Acredita Em Nárnia? escrita por Perfil Inativo
Lúcia voltava para a sala de aula, o recreio havia acabado. Levou um olhar mortal de Molly e se sentou, já havia se acostumado. O professor entrou, e pediu para abrirem o livro. Quando abriu na página teve vontade de sair correndo, mas permaneceu calma.
-"Como surgiu o mundo" - ele leu o enunciado - poderia ler para nós Sr. Luis?
-Claro. - falou o garoto. -"Existem inúmeras hipóteses de como surgiu o mundo. A religião diz que um ser poderoso chamado Deus criou tudo. A teoria mais aceita na AIC (Assembléia Internacional de Cientistas) é a de que o mundo era uma massa quente, como o nosso Sol, e que conforme iam se afastando umas das outras, foram se resfriando, e consequentemente criou vida em nosso planeta. "
-Obrigado. Antes de continuarmos, quero que saibam que não estou aqui para criticar nenhuma religião.
E o professor Alberto cometou um erro: foi de carteira em carteira, perguntando no que acreditavam. Quando ele se aproximou de Lúcia, que segurou forte no lápis. Queria correr dali, queria fugir. Mas não iria fazer isso.
-No que você acredita?
-Sobre? - ela perguntou inocentemente.
-Sobre como o mundo surgiu.
-Eu... não sei no que acreditar.
-Se refere á este mundo, não é?
-E de que outro mundo eu estaria falando?
-Do seu mundo... como era o nome...
-Nárnia. - ela falou rapidamente.
-Isso. Sabe como ele foi criado?
É claro que ela sabia. Havia aprendido isso des da primeira visita. E mesmo que não houvesse aprendido, saberia. Cada narniano parecia nascer com esse conhecimento.
-Aslan surgiu da escuridão, começou a cantar e as estrelas o acompanharam. Depois grama surgiu ao seu redor, vales, rios, montanhas e mares. A terra veio dele.
A turma gargalhou alto.
-Por favor, eu falei que não estou aqui para criticar religião, e creio que muitos aqui acreditam na força se um ser maior que no caso da religião dela é Alan...
-Aslan. - ela o corrigiu.
-Aslan... para ela foi ele quem criou tudo. Mas francamente, não acredito que tenha sido cantando.
CRACK.
Lúcia partiu ao meio o lápis. Ninguém falava mal de Aslan, ningupém ali sabia o que ele havia feito por Nárnia, nem o quão era forte. Sentiu a raiva subir a cabeça, e quis se levantar e brigar feio com o professor, teve raiva dele, mas se controlou. Juntou os restos do lápis e se sentou, com os olhos faiscando de raiva. O professor a olhou pasmo e depois continuou a aula. Quando o sinal bateu, tudo o que queria era ir embora, mas foi impedida por ele. Quando todos foram embora ela se aproximou da mesa dele.
-Sim senhor, algum problema?
-Quebrou aquele lápis por estar com raiva de mim?
E a verdade é que estava. Mas controlava a raiva, e estava sendo até simpática.
-Não. Devia estar com a madeira velha.
-Não comprou materiais novos?
-Não tinha aquele lápis a um bom tempo. Se não se importa, quero ir para casa.
Foi até a porta, se virou e correu. Encontrou Edmundo na esquina.
-O que aconteceu?
-Por que acha que aconteceu alguma coisa?
-Você é uma das primeiras a sair.
-Achei que fosse sair com seus colegas de novo.
-Eu não falei nada, e foi só uma vez. O que aconteceu?
-Nada.
-Lúcia, não minta para mim.
-Não estou.
A barriga da garota roncou, e Edmundo deixou o assunto de lado, por hora. Depois de comerem, Edmundo levou sua irmã ao correio, para enviar a carta á sua família. Ela estava muito feliz com isso. Talvez logo voltassem a se ver.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Falou, desculpe os erros