Two Kinds Of Hope escrita por lsuzi, loliveira


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

oie entao n gostei desse capitulo mas bem aqui está



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Parece que eu vou explodir. Parece que a Katy Perry botou fogos de artifício no meu estômago e é por isso que meu estômago está explodindo (e também por isso que todo mundo está olhando pra mim) enquanto eu ando nervosa para dentro do carro de polícia do pai de Luke. Estou vestindo aquele mini vestido, maquiagem super forte, alguém alisou meu cabelo a ponto de eu parecer uma asiática de costas, e estou usando saltos e minhas pernas parecem compridas se eu não fosse tão baixa. Uma mulher que trabalhou comigo a semana toda aparece e me dá um olhar que lembra os olhares que Dianna me dá as vezes, tipo como se ela fosse minha mãe. Ela bota uma escuta no meu ouvido, quase transparente, e um microfone no meu sutiã, que por sorte, não aparece nesse vestido. Todo mundo está meio nervoso, quieto, acho que com medo. Tento não pensar nisso. Tento pensar na minha festa de aniversário (Bolo! Comida! Gente feliz! Luke! Pai! Pirralhos!) ontem e como todo mundo parecia feliz por comemorar, etc. Foi legal, tirando a parte de ficar brincando de jogar balão com Scott e ter que bater em um monte de gente pra não deixar o balão cair no chão - a gente leva esse jogo muito a sério. Mas pensar nesse dia deixa o que eu estou vivendo agora menos pior, e pensar no meu aniversário deixa o fato de que eu posso provavelmente morrer menos assustador. Mentira. Não muda nada. Mas, sei lá, POSITIVIDADE!

Não, não funciona. 

-Axl, dá pra entrar de uma vez? -Luke diz, meio nervoso, quase me empurrando pro carro e eu entro na parte de trás do carro, naquela parte que não dá pra escutar nada do outro lado e Luke senta do meu lado, enquanto Sr. Sawyer e uma policial mais velho também sentam do lado da frente e nós somos seguidos por mais três carros da policia e alguns carros blindados até um endereço que eu não sei e parece que vou vomitar de nervosismo. Parece o fim do mundo. Olho pra Luke. Ele não parece muito melhor. 

-Eles te deram armas? -Eu pergunto e ele olha pra mim. 

-Deram. Ele vai pra frente pra apontar para as costas e eu preciso prestar muita atenção pra ver que tem uma arma ali. Durante a semana eu me alternei entre ficar olhando pro teto do meu novo apartamento totalmente vazio exceto pela minha cama e algumas outras coisas e ir para o centro de treinamento da policia treinar coisas como tiro, força, luta defesa pessoal e outras coisas tipo controlar expressões faciais, me manter calma, e tentar não fazer tanto barulho com os saltos. Uma mulher veio conversar comigo para preparar meu psicológico (o que foi bem interessante) e o físico estava sendo preparado com a ajuda de uns ex-lutadores profissionais (as aulas de luta do Luke também serviram pra alguma coisa) mas eu duvido que vou conseguir lutar ou pelo menos levantar a perna sem que apareça coisas demais. 

-Legal. 

-É. 

-Ah, que se dane. -Eu digo, finalmente respirando normal, ou quão normal você pode respirar num vestido nesses. -A gente vai morrer de qualquer jeito mesmo. 

-Cala boca. -Luke replica, mas não está bravo comigo, ele até sorri. -Preferia não morrer por Adam. -Esse nome faz meu corpo gelar, mas eu ignoro. 

-Você não vai morrer por Adam, vai morrer pegando um dos fugitivos mais procurados pelo estado de Nova York. -Tento botar orgulho na voz, mas ela parece meio triste. 

-Wo-ho! -Ele finge animação. Luke sabe que o meu motivo não é esse, por mais que o de todos sejam. Olhe só pra nós, falando sobre morrer.

-A gente não vai morrer. Vamos fazer tudo certo e vai dar tudo certo e vamos sair de lá como heróis. 

-Vou obrigar eles a fazerem capas de super heróis pra gente. 

-A minha tem que ter desenhos legais.

-A minha tem que ter azul. -A gente conversa um pouco mais, e não percebe quando o carro para na frente de um prédio que parece abandonado em uma rua atrás do shopping, ou seja, uma rua em que quase ninguém aparece. Estacionamos no começo da rua, todos os carros. Os pretos aparecem vindo da direção oposta e param bem longe, para não causar desconfiança. Depois que nós quatro saímos do carro, duas viaturas saem de lá, para o que me disseram ser a ronda deles. Eles vão estar vigiando a área caso algum carro em alta velocidade leve fugitivos ou algo assim. Os esquemas da policia são meio fascinantes até, mas complicados demais para eu lembrar de todos os detalhes. Tenho que só lembrar dos meus por enquanto. 

Sasha estava certa, e conseguiu dar um jeito para que eu entrasse no prédio como uma -pausa desconfortável- vadia que Dash -pausa mais desconfortável ainda- comprou. Luke vai junto, mais longe a distância e caso precise estar perto, vai dizer que só é meu segurança (temos toda uma história por trás disso que pode explicar porque eu preciso de um segurança mas ela não é nada bonita e prefiro não pensar nisso) e vai entrar junto, porque tem autorização do nosso "chefe". Sasha também descobriu o endereço de onde tudo ia acontecer, que horas e um mapa do lugar, para ajudar a gente. Ela também, tecnicamente, está no meu ouvido, falando toda hora. 

-Axl, Axl, Axl. Pode me ouvir?

-Posso. -Os três me olham, depois percebem que não estou falando sozinha. 

-Ótimo. Lembra de tudo que eu te falei essa semana? 

-Lembro. 

-Ótimo. Tenho um pressentimento que tudo vai dar certo. Pegou sua faca? E o aparelho de choque? -Ela pergunta e eu boto a mão no bolso quase imperceptível do meu vestido, na parte de dentro, perto das coxas. Yep. 

-Tenho. 

-Sabe como usar? 

-Credo, sei. -Só quero acabar com isso de uma vez. 

-Tudo bem então, tem nossa permissão para ir. -Ela diz, profissional, mas depois cede. -E... volte viva. 

-Tudo bem. -Vou até o Sr. Sawyer e peço meu celular e ele me dá. Tenho que ligar para o meu pai. Só... por precaução. Ele me dá e eu tremo discando o número dele. -Alô? 

-Axl? 

-Pai, eh...

-Tudo bem? 

-Claro, só liguei para saber se os meninos estão bem. -Mentira. 

-Bem, eles estão. Brincando na piscina de plástico. Está se divertindo com Luke? -Ha. Ha. Ha. Ha. 

-Eh, sim. Pai?

-Oi?

-Te amo, tá? -Não digo isso com muita frequência. 

-Hmm, tá tudo bem mesmo? -Isso quase me ofende.

-Sim.

-Também te amo, filha. -Não chore. 

-Preciso ir, tchau. -E desligo antes que ele responda mais e eu fique pior. Isso não ajudou em nada, mas que seja, hora de dar uma de 007. Finalmente tenho uma chance de fazer algo de verdade, não posso ficar com medo. Mentalmente, me dou um tapa na cara e um "acorda pra vida". O.K. Estou pronta. Olho para Luke e Sr. Sawyer começa a recapitular todos os meus procedimentos e cada passo que eu terei que fazer, mesmo sabendo que Sasha vai estar no meu ouvido me guiando cada segundo, mas eu escuto do mesmo jeito. Depois, aperto a mão de Luke e espero ele terminar de falar com o pai e nós vamos andando de cabeça erguida e em silêncio até a porta do edifício. Ele fica para trás, e eu estaco no chão, olhando para um aparelho que pede a senha para entrar. Sussurro para o vento.

-Preciso de senha. -E cinco segundos depois, vem a resposta.

-188764. 

-Como você sabe?

-Mesma senha do apartamento dele em Miami que foi apreendido pelo governo há dois anos atrás. Não podemos conversar Axl, continue. -E eu calo a boca e digito os números e a porta abre, fazendo o maior barulho. Lá dentro, não parece o prédio caindo aos pedaços Tem escadas brancas e portas e a ordem vem no meu ouvido:

-Suba as escadas. -E eu vou, fazendo o barulho de salto de propósito, já que precisam saber que eu estou aqui. Meu coração voa quando percebo que estou no mesmo lugar em que Adam está. Vou poder salvar ele. Isso faz cada passo menos insuportável. 

-Espere. Luke acabou de entrar. -Sasha diz, com a voz firme e eu paro no lugar, nervosa e com o coração na mão. NÃO ESTRAGUE TUDO.

Quando vejo Luke alguns degraus abaixo, olho para cima e volto a subir. Dou uma olhada nas portas, no corredor vazio e ouço vozes no fim do corredor, causando uma reação esquisita no meu corpo e eu percebo que estou morrendo de medo. Preciso lembrar de chutar Adam no meio das pernas com meu salto agulha antes de isso acabar. Vou até lá. 

-Aja como uma delas. -Sasha diz, se referindo as vadias que treinei para copiar. Bato na porta. Meu coração EXPLODE. Boto minha cara de sou-uma-vadia-por-favor-acredite-em-mim e espero ver quem abre a porta. É Dash. Não acho que Adam esteja nesse quarto. Mas ele sorri para mim aquele sorriso maléfico e malicioso e diz, sem que eu consiga entender seu tom de voz:

-Bem na hora docinho. 


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Notas finais do capítulo

o que acharam pls