Two Kinds Of Hope escrita por lsuzi, loliveira


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

OLA EU ACABEI DE PERCEBER QUE ESSE CAPÍTULO É O PLOT TWIST DOS PLOT TWISTS DESSA HISTÓRIA É O QUE MUDA TUDO MEU DEUS APROVEITEM E AGUENTEM
BA
DUM
TSS



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Que Adam [insira sobrenome que eu não lembro] vá para o inferno. 

Não sei como ainda consigo o suportar, visto que ele é um grande babaca, que adora fazer joguinhos comigo, e eu sou obrigada a acompanhar. Motivo? Alison. Ele me obrigou a ir a um ENCONTRO com ele, porque só assim ele diria tudo que conseguiu sobre ela. Uma semana já se passou daquele dia, no hospital, com a minha mãe e meu padrasto. Agora que ela sabe da minha existência e eu sei sobre Rose (que a propósito, é linda), é como se um peso saísse dos meus ombros e eu finalmente posso me concentrar em outras coisas. Claro, ainda temos muito o que conversar e ainda temos que decidir como vai ser a melhor maneira de contar para o meu pai que eu sei sobre ela estando em Nova York sem que ele me deixe de castigo (a parte do castigo é por minha conta), mas temos mais alguns dias até que chegue o dia de fazer isso. Agora, tenho que me concentrar no bem estar e futuro amoroso do meu melhor amigo. E como sou uma ótima amiga, preciso fazer esse sacrifício, de ir à um encontro com Adam. Por que minha vida é tão complicada às vezes? O que eu fiz de errado, meu Deus! 

Mas agora, não vou deixar Adam ganhar esse joguinho idiota, porque estou esperando ele na frente da minha casa, de jeans e camiseta (por pouco não fui de pijama. Dianna me convenceu do contrário). Sem maquiagem, sem cabelo arrumado, só tênis, jeans e camiseta. E ele que engula isso. 

Antes, porém, que vá para o inferno. Porque está quinze minutos atrasado. 

Eu sei que não é um encontro de verdade porque nem eu nem ele nos gostamos (tenho quase certeza que meu sentimento de ódio é mútuo), mas não vou deixar ele se safar tão fácil assim. 

Por fim, quando estou quase desistindo e voltando pra casa, sua moto aparece, junto com seu sorriso canalha e o perfume de badboy. 

-Vá pro inferno. Está quinze minutos atrasado. 

-E eu te diz esperar? Tadinha. 

-Vá se foder. 

-Sobe logo. -E então ele dá uma olhada no que eu estou usando. Certamente, não é o que ele esperava, considerando a última vez que fomos juntos a algum lugar (quero esquecer). Bufa irritado e eu sorrio vitoriosa, subindo atrás dele. Pela janela, vejo Dianna seguir com o olhar, até o final da rua, quando perco ela de vista. Na curva, me seguro mais forte a Adam, e sinto seus músculos ficarem tensos, imediatamente me xingando por isso, ao mesmo tempo que fico vermelha. Ainda bem que ele não percebe. O caminho é silencioso e rápido e nós paramos na frente de um restaurante... chique. 

-Você me trouxe ao Gotham? 

-É. 

-Esse lugar é uma fortuna, me recuso a entrar ali. -Digo, embasbacada, tirando o capacete enquanto ele faz o mesmo, e me olha de sobrancelha erguida. 

-Por...?

-Por mais que eu amaria ver você sem grana, não posso gastar seu dinheiro assim. 

-Então você quer pagar? -Ele sorrir. 

-De novo: vá pro inferno. Podemos ir para outro lugar. 

-Não. Quero vir aqui. 

-Tem certeza? -Me sinto mal por estar aqui. Esse restaurante é chique e é caro e por mais que Adam mereça sofrer, não me sinto confortável gastando seu dinheiro. Conhecendo o suficiente dele, ele não iria hesitar em usar o dinheiro que gastou contra mim. 

-Só vem, Axl. Pelo amor de Deus. -Então eu vou. Chegando a recepção, me sinto meio desconfortável com o tanto de gente chique. É claro que eu nunca vou abrir a boca sobre isso, mas estou meio arrependida de ter me vestindo tão normal. A última coisa que eu quero é que essa gente sangue azul me encare do jeito que eles estão me encarando. Começando pela recepcionista. Ela ergue a sobrancelha, julgando, enquanto abre a boca e fala com uma voz chata: 

-Estamos cheios. -E é verdade. 

-Ah, que pena, vamos...

-Tenho reserva. -Adam interrompe, me surpreendendo. -Paisley. Adam Paisley. -Ela, com desgosto, procura o nome dela enquanto eu mando-o um olhar inquisitivo, que ele descaradamente ignora. Quando ela acha seu nome, nós somos guiados para dentro do restaurante, (mais chique que o lado de fora) onde as pessoas tomam pequenos goles de champanhe e ganham aquela comida mínima, que não enche a barriga de jeito nenhum. Estou vendo que vou ter que comer bolacha de jantar quando chegar em casa. Ela nos leva até o fundo do restaurante, onde as coisas estão mais quietas, e nós nos sentamos. Do nosso lado, a parede de vidro mostra a rua da parte de trás do restaurante, calma para uma noite em Nova York. 

-O que desejam? 

-Ainda vamos pensar, obrigado. -Ele diz, enquanto dá uma olhada no cardápio. Ela sai e eu limpo a garganta, fazendo barulho o suficiente para que ele olhe pra mim, e se ligue que eu quero ver o cardápio também. Ele joga na mesa e ele vai deslizando até o meu lado. 

-Então... -Eu começo. 

-Então. -Dou um olhar vazio quando ele não continua com a conversa e ele fala alguma coisa. -O que vai pedir? -Escaneio o cardápio, cheio de nomes estranhos e preços altos. 

-Não sei. Não sei o que é metade disso. -Ele revira os olhos. 

-Deixa comigo, então. -Então ele chama a mulher outra vez, e fala uma coisa que eu não entendo o nome. Quando ela sai, eu pergunto, meio alarmada.

-O que você pediu?

-Relaxa, era só macarrão, basicamente. -E eu respiro fundo. Não é como se eu estivesse em outro planeta, as coisas são normais aqui também, tenho que me lembrar. 

-O.K. Agora. Alison. 

-O que quer saber? 

-O que você sabe? 

-Ela é legal. -Dou outro olhar vazio. Ele continua falando. -Ama animais e trabalha no petshop do Upper East Side. Alérgica a sorvete, tem dois irmãos. Um na austrália a trabalho outro na terceira série, estuda na Uptown. Ela é nerd, presidente do grêmio, pra falar a verdade. Mas ela tem vida social, eu a vejo em todas as festas, e ela sempre está conversando com uma das líderes de torcida. 

-Continua. -Eu digo, porque o garçom traz champanhe (??????????) para nós, e ele para. Bebo um gole, apenas, com medo de causar os mesmos efeitos da última vez que ingeri álcool. 

-Cliente assídua da biblioteca. Gosta de Jazz. Frank Sinatra principalmente. -Faço uma careta. -Foi no show dele, ano passado, aqui. Ela odeia filmes de terror. Menta. Balinhas de goma e ama a avó mais que tudo no mundo. Acho que é só isso. 

Fico um tempo, processando as informações. Chego a conclusão que ele é o oposto de Luke e eu não sei bem se isso é uma coisa boa. Não sei o que falar nem o que pensar, porque cada pensamento parece errado. -Gato comeu a língua? -Ele pergunta, provocando. 

-Ela ama basicamente tudo que Luke odeia. -Ele dá uma expressão incrédula. 

-Luke odeia animais? 

-Não. Mas odeia Jazz. Ama sorvete, filmes de terror e balinhas de goma. Não sei quanto a menta, mas acho que ele não tem problema com isso. E agora? 

-Eles nunca nem mesmo conversaram. 

-E se não der certo?

-Eles NEM CONVERSARAM. Como você pode saber? 

-Eu quero que dê certo. 

-Pare de se meter. Isso é história deles, não sua. -Só encaro ele sem saber o que dizer. 

-Eles precisam se falar pelo menos, isso eu posso ajudar. -Ele revira os olhos, frustrado, e uma tatuagem que termina no começo do seu pescoço fica mais evidente, por causa da veia que pula dali. Não consigo identificar o que é. 

-Então ajude, mas fique fora disso. Isso vai soar gay e clichê pra cacete, mas se o destino ou quem quer que seja, quiser eles junto, eles vão ficar juntos, você não pode forçar eles a se amarem. 

-Tem razão. Isso soou gay e clichê pra cacete. 

-Cresce. -Só fico o encarando, sem falar nada, e começando a me sentir irritada. E então, subitamente, o celular de Adam toca, me fazendo pular na cadeira de surpresa. Quando vê o número, seu maxilar fica tenso e ele atende numa voz contida. 

-Alô. -Fica alguns segundos ouvindo a pessoa falar, e a cada segundo que se passa, percebo que ele fica cada vez mais tenso. -Não. -Depois de três segundos, ele olha para fora e arregala os olhos. Seguindo seu olhar, percebo um carro preto estacionado do outro lado da rua, e um homem. Quando ele encontra nosso olhar, ergue o queixo, num sinal de cumprimento. 

-Você o conhece? -Pergunto, mas Adam não responde. Começo a ficar com medo e agradeço a Deus por ter o número do pai de Luke na discagem rápida. 

-Quinze minutos. Sem ela. -Ele ouve mais. -Não. NÃO. -E mais um pouco. -Merda. Quinze minutos. E tire seus homens daqui. Não sou a porra de um covarde, eu estarei ai em quinze minutos. -E então desliga, e olha para mim, gélido. 

-Vem. 

-Pra onde nós vamos? Eu quero macarrão! -Exclamo, meio infantil, enquanto ele me puxa para sua moto, enquanto entra também, e liga a moto. 

-Adam.

-Eu preciso que você não se desespere, e aja normalmente. Consegue fazer isso?

-Do que é que você está falando? -Ele anda como um louco pelas ruas , sem me responder, até parar em um lugar. O cassino de Nova York. O que é que está acontecendo? 

Não tenho tempo para perguntar, porque ele me puxa para dentro sem eu ao menos processar o que está acontecendo. Tendo me livrar de sua mão prendendo meu braço, mas ele aperta ainda mais. 

-Adam. 

-Não. -Ele responde. 

-Adam, o que está acontecendo, por que estamos aqui e isso dói! -Eu grito, obrigando ele a parar. Olho ao redor e vejo mulheres seminuas, caça niqueis e mesas de aposta. Há um bar no final, onde garotas com roupas curtíssimas falam com homens chiques. Meu estômago revira por causa da infamiliaridade do lugar. Adam puxa meu rosto, para que eu me concentre no que ele está falando. 

-Você vai me escutar. Aja normalmente, não pire, por favor, eu imploro. Preciso resolver umas coisas, preciso que você não chame a atenção. Venha comigo. -E ele me carrega até uma porta nos fundos, onde as garotas entram e saem. Depois que três garotas com apenas as roupas de baixo saem dali, nós entramos. 

-Preciso que você dê um vestido à ela. AGORA. -Ele diz, para uma garota que passa batom vermelho nos lábios. Ela ergue a sobrancelha mas não fala nada. Levanta e me traz junto. 

-Hmmm, vamos ver algo do seu tamanho, docinho. -Quero vomitar. Ela me entrega um vestino minusculo, azul forte. 

-Não vou usar isso, eu tenho roupas. 

-Só vista. Eu IMPLORO, AXL. -Adam parece tão desesperado e tão a ponto de explodir que eu entro no vestiário. Parte de mim sabe que algo de importante ou de ruim (ou os dois) vai acontecer, então eu não reclamo quando eu tenho que me apertar para entrar no vestido, porque sei que posso piorar as coisas. O vestino é minusculo. Mesmo. Estou quase sem coragem para sair, quando a mulher abre a cortina e eu solto um gritinho, fechando o zíper do vestido. Adam passa os olhos pelo meu corpo enquanto eu jogo o cabelo para frente para cobrir o pescoço e a parte do busto que está exposta. Me sinto uma vadia e eu não gosto nada disso. Além do mais, essa situação está me confundindo e me assustando. A mulher enfia o batom vermelho nos meus lábios (enquanto eu grito em protesto) e bagunça meu cabelo. 

-Que. Porra. É. Essa. -Pergunto, furiosa a Adam. 

-Não temos tempo. Vem. -Ele enfia saltos altos nos meus pés e joga uma nota de cem dólares a mulher, que enfia no sutiã, nos jogando um beijo. 

-Adam, estou com medo. -Ele solta um gemido irritado, ou algo que eu não consigo identificar. Subimos um elevador, e sem dizer uma palavra, saímos no último andar. Que é bem mais silencioso e sem o caos do térreo. Andamos um corredor inteiro, e quando chegamos a portas douradas, duas mulheres com short curto e sutiã abrem a porta para nós. Antes de entrarmos, Adam me pressiona contra a parede e me beija furiosamente. Meu estômago revira quando eu vejo um homem nos olhando lá de dentro enquanto tento afastar Adam. Mas ele continua, e, depois de um tempo, começa a falar:

-Eles precisam pensar que você não é ninguém. Só uma garota qualquer que eu escolhi na rua para foder hoje. -Faço uma careta a menção a palavra "f". -Precisam achar que não sentimos nada a não ser vontade de se comer. Nem ódio. Precisam acreditar que eu nunca vi você antes na minha vida, e que você é uma vadia. Entendeu? Você precisa fingir bem. -Ele disse, antes de me beijar daquele jeito novamente, me pressionando contra a parede ainda mais. -Eles PRECISAM acreditar, ou então, eu juro por Deus que ele não vão hesitar em enfiar uma bala em nossas cabeças. 

-O que você está falando? Me larga. -Tento dizer. 

-Respondo as perguntas depois. Agora, preciso que você siga o que eu estou dizendo, tudo bem? -Relutante e apavorada com a última parte de tudo que ele falou, concordo. Ele desgruda o corpo do meu e me puxa para dentro, limpando a boca, tirando o batom que estava nos meus lábios. O homem lá dentro não está sozinho. Sentados em um sofá na parede, estão mais três. Todos com jaquetas de couro, exceto o que está de pé, e que nos viu se beijando, que está de terno e gravata, com uma sobrancelha erguida. 

-Ora, ora, ora... se não é Adam Painsley. 

-Dash. 

-Meu filho, não aja não amedrontado, somos só seus chefes! -Eles riem, e eu tenho vontade de correr para bem longe dali. Adam, discretamente bota o braço ao redor da minha cintura, num sinal de proteção. Mas isso não me ajuda. Tento me manter imóvel, respirando normalmente e sem olhares arregalados. Felizmente, eles não olham para mim. 

Parecem perigosos. 

No que é que Adam se meteu? 

-O que vocês querem? 

-Agora, não aja tão rude também. Você sabe muito bem do que somos capazes. -Dash, o de gravata, diz, se aproximando. Ele bota um braço no ombro de Adam, apertando-o forte demais. Quero. Gritar. 

O que está acontecendo aqui?

Por sorte, Adam não demonstra reação. 

-Nós te chamamos porque recebemos ligações muito insatisfeitas de nossos clientes. SEUS clientes. -Ele diz, lentamente. -Queremos saber o que está acontecendo. 

-Não faço a menor ideia. -Adam diz, firme. Ótimo. Pelo menos um de nós não está assustado. -Eles vêm, e todo dia consigo que ganhem uma quantia considerável de dinheiro. 

-Mas não o suficiente. -Um no sofá diz, botando na mesinha a sua frente os óculos escuros. -Eles querem mais. 

-Não consigo... -Adam começa a falar. 

-Mas vai. Tem muito dinheiro envolvido aqui, você está me ouvindo, garoto? Não podemos perder esses clientes, então trate de fazer sua mágica ou que seja e deixá-los satisfeitos. Me ouviu, Paisley? -Adam mexe a cabeça, minimamente, num sinal de concordância. Ele está tenso. 

-Você tem um mês para fazer essas ligações insatisfeitas pararem. Me ouviu? -E então, olha para mim. Imediatamente, Adam desce com sua mão, até minha bunda, e eu resisto a tentação de tirá-la de lá, lembrando do que ele me disse antes sobre parecer uma vadia. Me sinto suja, mas tento agir normalmente. -Gostei dessa aqui. Onde encontrou?No cassino ou em algum lugar abaixo? 

-Tenho meus contatos. -Ele diz e Dash ri. 

-Claro que tem. Docinho, quanto você paga? Adoraria conhecer você melhor. -Ele abre um sorriso que faz o sangue fugir dos meus vasos sanguíneos de medo. 

Pense em algo inteligente pra falar. 

Pense. 

-Eu escolho meus clientes, muito obrigada. -Tento abrir um sorriso. Espero que não tenha saído como uma careta. -Mas quando estiver entediada, posso te ligar. -Ele ergue uma sobrancelha, e ri outra vez. 

-Claro. Fale com seu companheiro aqui, para achar meu número. 

-Claro. -Respondo e caímos em um silêncio. No que Adam se meteu? 

-Estão dispensados. Aproveitem a noite. 

-Obrigado, senhor. -Adam diz, e me empurra para fora da porta. As mulheres lá atrás fecham a porta e imediatamente Adam me vira para encará-lo. -Muito obrigado. -Ele diz, aliviado e segurando minhas bochechas. Rapidamente, eu me desvencilho dele, e tiro os saltos altos, correndo o mais rápido possível para o banheiro feminino, algumas portas de distância, sentindo a bile subir enquanto a tensão e o medo dominarem meu corpo. 


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Notas finais do capítulo

O QUE ACHARAM VCS GOSTARAM VCS TÃO SURPRESOS O QUE VCS TÃO SENTINDO COMPARTILHEM CONOSCO ADEUS