No dia seguinte, Lúcia andou pelos corredores calmamente até sua sala. Isso se não visse uma rodinha perto da porta, onde dois garotos gritavam, e depois corriam um atrás do outro para fora, acompanhados de outras pessoas. Molly estava pasma e confusa, depois foi para raiva ao ver a sua pessoa.

-Como ousa! - ela quase gritou encarando Lúcia.

-O que aconteceu?

-O que aconteceu? O QUE ACONTECEU? Olha o que você fez! - ela abriu os braços.

Pelos corredores, haviam as fotos que ela e Jake haviam tirado, e vários alunos riam e apontavam Molly.

-Você fez com que eu terminasse com os dois! Nenhum deles quer ouvir a mim!

-Dois deles? - Lúcia se aproximou, e fingiu examinar a foto. - Quem é esse garoto? Seu namorado?

-Não se finja de inocente! Você fez isso tudo! Culpa sua!

-Eu sou a culpada? Eu não fiz nada! Como pode ficar com dois namorados ao mesmo tempo? Pelo que eu saiba, isso se chama ser... piranha... - ela sussurrou a última parte.

-Quem pensa que é para falar comigo assim! - Molly estava pronta para avançar na garota, quando Jake passa seu braço ao redor de Lúcia.

-Não a culpe, e ela tem razão, você é uma piranha.

-Então estão juntos armando contra mim?

-Eu não armei nada! - justificou Lúcia.

Molly deu um olhar mortal para cada um, e se foi com suas colegas.

-Eu estou me sentindo mau.

-Ela mereceu, e além disso, os dois não vão brigar de verdade. Já até resolveram tudo, é culpa dela, não esquente com isso. Certo?

-Mesmo assim... - balançou a cabeça e o sinal tocou.

A raiva de Molly pareceu duplicar a cada dia. Sua fúria recaia sobre Lúcia, e a mesma nada podia fazer. Edmundo acabou por saber de tudo, e choveram perguntas para ela. E sempre negava, o mais sutil e gentilmente possível, e ele se convenceu. Claro que sua consciência não ficaria tranquila enquanto não falasse a verdade, sabia que o que escondia era errado, a vingança era um sentimento errado mas Jake sempre lhe dava um sorriso de confiança, e tudo voltava a ficar bem - pelo menos até um tempo.