Corremos como loucos para o aeroporto e graças a Kami o voo tinha atrasado. Fomos para o terminal de onde o nosso avião sairia e fizemos todos os procedimentos necessários.

Quando terminamos, já era anunciada a última chamada pra o voo à Kyoto. Demos graças a Deus pela Lizzy saber fala japonês senão estaríamos perdidos.

Entramos no avião.

Foi aí que a coisa começou a ficar preta. Gente, EU NUNCA ANDEI DE AVIÃO !!!

Eu fiquei super nervoso e óbvio que teve gente rindo da minha cara (Sasuke), mas a Lizzy entendia e me ajudou a me acalmar. Ficamos conversando pra eu me distrair e, devo admitir, estava meio difícil ficar nervoso com uma conversa tão agradável como a dela. Depois de um tempo, eu já tinha descoberto que ela tinha 16 anos como eu, estava viajando há 6 meses e já tinha passado pela Rússia, Alemanha, China e, agora, Japão. Sério, inveja dessa garota.

O papo estava ótimo, tirando a aeromoça que toda hora se intrometia na conversa para mandar eu me virar e me sentar direito na poltrona porque era perigoso ficar naquela posição enquanto o avião não estava estável.

Depois de um tempo, tive de ceder e me sentar corretamente. Nesse momento eu me dei conta de uma coisa: estávamos voando !!!!!!!!!!!!

Jesus, não existem palavras para descrever o meu pânico. Quando olho para o lado o que eu encontro ? Um defunto desgraçado segurando o riso, óbvio, olhando pra mim.

–Que foi, Gasper ? - perguntei irritadiço.

–Quem ? - rebateu confuso, porém indiferente.

–De onde acha que saiu o apelido "Gasparzinho" ? – arqueei as sobrancelhas, irônico.

Ele me olhou com cara de tédio e virou para frente.

Para esclarecer melhor, vou descrever nossa localização no avião:

Estávamos mais ou menos no meio. Eu, sentado na cadeira da ponta, a Lizzy na cadeira de trás e o Sasuke na do meu lado, só que na janela.

Não sei se foi coincidência, mas estávamos relativamente próximos.

As próximas horas foram as mais entediantes da minha vida. Na minha cabeça, foram horas, mas na verdade foi apenas uma hora e meia ou coisa assim.

Resumidamente, Lizzy dormiu, Sasuke ligou um aparelho e botou um fone que eu nem sabia que ele tinha e espero que não seja presente do Jiraya porque, senão, deixei um celular lindinho da mamãe à toa.

Estiquei-me um pouco na cadeira e o cutuquei. Ele tirou um dos fones e me olhou sério.

–Espero que seja sério. – me fuzilou como se eu tivesse o acordado depois de uma noitada.

–Me diz que esse troço não é o que o Jiraya te deu e que você não foi burro ao ponto de trazê-lo. – pedi sério com uma pontinha de irritação.

–É claro que não. Não me chamo Naruto. – ok, ele é, oficialmente, a pessoa mais insuportável das galáxias. – Ele estava ao lado da cadeira, em uma espécie de porta-treco. – respondeu indiferente e botou o fone novamente.

Endireitei-me na cadeira novamente e procurei o tal compartimento que Sasuke falou. Não foi muito difícil de achar. Acho que só não tinha visto porque estava realmente distraído. Liguei o pequeno MP3 e procurei em sua infinidade de músicas uma que me agradasse. Depois de muito procurar, achei o meu antigo toque.

Não pude evitar o sorriso ao ouvir o refrão. Afinal, um momento que imaginei tantas e tantas vezes para outra pessoa, seria meu...

... E eu não podia estar mais feliz com isso...

Jogue isso fora
Esqueça ontem
Nós vamos fugir
Nós não vamos ouvir uma palavra do que eles dizem
Eles não nos conhecem mesmo
Veja isso queimar
Deixe isso morrer
Porque nós estamos finalmente livres esta noite

5 anos depois

E a história da minha vida volta para os tempos atuais. Como eu me lembro de tudo detalhadamente ? Com 5 anos de muitas viagens e fugas, descobrimos alguns dos benefícios de ser um Jinchuriki. Um deles, por exemplo, é a memória excepcional que adquirimos, nos possibilitando lembrar de coisas que aconteceram até mesmo antes de nos tornarmos Sozokujins. Outros são a visão e audição que agora nos permitem ouvir e ver coisas a mais de 100 metros de distância. Ainda não consigo ver através de objetos mas não vou desistir. Ainda tem outros, porém não vou revelar todos os meus truques. Que tipo de mágico seria eu se fizesse isso ?

Gostaria muito de te contar todas as nossas aventuras durante esses anos, porém isso não será possível. Essa é sua última folha, afinal.

Bem, diário, você deveria ser um trabalho para a escola para o projeto “Essa é a minha história !” do último ano, mas eu seria meio louco se entregasse isso para a professora. Então, você vai ser uma lembrança que eu vou levar comigo na próxima viagem, e bem, terei mais um zero para minha coleção depois dessa.

Sentirei saudades de você na próxima viagem. Quem sabe você não ganhe um irmão ?! Haha, seria bem legal.

Mas, depois de tudo o que passamos juntos, não acho justo que tenhamos uma relação tão indiferente e tive a ideia de te dar um nome !

Pensei muito sobre isso e, bem, lembrei de um velho amigo que foi muito importante pra mim. Seu nome será em homenagem a ele !

Foi bom todo esse tempo que passamos juntos e você me ajudou a esclarecer muita coisa. Por isso, por mais que tenha sido eu a ter te escrito, gostaria de te agradecer por ouvir todas as besteiras que eu falei haha.

Ah, você reparou como melhorei muito a minha escrita ?? Pois é, isso tem um motivo muito especial que hoje, depois de muitas dificuldades, eu posso chamar de meu, mas isso já é uma outra história para um outro capítulo para um novo diário.

Sua folha está acabando então não vou enrolar mais.

Muito obrigado por ter passado esse último ano comigo. Você é a prova concreta da minha vida e isso eu nunca vou esquecer.

Para não perder o costume, vou encerrar com minha marca registrada. Espero que tenha gostado da minha vida, querido amigo !

Paz Boruto beeeeeeeeeeeeeeeeeeeejuu