Acredita Em Nárnia? escrita por Perfil Inativo


Capítulo 18
Jogo de palavras.


Notas iniciais do capítulo

SEGUNDO CAPÍTULO SEGUIDO!!!!
VOU VER SE POSTO MAIS UM AINDA.

ENJOY.



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O professor teve a brilhante ideia de fazer as pessoas lerem os poemas pessoais na sala. Uns eram bons, outros engraçados e os sentimentais. Lúcia tinha até feito algo - porém jogara no lixo - e iria avisar isso ao professor. Estava mexendo no celular e esperou ser chamada. Mas quando isso aconteceu Molly começou a fazer um escândalo e quis ir na frente. O professor deixou um pouco impaciente. A garota pegou um papel meio amassado e o abriu. A caligrafia não era dela. Ah, ela não teria feito isso... ah não...

Em outra porta, outra janela,

as árvores e animais conversam e dançam alegres sobre o céu azul,

a terra é feita do canto de um ser poderoso

e até as estrelas o acompanharam.

Esse ser reside em cada um de nós,

ele dá cor á nossa vida e alegria para nosso viver,

seu pelo é tão reluzente quanto o sol

e o vento é formado de seu rugido poderoso

que afasta as sombras que atormentam nossos sonhos.

Nas gramas altas as folhas dançam ao vento sendo guaiadas para longe,

nem o céu nem o finito é o fim,

os pássaros cruzam o céu e o mar onde as sereias se escodem,

o ar é puro como se fosse nobre

como se nunca fosse sentido

nem tocado.

Todos temos nossos segredos, e esse ser sabe de todos,

ele vê tudo, sabe tudo e ensina tudo,

ó grande ser, que pode tudo saber,

o que eu faço para todo o poder receber?

a resposta não era o que todos esperavam:

"Viaje para outro mundo, o presente não é maleável"

o que queria ele dizer? devo esquecer de viver

para um mundo de fantasias fugir,

por que aqui não há espaço para mim.

A sala toda aplaudiu maravilhados. Lúcia começou a ficar vermelha de raiva, ela iria voar em cima de Molly. Ela não sabia NADA de Nárnia, o que falou não tinha sentido. A garota lhe deu um olhar superior quando passou por ela. Lúcia respirou várias vezes, olhou para o professor e ele acenou com a cabeça para a porta. Assim que pode correu para fora de tudo aquilo, para longe daquela garota. Como podia alguém ser tão má a esse ponto? Ficou sentada em um banco e colocou a cabeça entre os joelhos. Estava com um nó na garganta e uma raiva mortal. Só se acalmou quando alguém pousou uma mão em seu ombro, e meio que sabia que era Jake.

-O que ela fez agora?

-Ela... - Lúcia bufou. - Era meu poema. Ela acrescentou o final mas eu comecei. Joguei no lixo depois. Ah, aquela...

-Vadia? Ela é mesmo. Sinto muito por isso. Como odeio ter ela de prima... mas você fez exatamente o que ela queria: fugiu. Ela pensa que conseguiu sua vingança, volte lá e vingue-se.

-Eu odeio vingança. Se eu não tivesse feito aquilo...

-Acalme-se.

-Eu não sei fazer poesia. Ela roubou aquilo.

-Sobre o que era?

-Nárnia. - respondeu sem pensar.

-Então... acho que sabe muito mais do que ela. Use isso contra ela.

Uma ideia começou a serpentear e a ganhar forma em sua mente: sabia o que fazer.

-É, eu vou lá. Sei o que fazer.

Pela primeira vez em muito tempo sentiu-se confiante. Voltou para a sala e olhou de relance para Molly. Ela lhe deu um sorriso vitorioso que não duraria muito tempo.

-Gostaria de falar o meu poema agora.

Isso fez a sala ficar quieta e Molly a encarar confusa. Era isso que queria: mostrar á Molly que era melhor que aquilo. As palavras vieram de sua mente e como se fossem uma corrente fluíram de sua boca em alto e bom som e pensou que não fosse ela mesma dizendo isso.

Nos tempos antigos, depois da criação

uma feiticeira má andou pela terra

transformando tudo em pedra e em neve

nada podia contê-la, ela se achava a Rainha de tudo,

mas não era, seu coração frio a condenava

e quando a primavera chegou se desesperou.

O grande leão com ela lutou,

assim como quatro crianças que por ali nunca estiveram

tinha um exército poderoso, cheio de minotauros e demônios

mas o leão tinha a força ao lado,

assim como a inocência, a bondade, a coragem e a justiça

e era disso que a feiticeira temia.

A feiticeira tinha muito orgulho, este que a impediu de ver

que naquele universo o bem deveria prevalecer,

a neve derreteu e da pedra surgiram os anões

que encheram o reino com pedras preciosas e enriqueceram tudo á sua volta,

então a feiticeira nada pode a não ser vagar

procurando um universo onde o mal um dia poderá reinar.

Claro que aquilo havia tocado todos, pois aplaudiram de pé. Jake começou a fazer algazarra, mas ela até gostou disso. Era a sua história que nunca iriam acreditar, mas ainda sim era a sua história. Molly a encarou por um bom tempo incrédula, não achou que fosse de fato forte o suficiente para fazer algo tão bom. Ela agradeceu e sentou, o professor perguntou á classe qual era o melhor poema no fim da aula, e é claro que escolheram o de Lúcia. Ela ficou feliz aquele dia. Contou ao seu irmão sobre isso e ele a olhou incrédula também. Não disse que foi um bom poema, já que falava sobre algo que tentavam esquecer, mas não disse que foi algo ruim por causa de Molly. Jake foi até a casa dela na mesma tarde.

-Você foi incrível hoje. Molly precisa aprender o seu lugar. Sua consciência ainda está pesada?

-Acho que não. Eu só frustrei seu plano de me colocar para baixo.

-Uma boa coisa, você foi justa. Não a nada de errado com isso.

-É, acho que não têm mesmo.

-Um dia eu gostaria de saber melhor sobre o que falou, eu sei que você contou uma história em forma de poema. Gostaria de ouvir um dia.

-Você não iria acreditar.

-Quem sabe? Você usou palavras bem convincentes hoje. Talvez um dia eu acredite, depende, eu tenho a impressão de que você não é só uma garotinha do ensino médio, acho que foi alguma outra coisa, e algo importante.

-E está certo. Eu fui uma Rainha.

-Você foi casada? - ele perguntou.

-Não. Longa história, mas eu governei junto com meus quatro irmãos. Eu fiquei sendo conhecida como A Rainha Destemida.

-Por que diz isso?

-Por que eu enfrentei um exército de telmarianos quase sozinha. E venci.

-Agora fiquei curioso. Infelizmente vou continuar depois, preciso ir cuidar de minha irmã. - ele disse e a abraçou.

-Até. - ela não soube por que havia sussurrado aquela frase.

Viu o garoto loiro se afastar da sua porta. Por que, de repente seu coração pulava que nem louco?


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