My Dragon Tale escrita por Amy Baskervilly, Lady


Capítulo 2
Perdida.


Notas iniciais do capítulo

Oie.


Sim, nos matem.

Mas estou postando antes do dia, queridinhos.


E só para deixar registrado, essa fic vai ter que ser postada uma vez por mês.


Então... Aguardem até o meu Niver! *---------------------------*



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“Coisa a perder, achei que não restara nenhuma


Eu ia apenas me acostumar à solidão, mas;

Se eu sou necessário para você, então;

Eu definitivamente nunca te deixarei sozinha...”

Swear To




—Mas eu...







—Não posso ficar com você, entende? Preciso procurar a pessoa que fez isso a você. Vou recuperar as suas memorias, Lucy. – Sua voz é firme e eu estou insegura. Não sei quem sou, o que sou e o que devo fazer. A única pessoa que realmente se importou comigo esta partindo.




—Por favor... Não me deixe. – Imploro, recebendo o seu abraço. Seu corpo contra o meu é a minha única esperança. Só assim me sinto segura.

—Preciso. – Ele afasta as minhas primeiras lagrimas. – Você deve apenas seguir esse caminho e estará em casa. Seus amigos estão procurando você.

—Venha comigo então! Eu confio em você!

—Mas eles não. Não posso pensar em arriscar a sua segurança. – Abaixo os olhos, sentindo neles novas lagrimas querendo brotar. – Eu não sou amigo deles, mas devo fazer isso para você. Iram me julgar mal, Lucy. Pensaram que quero o seu mal.

—Mas eu sei que não... – Minha voz é um fio inconstante e doloroso. Cada palavra que falo parece sem nexo comparadas as dele.

—Lembra-se do que prometemos um ao outro?

Nada respondo, desviando o olhar.

—Eu não ficarei longe por muito tempo, virei de observar as escondidas sempre que puder. – Este enlaça suas mãos nas minhas, com um olhar paternal. Tudo o que faço é tentar suspirar entre soluços. Quando percebo já estou em seus braços novamente. – Nunca te deixarei sozinha, Lucy... Estarei sempre ao seu lado, mesmo que nas sombras. – Ele tira algo do bolso e miro– lhe com furor. Era uma pedra negra polida e linda, reluzindo ante o sol da manhã. – Tenha isso sempre com você.

—Não posso aceitar... É... – Ele devia ter pagado muito caro nela. E também devia ser algo muito importante.

—Você precisa aceitar. Diga– me que não se arriscara Lucy. – Ele parece sentir dor ao falar isso – Não posso partir sabendo que você fará alguma loucura.

—Nem sei se o que é loucura e o que não é. – Resmungo, limpando as lagrimas.

—E uma ultima coisa antes de eu ir. – Estou segurando forte a sua mão, implorando que fique. – Não conte a eles que você acordou antes e que tem um pouco de suas memorias.

—Que memorias? Não consigo me lembrar de nada.

—Mas o que você viu conosco antes e agora já é uma de suas memorias. É para a sua segurança que faço isso.

—Eu sei que é... – Muxoxo.

—Só é pior tentar partir e ver a sua expressão. – Olho nos seus olhos vermelhos rubis e fico levemente sem reação. Eles parecem brilhar e eclipsar– se somente a mim. Recebo um beijo na bochecha. – Tenho de ir. É bem simples... Você vai seguir esse caminho à frente e alguém vai acha–la. – Ele me deixou ali e começou a caminhar em direção a floresta.

—Espere! Eu não sei o seu nome! – Exclamo, fazendo o sorrir levemente.

—Pode me chamar de Nikkõ, Lucy... – Completa, mas fico sem ar com seu sorriso.

Miro– lhe quando este volta a caminhar até a floresta. Seu corpo é consumido pelas sombras, mas sei que ele esta melhor assim do que na luz.

Noto que preciso voltar a andar. Dou o primeiro passo inseguro e mais outros o seguem pelo caminho até a cidade. Aos poucos escuto passos vindo à minha direção, acho que afrente e acelero o meu caminhar, precisava saber que não estava sozinha ali, no meio da estrada cheia de perigos.

—Lucy! – Grita um rapaz de cabelos negros. Ele estava sem camisa e tinha um símbolo estranho no peito. Guardei a pedra que Nikkõ me deu no bolso sem que ele visse. De súbito, tinha a sensação estranha de que deveria me afastar dele e paralisei. – Lucy! – Ele parecia realmente preocupado comigo. Quando se aproximou de mim, deu– me um abraço apertado e preocupado e tudo o que fiz foi tentar afasta– lo.

—Me solta! – Relutei, deixando– o surpreso. Seus braços eram gelados ao meu redor.

—Lucy?! O que houve?

—Quem é você? – Inquiro de maneira estranha.

—Lucy, não brinque comigo desse jeito... Sou eu, o Gray.

—Gray?

—Não se lembra de mim? – Nego, confusa. – Não sem lembra de mim mesmo? – Vejo que ele esta tão confuso quanto eu.

—Não sei quem é você... – Minha voz é um sussurro e ele dá um passo para trás, surpreso.

—Lucy... – Esse seu ultimo murmúrio é dolorido.

—Nos conhecemos?

—Somos amigos. – Ele responde, se aproximando novamente. – Do que você se lembra, Lucy?

—Eu não me lembro de nada.

—Nem mesmo do Natsu ou da Erza?

—Nada. – Confirmo.

—Qual a ultima coisa que você se lembra?

—De caminhar até aqui. – Minto.

—Minha nossa... – Geme. Seus olhos ficam vazios por alguns segundos. Ele mexe no cabelo antes de olhar novamente para mim. – Precisamos encontrar os outros. – Fala, puxando– me pela mão. Simplesmente o sigo, sem olhar para trás e perceber que ele não esta ali me observando partir.

A cidade era bem animada.

Varias pessoas apontavam para nos dois correndo e não entendo esse motivo. Algumas sorriem para nos, acenando e quando percebo, ele para. Estamos à frente de um grande prédio, não sei como sabia que era um prédio, onde nada se ouvia.

—Que lugar é esse? – Minha voz soa estranha.

—É onde você ficava a maior parte do tempo. Você e todos os nossos amigos.

—Eu tenho muitos amigos?

—Mais do que imagina. – Responde ele ternamente, passando seu braço pela minha cintura. Não entendi o gesto, mas meu corpo teve uma súbita vertigem inexplicável. Afasto-me.

—Não se encoste ao meu corpo. – Tento parecer calma, mas minha voz sai tremida.

—Ahn... Tudo bem. – Responde ele para depois sorrir. – Vamos entrar juntos? – Este estende a mão e fico receosa, mas a agarro. Talvez fosse pior se não o fizesse.

No segundo que nossas mãos se tocam ouço um som de coisas quebrando dentro do lugar.

—Melhor entrarmos. O pessoal deve estar preocupado.

Com a mão livre ele empurra a porta da frente, que abre revelando um fuzuê. Cadeiras eram jogadas, mesas quebradas, pessoas trocando socos e etc.

Meus olhos se arregalam tamanha discórdia.

Eu gostava mesmo desse lugar histérico e estranho?

—Eu acho melhor eu... – Ia soltar a mão do moreno ao meu lado, mas dai o silencio se instalou no lugar. Acho que todos me miraram e fico com medo de olhar de volta.

—Lucy! – Gritam, vindo na minha direção.

Estou tremendo, mas não consigo fugir.

—Por favor, me ajude. – Imploro a Gray, com os olhos cheios de lagrimas. Ele sente compaixão por mim e congela – não me pergunte como – o chão a minha frente, fazendo várias das pessoas que corriam em nossa direção escorregarem e deslizarem direto ao chão.

Encolhi-me em seus braços, temerosa.

—Tudo bem, Lucy? Ainda esta assustada? – Ele pergunta gentilmente, passando suas mãos sobre a minha cabeça.

—Rival do amor! – Grita alguém e vejo um jato de agua vir na nossa direção com força.

—Juvia não! – Grita Gray de volta, soltando uma das mãos do meu corpo e impedindo o jato com gelo. Uma lagrima assustada cai dos meus olhos e começo a soluçar, pensando no qual idiota eu era por não ter insistido que Nikkõ ficasse ou me levasse com ele.

—Lucy? Tudo bem? – Pergunta alguém que esta caído no chão, mas soluço tanto que não sei quem é. Encolho-me ainda mais e Gray me acolhe surpreso.

—Mestre... – Fala o moreno, com um ar assustado.

—Eu vou embora... – Murmuro, tentando me soltar de Gray, mas este não deixa.

—Não Lucy, por favor... Não fique tão assustada. Somos seus amigos e só queremos o seu bem.

Meu soluço é constante.

—Não quero ficar aqui. – Completo a ele, com meus olhos imersos em lagrimas.

—Tudo bem, vou te levar para casa. – Vejo seu olhar reprovador para os companheiros no chão e na porta, mas não consigo entender o que ele fala com os lábios. – Vamos?

—Hum... – Respondo, limpando as lagrimas com as costas da mão.

Caminhamos juntos, ele com o braço por entre a minha cintura:

—Esta mais calma?

—Estou com medo. – Revelo, causando– lhe espanto.

—Mas vai ficar tudo bem, entendeu? Vou leva– la para casa e coloca– la para adormecer.

—Você vai ficar comigo em casa? – Pergunto ingenuamente.

—Não. Não posso.

—Mas você vai voltar?

—Talvez mais tardar a noite. – Tento não sorrir a ideia de ficar sozinha.

—Obrigado. – Consigo dizer com um sorriso fraco.

Caminhamos juntos até quase o outro lado da cidade, pelo menos eu acho, e depois chegamos até um predinho de dois andares muito bonitinho.

—Você mora aqui. – Fala ele, pegando uma chave do bolso.

—Porque você tem a chave?

—Eu achei a sua chave na guilda antes de você sumir.

—Eu... Sumi?

—Sim, por varias semanas. Ficamos realmente preocupados com você, Lucy.

—Porque eu sumi?

—É o que eu quero saber. – Comenta este com um sorriso triste, para depois virar a chave e abrir a porta.

Subimos um lance de escadas e entramos no quarto que deveria ser meu. Era bem aconchegante e confortável. Tudo arrumado de maneira caprichosa.

—É aqui?

—Sim. Você sempre adorou esse lugar.

Realmente, eu deveria gostar mesmo dele. Era fofinho.

—Posso ficar acordada, Gray?

—E porque não poderia?

—Você falou que...

—Eu falei aquilo pensando que você pudesse estar assustada o bastante para querer descansar. Mas se não esta, tudo bem. – Sorrio a isso, sentando na cama macia. – Então eu já vou indo.

—Esta bem. Até mais tarde, então.

—Sim. – Responde este, saindo e fechando a porta consigo.

Respiro fundo.

Talvez essa sensação de mal estar perto dele desapareça com o tempo. Ou pode ser que não.

—O que será que aconteceu? Porque eu quis desaparecer? – Perguntei a mim mesma no vazio da casa. Joguei– me nos lençóis róseos e macios, deixando– me suspirar a poeira da casa.

Olhei para o teto. E nenhuma lembrança.

Olhei o travesseiro e novamente nenhuma lembrança.

Alguém bateu na janela e levanto num pulo. Olho naquela direção e vejo Nikkõ nela.

Meu sorriso não poderia ser maior.

—Nikkõ! – Exclamo, abrindo a janela para que este entre. – O que faz aqui?

—Não resisti e tive de vir ver a sua casa.

—Nunca esteve aqui?

—Não. – Ele pula da janela para o chão, ignorando a cama. – Mas tudo bem com você? Seus olhos estão vermelhos.

—Eu chorei um pouco. – O moreno pareceu levemente enraivecido com o fato de eu estar chorando.

—Porque você chorou, Lucy? – Pergunta ele, passando o dedão sobre a minha bochecha e depois lábios.

—Eu estava com medo. – Sussurro.

—Não precisa ficar com medo.

—Eu sei, mas eu estava sozinha e você... – Parei, olhando a sua expressão surpresa.

—Estava com medo longe de mim?

—Sim... – Confesso, com os olhos baixos. Não vejo, mas quando percebo estou em seus braços confortáveis.

—Ficarei sempre com você. Mesmo que eu esteja longe, sempre darei um jeito para voltar ao teu lado quando precisar.

Estou mirando seus olhos vermelhos e sinto que devo fechar meus olhos nesse instante. Não sei porque, mas meu corpo manda isso. Obedeço incerta e percebo que tem algo nos meus lábios, algo macio e gostoso, esta pressionando– os com sutileza.

Abro os olhos e vejo que Nikkõ esta com seus lábios ante os meus, movimentando– os com doçura.

Não entendo o que meu corpo quer, mas sinto as suas mãos puxarem as minhas e eleva– las até o seu pescoço rubro.

Novamente fecho os olhos, deixando– me levar pelo momento.

Como se chama essa sensação boa que sinto quando ele esta por perto? O clamor de meus lábios pelos seus? O desejo que tenho de tê-lo por perto? Como conseguir descreve–lo.

Meu ar falta aos pulmões e tenho de afasta– lo com minhas mãos.

Seus braços estão na minha cintura, para me dar apoio. Meu peito sobe e desce tão rápido que fico mais vermelha ainda.

—Tudo bem? – Pergunta ele, passando a mão por sobre os meus cabelos.

—O que foi... O que foi isso? – Murmuro, voltando a respirar normalmente.

—Chamam isso de beijo.

—E nos já...

—Não... É a primeira vez que nos beijamos e espero que não seja a ultima. – Completa encostando a sua testa na minha. Assinto calmamente, confortável em seus braços. – Ah, eu já ia me esquecendo. – Fala, soltando suas mãos e pegando algo no bolso do casaco.

Naquele momento eu percebi como ele estava vestido.

Usava um casaco longo e negro por sobre uma blusa cinza, e também, de mangas compridas com uma calça escura e um tênis que parecia ser confortável. Seus cabelos estavam alinhados num topete fofo e casual.

—Aqui. – Ele me entrega um papel envelhecido e amarelo. Estava firmemente selado.

—O que é isso?

—É uma carta que fiz antes de você acordar e que esqueci de te dar quando acordou.

—Porque preciso lê– la?

—É como um manual de instruções pelo que você vai passar. Como vou ficar longe por um tempo é melhor você ler. Alguns amigos seus vão ficar com você por aqui, pelo que eu estou prevendo, então terei de mandar uma carta codificada para você. Na carta vai explicar como faço isso.

—Sim.

—Então estou indo. – Ele pousa a mão na minha cabeça e suspiro triste.

—Fique mais um pouco, Nik.

—Nik? De onde surgiu isso?

—Nikkõ é longo e estranho demais. – Resmungo inflando as bochechas sem motivo aparente.

—Certo. Vou te chamar de Lu então. – Provoca ele, com um sorriso distante.

—Me chame como quiser.

—Você ficou irritada porque? Eu estava só brincando.

—Nunca disse que fiquei irritada. Só estou confusa.

—Certo, eu compreendo. – Ele beija delicadamente meus lábios com rapidez. – Estou indo.

—Espere! Você me dá um beijinho e vai embora? – Retorqui vendo– o para na janela.

—Tenho que ir. Logo eles me perceberam aqui e meu parceiro já deve estar nervoso de eu estar demorando. – Por fim suspira, voltando as pernas para dentro novamente. – Acredite eu quero muito estar com você. Mas preciso ir. – Caminho rapidamente em sua direção e me ajoelho na cama próxima a janela.

—Você vai voltar?

—Sim. – Afirma este, mexendo em uma das minhas mexas loiras. Novamente, aproxima seus lábios dos meus e mordisca– os de maneira leve. Fecho os olhos novamente e percebo o qual quente ele é. E como é bom estar ao seu lado. Quando nos separamos vejo que ele também tem a leve coloração avermelhada como eu. Desvio o olhar levemente. – E, por favor, tem algo que eu tenho que te pedir.

—O que?

—Não beije outra pessoa.

—Porque eu beijaria outra pessoa? – Estou bem mais vermelha.

—Não sei, mas não faça, por favor. Quando eu voltar nos dois conversaremos mais seriamente sobre a nossa relação.

—Tudo bem. – Por fim ele pressiona seus lábios com firmeza na minha testa e suspira, para depois pular janela abaixo. – Você é louco? Por que pulou da janela? – Indago assustada ao vê–lo totalmente inteiro e em pé no andar de baixo.

—Sou mais forte do que você imagina, Lucy. Bem, até mais ver então. – Ele levanta a mão e depois se põe a correr para longe.

Depois de algum tempo desaparece.

Percebo que meu coração estava disparado.

Meus lábios estavam dormentes e extasiados, deixando-me verdadeiramente confusa. Era como se os seus lábios ainda estivessem preenchendo os meus com fervor e ansiedade.

Eu não desejei que ele partisse. Faria qualquer coisa para que pudesse ficar em seus braços novamente. Sentir o seu calor e seu perfume, escutar sua preocupação para com o ser.

Não compreendi.

Talvez... Talvez...

O que poderia ser esse "talvez"?

Nikkõ... Queria-te aqui para poder tirar minhas duvidas... e também... para beijar-me...

Com um suspiro cansado permiti-me deitar sobre a cama, encarando o teto.

Nikkõ... E com tal nome em mente, permiti-me sorrir.

Era certo que ainda sentia desconforto por estar sozinha... mas creio que é melhor estar sozinha do que com aqueles... estranho com quem deparei-me mais cedo... eles pareciam malucos... pareciam nao. Eles SAO malucos.

Fechei os olhos.

Eu quero estar com eles... Mas principalmente com você Nikõ. Quero entender o que é isso que sinto. E quero faze-lo com você, e só você...

E com tal pensamento, permiti-me aos poucos ser arrastada para uma terra de escuridao. Onde eu teria a companhia de meu Nikkõ. Onde não importava ter ou nao lembranças perdidas.

Uma terra de sonhos.


“__Você é...



__Sou Rogue. – Respondeu o rapaz com a mesma aparência de Nikkõ.”



O choque daquelas palavras me fez acordar.



Seu nome era Rogue? Então quem era Nikkõ?


Meu coração começou a pular novamente, surpreso e chocado. Porque ele mentiria para mim?

"É como um manual de instruções pelo que você vai passar. " - Lembrei e mirei a carta em cima da cama, habilmente jogada lá.

Levantei e caminhei naquela direção, abrindo o selo com certo cuidado.


“Lucy,




Primeiramente, eu quero me desculpar. Sei que deve estar sendo confuso para você, ainda mais por não se lembrar de nada.




Meu nome verdadeiro é Rogue Cheney. Pedi para que me chamasse de Nikkõ, pois assim não ligariam sua perda de memória comigo, eu realmente não tive nada haver com o que lhe aconteceu Lucy.


Sei que pode soar mais confuso ainda, mas já nos vimos há algum tempo atrás. Não éramos amigos... na verdade, éramos de guildas rivais, assim nos tornando oficialmente inimigos.

Foram nos Grandes Jogos Magicos que nos vimos pela primeira vez. E foi também nos Jogos que sua guilda - Fairy Tail – triunfou novamente, obtendo da guilda ao qual me encontrava o posto de guilda mais forte de Fiore.

Depois de eu e Sting perdermos para seu melhor amigo – Natsu Dragneel – a Sabertooth se desfez. Cada um seguiu seu rumo já que não havia mais mestre para a guilda... e também por que a mesma ganhara uma fama extremamente horrível.

Depois dos Jogos eu nunca mais a vi Lucy. Não pessoalmente. Vi-a em algumas revistas da Magos & Magos, mas nenhum encontro pessoal. Até que esbarrei em você um dia.

Você estava indo visitar o tumulo de seus pais. Sim, sinto lhe dizer, mas você é órfã de descendentes sanguíneos.

Naquele dia, fora a primeira vez em que tivemos uma conversa casual. Quando nos conhecemos por quem realmente somos. E foi nesse mesmo ia que você perdeu suas memórias.

Sinto por não poder ter lhe salvo disso.

Não gosto de admitir, mas fico feliz de você ter perdido suas memorias. Não de todo feliz, porque você vai sofrer um pouco, porém descobri algo sobre mim que nunca havia sido capaz de descobrir. Eu descobri que por baixo desse meu coração de ferro, tenho um coração de carne e ele bate...

Bate por você.

Nunca senti isso antes, Lucy. Quando eu te via deitada na cama, totalmente inconsciente, ficava preocupado com seu bem estar. Nunca deixei de ficar perto de ti.

Sting me disse algo que me fez odiá-lo por vários dias.

Disse que eu estava morto de amores por uma garota que nem sabíamos se algum dia acordaria. E não posso discordar que não estava.

Não sei o porque te atacaram, mas prometo que farei com que paguem.



Do admirador secreto,






Nikkõ.






Ps: Assinarei todas as cartas como Nikkõ para deixa– la a salvo. Queime essa e todas as cartas que eu lhe mandar, para sua segurança.”




Engoli em seco relendo novamente o papel que mantinha em mãos.


Era algo irreal demais... era bom e ao mesmo tempo ruim.

A verdade é que eu tinha medo de relembrar tudo. Por que se eu me lembrasse... haveria chances de eu deixar de sentir esse sentimento por ele. E eu não quero isso.

Preferiria passar o restante de meus dias sem lembrar de tudo o que perdi, a correr o risco de odia-lo. Oh, deus eu quero apenas estar com ele.

Não me importo com lembranças idiotas.

E com os lábios trêmulos e o coração acelerado segui para a cozinha pequena.

Risquei o fósforo, e ateei fogo a carta.

A carta foi consumida pelas chamas, quase queimando a minha mão.

—Talvez eu deva lembrar– me de colocar a carta num pote antes de colocar fogo nela. – Resmungo com o dedos chamuscado na boca.

Toc Toc.

—Será que...? – Por um instante lembrei que aquele tal de Gray iria voltar para a minha casa. Odiei– me por ter aceitado. Sai da cozinha e deixei as cinzas no chão, sem me importar. Mirei– me e percebi que minhas roupas estavam amarrotadas e que o sol já tinha se posto.

—Lucy?! Tudo bem? – Perguntou ele do outro lado da porta.

—Sim, só um segundo. – Mirei o quarto, verificando se havia alguma coisa de Nikkõ ali. Como nada vi, abri a porta.

—Lu... – Ele para quando abro a porta. Noto que ele não esta sozinho e fico irritada por isso. Será que ele não sabe cumprir acordos?

Franzi o cenho bufando logo em seguida.

—Cumprir acordo as vezes é bom, e não mata – resmungo cruzando os braços e batendo o pé no chão.

Notei que o Fullbuster, ou seja lá como é o nome dele, encolheu os ombros ante o que eu dissera. Mais atrás deste a ruiva parecia franzir o cenho, enquanto uma baixinha de cabelos azulados encolhia-se como o moreno a minha frente.

Ao lado da ruiva de armadura estava um rapaz de cabelos rosados de olhos arregalados – creio eu que seja em surpresa.

E por fim, lá atrás – bem atrás mesmo – escondida na curva do corredor estava uma outra garota de cabelos azulados. Maluca. Mais uma para a coleção.

—Eu... bem... – ouvi a voz do moreno, que já estava sem camisa, e esta encontrava-se no chão aos seus pés.

—Coloque sua roupa! – mandei, como alguém pode ser tão indecente!?

—É você mesmo Lucy? – Resmunga o de cabelos rosa e sinto meu corpo se arrepiar quando ele se aproxima. Dou um passo para trás.

“Quando eu voltar nos dois conversaremos mais seriamente sobre a nossa relação.”

Minha cabeça doeu um pouco, tentando assimilar o que estava acontecendo.

—Saia daqui. – Ordenei baixinho, assustada. – Todos vocês. Saiam daqui. – Por fim fechei a porta com velocidade e força a mim desconhecidas, correndo até a cama e me jogando na mesa.

Lagrimas sem sentido tomaram o meu rosto angustiado. Eu o queria ali! Naquele momento.

Quanto mais eu chorava mais as batidas ficavam constantes. Mas quando dei por mim, senti– me presa ao colchão. Aquele rapaz de cabelos roseados estava me prendendo nele:

—Pode me explicar o que foi isso? – Disse ele, surpreso até.

—Socorro! – Grito, desesperada. – Por favor, alguém me ajude! – Implorei aos gritos, mas ele não me soltava, ao contrario, apertava ainda mais. – Por favor! – Gemi muito alto e dessa vez uma luz dourada preencheu o lugar.

—Solte– a Natsu. – Mandou um rapaz ruivo e de terno. Seu cabelo era todo arrepiado.

—Loki...

—Eu mandei solta– la. – Ordenou novamente.

—Como assim?

—O que...

—Loki? – ouvi outra voz dentro do cômodo. As batidas já não mais faziam presentes. Agora todos aqueles estranhos se encontravam dentro da minha casa.

—SAIAM DAQUI! – gritou novamente o ruivo puxando o rosado de cima de mim e jogando aos pés da ruiva.

—Lucy-san, nós só queremos lhe ajudar e... – começou a mais nova, mas interrompi-a.

—Eu não preciso da ajuda de estranhos! – informei pondo-me de pé enquanto sentia meus olhos marejarem. O único que pode me ajudar não está presente. Nem na cidade ele deve estar mais. – Agora saiam! Já!

—Se não nos quer aqui, iremos embora. – Fala o de cabelo rosa, levantando– se.

Vejo todos começarem a sair da minha casa, mas vejo o ruivo permanecer.

—Quem é você? – Pergunto, com lagrimas caindo.

—Sou seu guardião. – Responde ele se aproximando. – Fique calma, Lucy... Tudo vai ficar bem. – deixo que ele se aproxime, acolhendo– me em seus braços. Soluço nervosa, ficando a mercê de seus olhos confusos.

—Eu não quero... Não quero... Que eles voltem aqui... – Murmuro, lembrando– me da minha promessa com Nikkõ.

—Eu sei... Não vou deixar que isso aconteça com você, irmã.

—Irmã? – Confundo– me, lembrando do trecho da carta que fala sobre eu ser órfã.

—Você não se lembra mesmo de mim, não é? – A expressão triste que ele faz derrete meu coração.

—Não, não me lembro. – Confirmo, já mais calma.

—Éramos melhores amigos... Eu... Eu devia te proteger. – Vi uma lagrima tímida escorrer pelo seu rosto.

O abraço se tornou amis forte e deixei que este colocasse o rosto no meu ombro. Ele chorou mais e mais, soluçando.

Envolvi-o com meus braços. E dessa forma permanecemos. Talvez ele fosse minha única família... claro que Nikkõ também era. O mais especial devo dizer.

Lágrimas doloridas escorriam por meu rosto. Lagrimas de saudade as seguiam.

Agora – mais do que qualquer outro momento – eu desejava Nikkõ aqui comigo.

Para me abraçar e dizer que tudo ficaria bem. Para me beijar e manter-me no calor de seus braços.

Ah, Nikkõ, por que não pode ficar? Ou ao menos deixar-me ir com você?



































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Notas finais do capítulo

30/05/2013 - Meu niver e também a data do proximo capitulo.

Espero que tenham ficado confusas, porque essa é a minha intenção com a Ree.
E vai ficar ainda pior.

Kiss.

Amy