Acredita Em Nárnia? escrita por Perfil Inativo


Capítulo 15
Lesma.




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Já fazia algumas semanas que Lúcia e Edmundo haviam voltado para sua casa, e Susana fora com seu marido para uma grande fazenda. O fato do esquecimento de seu irmã ainda rondava na mente de Lúcia, mas logo vieram as provas, e ela vivia na biblioteca, ao contrário de seu irmão. Não que não estivesse feliz ao ver seu irmão com os amigos, só que ele parecia distante dela. Ela não falava nada, e principalmente deixava batido algumas coisas. A principal, era Molly. Qual era o problema dessa garota? Estava a copiar algo do quadro, quando algo caiu perto de seu pé. Primeiro ignorou, só que o papel começou a se mexer. Ela por fim o pegou e abriu. Havia uma lesma viva, e escrito em negrito : isso é você. Um grito estridente ecoou pela sala, vindo de Molly, e o professor parou de colocar a matéria no quadro.

–Srta. Molly, algum problema?

–Olha o que Lúcia pegou, tire ele daqui! - ela continuou a gritar e se contorcer de nojo.

Os olhares se recaíram para ela. Ela continuava a fitar a lesma calmamente.

–Por que fizeste isto, Srta.? - perguntou o professor.

–Alguém jogou isso para cá, e eu apenas peguei professor.

–Então não se importaria de levá-la para fora, certo?

–Não senhor. - Lúcia respondeu.

–Por que? - perguntou Molly. - Ela vai acabar colocando no cabelo de alguma garota por maldade. Eu mesma a mato.

Molly ia matar a lesma com o salto alto, mas Lúcia o agarrou firme, recebendo um olhar mortal desta.

–Quer salvar aquelas que são iguais a ti? - perguntou fazendo toda a sala rir.

–Nenhuma vida é mais importante que a outra. - respondeu Lúcia fria.

–Está dizendo que essa coisa repugnante é melhor que eu? - pareceu chocada.

Antes de responder, Molly "fingiu" que o aperto em seu pé doía, e caiu com cara de choro.

–Ela me derrubou, está doendo! - a cara era convincente.

–Srta. Lúcia, terei de pedir que saia por ter machucado sua colega sem motivo.

Lúcia olhou espantada para o professor, e para a garota que tinha um sorriso cínico no rosto. Respirou fundo e lhe dirigiu um olhar mortal. Nunca teve raiva de alguém, como tinha agora.

–Você vai pagar. - ela falou com os lábios pegando a lesma e saindo.

Tomou consciência tarde demais das palavras. Vingança... era isso que queria? Exatamente pelo que? Não valeria a pena. Nunca teve esses tipos de sentimentos em relação á alguém, achava errado.



Estava sentado na sala do diretor, depois de ouvir qualquer bronca, e ficou do lado de fora. esperando alguma coisa, ou o final da aula, ou Edmundo descobrir o que havia acontecido. Respirou fundo ao ouvir passos apressados no corredor. E ficou surpresa ao encarar o garoto loiro Jake á sua frente.

–O que está fazendo aqui? - ela perguntou.

–Eu vi... está mesmo disposta a fazer isso?

–Isso o que? - ela sabia do que ele falava.

–Fazer minha prima pagar.

–Por que quer saber?

–Eu já estou farto daquela garota. Sempre quis ter minha revanche. Ela sempre humilhou todo mundo, por que não fazer isso com ela? Posso te ajudar...

–Eu... não sei, ela é falsa, e bem... acho isso errado.

–Estaria disposta?

–Acho que sim, mas... - Jake pegou em seu pulso e começaram a correr pelos corredores.

–Aonde está me levando?! - ela quase gritou isso.

–Espere e verá.

O vento frio atingiram os dois quando saíram. Muitos alunos estavam saindo pela porta da frente, já que o sinal havia batido, e Jake a levou para entre os arbusto do ginásio, e logo depois se viam atrás das escadas.

–O que...

–Shh! - ele pediu tirando uma celular do bolso. - Espere e verá.

Depois de uns dez minutos, duas pessoas vieram correndo para lá, era a odiada Molly, e um garoto alto e moreno, que não devia ser da sala deles, e bem mais velho. Se sentaram no último lance de escadas, e Lúcia desviou o olhar quando os dois começaram a se beijar como se não se vissem á anos. Uma coisa meio intima.

–O que estamos fazendo aqui? - ela perguntou baixo.

–Fazendo Molly pagar. Esse é um garoto do 18C, e Molly namora o meu amigo Josy.

–Ela está, traindo seu amigo?

–Sim. E vou mostrar para ele... não! Para todo mundo.

–Mas se fizer isso, ela pode de algum jeito descobrir... e o pior, seu amigo vai ficar... vão chama-lo de...

–Ele está sendo cifrado. - ele completou. - Eu sei, mas ele não é desse tipo que leva numa boa. Vai sobrar para ela, ou para esse cara. Na pior das hipóteses, eles vão se bater feio, ou não...

–Isso é cruel... é melhor não... além disso, ela vai saber que fui eu, por causa de hoje. Ela vai saber.

–Eu não deixo. - um olhar fundo nos dela pareceu esclarecer tudo, e ela assentiu. Depois de algumas fotos, os dois correram novamente para longe. Foram até a biblioteca, onde pediram para revelar as fotos. E não eram poucos: muitas vezes, eram repetidas.

–Onde vamos colocar tudo isso? - Lúcia perguntou.

–Eu virei bem cedo, antes da aula começar. Você vem no horário normal, e faz coisas normais. Certo?

–Sim, e obrigada... mesmo eu achando isso errado...

–Molly mereceu. Até amanhã.

Lúcia foi até sua sala, pegou as coisas e foi para casa, ainda incerta sobre ter feito uma coisa certa ou não, e por sorte, Edmundo não estava lá, devia ter saído, e assim não iria a encher de perguntas.


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