Remember Me escrita por SweetBia, Anaísis


Capítulo 7
Estarei sempre ao teu lado...


Notas iniciais do capítulo

Oiii
Antes de me começarem a atirar com facas, pedras e tudo o que tiverem à mão, deixe-me pedir desculpa pelo capitulo mas a criatividade não me estava a ajudar nada e tive que o escrever aos bocadinhos para que saisse algo de jeito.
Mas como dizem, ano novo vida nova e com isto quero-vos dizer que em 2014 postarei mais regularmente os capitulos, por favor não abandonem a fic nem deixem de comentar.
Deixando-nos de rodeios, aproveitem a vossa prenda de natal atrasada.
Boa leitura



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No capítulo anterior
– Nhão, eu nhão quelo po favoe. implorou enquanto soluçava.
– Agora, já é tarde de mais.
E com um sorriso maquiavélico Maria começou a aproximar-se de Bella com passos lentos de modo a poder apreciar mais um pouco o pavor que envolvia a jovem menina que, muito em breve, veria a sua vida ter um fim.
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No silêncio da madrugada um barulho atemorizante foi ouvido, fazendo as cabeças de todos os homens ali presentes se virarem para o sítio de onde provinha o som. O barulho escutado não era habitual da floresta, não era normal ouvir-se o grito assustado de uma criança no meio da floresta.
O som teve um efeito paralisante em todos os homens, mas num mais do que nos outros. Nos seus pensamentos Jasper rezava para que o grito, por si reconhecido, fosse apenas fruto da sua imaginação. Não, não podia ser verdade, aquela não podia ser o grito da sua irmã, aquele som não podia ter escapado dos lábios de Bella.
Despertando do seu torpor antes de todos os outros, Jasper começou a correr, desenfreadamente, até à caverna de onde tinha certeza que o som tinha saído.
Bella não se tinha conseguido conter e deixou escapar um grito aterrorizado, tapando logo de seguida a boca com as suas pequenas mãos, com medo de que a predadora à sua frente se irritasse com ela e resolvesse por um à sua curta vida. Produzindo o exato efeito contrário, Maria sorriu com satisfação, na sua mente perversa ela considerava que meter medo às suas presas eram a preliminar perfeita antes de sugar toda a sua vida, sem contar que aterrorizar humanos era a sua brincadeira preferida.
– Com medo boneca? Não há razão para isso, eu apenas vou fazer-te um favor. disse e deu um sorriso de arrepiar.
Bella assistiu a bonita senhora andar até ela, tentou chegar-se para trás, numa precária tentativa de fugir, mas não o conseguiu visto que já estava colada à parede atrás de si.
Maria agachou-se à sua frente, exibindo os seus dentes pontiagudos num sorriso ao ver o terror espalhado nos olhos da menina.
– Só vai doer um bocadinho. disse e aproximou os lábios da garganta de Bella.
Jasper corria o mais depressa que podia na direção de onde tinha vindo o grito de Bella, ele não sabia o porquê dela ter gritado, apenas tinha noção que por coisa boa não devia ter sido. Ao contrário de todas as outras crianças, Bella era muito sossegada, era muito raro ela chorar ou se quer gritar, mesmo quando nasceu era assim, quando estava com fome ou a fralda precisava de ser trocada ela limitava-se a fazer barulhinhos com a boca, só mesmo quando caia e se aleijava a sério é que deixava escapar algumas lágrimas.
Apesar de sentir o seu corpo a protestar pela velocidade a que corria, obrigou-se a correr mais depressa, a sua pequena irmã estava em perigo e ele precisava de a salvar antes que algo pior acontecesse.
– Bella! gritou assim que chegou perto das galerias de cavernas de onde o grito tinha vindo.
– Vamo-nos separar, vocês seis começam a procurar pelo lado esquerdo Jonathan comandou, apontando para seis dos homens de idades variadas. Os restantes vêm comigo pelo lado direito, desta maneira iremos encontra-la mais rápido, assim que o primeiro grupo a encontrar chama de imediato os outros.
Todos os homens presentes acenaram com a cabeça e de imediato, separaram-se seguindo cada grupo para seu lado. Jasper virou-se pronto para recomeçar a andar o mais rápido possível, quando sentiu uma mão no ombro, impedindo-o de andar.
– Jasper ouviu a voz forte de Jonathan -, eu sei que ela é tua irmã e que estás mais do que impaciente para a encontrar, mas peço-te que tenhas calma, sei que é difícil mas pensa que se fizeres as coisas à pressa, se tentares despachar tudo e encontra-lo o mais rapidamente possível sem nenhum cuidado, apenas vai levar a que acabe, de uma maneira ou de outra, por correr mal, que algo dê errado, por isso tem calma, nós vamos encontra-la e vais ver que a Bella vai estar bem, ela é uma menina forte, tem fé nisso. terminou olhando Jasper nos olhos.
– Tu ouviste o grito dela, como é que ela pode estar bem se gritou daquela maneira? Eu sei que ela é forte mas é apenas uma criança e e é a minha irmã, eu tomei conta dela desde que nasceu, ela é tudo de mais precioso que tenho. É o meu pequeno anjo, não a posso perder. Jasper confessou e pela primeira vez, desde que a sua mãe morreu, permitiu que as lágrimas escorressem livres pelo seu rosto, cobrindo os olhos com as mãos.
Numa atitude completamente paternal e movida pela comoção que o jovem à sua frente lhe estava a despertar, Jonathan abraçou-o tal como um pai abraça o filho que chora de medo. O velho homem já conhecia Jasper desde que o mesmo nascera, a vila era pequena o que levava a que praticamente toda a gente se conhecesse. Sabia da sua história de vida e admirava a força que o rapaz tinha, numa idade tão nova já tinha sido posto à prova por diversas vezes e de todas elas ultrapassou os obstáculos que lhe foram impostos sem recusar nem pensar duas vezes. Jonathan também sabia o motivo de tanta determinação, apesar de a mãe ter morrido no seu parto, Jasper, ao contrário do pai, não via Isabella como um monstro mas sim como um anjo, um último presente que a mãe lhe tinha oferecido, não havia nada nem ninguém na vida que Jasper amasse mais do que a sua irmã e Jonathan duvidava que alguma vez houvesse. Era isso que o encantava, o amor puro que os dois sentiam um pelo outro.
– Vá vamos lá a procura dessa menina, vais ver que dentro de minutos já vais estar com ela outra vez. Jonathan falou afastando-se de Jasper, dando um pequeno sorriso. O jovem loiro assentiu e seguiram com o resto do grupo em direção às grutas.
Bella já sentia a respiração da mulher muito perto da sua garganta e soluçou, ao lembrar-se do irmão pensou como é que ele estaria naquele momento, será que andava à procura dela? A pequena menina esperava sinceramente que não, afinal ela tinha saído de casa para que Jasper pudesse seguir com a sua vida sem que ela se estivesse sempre a se intrometer, sem que tivesse que ir para a guerra para que pudessem ter dinheiro, não, sem ela, ele e o pai não teriam esses problemas, Bella pensava que com a sua ausência a familia teria mais dinheiro, era apenas uma criança e não percebia a lógica do dinheiro, nem como ele se ganhava nem que com ela ou sem ela em casa continuaria a não haver dinheiro porque o pai continuaria a gasta-lo todo em bebida e mulheres. Mas apesar de não estar arrependida de ter fugido de casa o seu coração continuava a atraiçoa-la, a desejar estar em casa, com o irmão a abraça-la e a dizer que tudo ficaria bem.
Sentiu os dentes daquela que, mais cedo, pensara ser a sua salvadora raspar a pele do seu pescoço, preparando-se para mordê-la quando, de repente, a respiração da mulher se alterou que, num ápice, virou-se para a entrada da gruta e sussurrou algo para si própria que Bella não conseguiu perceber, depois, surpreendendo completamente a pequena menina, desapareceu, a criança apenas consegui ver uma silhueta a mexer-se demasiado depressa para que se conseguisse distinguir do que se tratava.
Bella deixou-se ficar colada à parede, quase se fundido com a mesma, com medo de que a estranha mulher voltasse, sustendo a respiração como se disso dependesse a sua vida, foi ai que ouviu, primeiro ao longe, levando-a a pensar que era apenas a sua imaginação mas depois voltou a ouvir e desta vez vinha de mais perto. Era o nome dela, alguém o gritava do lado de fora da caverna. Alguém andava à procura dela, essa era uma das poucas certezas que tinha, sendo que a outra era que quem a procurava não era a mulher assustadora, ela não tinha a voz grossa como aquelas que a chamavam. Tentou mexer-se mas as suas pernas não lhe obedeciam, todo o seu corpo ainda tremia devido aos acontecimentos anteriores.
Ouviu mais uma vez o seu nome ser chamado e no segundo seguinte a luz de um lampião iluminou toda a caverna, cegando-a durante uns segundos. Quando finalmente conseguiu abrir os olhos, piscando repetidamente para se acostumar com a luz, deparou-se com seis homens que a encaravam apreensivos.
– Isabella Whitlock? questionou o homem que segurava um dos lampiões.
– S-sim. conseguiu responder e viu os homens suspirar de alívio.
O mais novo foi até à entrada da caverna e gritou a plenos pulmões:
– Jasper, depressa, vem até aqui, encontramo-la.
Ao ouvir o nome do irmão, finalmente Bella conseguiu retomar o controlo do corpo e endireitou-se.
– Jasper? perguntou timidamente.
O homem mais velho do grupo aproximou-se, tirando o casaco, e pegou-a ao colo, enrolando-a no seu casaco.
– O teu irmão anda feito doido à tua procura, pregaste-lhe um valente susto e a todos nós também.
Nesse momento um rapaz loiro entrou como um furacão na caverna, gritando o nome da irmã que assim que o viu estendeu os braços para o mesmo. Jasper tirou a sua pequena dos braços do homem, abraçando-a com toda a força possível mas sem a magoar.
– Minha pequena, meu anjo. sussurrou cheirando os cabelos dela.
– Jazzy. Bella soluçou.
– Meu rapaz, ela esta quente, desconfio que esteja com febre, o melhor é leva-la para casa o mais rápido possível. falou o senhor que a tinha pegado ao colo anteriormente.
– Sim, vamos para casa. Jasper concordou.
Ajeitando melhor Bella nos braços e todos os homens que o tinham ajudado, refizeram o caminho pelo meio da floresta, agora ao contrário com destino para casa. Bella, sentindo-se, finalmente, quente e protegida nos braços do irmão, descansou a cabeça no seu ombro e adormeceu.

– Ela ficará bem, apenas precisa de descansar. Se a febre não passar, dê-lhe este remédio que deve passar. Jasper ouviu tudo o que o médico dizia muito atentamente. Assim que o dia nascera, saiu do lado da irmã, onde tinha passado toda a noite desde que chegara, velando o seu sono.
Felizmente, o seu pequeno anjo apenas tinha uma constipação que rapidamente estaria tratada. Acompanhou o médico à porta, agradecendo-lhe a prontidão com que fora até sua casa e de seguida voltou para o quarto da sua irmã que acabara de acordar.
– Bella, como é que te sentes pequena? perguntou acariciando-lhe o cabelo.
– A minha cabeça dói. reclamou, pondo a mão na testa.
– Isso já vai passar, abre a boca que isto ajuda. pediu, dando-lhe uma colher de xarope e depois voltando a conforta-la nos cobertores. Meu amor, eu sei que estás com dores mas precisamos falar. Porque é que fugiste de casa?
– Puque eu nhão queo que vás emboia. E eu ouvi que ias po minha causa, então se eu fosse emboia tu já nhão tinhas que i. explicou encarando os cobertores, até que sentiu os dedos do irmão levantarem-lhe o queixo, obrigando-a a olhar para ele.
– Bebé, eu teria que ir na mesma, mesmo que se tu não tivesses aqui, nós continuamos a precisar de dinheiro e esta é a única forma de o arranjar. explicou.
– Eu nhão sabia.
– Pregaste-me cá um susto, pensei que te tinha perdido, que nunca mais veria. Apenas essa ideia doeu tanto.
– Nhão quia que doesse, quia que ficasses feliz, puque sem mim, tu e o pai podiam vota a se amigos. Bella falou inocentemente, encarando-o com os seus grandes olhos castanhos.
– Tu não fazes ideia do quanto eu te amo? Sem ti a minha vida nunca mais seria a mesma, nunca mais voltaria a ser feliz. falou contendo as lágrimas perante a ideia de nunca mais ver o seu pequeno anjo.
Bella levantou-se e abraçou-o com toda a sua força, fazendo-o retribuir o abraço. Passaram o resto do dia juntos, sendo impossível separa-los mas com o fim do dia chegou também a hora de Jasper partir. Era o dia do seu embarque, hoje ele partiria para a guerra e não havia forma de o adiar, por mais que ele o desejasse.
Antes de partir, claro, tomou providências para que a sua irmã ficasse segura, o pai não era de confiar claro, mas na casa ao lado vivia uma velha senhora que desde que Bella nascera o ajudava a tomar conta dela quando era preciso e o auxiliava sempre que ele tinha alguma dúvida sobre o que fazer. A senhora já tinha dois filhos adultos mas eles viviam longe por isso eram raras as suas visitas e há sete anos perdera o seu marido que infelizmente sofrera um enfarte e não conseguiu recuperar. Bella ela para a senhora, a neta que ela não tinha e tinha todo o prazer em ajudar Jasper mas a velha senhora também considerava Jasper um filho e sentia um profundo respeito por aquilo que ele estava a fazer para sustentar a familia, por isso nem sequer pensara em recusar quando Jasper lhe pedira que tomasse conta da sua irmã na ausência.
As sete horas chegaram e infelizmente eram horas de partir, o pai estava em casa e pela primeira vez dignou-se a olhar para Bella sem a ofender nem reclamar, a verdade era que o homem sentia um profundo respeito pelo que o filho estava a fazer, reconhecia que se não fosse as suas ações provavelmente já teriam perdido a casa, tendo de viver na rua, e agora, mais uma vez, sacrificava-se pela familia, indo para a guerra, não, pela familia não, o homem reconhecia que o único motivo pela qual Jasper estava a sacrificar a sua própria vida era Isabella, por ela Jasper fazia tudo.
Foram os três para a sala, onde o jovem rapaz se despediu do pai que lhe deu um abraço rápido e, depois, dirigiu-se até Bella, pôs-se de joelhos para ficar da sua altura e encarou-a profundamente.
– Eu amo-te meu anjo, essa é a maior verdade de todas, e acredita em mim quando te digo que deixar-te aqui é a coisa mais difícil que já fiz em toda a minha vida, mas não há outra hipótese. algumas lágrimas soltaram-se dos seus olhos. Diz que me amas bebé.
– Eu amo-te Jazzy, fica cumigo po favoe. suplicou Bella.
– Eu quero, meu Deus, eu desejo tanto ficar contigo, mas não posso. Tu vais ficar aqui segura e eu vou tentar voltar para ti o mais depressa possível. Eu tenho que ir agora meu anjo, mas tu vais estar sempre no meu coração, tal como eu vou estar no teu desde que te lembres de mim.
– Nhão Jazzy, fica cumigo, po favoe. a menina de apenas dois anos implorava abraçada ao irmão.
Ele estava de partida para a guerra, apesar de ainda não ter idade suficiente, tinha aparência de tal.
– Eu tenho que ir meu anjo, alguém tem que sustentar a família. o rapaz falou a última parte de forma ácida enquanto encarava o pai que apenas desviou o olhar.
Ele sabia que o filho tinha razão, desde que a mulher falecera que ele não trabalhava, em vez disso, ia para o bar esbanjar i pouco dinheiro que a familia tinha em bebida.
– Mas eu nhão queo, fica cumigo. a pequena menina repetia agarrada ao pescoço do irmão enquanto as lágrimas lhe escorriam livres pelo rosto.
Aquela cena magoava o rapaz mais do que qualquer outra coisa, ele odiava ver a sua irmãzinha chorar, não gostava de ver aqueles olhos que se assemelhavam a dois chocolates a verter lágrimas, preferia quando ela estava feliz e os seus olhos tinham um brilho único. Ele também não queria ir, mas sabia que era preciso, em sua casa já quase não havia comida e enquanto ele estivesse na guerra o pai e a irmã teriam uma pensão de alimentos e ele enviar-lhes-ia todo o dinheiro que recebesse, só esperava que o pai ganhasse juízo e não o gastasse em bebida.
– Nunca te esqueça que eu te amo, mais do que à minha própria vida.
Dito isto, virou costas e partiu rumo ao seu destino, ouvindo os gritos da irmã em meio ao seu choro, deixou algumas lágrimas escapar e enquanto andava pensava em quanto a vida era injusta, ainda ontem tinha conseguido encontrar a sua irmã mas não conseguiu ter tempo nenhum para estar com ela, mais uma vez o tempo encarregou-se de os separar e desta vez era por tempo indeterminado, havia até a hipótese de ele morrer em combate, mas Jasper tinha a certeza que um dia eles se iriam reencontrar, na terra ou no céu


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Notas finais do capítulo

N/Amaya: Oii galera, senti saudades.
O capítulo está. perfeito, Bia você e incrivel nos vemos no próximo.
Beijo.
Amaya

N/Bia: Espero que tenham gostado.
So mais um recado, eu tenho serio pavor a fantasmas, então por favor tornem-se visiveis e comentem :)
Bjs