Ainda A Única escrita por woozifer


Capítulo 14
Cinco perguntas


Notas iniciais do capítulo

Chamelia s2

Desculpe se houver erros.



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Quando emergi ajeitei meus cabelos os mergulhando na água e olhei em volta à procura de Chace, ele havia sumido e eu não podia ver seu corpo abaixo da água de onde estava.

Então meu pé foi puxado e eu só tive tempo de prender a respiração antes de cair de costas na água, abri os olhos embaixo da água e vi Chace me puxando pelo pé, ele estava agachado, me puxando pelo pé, depois panturrilha, coxa, então me segurou pela cintura e sorriu para mim debaixo da água, sorri para ele também, coloquei minhas mãos em seus ombros e seu aperto em minha cintura se afrouxou, então o empurrei para baixo, pegando impulso e fui para a superfície, respirei e milésimos depois sua cabeça apareceu sobre a água, um sorriso maroto nos lábios rosados e carnudos, os cabelos castanhos caindo nos olhos azuis.

Mordi o lábio quando o vi se aproximar, então me afastei nadando em direção à margem, depois me levantei e caminhei para fora da água, ouvi o barulho quando ouvi ele se levantar da água também e me seguir quieto.

- Vamos comer – decretou, concordei e nos sentamos na toalha xadrez, lado a lado, ele cruzou as pernas e eu flexionei os joelhos enquanto o observava colocar a comida sobre a toalha, havia uma pequena torta de morango, sanduiches naturais, de manteiga de amendoim, de geléia, dos dois misturados, e metade da cesta servia como térmico, lá dentro tinha gelo, garrafas de suco e refrigerantes.

Quando pensei que tudo tinha acabado, Chace tirou cachos de uva, um pote de morango e maçãs.

- Você, meio que exagera num piquenique não acha? – comentei, mas ainda assim peguei um sanduíche natural.

- Gosto das coisas bem feitas – falou ele dando de ombros e pegou um sanduíche também.

Quando terminei meu segundo sanduíche, ele propôs:

- Vamos fazer um jogo?

- Vamos, qual? – falei batendo uma mão na outra para limpa-la das migalhas de pão.

- Cinco perguntas. Eu faço cinco perguntas, você responde todas, você me faz cinco perguntas e eu respondo todas.

- Ok.

- Eu começo. – falou ele e começou o jogo – Sua fruta preferida?

- Morango.

- Sua cor preferida?

- Vermelho.

- Seu livro preferido?

- A culpa é das estrelas.

- O que mais sente falta na sua cidade natal?

- O café de lá, era muito bom – falei e ele riu.

- Ultima pergunta: Quando foi a ultima vez que beijou?

“Cara-de-pau você hein amigo?”

Mordi o lábio pensando o que responder, por fim inventeri mil histórias, mas acabei contando a verdade.

- Nunca beijei – falei baixo e baixei o olhar para minhas mãos.

- Você... Tá... Falando sério?- disse ele pausadamente, ergui os olhos para Chace, ele me olhava incrédulo, como se não pudesse acreditar naquilo.

- Hm, sim, os meninos nunca devem ter me visto como alguém beijável – falei e balancei a cabeça enquanto o riso idiota escapava dos meus lábios em forma de suspiro.

- Eles devem ser todos uns idiotas então, porque você é beijável – disse ele e eu ri olhando para as garrafas.

Peguei uma garrafa de suco e a abri, depois de uns goles falei:

- Minha vez de fazer as perguntas.

- Ok.

- Tem animais de estimação?

- Tenho um cachorro.

- Qual o nome dele? – perguntei empolgada, e Chace esqueceu o episódio “menina do interior que nunca beijou”.

- Wil.

- Wil é nome de gente... Enfim, qual a cor dos seus olhos?

- O quê? – disse ele rindo, dei de ombros e bebi mais suco.

- Nunca sei se seus olhos são azuis ou verdes.

- São azuis.

- Já amou?

- Não.

- Já se apaixonou?

- Sim.

- Quando?

- Só me apaixonei duas vezes, quer saber a primeira ou a mais recente?

- Mais recente.

- A mais recente aconteceu a cinco dias atrás.

- E você continua apaixonado? – perguntei curiosa, e ele balançou a cabeça sorrindo.

- Já foi suas cinco perguntas, minha vez. Dia do seu aniversário?

- Dezessete de Outubro.

- Está perto então! – ele se empolgou e eu assenti – Uma música?

- Little Things.

- De quem?

- One Direction.

- Você curte One Direction? – disse ele incrédulo.

- Não exatamente, sonhei com essa música – deixei escapar e mordi a língua, ele sorriu abertamente. Provavelmente conhecia a música.

- Qual foi seu sonho de ontem a noite?

“Fudeu, acabou tudo irmão, acabou vida, acabou amizade ou o que quer que eu tenha com Chace, acabou tudo, vou fugir pro Tibete”.

- Não lembro – menti e ele ergueu as sobrancelhas.

- Como sabe que o One Direction estava no meio então?

- Já foram suas cinco perguntas, Chace. Sou eu agora.

- Não! Como assim acabou minhas perguntas? Eu só fiz três perguntas!

- Não fez não, você me perguntou se eu gostava de One Direction, e me perguntou se era a Little Things do One Direction, contou como pergunta!

- Não contou não! Você está roubando!

- Claro que não estou!

- Está sim! Você não sabe brincar!

Revirei os olhos e continuei a beber meu suco enquanto ignorava suas reclamações, depois de um tempo ele parou de reclamar e fomos nadar.

Nadamos por muito tempo, então acabamos ficando sentado em um dos “bancos submersos” do lago, em silêncio por um tempo, até Chace dizer:

- Sim.

- Sim? – indaguei confusa e o olhei, o menino olhava para a água.

- A pergunta que você me fez mais cedo e eu não respondi. Sim, eu ainda estou apaixonado.

“Não tenho certeza se eu queria saber dessa, Chace”.

- Ah... Você não precisa falar comigo sobre isso, se não quiser.

- Eu não tenho com quem mais falar sobre isso, você é minha única amiga. Digo, somos amigos não somos?

- Somos, eu acho, nunca tive um amigo, mas acho que amizade é meio isso que o que temos não é?

- Acho que é... Apesar de eu não saber se quero ser só seu amigo – essa ultima parte ele sussurrou, mas eu ainda assim ouvi.

- Acha? Sua amizade com o Logan não é assim?

- O Logan é homem, é diferente, não tenho que tomar cuidado com tudo o que digo para não magoar os sentimentos dele, ou ofendê-lo sem querer, ou falar mais do que eu posso ou quero falar.

- E você tem isso tudo comigo? – perguntei o olhando.

Chace me olhou nos olhos.

- Amélia, você não faz idéia do quanto é difícil ser seu amigo.

“Legal, nem meu amigo mais você quer ser, sei que sou uma completa insuportável Chace, mas não precisava me jogar isso na cara”.

- Legal – murmurei e me levantei na pedra, então saí do lago e fui para a clareira, Chace correu atrás de mim.

- Me desculpe, não foi o que eu quis dizer. Está vendo, era disso que eu estava falando, as vezes você não compreende o que eu digo – disse ele frustrado.

- Eu já entendi que não sou uma boa companhia Chace.

- Não é isso que eu estava querendo dizer Amélia – me inclinei para pegar minha mochila mas ele segurou meu braço e me fez olhá-lo – Escuta, foi sem querer, eu não quis dizer que não quero ser seu amigo, é só que... Merda! É difícil falar.

Me soltei e vôlei a catar minhas coisas.

- Amélia, você não pode ficar brava comigo por isso, me desculpe!

Peguei minha toalha e a joguei nos ombros.

- Chega Chace, não quero mais te ouvir – falei quando ele tentou me obrigar a olhar para ele.

- Amélia, escuta eu...

- Não! – falei histérica – Não quero te ouvir, não quero! Já sei o quanto sou rejeitada, não preciso que...

Senti lábios serem pressionados contra os meus, Chace estava me beijando, seus olhos estavam fechados e ele havia me agarrado pela cintura.

Tentei me soltar, mas meu corpo me contradisse, acabei fechando os olhos e dei passagem para sua língua, e ouvi ele suspirar enquanto minhas mãos inexperientes iam de encontro o que pensei ser seu pescoço, meu estômago começou a se revirar, e meu coração se acelerou, seu beijo tinha gosto de morango, seus lábios eram quentes e gentis, e ele parecia infinitamente feliz.

Pensei que seria incapaz de parar aquele beijo, mas então o ar nos faltou e seus lábios foram afastados dos meus, ainda de olhos fechados, senti sua testa encostar na minha, e ainda podia sentir sua respiração ofegante perto de mim.

- Eu não recusei você – falou ele, então ofegou e tentou recuperar o fôlego para continuar falando, suas palavras sussurradas pareciam uma caricia em meu pescoço – eu queria te dizer que é difícil ser seu amigo – sua mão subiu da minha cintura para o meu pescoço – porque estou me apaixonando por você.

Abri os olhos de súbito e vi que ele ainda estava de olhos fechados.

Pisquei diversas vezes e fiquei paralisada.

- Você... Não sabe o que está falando, – falei vacilante, ele abriu os olhos azuis e me encarou com uma sinceridade da qual não pude duvidar – você mal me conhece.

- Sei que mal te conheço Amélia, mas sei o que sinto, sei que estou me apaixonando por você, e sei disso porque não sou do tipo que repara em cada mínimo detalhe e em cada mania de uma menina, não sou tipo observador, mas sua mania de morder o lábio me provoca, seu jeito de tirar o cabelo dos olhos me encanta, sua voz me inebria, seus olhos me afogam numa sinceridade e em uma inocência incomum, sei jeito, cada pedacinho de você me fascina, e você não tem idéia de quanto me controlei para não beijá-la, não tocá-la desde aquele dia em que você estava tremendo de frio no banco do meu carro. Você não sabe o quanto quis te provocar até ceder no dia da sorveteria, ou a fúria que cresce dentro de mim quando ouço Logan falar de você, ou te tocar, quase pulo no pescoço do meu melhor amigo todas as vezes que ele te abraça ou chega perto demais de você, e eu não sou o tipo de cara que procura briga. Tenho certeza Amélia Crawford, estou me apaixonando por você, cada dia mais, cada minuto mais, cada segundo mais.

Abri a boca para responder, mas não saiu nada, ele suspirou e brincou com uma mecha do meu cabelo entre os dedos, assim livrando meu pescoço se sua mão quente.

- Não estou pedindo que me retribua, não agora, você já deixou bem claro pra mim que não o tipo de garota que se encanta apenas por palavras, mas peço que não repila, que não se afaste de mim por não sentir o mesmo, só não me diga agora que não sou correspondido, por favor – pediu olhando meu cabelo em seus dedos, então me olhou nos olhos.

Mordi o lábio e ele gemeu em protesto.

- Não faz isso – pediu e eu franzi as sobrancelhas.

- Porque não? – perguntei notando que minha voz estava rouca, ele voltou a gemer baixo e fechou os olhos.

- Isso me seduz, e essa voz também.

Revirei os olhos e tentei me afastar, mas ele me puxou de volta e pressionou seus lábios contra os meus demoradamente, então me soltou e sorriu de canto, meio acanhado.

Afastei-me dele e tirei a toalha das minhas costas, então a deixei pendurada num galho baixo de uma macieira, porque meus cabelos haviam molhado grande parte da toalha.

- Isso... É esquisito – disse ele baixo.

- Isso o que? – perguntei disposta a esquecer tudo o que fizemos a meio minuto atrás.

- Isso de eu saber que fui o primeiro cara a beijar uma menina.

“Meu. Senhor. Meu primeiro beijo. Meu primeiro beijo e tudo com o que me importei foi o fato de Chace Burns estar com as mãos em mim, e se declarando para mim”.


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Notas finais do capítulo

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