Los Desperados escrita por MetroSurvivor


Capítulo 5
Exilados


Notas iniciais do capítulo

Aleluia, até que enfim alguém ta lendo isso aqui! Esse capítulo aqui tem agradecimentos especiais pra BelleGrayStone, a primeira leitora e a primeira que fez review!
Bom, quanto ao capítulo, é um pouco mais longo, mas é bom do mesmo jeito! Boa leitura!



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O despertador tocou as 8 e 30 da manhã. Levantei-me, e lavei meu rosto com água gelada do banheiro, para literalmente “acordar”. Estranho que ainda houvesse abastecimento de água, assim como de energia elétrica. Mas, provavelmente acabaria logo. Então, logo de manhã, já tive uma ideia. Juntei todos os galões de água que consumíamos em casa, e passaria a enchê-los, para reservar água limpa. No instante que iria começar a fazer meu café da manhã, que agora não passava de fatias de pão com manteiga, para gastá-la e não estragar rápido, Alice começou a chorar. Imediatamente, procurei por sua mamadeira em um armário e esquentei um pouco de leite, com o pó nutritivo. Levei-a para baixo e coloquei-a em meu colo, dando a comida em pouquinhos. Não reconheci minha irmã! Estava muito suja, como nunca estava. Resolvi que depois do café, dar-lhe-ia um banho. Meu café foi seco, e eu tive que tomar água mesmo, por não havia tempo para uma coisa melhor. Para distrair, coloquei uma música no meu celular. “From The Beginning”, do trio Emerson, Lake and Palmer. A música me fez relaxar, e voar adentro paraísos maravilhosos. Quando a música terminou, me vi lúcido e já tinha devorado todo o pão. Coloquei o prato na pia e fui tratar do banho de Alice. Nunca havia feito, seria a primeira vez. Quando tirei sua fralda, quase caí, por causa do fedor. Céus! Eu esquecera de trocá-la por mais de 2 dias. Dei-lhe o melhor bando que podia e coloquei uma fralda nova, assim como novas roupinhas. Perfeito! Ela estava limpa como antes. Já sonolenta, deitei-a em seu berço e fui cuidar da vida.

Como havia pensado, juntei os galões e enchi-os de água potável. O processo demorou menos que esperava, em torno de 20 minutos. Sentei no sofá um pouco, para pensar no que fazer agora. Lembrei-me que precisava manter uma rota de fuga em dia. O carro que estava a mais de 200 metros era bom, porém um dos pneus estava rachado e a gasolina, a última vez que olhara, 2 dias atrás, estava no vermelho. Então, aquele carro era inviável. Precisava de um novo. Mas como, se eu não possuía as chaves dos mesmos? Ligação direta. Sim, precisava aprender. Corri para meu quarto e peguei meu celular. Liguei-o e torci para que o Wi-Fi do vizinho ainda estivesse ligado. Tive êxito, estava! Abri meu navegador de internet. Fui diretamente ao assunto e procurei por “Ligação direta em carros”.

Tive muitos resultados, porém abri o que havia mais visualizações. Lá, ele explicava que era um método eficaz de ligar um carro, porém você deveria provar que o carro era seu e blábláblá. Agora não importava. Pulei para a parte técnica. Estava em passos. Primeiro, deveria se retirar a tampa inferior ao volante, onde se conectam os fios. Depois, deveria se achar os fios da ignição, da bateria e do motor de arranque. Como eu acharia? Pesquisei sobre cores dos fios. Constava que de qualquer carro, o da bateria são sempre vermelhos, o do motor de partida era geralmente amarelo e o da ignição variava muito. Ainda constava que eu precisaria de fita isolante, alicate, cabos jacarés, e outros materiais básicos. Aquilo eu dispensava, embora houvesse fita isolante no porão e alguns fios de cobre de 3 metros. Segundo passo: Desencapar uma pequena parte de todos os fios. Terceiro: Ligar uma das extremidades de cada jacaré nos fios desencapados. Por último, ligava-se o jacaré do fio da bateria e o jacaré da ignição juntos. Se estivesse certo, as luzes do painel se acenderiam. E então, se encostava o motor de partida nos 2 outros jacarés e pimba! O carro pegava. Bom, jacarés eu não tinha, mas era bom aluno em física e conseguia manusear fios de cobre, então faria uma gambiarra e tentaria ligá-los com fios de cobre. O carro que eu tentaria a façanha seria justamente aquele que eu tinha a chave, a 200 metros.

Fui correndo até lá e trouxe o carro para mais perto de casa. Atrás de minha casa, havia uma espécie de mata alta e fechada, e ali perto pude ver uma estrada de terra clandestina. Coloquei o carro ali, para tentar não levantar suspeitas e absorver o barulho. Então, voltei em casa e certifiquei-me de que Alice estava em seu bercinho. Estava. Tranquei a porta de ser quarto e desci ao porão. Lá, peguei um estilete velho que avistei, sem muito corte, a fita isolante e os fios que eu tinha separado. Também levei uma lanterna, em caso de não ter visão. Antes de sair, porém, coloquei no mesmo site e anotei todos os passos num papel, até fiz um pequeno esquema de como deveria proceder. Depois de tudo concluído, tranquei a porta de casa e fui à estrada.

Chegando ao carro, comecei. Tirei a tampa inferior do painel, e eu, subestimando os engenheiros mecânicos, achando que seria uma coisa fácil, encontrei um bolo de fios. Desgraça. Mas teria de tentar. Primeiramente, tentei achar os fios. O vermelho estava bem evidente, era o único. O amarelo, por sorte, também. Agora, a façanha era a ignição. Procurei distinguir, com a lanterna na boca, as cores de todos os fios. Os outros dois já haviam sido separados. Pude avistar 2 fios azuis juntos, 1 verde, 4 laranjas e 3 roxos. O verde era o único sozinho, então deduzi que seria ele. Comecei a montar o circuito: desencapei os fios, enrolei um pedaço, também descascado, do fio que trouxera que casa em todos eles, e liguei o da ignição ao da bateria. Ouvi um “click” e pude ver as luzes do painel ligarem. Minha esperança se acendeu, e improvisei um circulo com o fio da ignição para que o fio da bateria entrasse ali, a fim de apenas entortá-lo para não desprender, para que eu pudesse colocá-lo mais facilmente. Por fim, raspei o fio descascado que eu pensava ser do motor de arranque, quando ouvi um “Páá” bem grave no capô do carro, e pude ver uma fumacinha saindo de lá. Não sabia se explodiria ou não, mas sabia que eu acabara de criar um curto-circuito no carro. Droga. O único que eu tinha pronto, e acabei de estourá-lo! Como o ser humano é leigo!

Voltei para minha rua e avistei mais 3 carros. Um estava relativamente perto, bem na esquina. Os outros dois estavam na rua da direita, o primeiro mais longe e o segundo, mais perto, porém se notava que os vidros estavam quebrados. Fui até o carro da esquina, que era um Toyota Corona 2001, e sem ponderar, meti o alicate na janela e felizmente o carro não tinha alarme. Abri a porta e me enfiei lá. Já de cara, encontrei um mapa interestadual, que poderia me ajudar muito. Fiz o mesmo processo, mas dessa vez não achei o fio amarelo. O que encontrei na verdade, foi um fio cinza se destacando pelo brilho. Julguei ser o fio da ignição. Fiz o mesmo processo, e na hora de ligar, não aconteceu nada. Tentei repetidas vezes ligar o fio vermelho, da bateria, no tal cinza, mas sem êxito. Achei outros fios, porém todos juntos e mais de 1. Tentei um fio que também achei que poderia ser, um que se assemelhava a um amarelo, porém de coloração bege. O resultado? O mesmo do carro da floresta.

Bom, não sabia o que era esse que acabara de testar, mas o cinza, fui vir a perceber que era o motor de arranque. Bolas, mais um jogado fora. O próximo carro, que estava com o vidro quebrado e mais perto, havia uma pessoa morta no banco traseiro, então decidi abandoná-lo. O último, que era uma Dodge Dakota 2008, estava em perfeito estado e com aqueles plásticos na caçamba. Se conseguisse, pra mim seria ótimo. Porém, a rua em que ela estava, era próxima de uma esquina onde vi 2 mordedores. Precisava ser rápido e cauteloso. Quebrei o vidro, porém do lado do carona, e entrei por lá. Fiz o mesmo processo, e achei o fio amarelo. Tinha de ser agora. Avistei nenhum outro fio se destacando, apenas bolos de 2 ou mais fios. Rezei para deus, para que me ajudasse nessa hora aflita, e comecei. O fio verde, para mim, era o mais bonito. Fiz o processo com 1 dos fios, já que eram dois, e nada. Desencapei agora o 2 fio roxo de um bolo de 3 fios, e nada também. Desencapei o outro fio verde e tentei. Ouvi um “Traaaam” bem baixinho. Meu coração se apertou. Comecei a passar o fio rapidamente e repetidamente, e dentro de 3 segundos, o carro ligou. Meu coração se encheu de alegria e eu pude comemorar comigo mesmo, dentro de minha mente. Passei a fita isolante no fio da ignição e da bateria, mas passei muito forte para que não se soltassem por nada, e o do motor de arranque, deixei para fora. Os outros fios que desencapara, também isolei, pois temia um curto circuito. De casa até a rua em que ela estava, a rua da direita, eram mais ou menos 500 metros. Dei ré na caminhonete e estacionei-a dentro da garagem quebrada de minha casa. Finalmente, se algo acontecesse, eu poderia sair dali.

Em casa, sentei no sofá e fui pensar no que fazer agora. Quando tive uma bela surpresa. Ao longe, comecei a ouvir um “vrummmm”, que parecia barulho de um helicóptero. Pensei ser fruto da minha mente solitária buscando refúgio em um ruído inocente, quando o ruído começou a aumentar, aumentar, aumentar. Então, meu ouvido pode claramente distinguir que era sim um helicóptero. Um helicóptero! Era a minha salvação daquele inferno! Saí na rua e comecei a acenar, mas o pássaro maquinário já havia sobrevoado minha casa, justamente na hora que percebi o que realmente era. Droga! E ele já estava tão longe. Não havia mais nenhum jeito de fazê-lo perceber.

A vinda desse helicóptero realmente me abalou. Se ainda existiam helicópteros, poderia ainda existir governo? Mas uma coisa era certa: o centro de refugiados estava em ativa. Decidi, que, meu plano de “conquistar” a rua era falho e sairia dali o quanto antes. E faria isso agora.

Decidi, porém, antes de partir, visitar uma mercearia e coletar suprimentos. Havia uma que minha mãe sempre me mandava para comprar frutas para o jantar, no final da tarde. Era á 2 quadras de casa, então decidi ir a pé mesmo. Antes, porém, esvaziei todas as mochilas que já encontrara, deixando apenas uma na SUV que eu roubei por precaução, assim como meu taco de baseball. Não o levaria, pois era muito pesado e volumoso, e desnecessário, que poderia ser convertido em peso alimentício. Comecei a minha jornada. Quando cheguei a mercearia, as portas estavam totalmente aberta, e o lixo tomava conta. Havia papéis e bandejas de isopor pelo lugar todo, além de garrafas quebradas e coisas do gênero. A fresta da porta que estava aberta não me deixava passar, então a abri lentamente. Pude ouvir o grunhido de alguns descerebrados, embora não conseguisse julgar quantos haviam. Fui o caminho todo abaixado, me esgueirando. Primeiro, passei por todas as fileiras de estantes do mercado, praticamente vazias. Contei ao total 3 descerebrados. 2 não tinham rumo; o último, porém, por uma sorte do destino viu uma porta de geladeira frigorífica aberta, na qual dava acesso a costelas de porco. E lá, ele devorava pedaço por pedaço da enorme fatia. Bom, eu coletaria o máximo de alimentos que pudesse, então comecei a saquear a mercearia. Passei pela seção de biscoitos e roubei o máximo que pude, deixando apenas alguns pacotes para trás. A mesma coisa na sessão de macarrão e produtos similares. Não viveria apenas de biscoitos, óbvio. Procurei roubar alguns sucos também, e refrigerantes que não ficavam ruins com o tempo, que eram “embalados” á vácuo. Mas, o meu objetivo eram as geladeiras. Ali ficavam os alimentos que ninguém queria pegar, pois estragavam rápido. Um dos descerebrados estava indo se juntar ao outro, da geladeira frigorífica, quando notei que eles me viriam. Abaixei-me, próximo a uma geladeira de corredor, onde se colocam caixas de hambúrguer e similares. Fui levantando devagar, e dentro da geladeira em que eu me “encontrava”, pude achar uma caixa de frango sem osso, descongelado. Puxei-a para mim com a maior cautela do mundo e comecei a abri-la. Credo! O frango quando não cozido parecia uma pasta! Eu não fazia ideia de como ele era, antes de consumi-los. Peguei um pedaço razoável, mas o que tinha mais sangue, e joguei-o a uma direção moderada com bastante força, perto da geladeira oposta a que eu me encontrava. O pedaço deslizou no chão, espirrando sangue para todos os lados. Instintivamente, os 2 mordedores saíram da geladeira e foram pegar o petisco. Quando comecei a me levantar, tive uma bela de uma surpresa. À distância, pude ouvir outro helicóptero. Sim, realmente era, pois meu ouvido agora se acostumara com o ruído. A princípio, os demônios não ouviram, mas quando ficou mais próximo, um deles pegou o pedaço no chão e começou a sair da loja, seguido pelo outro que também disputava. Por fim, vi o terceiro fazendo a mesma coisa. Com essa ótima distração, comecei o saque, e roubei por volta de 15 á 17 bandejas de queijos, presuntos, 8 pedaços de salames, 11 pedaços de salsichas, e frios em geral. Quando estava acabando a parte dos salames, para minha surpresa, meu dom de percepção falhara, e eu não notei um quarto morto-vivo. Meu coração se apertou e eu fiquei tonto. Por que, sempre que eu via qualquer coisa daquelas fitando-me nos olhos, eu desnorteava? A tontura só parou, quando o vi caído em cima de uma prateleira que caiu no chão, provavelmente por outros sobreviventes em estado de loucura, em busca de alimentos. Dali, ele não se levantaria. Tratei de acabar meu serviço rápido, porém antes de fazê-lo, notei que as geladeiras não estavam mais ligadas. Teria a luz acabado? Voltei a entrada da loja, porém, como sempre, me esgueirando. Quanto estava, mais ou menos 5 prateleiras da entrada, pude ouvir uma voz feminina, gritando:

– Não! Alguém me ajude! Por favor!

E a tal menina, entrou na loja. Não sabia quem era nem que queria. E a minha humanidade estava perdida, a ponto de que me escondi debaixo de um dos caixas de costas, e fiquei ali. Consegui ouvir a garota se dirigir ao andar superior da loja, e atrás dela pude ver uma horda tentando apressadamente fugir. E o som da horda, acompanhava o som de um carro. Sim! Um carro! Mas, se ela estava fugindo, estava fugindo da horda ou do carro? As portas da mercearia eram de vidro, e pude ver o carro dos assassinos da família, no dia do beco. Meu coração, mais uma vez, pregava uma peça em mim, me deixando quase sem consciência. Reconheci quase todas as faces dos assassinos, porém havia uma nova. Voltei à normalidade quando ouvi tiros, direcionados para onde ela estava no andar superior. Um grito histérico acompanhou os tiros, provavelmente dela, e de uma sequência de grunhidos incessantes no andar superior. Fiquei ali por mais ou menos 3 minutos, antes de planejar qualquer coisa. Pude ouvir o líder dizer, mais uma vez:

– Vamos rodar.

E lá se foram. A horda, agora desnorteada pelos tiros, só se infiltrava mais e mais pelo mercado. A porta por onde eu entrara? Bloqueada. Tinha de achar outra. E a garota? Provavelmente já estava morta, agora a questão é se estava baleada ou devorada. Mas, a minha esperança de encontrar sobreviventes, parece que morreu ali.

Pude ver um carrinho de compras, de aço, no outro caixa, direcionando bem na porta de vidro. Levantei rapidamente, sem medo de ser visto e sem olhar para eles, impulsionei o carrinho contra o vidro, fazendo-o em pedaços. Estava fora do mercado. Mas fora do mercado? A maior horda que eu já vira. Nesses casos, aprendi uma lição que alguns garotos, os mais pirracentos, uma vez me ensinaram: “Se você está fazendo algo errado e um inspetor te acha, apenas corra sem olhar para trás, ouviu Nikolai?”. Neste caso, eu não estava fazendo nada de errado nem eram inspetores, mas a lógica era a mesma. E também não olharia eles nos olhos, aquele era meu ponto fraco. Em meio a multidão de demônios, desviando-me entre eles a qualquer custo, pude contar uma horda de sim, mais de 200 “pessoas”. Isso, sem uma conta precisa e sem olhar para os que estavam atrás. A horda se estendia até a metade da rua em frente a minha casa. Dali, pude vê-la. Meu plano? Pegar Alice, ligar a SUV e dar o fora da cidade. Corri como tal maratonista que NÃO era, e cheguei bufando em casa. Não perdi tempo: tranquei a porta e corri para cima, e peguei Alice no colo. Não tinha nenhum banquinho, esquecera-o no carro que eu estraguei na floresta.

Quando fui sair do quarto dela para apanhar meu celular, esbarrei no interruptor de luz. Não acendia. Para não ficar que nem bobo, tentei mais 3 vezes acendê-lo, para confirmar, e nada. Então, a luz já era. Fui ao meu quarto, busquei meu celular e corri para as escadas. Quando ia abrir a porta da garagem, refletiu-me a bíblia sagrada e a imagem de Cristo na cruz. Pedi para que ele me ajudasse e também os peguei, em uma das mãos. Agora sim, corri as pressas para a garagem. Coloquei Alice com cuidado no carona, sem banquinho mesmo, e a comida junto com a reserva que acabei de coletar e a bíblia com a imagem no banco traseiro. Para minha sorte, a horda ainda estava na esquina. Quando ouvi grunhidos vindos da direita. Sim! Os helicópteros tinham atraídos todos eles, juntos com os carros e os tiros. Agora eu estava ferrado. Quando terminei de ligar a SUV, pude ver um dos defuntos andantes na frente do carro. Não ponderei, acelerei e o atropelei, espirrando sangue pelo vidro todo. Olhei para a esquerda e para frente e pude ver a maior horda que já tinha visto. Não se dava para nem ver aonde acabaria. Acabei pegando a rua da esquerda, a única que não estava infestada. Acionei o limpa vidros e quase morri de susto quando uma bala atravessou o para-brisa frontal. Não parei o carro e nem entrei em pânico, apenas continuei dirigindo. Então, lá no meio daquela horda, pude ver os assassinos dentro de um carro, atirando contra eles. Ou contra meu carro? Tinha impressão de que um se focava em mim, com um rifle de longo alcance, e os outros cuidavam das hordas. E era bem o que era. Outro tiro, dessa vez sibilou do lado de minha orelha direita. Pisei fundo ainda mais no acelerador e meti o pé na estrada. Olhei novamente e o carro já não mais estava ali.

Andei por mais ou menos 9 minutos e parei por um tempo no acostamento e vi o mapa de rodovias. Meu plano, agora, era pegar a interestadual e chegar em Seattle. Porém, deveria passar mais ou menos 20 quilômetros ali, na rodovia municipal que eu estava. Ou, passaria por uma rodovia secundária, que pude avistar a entrada no mapa. Olhei em frente e a 400 metros no máximo, estava a placa de entrada dela. Liguei a SUV de novo e adentrei a rodovia.

Não muito longe de onde estava, vi uma pequena casa junto a um pasto, com algum gado. Olhei para o relógio do carro que ainda funcionava e decidi que não encontraria lugar melhor para dormir, então decidi parar para descansar e me recompor. Entrei na casa, que estava limpíssima e sem nenhum grunhido para minha sorte. Subi as escadas de madeira e adentrei um dos quartos. Pequeno, mas com 2 camas de solteiro. Numa cômoda, pude ver uma foto de uma família. Como era linda, tal família! Uma pena que deveriam ter se enfiado naquele mundo, porém provavelmente estariam em Seattle. Os guarda-roupas, ainda estavam cheios das roupas do que pareciam ser os gêmeos do casal. Pude reconhecê-los pela foto, que se encaixava no perfil dela. Até a camisa que um deles estava usando, estava lá.

Decidi deixar essas lembranças pra lá e deitei-me. Quando estava quase caindo no sono, Alice começa a chorar. Céus. Desci e tentei achar alguma caixa de leite para misturar naquele pó milagroso que até agora me ajudara. Achei um restinho, e misturei-o. Não havia sol para esquentar a mamadeira, estava nublado. então sentei-me numa cadeira e quase dormi também. Acordei de vez quando um pouco de minha baba, sim, caiu sobre meu braço, que estava nu. Passei um pequeno pano no local e subi com a mamadeira de Alice. Fi-la tomar tudo, e depois nanei um pouco com ela. Quando ela dormiu, pude ver meu descanso a vista. Mas não saí daquela cama. Dormi abraçado com Alice.


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Notas finais do capítulo

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