My Dragon Tale escrita por Amy Baskervilly, Lady


Capítulo 7
Sincera


Notas iniciais do capítulo

Yooo.

Sim eu sei que demoramos tipo demais x.x. Peço desculpas por isso, mas ha motivos, é claro. Primeiro haviamos 'travado' numa parte -q Dai ficou dificil continuar, segundo andamos ocupadas demais também, e se não m engano a Didi ficou um tempo sem pc #tragico.

Mas tentaremos postar mais rapido, mas infelizmente nao posso prometer NADA

Enfim, boa leitura.



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É quando você vê que não vive sem alguém que percebe que se ferrou. E muito.

“Querido Diário,

Acredito que a vida seja como uma grande peça de teatro.

E que eu devo estar interpretando o efêmero Hamlet que li há alguns dias. Porque realmente me sinto tão desafortunada quanto ele.

Perdi toda a minha memoria e ainda, depois de aprofundar-me no curioso e estranho sentimento do amor, sou apunhalada pela eventualidade e forçada a desistir desse sentimento.

Realmente fui forçada.

Como Hamlet, não consigo mais chorar, mas diferente dele, odeio pensar em me vingar. É fútil e também, doloroso demais. Acho que a perda já é o bastante para me deixar desafortunada.

Parece profundo.

E melancolicamente lírico.

Mas já faz quase dois dias desde que meu ser está em fragmentos tão pequenos quanto as finas areias de uma praia.

O mundo perdeu a vida e a musica a harmonia.

E quem poderia imaginar que a Julieta amaria tanto assim seu Romeo, não é?

L.H.”

A pena cai dos meus dedos e a tinta negra mancha as minhas iniciais.

Um novo e doloroso dia começa.

Talvez seja melhor que os anteriores, ou não.

Não vou chorar hoje.

Não mais.

Faço o desjejum em silencio, notando como a casa estava fria e escura. Tomo um banho quente e demorado, livrando-me do meu humor depressivo matinal. Consigo esconder as olheiras de uma noite mal dormida com um corretivo claro e rapidamente saio, com a pele arrepiada pelo frio.

Hoje acordei decidida a parecer melhor e talvez assim me sentir melhor.

Escolho uma blusa social de algodão simples e uma saia de cintura alta que ia quase até os joelhos, florida de rosas roxas e salmon. Coloquei rasteirinhas e prendi os cabelos um cook bem humorado, deixando meio bagunçado. Pego uma bolsa pequena e com a chamativa cor rosa choque e também os óculos escuros, pois o Sol brilhava radiantemente.

As chaves estão na bolsa e também um pequeno bloco de notas e uma caneta tinteiro com um mini tinteiro junto.

Saio de casa sem me importar com o vento bagunçando ainda mais o meu cabelo ou ainda, o fato de ser quase onze horas.

Quero andar um pouco pela cidade hoje.

Aqui era a minha casa, mas agora parece mais distante e triste.

Como a paisagem de um filme em preto e branco.

Nostálgico.

Primeiro parei num café que ficava perto de um parque. Um rapaz estava olhando para mim quando me sentei e pedi um café. O aroma de flores ali era divino e isso fez com que eu tivesse a doce sensação de satisfação.

Acho que ficar mofando em casa em nada vai me ajudar.

E o rapaz não para de olhar para mim.

Ai ai Lucy! Olhe onde você vai se meter novamente.

Mas terminou um namoro e...

Suspiro, cansada.

Não consigo tira-lo da cabeça. Em momento algum.

O café chega e tomo-o com grande anseio e amargor. Quero esquece-lo por um segundo e viver sem essa magoa. Mas, muito mais do que isso, quero-o de volta.

— Oi. — De repente noto que o cara que estava olhando para mim está, agora, na minha frente.

— Er... Oi? — Acho estranha a maneira que falo isso e ele mira-me curiosamente.

— Posso me sentar aqui?

— Na verdade... Eu já estou de saída. — Deixo o dinheiro da conta ali e me levanto rapidamente, evasiva.

— Espere! Não quer conversar?

— Desculpe cara, mas ela já é comprometida. — A voz arrogante do loiro que praticamente destruiu a minha vida faz o cara tremer.

— Você é...

— É, sou do conselho de magia. E dai?

— Sinto muito. — Ele se curva, com medo.

Saio dali bufando, ignorando Sting de toda e qualquer maneira que posso. Ele corre para me alcançar depois que percebe que não tenho a menor intenção de voltar.

— Olha eu sei que fui um idiota e...

— Foi? — Paro um segundo para dar ênfase há minha frase e ele também o faz, perturbado.

— Ok, eu sou um idiota. — Volto a andar, meus passos cada vez mais furiosos. — Mas será que você pode me perdoar?

— Nunca.

— Mas eu vi você chorando por causa da minha carta e...

— Espere, você estava me espionando?! — Estou tão furiosa que viro-me para encara-lo.

— Sim e não.

— Não chorei por você. Chorei por mim mesma. — Resmungo, mesmo sabendo que naquele dito momento eu sabia que tinha chorado - sim - pelo idiota do Sting Eucliffe. Mas esse momento totalmente depressivo e incoerente tinha acontecido horas depois do termino do meu namoro e creio eu que já estava abalada o suficiente para cogitar a inocência do descrente e arrogante Eucliffe.

— Não me venha com essa.

— Pare de me perseguir, maníaco. — Estou quase correndo ele se apressa e puxa-me contra ele, mesmo eu me debatendo loucamente contra. — Solte-me! — Ele revira os olhos, prepotente.

— Escuta aqui, eu não sou de desistir fácil e você sabe muito bem disso.

— Você me fez aprender da pior maneira, não é mesmo?

— Olha aqui, não use esse tom comigo, garota.

— Eu uso o que eu quiser, imbecil! Já não basta tudo o que fez contra mim ainda precisa ficar me lembrando? Lembrando cada segundo de tortura que me infringiu?

— Acha que não estou sofrendo?

— Você quer se fazer de vitima agora? A culpa disso tudo é sua.

— Então deixe-me me redimir.

— Você nunca conseguirá fazer isso, Sting. — Miro seus olhos azuis e vejo seu maxilar tenso — Nunca.

Depois disso, consigo me soltar e caminhar apressadamente sem um rumo definido. Quero voltar para casa e chorar, mas tenho de parecer forte.

Eu caminho furiosamente em direção a Fairy Tail, chegando lá tão enfurecida que esqueço as minhas boas e finas maneiras.

Sento-me no segundo andar e vejo Erza e Gray se aproximarem de mim. Suspiro quando noto que não os vejo faz algum tempo.

— Como foi de missão?

— Bem... Digamos que foi muito bem.

— Porque sinto que você está escondendo algo de nós? — A ruiva senta-se ao meu lado e o moreno faz o mesmo, do lado oposto.

— Eu não estou escondendo nada e...

— Lucy Heartphilia! — A voz arrogante de Sting Eucliffe entra em meus tímpanos e me faz levantar, bufando. Quero chutá-lo até deixá-lo em coma.

— O que ele faz aqui? — Resmungo, descendo as escadas rapidamente.

— Ele perdeu o juízo? — Gray comenta, também furioso.

— Acalme-se, Sting é do conselho agora. — Erza diz, barrando-o.

— Que se dane isso. Vou quebrar a cara dele se precisar.

— O que você quer? — Cruzo os braços quando chego a sua frente, no meio de toda a guilda.

— Se tivesse me deixado terminar de conversar com você saberia que tenho uma carta para lhe entregar.

— Se for sua eu queimo. — Aviso.

— É do conselho, meu pedido de desculpas. — Seguro o papel amarelado com um selo verde petróleo e miro-o, sem querer solta-lo.

— Você já pode ir embora. — Arranco o papel de suas mãos, grosseiramente.

— Leia o papel. — Obrigue-me, se puder.

— Eu vou ler em casa, obrigado.

— Eu não tenho o dia todo, caso você queira saber. Leia logo a droga da carta, Lucy. — Estou a ponto de rasgar tudo quando ele toma a carta das minhas mãos e lê: — “A senhorita Lucy Heartphilia deve comparecer de imediato há sede do conselho de magia em Magnólia, acompanhada do tenente-comandante Sting Eucliffe. É de extrema urgência que é enviado esse aviso.”

Ótimo.

Sting conseguiu estragar de vez o meu dia.

— Vamos. — Diz possessivo.

Caminho a sua frente, saindo da guilda com ele a tiracolo. Ignoro qualquer exclamação amiga ou até mesmo do idiota que me seguia, gritando a mim mesma que eu deveria cumprir a ordem dada pelo conselho - e não por ele, que fique dito - obedientemente.

Estávamos lado a lado quando chegamos ao conselho.

Eu estou tão irritada que mal consigo olhar para os lados. E caso tenhamos algum contato visual, eu caminho ainda mais rápido. Não tenho a mínima vontade de permanecer ao lado dele.

Sting agora me causa mais repudia do que jamais esperei sentir por um ser humano. Acho que o mundo seria um lugar melhor com uma pessoa má a menos.

— Onde você vai? A sala é aqui. — Puxa-me pelo braço, grosseiramente. O aperto dói e gemo baixo a isso, na tentativa falha de me soltar.

— Arranque meu braço mesmo. — Ralho, furiosamente.

Sting abre a porta à contra gosto e entro na sua frente, enfezada.

Consigo dar um passo - e apenas isso - para dentro da sala.

Estou estática quando Sting entra, batendo a porta atrás de si. Perco o ar por alguns instantes e deixo a bolsa cair ao chão, sem fazer barulho.

— Vejo que conseguiu trazê-la hoje, Sting-kun. — Uma voz vinda de trás de mim assusta-me e viro, evitando contato visual com a pessoa que havia conseguido me deixar totalmente sem chão - novamente.

— Não sem muito esforço, Lahar. — Completa o loiro, friamente.

— Rogue-kun, poderia resolver o caso da senhorita Heartphilia? — Trocamos um olhar notavelmente desconfortável e o moreno assente, contrariado.

— Siga-me. — Ele ordena, severamente.

Estou caminhando nervosamente quando sinto meus cabelos soltarem-se da presilha ao qual estavam presos. As ondulações loiras fazem o moreno mirar-me, mas abaixo os olhar, sentindo-me culpada.

Nikkõ abre a porta, dando-me passagem para outra sala.

Acredito que seja a sala dele, pois vejo que o estilo de decoração era o de sua preferência. Tudo muito simples e com algumas cores em destaque, como por exemplo o tom pastoso do azul e o fino e delicado creme amarelado.

— Fico feliz de ver que você está bem. — Começa ele e vejo uma sombra negra em seus olhos.

— Ainda não é tão fácil. — Consigo dizer, sem engasgar.

— Você parece bem.

Estou com vontade de chorar, na verdade.

— O que eu devo fazer? Porque me chamaram aqui?

— Sting trouxe um pedido seu numa assembléia do conselho. Um pedido simples e também bem complexo ao mesmo tempo.

— Um pedido meu? Não me lembro querer algo de Sting. De ter pedido um favor dele. — Tenho certeza de ter deixado a minha insatisfação presente e bem clara.

— Mesmo assim, ele trouxe um pedido escrito com a sua letra. — Informa, curiosamente. — E acho que você vai gostar desse pedido.

— Não acho que algo que o Eucliffe tenha feito vá me agradar.

— Era um pedido de afastamento de Natsu e Lisanna em relação a você.

— Hum?

— Você não sabia?

— Não.

— Não está contente?

— Não sei. Odeio pensar que devo algo a Sting.

— Pensei nisso como um pedido de desculpas da parte dele. — Vejo um meio sorriso se abrir em seus lábios. Realmente odeio pensar nisso.

— Eu preciso fazer algo além de saber quantos metros eu posso ficar distante deles?

— Precisa assinar esse papel. E também, deve estar há mais de quatrocentos metros de distancia de ambos. – comunicou-me. – Mas como ainda deve freqüentar a guilda para pegar missões, um oficial do conselho será designado a você para lhe proteger de possíveis atentados. Isso durará até que possa contratar um guarda-costas particular para o assunto, ou até que mude de guilda.

Ergo a sobrancelha, mas em minuto algum vejo problema diante daquelas hipóteses, Realmente, mudar de guilda até que poderia ser algo bom. Novos amigos. Nova família. Um possível novo amor...

— Tudo bem. — Vejo a linha sublinhada e assino, inclinando-me sobre a mesa.

Rogue vira para trás e noto que me inclinei demais sobre a mesa, sem querer.

— Sinto muito. — Digo, entregando a ele o papel. Nossos dedos se tocam levemente e instintivamente sinto o calor do pequeno gesto.

— Tudo bem. — Completa, sorrindo pela primeira vez a mim desde que entramos na sala.

Quero dizer que o amo.

Quero pedir para voltarmos.

— Quer que eu te acompanhe?

— Não sei... — Digo, corando. Não sei o que estou fazendo quando ele segura a minha mão.

— Você ainda não parou de chorar?

— Não é tão fácil, não é? — Sinto suas mãos em minha cintura.

— Realmente. — Rogue fecha os olhos, pronto para me beijar.

Estou num dilema doloroso.

Beijo-o porquê ainda o amo com todas as minhas forças ou paro-o para não me machucar ainda mais?

O toque chega calmo e ardente. É tão simples que tenho medo que não seja suficiente, que não dure o bastante.

Mas algo acontece antes de terminarmos.

O vidro da janela voa por todos os lados e alguns nos atingem, parando o nosso derradeiro e prospero momento. Encolho-me em seus braços e sinto o seu poder proteger-nos, gradativamente.

Estou tremendo quando consigo mirá-lo.

— O que foi isso? — Pergunto assustada, tendo seus braços a minha volta. É doloroso mais ainda som reconfortante.

— Não sei. — Responde, sem fazer menção de me soltar.

— Acha que...

— Shii... —Seus lábios encontram os meus num selinho rápido e fico sem reação este me carrega.

Um grito tímido e estranho escapada de meus lábios.

— O que você está fazendo? — Resmungo, surpresa demais para não fazê-lo.

— Salvando a sua vida, Lucy.

(...)

Realmente, fora um dia cansativo. Perguntas e mais perguntas.

Pergunto-me quem realmente atacou o conselho, e por buscavam a mim ao invés de qualquer preciosidade guardada a sete chaves naquela misteriosa construção.

Mas o pior desse dia não foi nem mesmo a busca implacável de um inimigo por mim, nem de longe na verdade. O que realmente me incomodava era o simples fato de que, o oficial do conselho – ou oficiais – que deveria me proteger era ninguém mais nem menos que Sting Arrogante Eucliffe.

Quase mudei de idéia quando soube disso, quase. Mas saber que Nikko estaria próximo a mim já era-me o suficiente, mesmo que doesse, seria bom tê-lo por perto. Talvez assim a dor sanasse mais rápido.

Sem delongas adentrei na sede da Fairy Tail, em meu encalço um entediado loiro idiota junto a um exceed ruivo alegre. Nik vinha acompanhado de Fro, o pequeno neko que cantarolava baixinho algo sobre uma fada e uma sombra. Melhor nem me preocupar em descobrir.

Senti olhares queimarem minha pele, talvez eu estivesse sendo até um pouco arrogante diante de tudo aquilo, mas pouco importava. Eu estava cansada de tudo daquele dia. Cansada de perguntas e de olhares de pena. Cansada e fatigada de ser sempre o alvo de questionamentos infundados.

— O que você está fazendo aqui? — Escuto a voz de Natsu atrás de nós todos e nenhum dos três deixou de virar.

— Viemos acompanhar Lucy. — Responde o Eucliffe, estranhamente educado. —Algum problema?

— Eu vou te dizer qual é o problema...

— Natsu! — Repreendem os outros na guilda e eu miro Sting, curiosamente.

— Acho que você ainda não entendeu não é? Quer apanhar de novo?

— Apanhar? — Indago e o loiro fica tremulo no mesmo segundo. — O que está escondendo de mim, Eucliffe? — Ralho, indignada por ele ter ousado agir sobre as minhas costas.

— Mostrei a ele que deve tratá-la com o respeito que você merece. — Responde, seriamente a encarar o Dragão de Fogo.

— O qual você, por acaso, não tem. — Rogue diz, calma e friamente.

Os dois se encaram e suspiro, ainda mais cansada.

— Nada de brigas aqui. — Resmungo a ambos, sendo efetiva.

Ambos me encaram, contrariados.

— Então estou de partida. — O Dragão negro fala, baixo. — Foi bom revê-la Lucy. — Ele dá um tímido sorriso e depois caminha para fora da guilda. Mas quando percebe que Fro ainda continua ao meu lado, tem de parar e voltar para pega-lo. — Fro, vamos.

— Não!

— Não? Como não?! — Vejo que é a primeira vez que Fro faz birra. E fico feliz que tenha feito birra por mim, apesar disso ser muito feio.

— Fro, Rogue-kun é o seu dono. Você tem que ir com ele.

— Mas a fada-san é a mamãe de Fro e Fro não gosta da mamãe longe. — Rogue me encara após isso e sinto, como ele, a dor da traição.

— Vamos. — Chama o moreno, novamente.

— Não! — Insisti o gato fantasiado.

Não contive-me em gargalhar diante da situação inusitada. O Poderoso Dragon Slayer das Sombras sendo vencido por seu fofo e gentil exceed.

– Frosch você tem que vir. – quase pude ouvir o ranger dos dentes de Nik, talvez sua irritação se devesse a meu súbito humor a suas custas.

– Fro quer ficar com a mamãe. E Fro ficará com a mamãe, e não será o Rogue-kun que impedirá o Fro disso. – e assim o pequeno vestido de sapo agarrou-se a minha perna e ali ficou, choramingando baixinho o quão mal seria ficar longe de mim.

– Deixe-o Rogue. – pronunciei-me, senão aquilo nunca teria um fim. – Não é como se eu fosse fazer algum mal a meu filhote não é? – resolvi de vez entrar na historia de Frosch, que mal haveria no fim?

Senti os olhos de safira de Sting fitarem-me com um gosto anormal. Creio que ele desejava ouvir essas palavras, mas direcionadas a Lector. E da mesma forma que Sting me olhou, Rogue fitou-me de uma forma indecifravelmente interrogativa, mas com certa expectativa, ou talvez receio.

Tomei o pequeno neko nos braços antes que algo realmente acontecesse ali. Dando as costas afastei-me dos gêmeos, seguindo para uma mesa afastada das demais isso junto a Lector.

O loiro e o moreno permaneceram na entrada. Sting ainda fitava-me, tal como Nikko. Mas logo ambos desviaram o olhar de mim, tornando a se encararem em uma muda discussão. Posso jurar que eles estão se engalfinhando mentalmente enquanto faíscas de sombras e luz os envolvem.

Suspirei. Se todos os dias eles ficarem nesses serio dilema mudo, acabarei tendo que, realmente, mudar de guilda. Ou ao menos de ‘guardiões’.

(...)

“Querido novo diário.

Já havia se passado uma semana. Uma maldita longa e interminável semana. Sting não larga de mim, e Nik aparenta um pouco mais de irritação a cada dia. Já estou ficando cansada disso tudo.

Eu sei que parece um pouco absurdo, mas possuo plena certeza que ambos se encontram no andar de baixo de minha nova casa. Exatamente isso, “nova casa”. Mudei-me a pouco mais de dois dias, pois assim seria melhor para manter distancia de Natsu e Lisanna.

Falando neles... Natsu não aceitou da forma mais agradável essa medida de distancia, e se Lisanna gostou ou não disso, não chegou a demonstrar; mas isso já não é tão importante assim, eu mal os conheço na verdade.

Mas há algo que ainda me abalada cada vez que eu me recordo, Diário. Não entendo por que Nikko me beijara naquele dia em que fui ao conselho. Foi tão... Inesperado e doloroso. Não há mais nada entre nós, ou ao menos não deveria haver, mas... As vezes pego-o me olhando com ternura, me sinto confusa e abalada. E nessas horas minha única vontade é me jogar nos braços dele e chorar, mas não passa de uma reles vontade, pois os fragmentos do meu coração ainda possuem certo orgulho.

Desde que Eles começaram a serem meus guarda-costas, me nego com todas as forças a derramar uma lágrima sequer, pois sei que de alguma forma eles dois descobriram que estou chorando e não quero terminar de fragmentar o que sobraram dos meus sentimentos.

Talvez eu esteja sendo um pouco exagerada, não é mesmo? Mas tudo o que penso é que estou fazendo meu melhor por enquanto. No mais tardar possível terei de contratar um mago para ser meu guarda-costas pessoal, pois Nik e Sting não poderão fazer isso para sempre. Apesar de que forma egoísta eu desejo que Nikko fique ao meu lado pelo resto da vida, mesmo que sendo apenas meu protetor.”

Fechei os olhos, ainda mantendo a pena entre meus dedos. E quando os reabri voltando a fitar a folha a minha frente, fora apenas para ver todas as minhas angustias pingando em forma de lágrimas cristalinas sobre o papel branco.

Era inútil me segurar por mais tempo, eu sabia disso. E não tardaria para que Sting ou Rogue viesse checar se estava tudo bem comigo.

Mordi o lábio com certa força, voltando a escrever o ultimo parágrafo.

“Amanha pegarei alguma missão na Fairy Tail. Talvez assim eu possa ter um pouco de paz e tranqüilidade com a minha própria companhia, afinal Sting e Rogue não precisaram me seguir quando eu não estiver em Magnólia, ou ao menos assim espero que seja, pois não suporto mais segurar tudo em meu peito.

L.H.”

Fechei o pequeno caderno que agora tornara-se meu novo diário, não tenho certeza do que aconteceu com meu diário anterior, talvez alguém tenha o pego. Mas algo me diz que é melhor assim, pois cada palavra verdadeira e sentimental que eu havia escrito naquelas folhas – todas para um Nik que me pertencia – apenas fariam com que o que restou de meu coração e de meus sentimentos fossem levados a um fim quase definitivo. Doeria demais, e tudo o que quero de verdade é me recuperar dessa grande e inimaginável perda.

Ainda fitando a capa vermelha de fitas douradas, ouvi batidas na porta de meu quarto.

– Lucy, está tudo bem? – e logo a voz de Nikko ecoou por minha mente.

Forcei-me a engolir o choro que ameaçava vir a tona.

– S-Sim... – respondi, guardando o diário dentro de uma gaveta qualquer e me erguendo da cadeira enquanto arrumava a mesa que a pouco utilizava.

E assim pude ouvir a porta ser aberta com uma lentidão torturante.

– Tem certeza? – questionou-me, e o tom usado mostrava que ele sabia que não estava nada bem.

Limitei-me a um aceno, e assim o silencio se mostrou presente.

Eu ainda podia sentir o calor que emanava do corpo de Nik preenchendo o quarto frio que nos acolhia. Era tentador e ao mesmo tempo assustador. Eu queria estar sem seus braços e me aquecer com seu abraço. Desejava beijá-lo mais uma vez, tocá-lo mais uma vez, mas também desejava que ele fosse embora da minha vida, pois não queria mais machucar-me.

Minha mente era um poço de contradições e devaneios, e no meio de tudo isso, apenas Nik tinha presença fixa.

Mal dei por mim e ele já estava a minha frente, olhando-me nos olhos e afastando mexas da minha franja que cobria meus olhos. Fui pega desprevenida, apreciando e contemplando aqueles olhos vermelhos profundos e sombrios. E quanto mais me via envolvida por aquele olhar, mais próximo ele tornava-se de mim, mais brilhantes e quentes; e eu queria que aquele momento não mais tivesse fim, pois depois apenas o frio invernal prevaleceria comigo.

E de uma batida falha de meu coração, permiti-me recuar um passo. E sob o olhar surpreso dele, fitei o chão com as mãos tremulas.

– Não pode... – murmurei, rouca e tremula. Cada misera palavra doía mais e mais em meu intimo, mas não poder-me-ia deixar que ele tivesse o que desejasse de mim.

Não havia mais nada entre nós, ele mesmo pusera um fim em nossa relação, então por que ainda insisti em tocar-me? E por que eu ainda insisto em permitir? Por que ainda permaneço fraca a ele? Por que não posso simplesmente parar de amá-lo com tamanha intensidade?

– Luce... – o timbre baixo e dolorido de sua voz chegou a mim, nunca pensei em ouvi-lo me chamar daquela forma tão dolorida e ao mesmo tempo carinhosa.

E quando nossos olhares se encontraram mais uma vez, o mar de profundo tom Scarlet me acolheu e afogou num profundo desespero. Antes que me desse conta nossos corpos estavam juntos novamente, encaixando-se, moldando-se. E da mesma forma nossos lábios unidos - estes que a muito rogavam pelo toque um do outro – saciavam-se em um prazer desumano.

Não demorou muito para sentir o macio da minha cama sob minhas costas, eu o agarrava com todas as minhas forças, implorando para que aquilo não tivesse um fim, mas minha alma gritava anunciando que mais tarde eu me arrependeria de tudo aquilo.

Afogando-me no calor de seu toque e no prazer inumano de seus beijos, roguei para que o fim estivesse distante. Mas o destrancar da porta, e a próxima presença que se mostrou jogou um balde de água fria sobre todas as minhas preces e expectativas.

Quando nos separamos ofegantes, fitamo-nos por breves segundos – estes mais curtos que o desejado. E reunindo toda a força que tinha, empurrei-o para longe de mim e corri para o banheiro já tendo lágrimas escorrendo pela face.

Mesmo sequer olhando para quem adentrara em meu quarto, eu sabia quem era. Assim como também sabia que nesse exato momento ambos – Sting e Rogue – estavam a discutir de forma muda, e também ameaçavam-se com o olhar.

Escorregando até o chão, tendo as lágrimas mais presentes do que um dia achei possível e com os soluços mais audíveis do que acho necessário, arrependi-me de ter sido tão ingênua e fraca ao me reder a aquele beijo.

No fim eu nunca seria uma perfeita Julieta.


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Notas finais do capítulo

Por favor, espero que compreendam nossa situação, apesar da demora nao abandonaremos a historia.

Deem suas opinioes sobre o cap.

Beijos, Ree ♥



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