Ainda A Única escrita por woozifer


Capítulo 17
Anfiteatro


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se houver erros.



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Minha respiração começou a desregularizar quando a ponta do seu nariz começou a passar lentamente no meu pescoço.

Chace depositou um beijo abaixo da minha orelha e eu crispei os lábios para não deixar um suspiro escapar.

Sua mão que estava em minha boca saiu de minha boca e eu a senti deslizar pelos meus braços até seus dedos estarem entrelaçados nos meus, uma de suas mãos ainda estava me abraçando pela cintura, seus lábios ainda exploravam meu pescoço, e eu continuava arrepiada.

- C-Ch-Chace – gaguejei e ele riu com os lábios ainda de encontro a minha pele  - Pare com isso.

- Porque? Você parece gostar – disse ele passando para o outro lado do meu pescoço, deixei um resmungo prazeroso escapar dos meus lábios quando ele beijou meu pescoço, tentei me soltar mas ele me manteve ali.

- Para, sério – pedi e me contorci até ele me soltar, Burns me soltou relutante e meus olhos já estavam adaptados a escuridão o suficiente para eu distinguir sua silhueta ali.

- Tudo bem. – falou ele frustrado, então vi o branco de seu sorriso na escuridão – Estava fugindo de mim Amélia?

- Hm... Que lugar é esse? – falei tentando mudar o assunto, ele gargalhou.

- Te falo quando me responder se estava fugindo de mim.

- Talvez – admiti baixando o rosto e sentindo minhas bochechas corarem.

“Deve estar tão escuro que ele nem deve estar me vendo enrubescer, ufa”.

- E estava fugindo de mim, porque?

- Porque eu não queria te encarar – admiti e mordi o lábio.

- Porque? O que eu fiz? – perguntou confuso.

- Nada. – suspirei levei minha mão esquerda até meu cotovelo direito, com o braço direito ainda estendido – Já te respondi, agora me diga onde estamos.

- No anfiteatro – falou e ouvi um “plec” então as luzes se acenderam.

Meus olhos demoraram um pouco para voltar a se adaptar a luz, quando voltaram pude ver os acentos vermelhos e estofados espelhados pelo lugar, tinha centenas deles ali, e lá na frente tinha um grande palco com cortinas vermelhas abertas que iam do teto e se arrastavam no chão, e cobriam toda a parede que estaria ao lado do palco.

Em cada fileira de cadeiras estofadas tinha um degrau, portanto as cadeiras perto de onde eu estava eram as mais altas do lugar, e as mais perto do palco eram as mais baixas.

- Gostei daqui – admiti esquecendo momentaneamente minha conversa com Chace.

- Eu gosto desse lugar. – falou ele meio mal humorado e me indicou o palco, então começamos a andar naquela direção, e já tínhamos descido três dos... quinze degraus dali, quando ele falou – Me diz o que eu te fiz para estar fugindo de mim.

- Nada Chace, de verdade – falei olhando para o chão de carpete cinza escuro.

- Não foi nada Amélia, se fosse você não teria fugido de mim, me diz, por favor.

- Não foi nada...

- Amélia – seu tom era o mesmo de alguém agonizado, o olhei, ele me olhava a procura de respostas enquanto descia os degraus, e parecia que minha negação em lhe responder o que ele queria o transtornava.

Baixei o olhar e comecei a resmungar baixo, sozinha, até que por fim falei alto para ele:

- Estava... Confusa.

- Com o que? – perguntou ele hesitante.

- Com essa... Situação.

- Qual exatamente?

- Isso... Você, eu... Tudo o que aconteceu ontem e hoje de manhã... – não terminei a frase, eu não sabia se o magoaria lhe dizer que minha real confusão interna era o fato dos sentimentos, tanto meus quanto dele.

- Ah... Me desculpe por ter te beijado hoje e ter gerado toda aquela confusão com a Shirley.

- Está tudo bem, é só que... Me pegou de surpresa.

- Você ficou constrangida. – disse ele. Não era exatamente aquilo, mas dei de ombros mesmo assim. Estávamos em frente as poltronas e ao palco, sem mais degraus. – Me desculpe então, prometo não te beijar mais...

- O quê? Não, espera, não é isso que... – comecei a falar rapidamente e o olhei, Chace me olhava de sobrancelhas arqueadas e sorriu malicioso. Olhei pro chão de novo e sentia que tinham ligado o sol nas minhas bochechas, tampei o rosto com as mãos e falei com o rosto ainda tapado – Droga Chace, para com isso.

- Isso? – indagou ele.

- É, isso de me fazer corar todo o tempo... E dizer coisas idiotas, não é legal.

Ele riu e eu senti até minhas orelhas ficarem vermelhas.

Senti algo em minha cintura, que identifiquei serem suas mãos, e senti a proximidade de seu corpo.

- Ok, vamos fazer assim então, não te beijo mais em público pode ser?

- Isso vai me fazer corar menos, Chace. – falei com o rosto ainda tapado, ele riu e beijou minha testa.

Tirei as mãos do rosto e pelo fato de eu estar praticamente colada em Chace, minhas mãos ficaram apoiadas em seu peito, e pude sentir e ouvir quando sua respiração começou a acelerar aos poucos, mas não demonstrei que havia notado isso.

Olhei sua boca a poucos centímetros das minhas, e então seus olhos, as grandes orbes azuis me olhavam nos olhos, de uma forma que não consegui desviar o olhar, e tudo o que pude fazer foi fechar os olhos quando senti seus lábios tocarem os meus gentilmente, nosso selinho se transformou num beijo calmo e doce, e quando nossos lábios se afastaram e eu abri os olhos para vê-lo, Chace ainda me olhava de uma forma gentil.

- Tudo bem, aceito sua oferta – falei levando minhas mãos de seu peito para seus ombros.

- Minha oferta? – falou de sobrancelhas franzidas como se estivesse acabado de esquecer o que falou.

- É, de não me beijar... Publicamente – falei sentindo minhas bochechas voltarem a corar.

- Ah – ele riu e me deu outro selinho – tudo bem então, sem beijos publicamente... Que horas são?

Olhei em meu relógio.

- Uma e meia. – respondi e voltei a olhar pra Chace, novamente seus olhos estavam grudados em meus lábios, revirei os olhos e me desvencilhei dele, mas continuei perto – Você tem que para com isso, sério.

- Você tem que começar a falar de uma forma mais clara – disse ele com os olhos ainda pregados nos meus lábios, eu estava começando a enrubescer só por seu olhar.

- Estou falando dos meus lábios, você tem que parar de ficar olhando desse jeito pra eles.

- Porque? – disse Chace e me olhou sorrindo de um jeito maroto.

- Porque sim! – falei exasperada e me distanciei mais dele.

Comecei a voltar para os degraus na intenção de voltar ao corredor e ir a cantina.

- Espera! – pediu e segurou minha mão, mordi o lábio e o olhei, ele me olhava ainda sorrindo, mas não daquela fora “vou te importunar até você virar um tomate” – Vamos terminar de conhecer o anfiteatro, e além do mais, ainda temos meia hora.

- Ah sim, meia hora. – falei suspirando e fui em direção ao menino dos olhos azuis – Estou com preguiça de ir para a aula de desenho.

- Eu não estava falando em meia hora para as aulas adicionais, Amélia – falou ele baixo e pegou minha mão enquanto me guiava para o canto das cortinas vermelhas.

- Não? – indaguei confusa.

- Não, eu prometi não te beijar em público e bom... Não tem ninguém aqui – disse ele baixo e mordi o lábio.

- Se for tentar usufruir livremente de minha boca pela próxima meia hora, Chace Burns, eu vou embora – ameacei e ele suspirou, então empurrou a cortina e uma porta branca apareceu.

- Eu não ia tentar fazer isso, Amélia Crawford, só estava falando que ainda temos meia hora, e que entre esses trinta minutos...

- Vinte e cinco – corrigi ao olhar meu relógio.

- Vinte e cinco – se corrigiu e continuou o pensamento de onde eu havia interrompido – para te beijar, sei lá, uma vez... Ou duas...

Eu ri e balancei a cabeça, então entramos na portinha que Chace abriu.

Era uma sala grande, no canto tinha uma escada de madeira que nós subimos até estarmos no palco.

De cima do palco o anfiteatro parecia ainda maior, e o palco parecia gigantesco dali.

- Essa sala é usada pra quê? – perguntei andando até o meio do palco e olhando tudo acima de mim.

Havia colunas horizontais espalhadas pelo teto, em algumas delas havia baldes de diversas cores e tamanhos perdurados, holofotes também tinham por ali.

- Anúncios do diretor, palestras, e quando não é usada para nenhuma dessas coisas, é usada pela turma do teatro – respondeu meu... Amigo?

- As aulas adicionais de teatro são dadas aqui?

- É, e as vezes eles se reúnem com a turma do coral e fazem musicais, é bem legal.

Sorri imaginando novamente Zac Efron e Vanessa Hudgens andando e cantando por ali e acabei rindo de meus pensamentos ainda olhando para o teto.

- Um beijo pelos seus pensamentos – disse Chace e baixei a cabeça para olhá-lo, ele estava ao meu lado.

- Estava pensando que esse lugar é muito parecido com o colégio do High School Musical – falei e aquilo soou tão bobo quando dito em voz alta que eu comecei a rir, Chace me acompanhou.

- Ah, aqui foi usado pelo pessoal do High School Musical em algumas cenas realmente – disse ele e eu o olhei, séria.

- Jura?

- Sim, nos orgulhamos disso. Conheço o Zac, a Vanesa, a Ashley e acho que quase todo o resto do elenco. – disse ele dando de ombros – Agora você tem seu beijo para receber.

Sorri e então ele me beijou, quando nos separamos eu resmunguei:

- Acho que estamos ficando muito melosos.

- Não vamos poder nos beijar na frente dos outros, então o que importa se nos beijarmos e formos melosos quando estamos sozinhos? – falou depois de me soltar e passar um braço em volta do meu ombro. Então ele suspirou e bagunçou os cabelos castanhos – Não sei como vou falar isso pro Logan.

- Isso o quê? Sobre nos beijarmos e tal? – ele assentiu – E você vai falar isso pro Logan?

- Ele é meu melhor amigo desde criança, e mesmo que eu não fale, ele já percebeu que estamos tendo algo.

Mordi o lábio e olhei o longe.

“Estamos tendo algo, mas o quê?”

- É – foi tudo o que eu disse.


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Notas finais do capítulo

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