- Ah, menina, você está se arriscando demais se envolvendo com Evan. - ele continuou fitando-a nos olhos, vendo toda a inocência e pureza de Enid. E vagarosamente a fúria sumiu, dando lugar a uma misericórdia miserável. - Precisa se afastar.
- Preciso saber. - Enid retrucou. - Vine, por favor, conte-me. O que Evan é? Quem é o pai dele?
As lágrimas umideceram os olhos de Enid. Ela agora podia sentir, no fundo do coração, o real sentimento dela por Evan.
- Por favor... - ela implorou.
- Se realmente quer saber, pergunte a ele. Não direi mais nada para prejudicá-la. - Vine a soltou e secou a lágrima que escorreu dos olhos de Enid e sorriu. - É um erro amá-lo.
No fundo Enid sabia. Sabia que estava se mentindo com criaturas terríveis, maldosas, que podiam matá-la. Mas ela estava tão envolvida...
- Eu sei - disse ela. - Mas não sei como me afastar.
Vine alisou o cabelo dela e com um sorriso, partiu.

Sozinha, ali, pensando Enid tomou uma decisão.
Ela ia se afastar. Era mais saudável para ela. Porque era um erro amá-lo. Mas ela já estava amando.


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Notas finais do capítulo

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