Apenas por Hoje escrita por caroline_03


Capítulo 2
Capítulo 2: Primeiro dia




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Eu marchei pelos corredores, com os olhos fixos na porta branca que logo eu arrombaria. Alice corria atrás de mim, tentando me acalmar. Eu bati na porta, jurando para mim mesma que eu não arrancaria a cabeça do meu irmão. Mike não abriu a porta, invés disso ele apenas gritou: “sai daqui!” eu ignorei os gritos e bati mais uma vez e com mais força. Ele resmungou alguma coisa ininteligível.

-MIKE SWAN, SE VOCÊ NÃO ABRIR ESSA PORTA AGORA EU JURO QUE TE JOGO PELA JANELA! –eu gritei, na esperança que dessa vez ele sentisse minha fúria e abrisse a bendita porta. Funcionou, por que ele logo abriu uma fresta da porta e, com apenas um olho, ele olhou para mim.

-o que você quer? –ele resmungou. Quando eu percebi que ele ia fechando a porta, eu coloquei o pé para segurar.

-ISSO É SEU! –eu gritei, jogando o lápis com uma cueca na cara dele. Ele arregalou os olhos erguendo as sobrancelhas. – E É BOM QUE VOCÊ PINTE MINHA PAREDE, POR QUE SE NÃO, VOCÊ É UM PALERMA MORTO! –eu bufei, Alice arregalou os olhos e colocou a mão no meu ombro.

-todo esse escândalo por que eu esqueci uma cueca no seu quarto? –ele franziu a testa.

-NÃO. TODO ESSE ESCANDALO POR QUE MINHAS PAREDES ESTÃO MANCHADAS DE MARROM! –ele arregalou os olhos, provavelmente se lembrando do que tinha acontecido com minhas paredes.

-para de gritar, não é nada. E nem foi eu que fiz isso! –ele ergueu as sobrancelhas, e piscou duas vezes. Sinal de mentira confirmado.

-AMANHA VOCÊ PODE DAR ADEUS A SUA VIDA! –eu coloquei o indicador em sua cara e me virei, voltando para meu quarto imundo. Alice me seguiu em silencio, ainda sem acreditar no que estava acontecendo.

Entramos em meu quarto, e eu tive a nítida impressão de que tinham passado aromatizante de ambientes ali. Alice me olhava como quem tentava prender o riso. Eu ergui as sobrancelhas, e ela se jogou na cama gargalhando. Eu a olhava sem entender, mas acabei rindo também da baixinha que se contorcia em minha cama. Eu acabei cedendo minha cama para ela dormir, e me aconcheguei no sofá cama que minha tinha comprado para ocasiões como essa.

Quando acordamos, ainda tínhamos muito tempo para a aula começar, então tomamos café com bastante calma. Mike ainda não me encarava, para falar a verdade, ele não ficou do meu lado menos de dois minutos. Eu simplesmente ignorei, quando chegasse da aula eu teria uma conversinha com minha mãe sobre isso.

Alice estava empolgada como sempre. Pediu para escolher minha roupa e até me maquiar, mas eu neguei a ajuda, pois já conhecia minha prima o suficiente para saber que ela me transformaria em uma Barbie. Eu vesti minha calça jeans velha, uma camiseta qual quer, tênis e deixei os cabelos soltos. Ela me olhava dos pés a cabeça, provavelmente pensando em me levar para fazer algumas compras mais tarde.

Fomos para o colégio com o carro do Mike, Alice gritava cada vez que ele deixava o carro morrer. Ela se segurava no banco e sua cara estava completamente apavorada. Mike parecia muito tranqüilo para quem tinha duas meninas apavoradas dentro do carro. Eu olhava para seu rosto enquanto ele cantava “The Wonders”.

Well I try and try to forget you girl    
But it's just so hard to do.
Every time you do that thing you do!”

“bem, e eu tento e tendo te esquecer garota

Mas isso é tão difícil de fazer

Toda vez que você faz essas coisas que você faz ”

Eu apenas revirava os olhos, ele conseguia ser mais desafinado que o Emmett quando ele queria ser desafinado. Ele parecia estar alheio a nossa presença, eu mandava olhares interrogativos para Alice o tempo inteiro. Desde quando meu irmão canta assim? E ela dava de ombros, também confusa. Quando finalmente nós chegamos ao colégio nós nos jogamos para fora do carro, como se a qual quer minuto aquilo pudesse explodir. Mike ergueu as sobrancelhas para nós.

-já posso mandar trazer a camisa de força Bella? –ele gargalhou.

-não estou precisando Mike, mas se você quiser usar fique a vontade, e é bom aprender a dirigir por que sinceramente parece que você dirige um ônibus, ao invés de um carro. –eu dei um sorriso irônico para ele e virei, olhando para a escola que eu voltaria a freqüentar. Eu sabia que a essa altura Mike provavelmente estaria bufando de raiva e estaria pensando em fazer alguma coisa comigo. Por um momento eu imaginei se ele já tinha passado da fase de colar nas costas das pessoas papeis escritos “me chute” ou “me bata”. Isso era uma das lembranças mais claras que eu tinha do meu irmão na escola. Essas atitudes de Mike que sempre me fizeram negar que ele era meu irmão. Quando alguém vinha e perguntava “você é a irmã gêmea do Mike?” eu negava até a morte. É claro que minha farsa sempre era descoberta quando liam meu nome inteiro na relação de alunos.

Alice me acompanhou até minha primeira aula. Inglês. Ia ser fácil, mas muito entediante. As aulas se arrastaram e eu pensei que realmente dormiria na aula de cálculos. Algumas pessoas vinham falar comigo, me perguntavam sobre a Alemanha e quando eu tinha chego. Outras realmente não gostaram de me ver, como por exemplo: Lauren, que teve um caso com meu irmão um pouco mais de um ano antes. Ela me odiava depois do incidente em que grudei chiclete em seu cabelo. Mas o que eu podia fazer? Foi sem querer e eu também pedi desculpas depois. Tudo bem foi totalmente de caso pensado. Mesmo com Alice me repreendendo, na aula de biologia – que Lauren sentava na minha frente – eu colei meu chiclete em seu cabelo. Ela teve que cortar em um corte bem curto, e me fuzilava com os olhos toda vez que me via desde então.

Quando minha aula terminou, Alice foi me buscar para irmos almoçar. Eu andava olhando para as novas pessoas que entraram no colégio desde que eu tinha ido. Não parecia ter muitas pessoas diferentes, para falar a verdade eu tinha a impressão que eu via os mesmos rostos desde que nasci. Sentamos em uma mesa no refeitório, e eu podia ver meu Mike conversando com alguém lá fora. O menino era mais alto que Mike e parecia mais forte também – o que não era muito difícil, já que meu irmão parecia uma vareta – a luz do sol refletia em seus cabelos, e de onde estava parecia avermelhado, quase um tom acobreado. Ele usava uma camiseta preta e jeans. Eu não reconheci o menino, deveria ser um novo amigo que meu irmão fizera. Dei de ombros, para estar andando com meu irmão deveria ser tão idiota quando ele.

Senti que Alice ficou rígida ao meu lado. Eu virei e vi que estava corada e olhando para sua bandeja fixamente. Eu ergui uma sobrancelha para ela, e olhei em volta para ver se tinha acontecido alguma coisa. Ela ainda olhava para a bandeja a sua frente, e respirava rápido. Eu cheguei mais perto e ela me olhou de canto de olhos.

-qual o problema? –eu perguntei erguendo mais uma vez a sobrancelha.

-Jasper Hale. –ela falou baixo para que apenas eu ouvisse. Na nossa mesa estava apenas eu, Alice, Angela Weber e seu fiel namorado, Ben Cheney. Foi o que sobrou do grupo que formávamos alguns anos antes. Eu ergui mais uma vez a sobrancelha para Alice e olhei em volta confusa.

-Hein?

-ali Bella, na mesa da frente. –então eu olhei e o vi. Ele parecia ser bem alto, com os cabelos cor de mel levemente enrolados. Seus olhos eram de um tom de verde curioso. Então ele era o motivo de Alice ter ficado assim?

-qual o problema? –eu sussurrei.

-nenhum. –ela engoliu em seco. Era mentira dela, eu podia ver em seu rosto. Então a fixa caiu. Alice nunca ficava envergonhada, isso só podia significar uma coisa.

-você gosta dele. –eu falei um pouco mais alto sorrindo.

-shhhhh. –ela fez para mim. –fala baixo, quer que ele escute o quão louca é você? –eu revirei os olhos.

-certo.

Finalmente a aula terminou. Deixamos Alice em sua casa, e Mike dirigiu como um louco mais uma vez. Eu estava começando a ficar louca com o dom de dirigir do meu irmão. Como meus pais deixavam que ele sequer colocasse a mão no carro? Ele estava bem tranqüilo cantando, novamente, e se mexendo de um lado para o outro. Será que ele estava namorando escondido? Mas eu comecei a rir sozinha. Quem, em sã consciência, o namoraria? Ele percebeu minha risada e ergueu uma sobrancelha que eu ignorei totalmente.

Minha mãe tinha preparado o jantar. Sentamos a mesa e esperamos que ela nos servisse como ela sempre fazia questão de fazer. Meu pai me perguntou como tinha sido meu primeiro dia de aula e eu respondi animadamente que tinha sido bom. Eu estava animada demais, então ele logo percebeu a mentira e riu. Quando estávamos todos sentados na mesa, meu irmão começou no nada com o assunto mais inesperado do mundo.

-Mãe, pai, eu vou posso passar uns dias na casa do Edward? –meus pais ergueram as sobrancelhas, enquanto eu me perguntava quem era Edward.

-porque querido? –minha mãe perguntou.

-os pais dele vão viajar esse final de semana e vão passar algumas semas fora. –ele deu de ombros.

-ele vai ficar sozinho? –meu pai perguntou curioso.

-sim, o irmão dele vai para a casa de um amigo. –eu estava mais perdida do que chocolate em maionese.

-nesse caso, chame o para passar uns dias aqui. –minha mãe propôs. – ficaram apenas vocês dois lá e aqui tem bastante gente, nós ficaríamos mais seguros. Não conseguiria ficar tranqüila sabendo que vocês estariam sozinhos naquela casa. –Tem gente até de mais. Eu quis responder. Ótimo, agora alem de ter que agüentar meu irmão, eu ainda teria que agüentar outro palerma. O que mais poderia acontecer?

-vou falar com ele amanha então. –Mike disse com a boca cheia. Se eu tivesse mais uma criatura dessas na minha frente, eu passaria a comer no meu quarto.

-na casa de que amigo Jasper vai passar? –meu pai perguntou curioso. Jasper? Acho que isso poderia ser útil para uma amiga minha.

-na de um menino que eu não conheço, parece que é do time de tênis. –Mike deu de ombros. Time de tênis? Certo.

Então eu teria apenas mais alguns dias de liberdade, até minha casa ser invadida por um amigo idiota de Mike. Eu esperava que até lá o cheiro de tinta já tivesse passado. Quando eu contei para minha mãe sobre as paredes do meu quarto, ela fez Mike ir até a loja de tinta e comprar perfeitamente o tom de azul que elas eram antes. Ele teria que as pintar antes do final de semana, já que seu amigo viria para nossa casa. Eu sumi e me joguei na cama, olhando demoradamente para minhas paredes. Uma meio pintada, e as outras ainda manchadas. Meu deus, como eu pude ser gêmea, justo daquela coisa? Eu me perguntava sempre.

 

 


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