[Bella]

Edward havia acabado de sair para ajudar sua irmã com alguma coisa. Eu queria saber o que tinha acontecido, mas quando ele fez careta eu percebi que não era nada de grave. Alice havia feito suspense o dia inteiro sobre sua conversa com Jasper no dia anterior, assim como eu fiz com a minha com Edward. Eu sabia que ela tinha alguma coisa para contar, e eu não. Apenas que ele tinha me dado o melhor abraço da minha vida. Eu sabia que ela não queria contar por que ele sempre estava por perto, ou por que sempre tinha alguém junto. Então assim que Edward saiu de casa, eu peguei o telefone e liguei para ela.

O telefone tocou por algum tempo, até que Ana atendeu com uma voz cansada e preguiçosa. Olhei no relógio, mas não era muito tarde, então talvez eu não tenha acordado ninguém. Pedi para falar com Alice, e em menos de um minuto ela já tinha atendido ao telefone toda alegre.

-Bellinha... –ela falou toda contente.

-Alice, e ai... Conta. –eu pedi com uma voz melosa. Ela deu risada.

-o que eu vou falar? –ele ficou em silêncio por algum tempo. –você sabia que ele joga tênis desde que tinha dez anos? E que ele adora jogar xadrez? –eu franzi a sobrancelha. Não é muito comum achar alguém que gosta de jogar xadrez.

-sério? –eu perguntei ainda surpresa. –o que mais ele falou?

-ele me contou sobre seus pais. Acredita que eles adotaram Edward, Jasper e Rosalie quando eles já eram grandinhos? Enquanto todos queriam bebês, eles optaram por adotar crianças já grandes. Isso não é um amor? –eu ergui as sobrancelhas.

-Nossa. Isso é... Muito bom. –ela concordou.

-ele ainda não sabe exatamente o que quer fazer, mas pensa em alguma coisa como filosofia ou alguma coisa desse jeito. –ergui as sobrancelhas mais uma vez.

-ele deve ser muito inteligente.

-muito. E Edward também é. –ela falou dando um risinho. Eu não consegui controlar o sorriso bobo que se formou em meu rosto.

-claro que é. –se ele é o oposto de Mike, então ele era muito inteligente. –mas... Ele te chamou para sair?

-hm, bem... –ele pensou por um momento. –não, mas ele falou que ira a festa na sexta, então nós precisamos fazer comprar urgentemente e você precisa de um vestido descente. Já pensou em trocar suas calças jeans por algumas saias? Ficaria muito bem em você. –eu ri.

-eu concordo em ir fazer compras com você, se você prometer não me sufocar de roupas nos provadores. –ela riu. –mas, ele não tentou te beijar ou alguma coisa assim?

-ele é tímido Bella, e eu não tenho pressa. –eu revirei os olhos. Eu realmente acreditava naquilo, Edward havia me contado da timidez do irmão.

-ele parece ser tímido sim. –eu concordei, lembrando novamente do abraço que Edward havia me dado.

-e o Edward, Bella?-apenas ouvir o nome dele já fez com que um sorriso nascesse em meu rosto. Nessa hora Mike passou por mim com uma sobrancelha erguida. Qual era o problema dele?

-o que tem ele? –eu ainda sorria para o nada.

-como foi quando vocês foram embora? –eu sabia que se ela estivesse perto estaria revirando os olhos.

-ah, agente conversou um pouco, só isso. –eu sabia que ela não ia se contentar, mas eu queria fazer um suspense.

-você gosta dele? –aquela pergunta fez minha barriga gelar.

-ah Alice... Sei lá, ele é querido, inteligente, amável e encantador, mas eu não sei... –ela me cortou.

-e você está caidinha por ele. –ela riu, e eu fiquei muda, esperando por uma resposta. –ah, qual é Bella? Desde quando você descreve uma pessoa como “amável e encantadora”? Você falaria que ele é um “palerma” – eu ri. Claro que ela estava certa, ela me conhecia melhor do que eu mesma.

-talvez você... –ela riu.

-é claro que eu estou certa. –ela riu mais um pouco.

-Alice, você acredita que ele me pediu um abraço? Ele me abraçou! Eu nem acredito, se não tivesse acontecido comigo eu diria que tinha sonhado. –ela ficou muda por algum tempo.

-você... Está... Brincando? –ela falou devagar. E eu neguei. –AAAAAAAH. Não acredito. Bella não é por nada, mas ele é O pedaço de mau caminho inteiro... –eu ri. –você abraçou Edward Cullen. Eu nem posso acreditar...

-nem eu. –eu falei ainda rindo.

-mas... –nessa hora minha mãe chamou para jantar.

-Alice, eu preciso desligar. Amanha agente se fala. –Eu suspirei.

-NÃO, NÃO ME DEIXA ASSIM... Certo. Até amanha. –eu desliguei o telefone e corri para a cozinha.

Mike ainda parecia estar de mau-humor, olhando com cara feia para o prato. Minha mãe ergueu a sobrancelha para mim, e eu dei de ombros. Eu não tinha idéia do que poderia ter acontecido com ele, eu apenas sabia que ele tinha voltado para casa na noite anterior de carona com Lauren. É claro que isso seria um motivo para eu me jogar de dentro do carro ou alguma coisa assim, mas o Mike? Não. Ele ainda gostava dela, eu podia ver isso.

Eu terminei de comer, e ajudei minha mãe com a louça. Edward ainda não havia chego. Eu me joguei no sofá para assistir TV com meu pai, que estava concentrado no programa de pesca no mar. Por que ele assistia isso eu não fazia idéia, mas ele fazia isso todas as noites.

Eu estava até me divertindo, vendo aqueles pescadores profissionais caindo na água e falando alguma coisa sobre “esse peixe ser maravilhoso”. Não que eu entendesse alguma coisa sobre peixe, na verdade para mim todos eram iguais. Tinham um rabinho, duas nadadeiras, dois olhos e uma boca...  Resumindo: para mim, peixe é tudo igual. Meu pai se levantou do sofá assim que o programa acabou. Eu decidi ficar mais um pouco, estava completamente sem sono. Coloquei no canal de filmes e estava passando Lassie. Eu só não sabia se era o um, o dois, ou o mil, mas ainda era Lassie. Acabei pegando no sono ali mesmo. Emmett também não havia chego. Eu não sei o que aconteceu. Uma hora Lassie estava correndo pela grama e, de repente, eu estava abrindo os olhos no meu quarto. Eu sabia que tinha dormindo na sala, mas como eu havia chego ali, na minha cama era um completo mistério para mim. Eu comecei a pensar se talvez eu tivesse ido e não me lembrava, mas descarei logo essa opção. Meu sono era pesado demais para eu ter acordado.

[Edward]

Eu saí da casa de Mike e fui para a minha, onde Rosalie me esperava com algum bicho que não a deixava dormir. Eu até podia imaginar o bicho que era. Talvez uma borboleta que entrou sem querer em casa, ou talvez um grilo. Eu dirigi devagar, não estava nem um pouco ansioso por ter que matar uma barata ou alguma coisa desse tipo. Eu ainda estava me lembrando do “se cuida” que Bella havia me falado. Isso significava que ela se importava comigo afinal? Eu sorri como um bobo.

Eu estacionei na frente de casa e corri para a porta da frente. Ótimo, pelo menos não tinha carro de ninguém na frente de casa. Eu abri a porta e notei a bagunça que estava na sala. Eu dei de ombros, ela teria que arrumar tudo sozinha mesmo. Eu olhei para a sala e Rose não estava lá.

-Rose, eu cheguei. –eu gritei para ela. Demorou um ou dois minutos, mas de repente eu ouvi o barulho de alguém correndo no andar de cima. Ela correu, depois desceu as escadas de dois em dois degraus e se jogou nos meus braços.

-Edward, ainda bem que você chegou. –eu revirei os olhos.

-onde está o dragão Rose? –ela apontou pelas escadas, e eu subi.

Eu fui andando para o quarto dela, onde ela havia indicado que o bicho estava. Eu entrei devagar, e a primeira vista não parecia ter nada de diferente. Eu parei no meio do quarto e olhei em volta, depois lancei um olhar interrogativo para ela.

-ele tava fazendo um barulho enorme agora mesmo. –ela falou, e só então notei as olheiras fundas em volta de seus olhos.

Pedi para que ela fizesse silencio. Depois de um ou dois minutos de silencio mortal, eu consegui ouvir um barulhinho que vinha de algum lugar do quarto. Eu revirei os olhos. Esse era o barulho infernal? Eu fui em direção ao barulho e Rosalie me parou.

-Edward esquece isso. Vamos chamar os bombeiros. –eu olhei para ela incrédulo.

-não vou chamar os bombeiros para matar uma barata Rosalie. –ela arregalou os olhos.

-desde quando barata faz tanto barulho? –ela cruzou os braços na frente do peito.

-desde quando barata se mexe. –ela bufou, e eu voltei para o barulho.

O barulho vinha de debaixo de um monte de almofadas. Eu fui andando, com um chinelo na mão, mesmo com Rosalie reclamando, e tirei as almofadas do caminho. Eu dei dois pulos para trás. Não era uma barata porcaria nenhuma, era um rato. E um rato enorme. Rosalie gritou e saiu correndo. Eu estava começando a repensar o caso de ligar para os bombeiros. O rato quando viu que tinha sido descoberto, saiu correndo também.

O rato correu para fora do quarto, e para a alegria da minha irmã, seguiu os passos de Rosalie. Ele correu para a suíte dos meus pais enquanto Rosalie saia correndo de lá. Eu corri com o chinelo na mão, mesmo não sabendo o que faze com ele naquele caso. O rato estava no meio do quarto tentando achar algum lugar para se esconder, enquanto Rosalie gritava igual uma louca na porta. Eu corri para abrir a porta da sacada, e depois fui dando leves tapinhas no rato, para que ele saísse por lá. Eu levei o rato até a beira da sacada e depois o joguei de lá. O rato simplesmente se ajeitou e saiu andando, como se não tivesse caído de uma altura de dois metros e meio, quase sente atropelado por um carro enquanto atravessava a rua.

Olhei para Rosalie e ela estava com as pernas bambas. Não demorou mais de meio minuto para ela cair sentada no corredor. Eu sentei na cama dos meus pais, suspirando aliviado pelo bicho ter ido embora.

-desde quando você cria ratos no seu quarto? –eu perguntei, tentando que ela saísse do transe. Ela se levantou e correu para me abraçar. Todo aquele sentimentalismo por que eu a salvei de um rato? Talvez Bella tivesse um rato no quarto dela também...

Rosalie me agradeceu e me chamou para fazer companhia para ela no jantar. Eu aceitei, já estava meio tarde para jantar com a família de Mike. Para minha alegria ela pediu pizza. Eu já estava com minha cota de comida queimada estourada por causa de Bella. Quando terminamos de lavar louça eu voltei para a casa de Mike, vendo que já estava um pouco tarde.

Quando entrei na casa, resolvi correr para o quarto. Já era um pouco tarde e não queria perturbar o sono de ninguém. Mas quando eu vi a luz da televisão ligada e alguma coisa que dizia “não Lassie, não” eu fui para a sala, e vi que Bella estava dormindo no sofá. Eu me aproximei dela, e parecia que estava dormindo profundamente. Eu ajoelhei ao lado do sofá e coloquei a mão no seu rosto. Ela era muito mais bonita do que eu tinha imaginado. Pele branca como neve, cabelos escuros e lábios rosados. Eu sorri para a imagem a minha frente.

-Bella. –eu sussurrei, mas ela nem se mexeu. Tentei mais uma, duas, três vezes, mas ela não acordava. Ouvi o barulho de alguém entrando, mas não prestei muita atenção.

-mas que droga é essa? –Emmett perguntou, me fazendo dar um pulo. Eu suspirei em alivio, era apenas o Emmett.

-Emmett. Bella está dormindo aqui na sala, me ajuda acordá-la para ela ir para a cama.

-cara, quando ela dorme não tem cristo que a acorde. Acredite. –eu fiz uma careta. Eu queria que ela acordasse, para que eu pudesse olhar nos seus olhos mais uma vez.

-então me ajuda levá-la para o quarto. –ele me olhou incrédulo.

-eu bebi, não vou conseguir levá-la. –eu revirei os olhos. Claro que eu não queria que ele a levasse.

-eu levo. –eu ele correu para o meu lado, enquanto eu pegava Bella no colo.

-Ei pivete... Ela é MINHA pentelha, cuidado. –ele me lançou um olhar que eu acho que era para me por medo, ou alguma coisa do tipo.

Emmett foi abrindo as portas para que eu passasse o que fez com que eu pudesse olhar apenas para Bella enquanto ela dormia. Emmett bufava vez ou outra, mas não era o suficiente para que me fizesse parar de olhar para ela. Ela estava linda, com o pijama de vaca e totalmente adormecida em meus braços. Emmett tirou todos os livros e cadernos que estavam espalhados pela cama, e eu a deitei delicadamente. Eu sabia que ele ainda estava parado na porta esperando para que eu saísse, mas, no entanto, alguma me impedia. Eu fiquei ali, olhando para ela tão calma e meiga. Eu me abaixei até o seu ouvi, onde eu sussurrei. “boa noite, e eu gosto de você”. Talvez emmett tenha ouvido, por que ele me olhava com uma cara totalmente assassina. Mas ainda assim, eu beijei de leve seus lábios, esperando não a acordar.

Eu empurrei Emmett para fora do quarto, por que sabia que a qual quer momento começaria a dar um ataque de irmão mais velho. Ele me fuzilou com os olhos, ele cruzou os braços sobre o peito.

-to de olho pivete! –ele me falou, e eu não pude evita de dar um sorriso torto para ele.

 -é... –eu tentei falar, mas ele me cortou.

-eu até acho você legalzinho e tal, mas ela é minha pentelha. –ele apontou o dedo para mim e eu sorri. Típico ciúme de irmão mais velho.

-eu gosto dela. –eu admiti olhando para o chão, notando o peso que aquelas palavras tinham.

-como se eu não tivesse percebido. –eu ri. –vai dormi menino. –eu sorri mais uma vez e fui em direção ao quarto de Mike, e ele se virou para ir para o dele.

-Emmett? –ele se virou para mim, e eu sorri mais uma vez.