Sozokujin escrita por An Imaginary Angel


Capítulo 36
Relembrando...


Notas iniciais do capítulo

Yoo.
Gente, perdi 8 pessoas... Agora pergunto: why ?



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–Tudo começou quando eu nasci. - ri sem ânimo - Você pode achar que eu estou de graça ou algo assim, mas tudo realmente começou quando eu nasci. Existem dois motivos para eu odiar esse dia, o dia do meu aniversário. E eu vou contar quais são ao longo da história. Bem, 1°: Minha mãe morreu no meu parto e o meu pai morreu em um... Bem, eu não sei muito bem sobre isso. Acho que eu não sei bem sobre essa parte da minha vida. Mas, continuando, eu fui para um orfanato chamado "Lar dos Anjos". Devo alertar para não se apegar muito ao nome, pois as aparências enganam muito. Lá, eu era o mais comportado. - Sasuke fez cara de "Aham, sei.". - É sério ! Eu não fui sempre esse Naruto de agora. Aliás, eu nem sei se esse é realmente o "Naruto". - fiz aspas com os dedos. - Eu não era extrovertido, brincalhão ou, sequer, social. Eu era praticamente um robô jogado fora. Só falava o necessário, nunca ria ou sorria. Com o tempo, as outras crianças foram reparando isso. A partir daí, eu era o esquisito, o estranho, o alien... Até de nerd eu fui chamado, e olha que eu sempre tirava as piores notas da turma. Ah, e, antes que você pergunte, sim, lá tinha escola. A pior escola que pode existir, em minha opinião. Essa foi a pior fase da minha vida. A escola. Foi eu entrar naquela prisão e ser considerado estranho até pelos professores. Eles nem ligavam quando viam os garotos me batendo. - Sasuke arregalou os olhos, surpreso. - Sim, eu apanhava na escola. Acho que até um pouco antes. E ninguém me defendia. Eu estava sempre sozinho. Nunca tive amigos. O único garoto que um dia eu achei que era meu amigo era um mané chamado Tagaku. Ele era o garoto mais popular da turma. Era bonito, engraçado, gentil, simpático e até inteligente. Sabia tudo de todas as matérias. As garotas, apesar de jovens, já que eu tinha uns 7 anos na época, caiam aos pés dele... - dei uma pausa. Por mais que eu tente disfarçar, ainda é difícil falar disso. - Um dia, quando eu estava voltando para o meu quarto, ele me parou. Eu tentei continuar, mas ele estava com mais 2 com ele. Achei que ele ia me bater a ponto de eu ir parar na enfermaria daquela coisa que eles chamavam de orfanato, mas não. Ele não me bateu. Acho que você pode não acreditar, mas ele me chamou para ir a uma praça que tinha ao lado do orfanato. No começo, eu fiquei desconfiado, mas, como não tinha nada a perder, aceitei. A gente foi e, bem... Foi até divertido. Eu sentei com todo mundo, brinquei, eles ficaram me zoando por ser tão tímido e quase enfartar quando eles me faziam uma pergunta... No dia seguinte, a mesma coisa. No que seguiu, ele me chamou para me sentar ao lado dele na aula. Eu fiquei feliz, achei que ia finalmente ter um amigo. Esse foi só mais um erro na minha vida inútil. O tempo foi passando e a gente foi se aproximando. Quase 3 meses depois, ele já me contava coisas sobre ele e eu contava tudo sobre mim. Contei até de um diário que eu fazia na época. Acho que esse foi o meu maior erro. Um dia depois de eu ter contado sobre o meu diário, quando eu cheguei à sala, ele estava lendo meu diário para a sala toda. Ali, tinha coisas pessoais como: o que eu pensava de certas pessoas, como eu me sentia quando me batiam, as noites que eu passava em claro chorando por não ser um "garoto legal". Tudo. Tudo a turma ficou sabendo naquele momento. O momento em que o meu suposto amigo me traiu friamente e sem piedade. Eu me senti um lixo. Ele tirou várias cópias das páginas mais engraçadas, na opinião deles, e espalhou por todo o orfanato. Eu apanhei tanto naquele dia... Eles ajuntaram todas as pessoas que eu falei mal no diário e vieram para cima de mim. Os professores ? Ficaram fazendo apostas de como eu iria ficar depois daquela surra. Eu até tentei me depender mas o Tagaku tinha um irmão de 15 anos que foi para lá com ele quando tinha 14, ou seja, o Tagaku se mudou para lá com 6. Ele chamou o irmão mais velho quando eu dei um soco nele. Ele era bem forte e tinha uns amigos. Ele começou a me bater e logo uns amigos dele também. Ai ajuntou todo mundo. Os da minha sala, os da sala dele, e o resto das pessoas do orfanato.

–E você ? - Sasuke me interrompeu.

–Eu ? O que eu podia fazer ? Fiquei apanhando. Quebrei os dois braços naquele dia. Tirando uma perna, duas costelas e um problema que deu na minha coluna na época. Eu acho que fiquei bem uns 2 meses comendo sopa e bebendo suco de laranja para "ficar mais forte", como dizia a enfermeira chata lá do orfanato. E agora vem a parte engraçada. Esse é o 2° motivo. - Sasuke arregalou de leve os olhos. - Nesse dia, eu fazia 8 anos. Era o meu aniversário... Eu me lembro como se fosse hoje, aquele maldito dia em que eu tive que ir rastejando até a enfermaria e implorar para que ela não me levasse ao hospital.

–Por que você não gosta de hospitais ??? - perguntou o moreno.

–Porque foi lá que eu perdi minha mãe. Minha única amiga e a pessoa que eu mais amo no mundo. Ela.

Ele não falou nada e eu também não continuei. Sabia que era muita coisa para se digerir de uma vez só. Preferi o deixar processar tudo e dar a deixa para eu continuar.

–Era deles que você estava falando quando disse que deveria ter me matado ? - perguntou depois de um tempo em silêncio.

–Sim. - respondi simplesmente.

–Posso saber como isso aconteceu ??? - pediu.

–Claro. Isso foi na virada de ano do mesmo ano que aquilo [N/A: Aquilo = os garotos bateram nele.] aconteceu. Eu estava no quarto. Desde aquele dia eu quase não saia do quarto. Era uma suíte e, desde que começaram a me bater, eu tinha um quarto individual. Ou seja, eu não precisava sair muito, só para comer, mas, depois de eu ficar uns 2 dias sem sair, eles passaram a levar a comida no meu quarto para mim. Ai que eu não saia mesmo. Mas, nesse dia, eu tive uma ideia. Uma ideia de como me vingar deles. Eles estariam tão cansados por causa da festa que nem iriam acordar para me pegar. E foi o que eu fiz. Botei meu plano em ação quando percebi que todos estavam dormindo. Saí do quarto com tudo que precisava na mão. Como eu tinha aquilo ? Digamos que sempre se tem algo em mente quando se vive sozinho. Eu fui até a cozinha e deixei todos os pinos abertos, escapando gás. Depois, fui até a sala de computação avançada. Era de onde eles controlavam coisas como: câmeras, travas de portas, alarmes e etc. Eu tranquei a porta de todos os quartos e voltei para a cozinha, onde o cheiro de gás estava super forte. Eu peguei um pouco de pólvora que tirava dos estalinhos que eles davam nas festas de São João e essas coisas. Eu fiz um caminho de, mais ou menos, dois metros até a porta da cozinha e botei fogo na ponta contrária. Sai correndo até fora do prédio e... bem, só deu para ouvir o "BOOM !!!".

–Você botou fogo no prédio com eles trancados dentro, né ? - isso soou mais como uma afirmação. - Eu... não tenho palavras...

–Pois é. O meu único erro foi ter lembrado todos os momentos que eu passei naquela coisa. De todas as crianças, professores, tudo. Eu... voltei lá... e destravei as portas... - dei uma pausa. - Eu não consegui ficar parado ouvindo os gritos das crianças e os pedidos de ajuda. A essa altura, o prédio já estava todo enfumaçado. Acho que só não explodiu tudo de uma vez porque o prédio era muito largo. Era tudo em um andar só e entre a cozinha e os quartos ficavam as salas de aula, então, o fogo não tinha chegado até lá ainda. Eu ajudei todos a saírem... Até mesmo o Tagaku e o irmão e os manés que ficavam com eles. Só que chegou uma hora em que eu não tinha mais muito ar nos pulmões. Era muita fumaça e eu acabei caindo. Eu só lembro-me de gente passando do meu lado correndo e, depois de um tempo, o professor novo que nem tinha dado aula ainda parado na minha frente. Depois disso, só lembro-me de acordar em uma maca dentro de uma ambulância.

–Você lembra quem era esse professor ? - perguntou Sasuke, curioso.

–Como não lembrar ??? Ele que cuidou de mim pelo resto da minha vida até eu encontrar Minato. O nome dele é Iruka.

Ouvimos um barulho no outro lado da porta e depois uns resmungos. Presumi ser um dos idiotas que esbarrou em alguma coisa.

–Continuando: ele conversou comigo a noite inteira daquele dia. No dia seguinte, ele disse que iria me adotar. Na verdade, a maioria das crianças do hospício foi adotada.

–Hospício ? - Sasuke franziu o cenho.

–Ô, do orfanato. - me corrigi. Ele balançou a cabeça negativamente com um ar divertido. - Bem, depois disso não teve muita coisa. Ele cuidou de mim daí para frente. Ele era super legal. Eu sempre aprontava alguma para cima dele e ele sempre ficava horas me dando sermão. Era divertido irritar ele. Acho que foi a primeira pessoa que gostou verdadeiramente de mim.

–Ele deve estar te procurando. - falou Sasuke.

–A mim ? Que nada. Ele deve é tá dando graças a Deus. Eu só dava dor de cabeça. Sempre quebrando as regras. Na noite em que eu encontrei o Minato, a gente tinha brigado e eu falei um monte de coisas que não devia e fugi de casa. Ele deve estar achando que eu fugi mesmo e deixou para lá.

–Eu não acho que ele deva estar...

TOC TOC TOC

–Entra. - pedi.

Sai abriu uma brecha da porta e falou:

–O jantar está pronto.

–Jantar ? - perguntei espantado. Desde quando o tempo passou tão rápido ?

–Sim, já são 19:30.

–Nossa. Eu nem percebi o tempo passar. Estranho eu ainda não estar com fome. - falei sorrindo sem graça.

–Estranho mesmo já que você nem almoçou, não é, senhor Naruto ? - perguntou/repreendeu Minato aparecendo atrás de Sai.

–Pois é. Mas fazer o que né ? Eaí, o que tem para o jantar ? - desconversei.

Sasuke e Sai riram e fomos para a copa.

O jantar foi tranquilo e assim que terminei, fui para meu quarto.

Não queria conversar com Sasuke no momento. Sei que, uma hora ou outra, vou ter que falar com ele, mas não estou com cabeça para isso agora.

Tomei um banho relaxante com água morna e botei uma calça de moletom e uma camisa do Kuroshitsuji que achei em uma lojinha por aqui [N/A: Minna, terminei de ver Kuro. Meu Deus. O que será da minha vida agora ???].

Me deitei na cama e não demorei muito a pegar no sono. Enquanto dormia, tive sonhos com aquele dia. Aquele maldito dia em que eu não deixei as portas trancadas...


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Notas finais do capítulo

Eita, quase 2 mil palavras O.O
Mas vou falar: doeu escrever esse cap. Espero que tenham gostado...
Paz beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeejuu



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