Remember Me escrita por SweetBia, Anaísis


Capítulo 6
Desespero&Esperança parte II


Notas iniciais do capítulo

Oii lindos, quem vós fala hoje e a Amaya, a nossa autora fez uma viagem, então deixou a baixinha aqui para postar o capitulo.
Espero que gostem.
Enjoy : D



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Já conseguia sentir o bafo quente do animal na sua cara quando, de repente ouviram o barulho de um ramo a estalar fora da gruta, atraindo a atenção do leão da montanha que olhou para a entrada da gruta a fim de ver o que teria interrompido a sua iminente refeição, Bella quase soltou um suspiro de alivio por ter uns minutos a mais para poder pensar numa forma de conseguir escapar das garras do leão da montanha e assim não se tornar o seu jantar. Quando a causa do barulho surgiu na entrada, por alguns minutos, Bella pensou estar a ver um anjo que tinha descido diretamente dos céus para a ajudar, quem sabe não tivesse sido a sua mãe que lhe pedira para vir, na verdade se não soubesse que a sua mãe era uma estrelinha e tivesse visto um quadro dela que estava pendurado no quarto do pai, pensaria que a linda mulher ali parada era a sua mãe. Os cabelos da mulher eram castanhos escuros com caracóis perfeitamente moldados, o vestido azul claro apenas lhe dava uma aparência mais divina de tão bem que lhe acentuava, Bella não tinha dúvidas que era a mulher mais bela que alguma vez vira, com uma cara doce e traços bem feitos, a mulher tinha uma verdadeira aparência de anjo, isto pensava Bella até lhe ver os olhos, não, não podia ser um anjo, nenhum anjo possuía olhos de um vermelho tão vivo e assustador.

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Ao encarar aquela linda mulher nos olhos Bella encolheu-se no seu canto, assustada. A primeira sensação de segurança que lhe tinha sido transmitida estava rapidamente a evaporar-se conforme os segundos passavam.

- Ora ora o que temos aqui? – ouvi a voz melodiosa da mulher dizer e pensou que talvez estivesse errada, ninguém com uma voz tão suave e com uma aparência tão angelical poderia ser mau. Não se calhar a cor dos olhos dela fosse apenas um engano, podia ser apenas a imaginação dela a pregar-lhe uma partida. – Um gatinho a portar-se mal e uma criança assustada, mas que combinação interessante.

Bella reuniu toda a sua coragem para, num sussurro, fazer um pedido aquela estranha mulher.

- Po favoe, ajude-me.

A estranha mulher ficou a olhar para Bella durante alguns minutos interrogando-se quem seria aquela menina e o porquê de a criança se encontrar ali sozinha. Parou de se interrogar quando se apercebeu do rumo dos seus pensamentos, ela era uma vampira, logo aquela menina era inferior a ela, não havia motivos para estar a sentir o que quer que fosse por aquela simples humana que no final não iria ser nada mais, nada menos que apenas a sua comida.

Maria deu um leve sorriso, comida, com esse pensamento o seu lado predador despertou, esboçou um sorriso irónico e deu início ao jogo. Sim … ao jogo, porque para ela era disso que se tratava, primeiro aterrorizava a sua vítima, o terror estimularia a adrenalina que, por sua vez, tornaria o sangue mais doce e apelativo.

- Como é que poderia recusar um convite a uma menina tão bonita como tu? – perguntou retoricamente num tom de voz suave fazendo com que a menina se descontraísse de imediato, o grande susto ficaria para mais tarde.

Bella ficou mais calma após as palavras daquela senhora de aspeto divino, uma vez o irmão tinha-lhe contado a história da Cinderela, que tinha encontrado a sua fada madrinha num momento de aflição, se calhar aquela senhora também era a sua fada madrinha que tinha sido enviada por Jesus e as estrelas para a ajudar. Com um bocado de sorte a sua fada madrinha também fazia magia e poderia ensinar-lhe.

Em nenhuma das hipóteses Bella imaginava o que aconteceria a seguir. Maria, com um sorriso sarcástico, arreganhou os lábios expondo os dentes perfeitamente brancos e afiados, e soltou um rosnado que ecoou por toda a gruta, fazendo-a estremecer. A pequena menina que já se encontrava encolhida ao canto da gruta, encolheu-se ainda mais contra as paredes da gruta, praticamente querendo fundir-se com as mesmas. O seu coração batia mais rápido que as asas de um colibri, viu o leão da montanha fugir da gruta a correr, tentando passar o mais longe da mulher e desejou poder fazer o mesmo, mas não corria com a mesma velocidade que o leão da montanha e tinha a plena certeza que se tentasse fugir aquela estranha mulher iria atrás dela e conseguiria apanha-la. Outra certeza que também tinha era que a mulher não era a sua fada madrinha, se o fosse nunca na vida a assustaria daquela maneira, a fada madrinha da Cinderela ajudou-a sem a assustar, em vez disso usou magia, aquela mulher não o tinha feito logo não poderia ser uma fada madrinha, Jesus e as estrelas não a autorizariam.

- Então menininha, o monstro mau já se foi embora, não há motivos para teres medo. – perguntou sorrindo maliciosamente.

Não, o monstro ainda ali estava com ela, bem à sua frente e Bella não sabia o que fazer para lhe fugir.

- Qu-quem és tu? – Bella perguntou aterrorizada.

- Oh minha querida, tu não queres saber a resposta a essa pergunta. – respondeu, sorrindo ironicamente.

Enquanto Bella se debatia contra a estranha criatura que a atormentava, noutra parte da floresta um grupo de homens de idades diversas também se debatia contra as adversidades da natureza, a chuva anterior misturada com a terra tinha virado lama o que, por vezes, dificultava o progresso para dentro da densa floresta, para dificultar a busca dos jovens ainda mais a noite já estava cerrada e com a densidade das árvores que mal permitiam visualizar qualquer bocado do céu e o gás restante nos vários lampiões a ter de ser poupado para durar toda a noite, o ambiente em volta dos grupo não era de grande claridade, o que tornava tudo mais assustador, um simples barulho de um ramo a estalar era o suficiente para fazer com que o coração dos homens desse um salto de susto, não era habitual irem para tão dentro da floresta e não se sabia o que aquelas árvores podiam esconder, um animal selvagem, um canibal ou até mesmo uma criatura da noite. Eram estes os pensamentos que rondavam a mente de todos os presentes ali, todos excepto um jovem loiro, para esse tudo o que importava naquele momento era a sua pequena irmã, não importava onde estava, não importava o que estava a sua volta, não importava o quanto mais tivesse de andar, ele ia encontrar a sua irmã nem que tivesse de percorrer o mundo todo a pé para tal feito. Para Jasper nada mais importava do que a sua irmã, ela já estava à vinte e quatro horas, um dia inteiro, desaparecida, devia estar assustada, perdida e cheia de frio e fome, ele tinha de a conseguir encontrar o mais rápido possível.

Ouviu-se o barulho de algo a cair atraindo as atenções para aquele barulho, olharam todos para a sua origem e notaram que tinha sido o velho Joseph que tinha tropeçado na raiz de uma árvore que se tinha erguido do subsolo.

- Caramba Jasper, tu sabes que eu considero a Bella um anjo de menina mas ela podia ter escolhido um dia melhor para fugir, estas chuvas tornam os terrenos cada vez mais escorregadios, causam desabamentos, desenterram raízes, são um verdadeiro perigo, só espero que ela não tenha caído em nenhum buraco. – desabafou enquanto era ajudado por John e Phil a se levantar.

- Ela é uma criança, não sabe o que está a fazer e a esta hora deve estar perdida e com medo. – Jasper disse de cabeça baixa.

- Jasper, eu sei que é difícil de pensar nisso agora, mas também temos de começar a pensar na hipótese de ela … já estar … morta. Como disseste ela é uma criança e estas florestas são perigosas. – John cogitou a hipótese.

- Não, não e não! A Bella não morreu nem pode morrer! Ela ainda é muito jovem, ainda tem uma vida inteira para viver e eu sou o seu irmão mais velho, o meu dever é protege-la e não deixa-la morrer sem nem antes tentar o possível e impossível para a encontrar. – sussurrou, não ele não queria imaginar nem se quer pensar nessa hipótese, a sua irmã estava viva, tinha de estar.

- Tu estás certo, a última coisa que podemos fazer agora é desistir. A jovem Bella precisa de nós e não vai ser uma simples floresta que nos vai fazer voltar para casa amedrontados enquanto ela continuar perdida. Afinal somos homens ou ratos? – Joseph falou e todos os homens concordam com ele ao afirmar veemente que era homens erguendo os punhos retomando, por fim, a marcha.

Minutos se passaram, talvez até horas, até que ouviram uma movimentação estranha na floresta, barulhos de ramos a partir e de folhas a ser pisadas eram ouvidas até que iam ficando cada vez mais altos e mais próximos.

Inconscientemente, todos os homens aproximaram-se uns dos outros formando uma roda apertada até que a origem do som surgiu no meio das árvores. De tudo o que tinham imaginado para a fonte de aquele barulho de certeza que o que lhes apareceu na frente. Do lado da floresta onde se podia avistar a montanha das cavernas, assim chamada pelas inúmeras grutas que nela se encontravam, surgiu um leão da montanha que pareceu nem notar neles continuando a correr à maior velocidade que conseguia, não hesitando um segundo em seguir o seu caminho sem fazer nenhuma paragem, como se estivesse a fugir de algo, ou talvez …

- Algo assustou aquele leão da montanha, este não é o seu comportamento normal, a esta hora já nos devia ter atacado a todos, sem nenhuma piedade. – o velho Joseph conjeturou.

 - Seja o que tiver sido, eu não quero descobrir. Vamos por aquele lado. – John disse tremendo enquanto apontava para o lado oposto da montanha.

Já todos se encaminhavam para lá quando notaram que Jasper não os acompanhava, o jovem rapaz continuava parado no mesmo sitio a olhar fixamente para a montanha.

- Jasper? Está tudo bem? – Phil perguntou pondo-lhe a mão no ombro.

- Aquela é a montanha das cavernas. A Bella deve estar lá. – disse calmamente enquanto continuava a fixar a montanha.

- Jasper … isso é improvável, ela não deve estar … - James, o mais novo do grupo, um rapaz de apenas quinze anos e de cabelo ruivo com uma cara salpicada de sardas e olhos verdes, tentou argumentar, não queria admitir perante todos aqueles homens mais velhos que tinha medo da montanha, de certo achá-lo-iam um cobarde infantil que nem sequer devia estar ali.

- Pensem comigo, se fossem vocês, se estivessem cheios de medo a querer fugir à chuva, não procurariam um lugar que vos abrigasse e de alguma forma vos desse uma certa sensação de proteção? – o rapaz loiro explicou o seu modo de pensar e, apesar de não o quererem admitir, todos sabiam que ele tinha razão, seria aquele o seu comportamento se se encontrassem na situação em que Bella estava.

- Não custa nada tentar. – Joseph falou por fim.

E assim foi, em passo lento, olhando para todos os lados para se assegurarem que não seria o alvo do que quer que tivesse feito o leão da montanha fugir, encaminharam-se para a montanha das cavernas, que aquela hora com a iluminação da lua apenas se tornava um monstro sombrio onde muitos perigos podiam estar à espera.

Enquanto isso, numa das grutas da dita caverna, uma criança encolhia-se cada vez mais contra a parede, desejando com todas as suas forças nunca ter saído de casa.

- Não percebo o porquê de tanto medo criança, não me perguntaste se te ia ajudar? É isso mesmo que vou fazer, libertar-te deste mundo mau e só vai doer um bocadinho. – Maria dizia com uma voz de criança enquanto Bella sentia os seus olhos começarem a soltar as lágrimas de todo o pavor que sentia.

- Nhão, eu nhão quelo po favoe. – implorou enquanto soluçava.

- Agora, já é tarde de mais.

E com um sorriso maquiavélico Maria começou a aproximar-se de Bella com passos lentos de modo a poder apreciar mais um pouco o pavor que envolvia a jovem menina que, muito em breve, veria a sua vida ter um fim.


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