Doce Veneno escrita por Makiyenn


Capítulo 23
Kyoko


Notas iniciais do capítulo

Capítulo um pouco diferente porque estou desiludida.



Aviso: Capítulo sem revisão.



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Admito, estou preocupada.

Sho realmente desapareceu depois da gravação há dois dias. Nem mesmo Shoko-san sabe onde ele está. Não acredito que ele decidiu se afastar.

Parece que ele é mesmo um homem de palavra.

Quando ele me disse aquilo, não imaginei que ele até desmarcaria seus compromissos. Sinto-me mal por isso. Se eu não tivesse sido tão egoísta naquela época, ele não teria feito isso.

Mesmo preocupada, consegui entrar no modo “Akane” e a gravação estava correndo bem. Estamos quase chegando ao final. Acho que vou sentir falta desse papel.

- Por que essa cara o dia todo? – Ren sentou ao meu lado durante o intervalo do almoço.

Pensei seriamente em não responder a pergunta e apenas sorrir, porém, Ren tem um jeito estranho de me fazer falar as coisas.

- Parece que o Sho desapareceu. – levantei o rosto para ver sua expressão pensativa.

- Desapareceu?

- Bem, ele deixou um bilhete pedindo a Shoko-san para cancelar tudo e desapareceu. Não atende nenhuma ligação. Ele não é de fugir do trabalho assim, por isso fiquei preocupada.

Ele me encarou por alguns segundos. Pude ver que ele estava chateado com minha resposta, contudo, apenas segurou a mão que estava em meu colo.

- Às vezes... – passou a mão pelo pescoço tentando encontrar melhor as palavras. - Às vezes precisamos ficar sozinhos. Tente não pensar muito nisso. – sorri.

Ele levantou e caminhou para algum lugar desconhecido. No momento pensei que ele estava com raiva, porém, depois de algumas horas sendo evitada, tive certeza.

[...]

Ren não se despediu de mim após as filmagens. Parece que ele estava com mais raiva do que imaginei. Pensando bem, ele agiu estranho durante esses dias, parecia ter algo a dizer, mas fugia das oportunidades.

Saito me levou em casa depois que gravei o comercial de uma nova linha de celulares. Estava exausta.

Meu apartamento estava completamente vazio. Senti falta do tempo em que morava no Darumaya. Pensando melhor, eu estive solitária todos esses anos.

- Espante esses pensamentos, Kyoko! – disse em voz alta.

Estava indo à cozinha preparar o jantar - provavelmente algo bastante calórico devido meu humor afetado -, quando alguém bateu na porta suavemente.

Imaginei que Saito teria voltada para me oferecer um jantar com seus irmãos novamente, contudo, ao abrir a porta me deparei com um sorriso bastante familiar. O homem a minha frente levantou a sacola de uma loja de conveniência e sacudiu.

Pela expressão convencida que ele demonstrou, meu sorriso deveria estar de orelha a orelha.

- Fome? – passou a outra mão pelos cabelos negros.

Apenas assenti e o puxei para dentro do apartamento.

Depois do jantar sentamos no sofá para assistir um pouco de televisão. Não estava com muita vontade de assistir e resolvi dar mais uma lida no roteiro. Joguei os pés sobre o sofá ocupando quase todos os três assentos, deixando espaço apenas para Ren sentar-se no assento do canto. Apoiei o roteiro no braço do sofá, mas antes de começar minha leitura, fiquei observando-o concentrado em sua tarefa. Ele estava novamente impecável naquela camisa social preta e jeans escuro.

Ren não disse quase nada durante um filme de comédia, na verdade, não disse muita coisa durante o dia, não consegui evitar pensar que ele estaria preocupado com algo. Sem perceber acabei encarando-o por muito tempo, notei somente quando um meio-sorriso surgiu em sua expressão aparentemente concentrada na TV.

- Seu olhar apaixonado está me deixando constrangido, Kyoko. – disse ainda com os braços cruzados na altura do peito, me encarando. A forma como ele pronunciou meu nome fez meu rosto corar. Agradeci por estar escuro. – Está corando?

Droga.

Instintivamente dei um leve chute em sua perna pigarreando um “baka”. Ele segurou meu pé e me puxou, deslizando-me até seu colo. Inclinou seu corpo em minha direção com um enorme sorriso no rosto.

Parece que ele realmente se diverte à minha custa, apesar de ficar feliz com o fato de que conseguimos conversar naturalmente agora, como se o abismo de cinco anos nunca tivesse existido.

- Acha isso engraçado?

- Não faz ideia. – inclinou-se mais e beijou meu pescoço, causando-me um arrepio. Ainda não sei como ele consegue arrancar essas reações de mim. – Por que me encarava tão pensativa? Algo aconteceu?

- Você parecia preocupado...

- Então, estava preocupada porque eu estava preocupado?

- Basicamente. – ele sorriu.

- Hm... Pensei que só se preocupasse com Fuwa Sho.

Não acreditei que ele estava dizendo isso. Por que novamente o Sho? Quando esse ciúme sem sentido vai acabar?

Levantei irritada empurrando-o para cima. Não iria começar uma discussão agora. Porém, antes de conseguir me afastar, Ren me puxou de volta deitando-me gentilmente no sofá, colocou os braços em cada lado de minha cabeça como uma espécie de prisão.

Tentei me manter firme, ele não poderia saber o quanto me afetava.

- Foi só uma piada.

- Não parece! – aquilo estava acabando comigo. – Você tem algum complexo com o Sho? Vive dizendo que não gosta dele, mas sempre começa a falar sobre ele. Não acha que está exagerando?

Acho que eu acabei exagerando demais, Ren pareceu pensativo por alguns instantes. Seus olhos pareciam ter mudado de cor.

- Não é por ser Fuwa Sho. Eu só... Não suporto a ideia de existir alguém que te conheça mais do que eu. Alguém que tenha passado mais tempo com você do que eu. Alguém-

Sem pensar o puxei pela lapela e o beijei. Ele pareceu surpreendido, pois levou um tempo para que retribuísse. Perdi o controle sobre meus atos com ele agindo dessa forma.

Foi a primeira vez que achei seu ciúme algo fofo.

- Então... – consegui dizer um pouco ofegante. – Apenas se torne a pessoa que mais me conhece e que passará mais tempo comigo.

Apenas notei o que aquelas palavras significavam quando vi a expressão surpresa em seu rosto, que logo mudou para um sorriso gentil mesclado com presunção.

- Oh... Quer dizer que pretende passar a vida toda comigo?

- Eu... Não... É que... Ah, está ficando tarde. – aquilo me deixou completamente embaraçada. Não sabia o que fazer.

- Kyoko... – sua voz gentil e mais grave pela proximidade.

- Olha a hora! – forcei um sorriso amarelo. - Tenho que acordar cedo para a gravação. – disse tentando sair daquela prisão.

- Kyoko.

- Sabe tem bastante coisa e-

Antes que eu pudesse terminar ele segurou meu rosto com uma mão e me beijou. Um beijo diferente, mais apaixonado. Mordeu meu lábio inferior e puxou levemente. Qualquer coisa que eu quisesse dizer ficou perdida naquele momento. Sua expressão séria e seus olhos completamente focados nos meus de forma que não consegui desviar.

Entendo que em uma situação como essa, em uma posição como essa algo assim poderia acontecer, mas eu realmente não esperava por aquelas palavras tão subitamente. Palavras que quebraram todas as minhas barreiras.

- Kyoko, seja minha.


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Notas finais do capítulo

Vou explicar o que aconteceu com o Sho no especial dele.


Ren, seu lindo!


Comentem ^^



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