Two Kinds Of Hope escrita por lsuzi, loliveira


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

oi me desculpem pela demora só não fiquei legal pra terminar no final de semana e bla bla bla bla bla bla bla leiam de uma vez obg por lerem eu e a juliette amamos voces e digam o que acharam e vida longa aos leitores [sintam a ironia pq vcs vão morrer logo logo hehehe]



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Acordo suada, com calor, e com um cobertor indo até meu pescoço. Mas o pior não é a onda quente que parece se instalar ao meu redor. O pior é o motivo dela: Adam. Ele está enroscado em mim de um jeito íntimo demais para que eu não pire. E ele só está de cueca, o que deixa tudo mais estranho e constrangedor. Preciso de um segundo pra lembrar a mim mesma que eu não dormi com ele. E quando eu lembro, eu me acalmo de volta.

Mas olho pro relógio e o pânico volta, porque hoje é sábado de manhã... e eu preciso trabalhar. Estou começando a achar que Holly deveria me pagar mais do que me paga hoje, para ir um sábado de manhã trabalhar naquela bosta. Com muito cuidado, eu tiro o braço dele da minha cintura, as pernas dele das minhas pernas e afasto a cabeça dele da minha. Para bem longe (minha sorte é que não tão longe a ponto de ele cair da cama, mas foi quase). Para meu alívio, ele não acorda.

Não sei o que eu faria se ele acordasse. Acho que eu não saberia como agir. Quer dizer: eu tenho que ser legal com ele agora? Que ele foi "gentil" comigo? Ele só deixou eu ficar aqui porque seria uma falta de educação se ele me mandasse pra chuva de novo, não é? Prefiro pensar assim, pra não deixar meu coração derreter nem um pouquinho por causa dele. De qualquer forma, isso não muda nada. Se ele acordasse, minha vergonha já seria o bastante pra deixar as coisas constrangedoras. Eu chorei na frente dele. Ele dormiu comigo. Do meu lado. Só. De. Cueca.

Quando mais eu penso nisso, mais a coisa toda fica desastrosa. Eu sento na cama, respiro fundo e tento botar minhas ideias em ordem. Depois eu penso no que eu vou fazer com Adam. E depois eu penso no que eu vou fazer com a minha mãe, mas agora, eu tenho que ir o mais rápido possível para o trabalho, senão meu inferno pessoal vai ter outra pessoa para adicionar na lista de pessoas-que-aparentemente-odeiam-a-Axl, e essa pessoa seria a Holly. E se eu já acho que ela me odeia, não quero nem pensar no que ela faria se eu chegasse atrasada num turno onde só eu trabalho hoje. Saio pelo mini-apartamento de Adam, tentando achar minhas roupas e felizmente, eu encontro elas naquela máquina que Diana também tem, que serve pra secar as roupas das pessoas. O estranho é que eu não lembro de Adam botando minhas roupas lá, e então só me resta supor que ele acordou no meio da noite para botar. Mas o pensamento me enche de náuseas, porque isso quer dizer que Adam saiu da cama. Depois voltou. Por livre e espontânea vontade porque duvido que eu tenha começado a chorar dormindo e ele tenha se sentido na obrigação de ficar ali comigo. Graças a experiencia com a máquina de Diana, eu consigo tirar minhas roupas de lá, e vou até o banheiro, trocar as roupas de Adam, pelas minhas. Elas estão quentes e macias, por incrível que pareça, parecem mais confortáveis agora que no dia anterior. Pego meu celular descarregado, boto no bolso da calça, e pego o pedacinho de papel que contém o endereço do hotel da minha mãe também. Depois que eu tenho certeza que não deixei nada no apartamento, eu fujo como um criminoso daquele lugar. Mas só começo a correr mesmo depois de alguns lances de escadas, quando tenho certeza que aquilo não acordaria Adam. Na rua, eu entro em desespero porque meu conhecimento de vias de ônibus é praticamente menos zero.

Mas eu consigo achar um ponto de ônibus, no final da rua do apartamento de Adam e vou andando para lá, porque não tem nenhum ônibus indo para lá ainda. Me permito sentir alívio, por não ter acordado Adam, nos poupando de momentos esquisitos e constrangedores. E então, me obrigo a pensar na garota apaixonada por Luke (qualquer coisa vale para tirar minha mãe da minha cabeça). Dar uma de espiã ontem me lembrou que tenho que continuar com minha missão para achar a princesa perdida de Luke. Tenho que fazer alguma coisa logo, porque Luke está cada vez mais solitário e com várias pessoas suspeitando que ele seja gay. Não que isso seja ruim, mas eu sei que ele não é, e eu não sei o que ele pensa sobre esses comentários que fazem. Mas eu não gosto. Então preciso fazer alguma coisa para ajudar, e agora que eu tenho a primeira e única pista sobre esse mistério, é melhor começar a procurar pela garota misteriosa. Chego no ponto de ônibus meio sem fôlego (vida de sedentária pode ser triste, às vezes) e fico esperando lá, calmamente. Pelos meus cálculos, preciso estar no café às dez. Preciso estar lá em quinze minutos. Espero que esse lixo chegue logo.

E como se fosse mágica, assim que termino de "pensar" nisso, vejo o ônibus vindo pela rua, até chegar aonde eu estou (acho que foi só porque balancei os braços que nem uma louca desesperada). Entro e sorrio agradecida para o motorista, mas ele me olha com um olhar de quem foi acordado por macacos famintos e não retribui. Ignoro e sento em um dos bancos, olhando pra janela.

E então, vejo um corpo correndo e gritando para que o motorista espere. Ele espera, e então quando o corpo entra, eu quero me jogar pela janela, e então quero que um abismo se crie no chão e eu caia no abismo eterno para que ninguém nunca mais me ache. O corpo é de Adam, e o sorriso no rosto dele é de irritação, divertimento e aquele quê de babaquice. Só pra não perder o costume. Eu sinto meu rosto pegar fogo e me xingo internamente por isso. Ele senta. Do meu. Lado.

–Que surpresa adorável te encontrar aqui. -Ele diz, irônico. Eu não olho pra ele.

–O que você quer?

–É assim que você trata a pessoa que te acolheu na sua própria casa e te ouviu chorar por horas a fio, sem dizer uma palavra? -Minha vergonha vai embora, e eu me viro irritada.

–Eu não chorei por horas!

–Ah, chorou. -Ele sorri, provocando enquanto faz nós nos dedos freneticamente.

–Então foi por isso que você foi legal comigo -Eu concluo. -Pra ter algo pra cobrar de mim depois, não é? Babaca como sempre, Adam. -Estou sensível demais no momento para ser mais grossa. Ele falar sobre meu ataque de choro me lembra da minha mãe e nada melhor que problemas familiares pra jogarem sua autoestima e animação ralo abaixo.

–Não. Eu fui legal porque eu sou legal, eu quase morri vindo descendo a rua, aliás. -Caio na risada. Ele bufa.

–Ah, tá. Claro. -E então paro. -Espera, você me seguiu?

–Sim. -Nos olhamos por um longo tempo. Ele confuso e eu incrédula.

–Isso está me dando medo.

–Você saiu da MINHA casa. Sem falar uma palavra, nem avisar aonde ia.

–Eu não devo informações pra você. -Respondo.

–Eu mereço saber pra onde você vai.

–Trabalho.

–Quê?

–Trabalho. Ganhar dinheiro. Aliás, como você faz pra manter o apartamento? E quando eu fui comprar o carro, você estava na casa dos seus pais. -Adiciono, inconscientemente.

–Eles me dão dinheiro. Eu só estava lá porque eu tinha voltado bêbado de uma festa. -Meu nojo por ele aumenta.

–Eles te dão dinheiro? Sem que você faça nada?

–Eu não moro com eles. Acho que pra eles isso é recompensa o suficiente.

Caímos no silêncio. Minha mãe grávida no hotel volta a minha mente e eu entendo o que ele quis dizer. Mas não tenho tempo de responder, porque paramos surpreendentemente na frente do café e eu saio, sem me despedir de Adam. Mas como eu já esperava, ele está atrás de mim. Me viro e ele para assustado, porque quase nos chocamos.

–O que você quer? -Ele sorri maléfico. Entro no café, seguida por ele. Tem alguns clientes e Holly nem se dá ao trabalho de me dar bom dia. Só boto meu avental e me viro para trabalhar. Adam senta em um banquinho, na bancada.

–Agora, como agradecimento aos atos de bondade maravilhosos que eu fiz pra você, me prepare um café -Ele diz, e então adiciona: -Escrava.


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Notas finais do capítulo

ALOHA