Los Desperados escrita por MetroSurvivor


Capítulo 20
Los Desperados - Parte I


Notas iniciais do capítulo

penultimo capitulo da fic!
bom, não sei se gostaram até agora, nem sei gostaram do tudo, mas realmente não sei mais o que escrever sobre ela e onde Nikolai está, não dá para continuar sem ter um final, além de que as aulas voltaram e já de cara eu tenho 2 seminários. Pode ser que eu venha a escrever uma segunda temporada, mas isso é bem mais para frente. Espero que gostem desse penúltimo capítulo...



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- Natalie, olhe só o que aquele bandido deixou aqui caído! – e apanhei a Five Seven para mostrar para ela. – sabe como usa, não?

- Não Nik.

- Bom, você vai precisar aprender a fazer isso. Venha, vou te mostrar como faz. – Limpei a arma primeiro, pois estava toda suja de sangue. Assim ensinei-a como carregar, descarregar e engatilhar a arma. Só não pude disparar porque se não, estaríamos mortos.

- Você pegou o jeito, não? É uma boa aprendiza! – completei, dando-lhe um beijo. – mas vamos, não temos tempo a perder, logo os mordedores estarão aí.

Passamos o resto do dia nos preparando para o anoitecer. O ataque dos 2 saqueadores ocorreu por volta das 1 hora da tarde, mas os zumbis, atraídos pelo barulho do tiro, só apareceram a partir das 3. Até lá, não fizemos mais nada a não ser reforçar os cobertores e lençóis nas entradas de luz e colocar barricadas em todas as janelas do andar de baixo. Fizemos um acordo que, mesmo com a luz de volta, naquela noite não ligaríamos nenhuma luz, sequer a luz do abajur de nosso quarto. TV? Nem pensar! Aliás, a sintonização dos canais deveria estar caída. Os transmissores televisivos não tem tecnologia inteligente que nem os geradores. Celulares, só com fone de ouvido, e água corrente da pia, só bem fraquinha. É uma situação horrível, saber que depois de uma semana sem luz, ela volta, mas não se pode usá-la sem comprometer sua posição.

Quando acabamos toda a proteção visual e física da casa, sentamos no sofá para conversar um pouco:

- Nat, eu sei que a luz voltou e você está louca para ver as coisas na TV, mas vamos fazer um acordo ok? Sem TV até que essa horda se dissipe. Não quero que eles nos ouçam e fiquem aqui para sempre.

- Tudo bem Nik, mas você tem um notebook, certo?

- Sim. – e eu já sabia o que viria depois disso.

- Posso usá-lo?

- Claro, mas ele está sem bateria, vai ter que usar com o carregador, e terá de usar meus fones, mesmo que não queira ouvir música. – respondi – e não sei se a internet funciona. Vou tentar ligar o roteador.

Subi as escadas e fui ao meu quarto buscar o notebook. Ele estava em cima de uma prateleira no meu armário, e alcancei com certa dificuldade pelo tiro que havia me acertado. O fone de ouvido estava numa gaveta na escrivaninha de meu quarto junto com o carregador. O roteador ficava na sala, então dei o notebook para ela e fui tentar ligar. A princípio, ele ligou, mas não tinha conexão com a internet. Tentei ligá-lo novamente, mas não deu certo.

- Bom, parece que a banda larga não funciona mais. Os servidores devem estar infestados também, assim não temos internet, só o notebook em si. Mas veja, não é totalmente inútil! Comece a escrever um diário de uma sobrevivente que vive com seu amor. Quem sabe seja encontrado daqui á alguns anos.

- Pare com isso, não vamos morrer!

- É o que eu venho tentando evitar desde que começou essa desgraça. – E realmente, era mesmo o que fazia. Não tinha que o que eu não fizesse era sobreviver. Será que tudo ainda valia a pena? Digo, será que viver ainda era necessário? Tive minha resposta quando me lembrei do famoso poema de Fernando Pessoa, um ótimo escritor português. Era o que faria. Daria minha alma pela proteção de meus amados e viveria o máximo que pudesse.

- Tome. Guarde seu notebook.

- Já acabou!? – Perguntei surpreso.

- Sim. Sem internet é entediante. Não há nada para se fazer á não ser escrever, como você mesmo disse. E estou farta de ficar sentada. Vamos lá para cima? – completou. Estranhei, será que... Não, não podia. Mas não me contive. Guardei o notebook no mesmo armário e descobri que ela queria ver como a rua estava.

A janela estava fechada, mas o vidro era límpido e polido, a luz penetrava e saía facilmente. Peguei meu telescópio e coloquei a lente na abertura das cortinas. A imagem ficava perfeita.

- Deixe-me olhar primeiro – falei – quero ter certeza de que isso não é um erro fatal.

Coloquei o olho na lente e ali fui regulando o zoom para o mínimo possível, embora esse mínimo, era o máximo de zoom de um binóculo do exército. Observei toda a rua com atentamente e não encontrei nada, apenas muitos e muitos descerebrados. Eram 3h e 20 min da tarde, e a rua estava lotada deles.

- Nik, deixe-me observar!

- Tudo bem. Coloque o olho na lente e vá girando o suporte no tripé com a mão, mas vá com calma! O zoom, embora no mínimo, é muito grande, e se você virar rapidamente não vai focar em nada.

- Acho que peguei o jeito. – Ela respondeu. Mas não passou nem 10 segundos para que batesse com a mão nos botões e fizesse o zoom aumentar.

- Arrume isso aq... – e parou. Olhou-me com uma cara de assustada e completou – Nik, olha isso! Lá na frente, bem longe mesmo, na avenida principal! – E fiz como ela tinha me ordenado. Tinha mais praticidade e conseguia manejar mais fácil, então não tardou para que visse o que ela queria me mostrar. Vi um comboio de 1 caminhão, 1 carro de passeio e 3 caminhonetes vindo em direção a minha casa, com um homem em cima de cada caminhonete manejando, cada um, uma metralhadora .50.

- São os mercenários! Rápido, feche a janela do quarto dos meus pais e de Alice antes que eles vejam! – E ela correu. Ouvi um pequeno ruído de uma fechadura de janela sendo trancada e depois vi ela voltando para o quarto.

- Vamos ao quarto de Alice, e pegue-a! Vou trazer o berço para cá, hoje ela dormirá conosco! – e assim fizemos. Estávamos numa loucura para nos prepararmos para a chegada daqueles idiotas. Qualquer coisa errada, e tudo iria por água abaixo. Tudo, era minha vida, a de Natalie e a de minha pequena. Foi quando ela começou a chorar.

- Vamos Natalie, venha comigo para a cozinha, temos de dar qualquer coisa para ela antes que eles chegam, e fazê-la arrotar também!

- Mas o que seria essa coisa rápida!? – Ela me olhou com medo.

- Rápido, me dê um pouco do iogurte! – E assim fui despejando o líquido em sua boca, mas rapidamente. Ela parou de chorar quando começou a tomá-lo, mas voltou logo assim que acabou.

 - Pegue-a e faça-a arrotar! Vou vigiar a rua. – E subi as escadas. Do andar superior pude ouvir Natalie cantando uma música de ninar para ela, e assim que o comboio deles virou a esquina, Alice dormia mais uma vez. Suspirei aliviado, mas não podia sentar; os mercenários estavam próximos.

Vi-os se aproximando pela esquina, enquanto Natalie subia a escada com Alice no colo e a colocava no berço. Chamou-me a atenção tocando em meu braço, e com sinais, perguntou se eles haviam nos percebido. Disse que não e que era melhor esperar e ficar vigiando para ver o que acontecia. Meti o olho de volta no telescópio e comecei a ver os zumbis indo para cima do comboio, enquanto as 3 caminhonetes faziam uma fila. Começaram, então, a atirar nos zumbis com as metralhadoras .50. Dentro de poucos minutos, todos eles estavam mortos, com as cabeças explodidas por aqueles demônios que deveriam estar com as pessoas, não contra elas. Vi que de uma caminhonete, o carona desceu e ficou mirando para a janela que eu estava, com um rifle de precisão. Abaixei e mandei Natalie fazer o mesmo, e sem mexer no telescópio. Ficamos ali parados por alguns segundos, quando voltei de novo ao visor de meu telescópio. Se não mexesse a lente, estaria invisível. E isso que fiz. Fiquei observando-os atentamente, e percebi que estava checando toda a casa com seus binóculos. Natalie me chamou pelo braço de novo e assim fez com que eu mexesse na lente. Mandei-a parar e então, percebi que ele tinha visto algo. Estava mais atento, e assim o comboio não saia do lugar. Os capangas, então, desceram do carro. Fiquei com o coração na mão.

- Nat – sussurrei – vá fechar todas as trancas da casa. Não quero que eles entrem aqui.

- O que!? – Ela exclamou

- Apenas vá, eu cuido disso. – E continuei observando pelo telescópio. Pela distância que estavam, não conseguiria focar nem criar uma imagem nítida, então em vez disso, deixei o telescópio ali, parado, e fui para o canto da janela. Ali, abri a cortina o mínimo que eu podia e comecei a olhar para a rua. Desceram 6 homens, cada um com ou um rifle de assalto ou uma submetralhadora, comumente uma AK47 ou uma MP5 embora 1 deles usasse uma M4 e outro, reconheci sendo aquele bruto da rodovia.

Eles desceram de uma das caminhonetes uma caixa de balas misturadas e começaram a carregar seus pentes ali, um por um, enquanto o que observava continuava fazendo a mesma coisa. Quando acabaram, rumaram em direção á minha casa e, desse modo, comecei a sentir dores de cabeça e náusea. Sabia o que era. Medo. Mas de que? Provavelmente do que eles poderiam fazer contra mim. Mas continuei firme, observando cada passo, quando Natalie surgiu no quarto, falando.

- Acabei. – e no momento que ela terminou de falar, mandei-a se abaixar. Eles estavam cada vez mais próximos. Falei para que não fizesse qualquer som antes que os mesmos fossem embora. Ela estava também com medo, mas dessa vez não chorou. Manteve-se forte, apoiando-me indiretamente naquela hora difícil.

Continuei a observar, e então percebi que eles vinham de duplas pelas laterais da casa. Falei para Natalie me seguir, e sussurrei:

- Pegue a pistola. Se alguém entrar, abra fogo sem medo!

- Não sei se vou conseguir fazer isso Nik! – e então coloquei a mão em seus ombros.

- Olhe, sei que você não sabe atirar, mas tem de confiar em si mesma, entendeu? Vai dar tudo certo, eu te garanto. Se eles entrarem, esta ameaça tem de ser eliminada. Custe o que custar. Eliminada. Entendeu? – dessa vez falei com grande firmeza, e depois dei um longo abraço nela. – vamos.

Descemos as escadas e fomos em direção a cozinha, de onde tínhamos a visão das 2 portas laterais. Engatilhamos a arma e ficamos esperando, quando ouvimos as maçanetas girarem ao mesmo tempo. Ficaram tentando abri-las por um bom tempo, quando se distanciaram. Pude então, ouvir o barulho de motores de carro. Um sentimento de alívio surgiu em meu cérebro, e então abracei Natalie, suspirando. Então, tudo ficou escuro quando uma granada explode na porta da frente e os estilhaços acertam minha sutura. Com a dor, desmaiei.


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Notas finais do capítulo

até segunda, para o final!



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