Capítulo 4-

–Por que você que está nervoso? Eu que deveria estar nervosa! – exclamou Hermione, observando Jorge caminhar de um lado ao outro pela sala de espera.

–Me deixa ser nervoso, Mia. – respondeu, continuando a andar pela sala, fazendo a morena revirar os olhos.

–Primeiro filho? – perguntou uma mulher que estava sentada ao lado de Hermione, com sua barriga já com uma grande elevação.

–Sim. – respondeu Hermione.

–E ele é mais um pai coruja. – comentou rindo.

–Mas ou menos isso. – respondeu.

–Como assim? – perguntou confusa.

–Ele é o irmão gêmeo do pai da criança. – respondeu.

–E o pai?

–Foi assassinado. – respondeu, com um nó se formando em sua garganta.

–Oh, eu sinto muito. Desculpe-me por perguntar. – disse envergonhada.

–Não tem problema. É só que foi muito recente, tem apenas dois meses. Eu ia lhe contar sobre a gravidez no dia, quando recebi essa notícia.

Como estavam no mundo trouxa, Hermione tivera que inventar uma desculpa que convencesse a todos.

–Hey Mia, não chora. – pediu Jorge se agachando a sua frente, e segurando suas mãos entre as suas.

–Sou Lana. – apresentou-se a mulher que conversava com Hermione.

–Sou Jorge, e essa é Hermione. – cumprimentou Jorge.

–Sra. Lana Wright. – chamou à recepcionista.

–Foi bom te conhecer Hermione. Espero nos encontrarmos outras vezes. – disse antes de seguir a recepcionista.

–Como será que é o Fred? – perguntou Jorge.

–Pode ser Sophie. – disse sorrindo.

–Continuo achando que é Fred. – respondeu sem se alterar. – Espero que seja parecido comigo, bonitão.

–Você? Bonitão? Onde? – perguntou rindo, fazendo o ruivo ficar emburrado.

–Assim magoa. – resmungou fazendo bico. – Era para agora você dizer que me ama.

–Eu sei, mas por que eu diria? – perguntou cínica.

–Aí, depois dessa eu acho que você despedaçou meu coração. – dramatizou, pondo as mãos em cima do peito, no lugar do coração.

–Dramático. – cantarolou.

–Dramático não, magoado. – respondeu fazendo a garota revirar os olhos.

–Srta. Hermione Granger. – chamou a recepcionista após a saída do último paciente.

–Vamos Jorge. – disse Hermione, o puxando para dentro do escritório.

~*~

–E então, como foi lá? – perguntou Gina animada assim que Hermione entrou na Toca.

–Foi tudo bem. – respondeu sorrindo.

–Eu não entendi nada, só via uns borrões e um barulho estranho. – disse Jorge confuso fazendo Hermione rir.

–Esses borrões e o barulho estranho era o bebê Jorge. – respondeu ainda rindo.

–Aquilo era meu sobrinho? – perguntou confuso, e a morena concordou com a cabeça. – Esses trouxas são estranhos.

–Você que não entende, Jorge. – disse Hermione cruzando os braços.

–Bom, vamos, eu tenho que te mostrar uma coisa. – avisou o ruivo, oferecendo o braço a Hermione. – Tudo pronto, Gina?

–Tudo pronto Jorge. Harry, Rony e Luna já estão lá. – respondeu.

–Harry? Rony? Luna? Lá onde? – perguntou Hermione.

–Sempre tão curiosa. – resmungou Jorge. – Vem, se segure bem em mim. – avisou antes de girar nos próprios pés, aparatando até a casa.

–Caramba, to odiando aparatar. – resmungou Hermione, ao sentir o chão firme a seus pés.

Jorge a ajudou a sentar, lhe oferecendo um copo d’agua.

–Já estou melhor. – mumurrou Hermione o tranqüilizando.

–Mesmo?

–Mesmo.

–Então levanta que eu ainda tenho que te mostrar a minha surpresa. – avisou estendendo-lhe a mão.

–O que é? – choramingou. – Eu tenho mesmo que levantar? Eu estou com sono.

–Deixa de dengo Hermione. – gritou Rony do andar de cima.

–O Rony está aqui? – perguntou se levantando.

–Só levanta por causa o Rony, agora me senti rejeitado. – dramatizou Jorge.

–Deixa de ser dramático. – gritou Harry, pondo a cabeça no inicio da escada.

–O que vocês estão fazendo aí em cima? – perguntou caminhando em direção as escadas. – Que não estejam mexendo nos meus livros! – gritou.

–Relaxa Hermione, nos seus livros eles não tocaram. – tranqüilizou Carlinhos.

–Tudo bem, quantos Weasley estão aqui e por que vocês estão todos sujos? – perguntou terminando de subir as escadas.

–Só o Percy não está, mas mesmo assim ele nos ajudou de outra forma. – respondeu Fleur.

–E o que é que vocês querem tanto me mostrar? – perguntou entusiasmada.

–Relaxa Mione. – disseram Rony e Harry ao mesmo tempo, ambos depositando um beijo em cada lado da bochecha da morena.

–Fecha os olhos. – mandou Jorge, e a morena obedeceu, em seguida sentido ser vendada.

–Pra quê tudo isso? – perguntou rindo.

–Para deixar um clima suspense. – respondeu Carlinhos rindo.

Harry e Rony guiavam a amiga de infância pelo corredor, ambos de cada lado, enquanto Jorge ia caminhando atrás da mesma, com as mãos depositadas em sua cintura.

–O que é? – perguntou Hermione outra vez.

–Ah, cala a boca Mione. – resmungaram todos fazendo a morena rir.

–Tudo pronto, Gui? – perguntou Jorge.

–Pronto. – respondeu, parando ao lado da esposa, passando um braço por sua cintura carinhosamente.

Harry abriu a porta do quarto, enquanto Rony empurrava Hermione até o meio do quarto e Jorge tirava sua venda.

–Caramba! – exclamou Hermione. – Eu não acredito que vocês fizeram isso.

–E você duvidava que faríamos, Mione? – perguntou Rony.

–Assim você fere nossos sentimentos. – completou Harry.

–Tem um certo quatro olhos querendo roubar o meu lugar. – comentou Jorge, fazendo todos rirem.

–Mas como vocês fizeram um quarto de menino se nem sabemos o sexo ainda? – perguntou virando-se para os Weasley e Harry.

–Por isso mesmo que não fizemos só esse quarto. – respondeu Carlinhos, fazendo a morena arregalar ainda mais os olhos já arregalados.

–Vocês não fizeram isso! – exclamou olhando para todos, procurando algum sinal de brincadeira, mas não encontrando nenhum.

–Mas, deve ter custado muito caro!

–A maior parte foi do Harry e do Jorge, mas ajudamos em algumas coisas também. – comentou Fleur.

–Merlin, vocês são loucos. – disse rindo, com os olhos cheios de lágrimas, antes de abraçar os dois bem forte.

–Vamos lá, Mia. Agora o quarto da menina foi completamente decorado pela Fleur e a Gina. – comentou Jorge, passando um braço por sua cintura, a levando para o quarto em frente.

–Meu Merlin! – exclamou com as lágrimas finalmente rolando por seu rosto. – Muito obrigada. – disse abraçando a ruiva, para em seguida abraçar a loira.

–Que bom que gostou Hermione. – disse Fleur sorrindo.

~*~

–Aí meu Merlin. Vocês são um bando de loucos. – suspirou Hermione, jogando-se no sofá da sala.

–Você também não é a Senhorita Sanidade, Mia. – disse Jorge rindo, sentando-se ao seu lado com um balde de pipoca e copos de refrigerante flutuando atrás de si.

–Continuam sendo loucos. – disse Hermione, tomando o balde de pipoca de Jorge e dando play no filme.

–Ainda não sei por que não comprei essa tal de TV antes. – comentou Jorge.

–Por que você não é nada sem mim. – brincou Hermione, jogando um punhado de pipocas no ruivo.

A cada parte do filme, Hermione se escondia mais ainda atrás de Jorge, que ria tanto do filme, quanto de Hermione.

–Isso não tem graça, Jorge. – resmungou Hermione, escondendo o rosto em seu pescoço.

–Ah, Mia. Tem sim. – respondeu ainda rindo. – Como é que você derrota Voldemort e tem medo de um filmezinho besta como esse?

–Porque eu assisti a esse filme antes de conhecer Voldemort. – resmungou, se escondendo mais ainda.

–Mia, relaxa. – tranqüilizou o ruivo puxando-a para sua frente.

–Me deixa ser medrosa em paz. – pediu escondendo o rosto em uma almofada.

–Tem medo e ainda escolhe o filme, só você mesmo. – comentou em tom de negação.

Continuaram a assistir o filme, melhor dizendo, Jorge continuou a assistir o filme, enquanto Hermione se escondia mais ainda em seu colo.

–Pronto. Acabou. – anunciou Jorge desligando a TV.

–Ainda bem. – comemorou, jogando-se no chão outra vez. – Hm, Jorge. – chamou meio incerta.

–Oi?

–Você poderia fazer uma coisa para eu comer? – perguntou ainda incerta.

–E o que seria?

–Eu to com vontade de Sushi. – respondeu sorrindo marota.

–Mas, eu não sei fazer isso.

–Vai comprar, moramos num bairro trouxa, esqueceu?

–Não me diz que começou aquela fase dos desejos estranhos. – pediu Jorge, enquanto vestia um casaco.

–Eu acho que sim. – disse rindo. – Agora vai logo.

~*~

–Voltei. – anunciou Jorge entrando em casa, mas apenas encontrou tudo em silêncio.

Caminhou até a cozinha, deixando a sacola com a comida lá e voltou para a sala, onde encontrou Hermione dormindo no tapete do mesmo jeito em havia deixado.

–Hermione. – chamou sentando-se ao seu lado. – Mia. – chamou outra vez.

–Me deixa dormir, infeliz. – resmungou fazendo o ruivo rir.

–Mia, eu trouxe o que você pediu.

–Agora eu não quero mais, me deixa dormir.

–E você vai dormir no chão da sala? – perguntou rindo, mas não recebeu resposta, percebeu que ela já dormira outra vez.

Ainda rindo, pegou-a no colo e subiu as escadas, colocando-a na cama, cobrindo-a e depositando um beijo em sua testa.

–Fica. – pediu Hermione sonolenta, segurando a mão do ruivo ao tentar sair do quarto.

–Mas...

–Por favor. – Jorge não conseguiu resistir a essa carinha dela e deitou-se ao lado da morena, puxando-a para um abraço.

–Obrigada. – mumurrou contra o pescoço dele. – Te amo.

Jorge olhou espantado para a morena, mas percebeu que ela já dormia.

–Também te amo, Mia. – sussurrou, acariciando os cabelos de Hermione, antes de ele mesmo dormir.