Doce Veneno escrita por Makiyenn


Capítulo 20
From U


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso >< Fiquei sem internet esse fim de semana - tortura japonesa -, mas aqui está, lindo e meigo o capítulo dessa semana.

O próximo atrasará um pouco porque todos os meus professores resolveram passar um trabalho valendo metade da nota -.-

Enfim, aproveitem ^^

Aviso: Capítulo sem revisão.



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Era manhã, gotas de orvalho escorriam pelas folhas verdes de um bosque.

O som da natureza intocado pelo homem era interrompido a cada passo, dando lugar a respiração ofegante de um rapaz que corria desesperadamente, sem tempo para apreciar a paisagem ou sentir nostalgia.

A camisete preta molhada pelo suor, grudava em seu corpo. Os cabelos balançavam conforme os passos se tornavam mais rápidos.

“Por favor, Kyoko, não faça nenhuma besteira...”

Ren atravessou a trilha do bosque rapidamente, rezando para que a garota estivesse no fim do caminho. Parou a poucos metros de onde o barulho de água vinha. Agachou com as mãos no joelho tentando recuperar um pouco do fôlego. Assim que voltou a caminhar, sentiu como se tivesse entrado em uma máquina do tempo, sentiu como se fosse novamente o “Kuon” de dez anos que não odiava a humanidade.

Respirou fundo e abriu caminho entre os galhos. A luz forte do sol afetou sua visão, então usou a mão como um protetor até se acostumar com a claridade. Foi quando ele reconheceu a figura que estava à sua frente.

Kyoko estava pé ao lado de uma pedra grande próxima ao rio, olhando para o céu, como se esperasse que alguém a salvasse daquele abismo. Ren sentiu um nó na garganta e as lágrimas ameaçarem cair.

Ren sempre se controlava, sempre impedia que seus sentimentos aflorassem abertamente, mas naquele instante não conseguia engolir a dor que sentia.

- KYOKO! – a garota virou-se subitamente completamente surpresa.

- R-Ren... O que faz aqui? Suas roup-

- Graças a Deus! – abraçou-a tão rápido que Kyoko não notou sua aproximação. Tão forte que tirou a garota do chão. – Eu pensei... – colocou-a no chão e a fez dar uma volta. – Não está machucada.

“Pelo menos não por fora...”

- Como... Soube que estaria aqui? – a voz completamente sem vida.

- Também não sei explicar, eu só... – parou ao percebeu as bolsas embaixo dos olhos da garota. – Kyoko, desde quando está aqui? Por que veio pra cá?

- Não sei... – abaixou a cabeça. – Vim aqui porque não sei o que fazer. – virou as costas. – Tenho conseguido suportar meus problemas sem “Corn”, mas dessa vez eu simplesmente não sei o que fazer. Pensei que se viesse para cá conseguiria resolver alguma coisa, mas...

- Kyoko... Sinto muito...

- Eu não derramei uma lágrima sequer, sou insensível, não é? Sinto a dor, mas as lágrimas não aparecem. “Corn” me ajudava quando me sentia assim, então vir pra cá foi... – parou quando Ren entrou em seu campo de visão, sua expressão determinada, não demostrava empatia.

- O que quer dizer com isso?

- Hã?

- “Corn”? Você não tem um bem à sua frente? – Kyoko arregalou os olhos. – Já disse para não fazer tudo sozinha, para se apoiar em mim. Não é pela promessa que fiz à você, mas por ser algo que eu realmente quero. – deu um passo para frente antes das lágrimas invadirem seu rosto. – Não me deixe preocupado assim – desviou o olhar. – Não precisa mais fazer tudo sozinha. – Puxou a garota para seus braços novamente. A paisagem ao redor parecia ter sumido.

Kyoko estava trêmula, completamente desnorteada, mas sentiu-se aquecida nos braços daquele homem. Sentiu como se estivesse em casa, completamente confortável.

Ren sorriu ao sentir as lágrimas de Kyoko molhando seu peito e apertou-a ainda mais contra si.

- Eu disse para não chorar quando eu não estivesse por perto, pequena.

- Desculpe. – agarrou a camisa de Ren com força. – Eu... – suas penas começaram a fraquejar e Ren foi abaixando junto com ela até estarem sentados.

- Não precisa dizer nada. – acariciava o cabelo da garota que agora estava sentada entre suas pernas, ainda com a cabeça afundada em seu peito.

- Desculpe... – soluçava. – Fui muito egoísta... Não... Eu não estou acostumada a ter alguém comigo por muito tempo, as pessoas sempre acabam me deixando de repente... – levantou a cabeça e o encarou. – Ren...

- S-sim? – o rapaz esforçava-se para conseguir se controlar.

- Vai realmente cumprir sua promessa? – mordeu o lábio na tentativa de acalmar as lágrimas.

Ren sorriu e a puxou para um beijo calmo, apenas para acalmá-la.

- Não precisa perguntar. – segurou o rosto da garota e depositou outro beijo. – Apenas se apoie em mim, Kyoko.

A garota sorriu e mais lágrimas vieram à tona. Ren deixou-a chorar novamente em seu peito, ficando apenas em silêncio por várias horas. Kyoko chorara tanto que acabou adormecendo nos braços dele.

- Ah, você me dá bastante trabalho, garotinha. – levantou a garota, que ainda dormia, em seus braços. Olhou com tristeza para a garota antes de dar um beijo em sua testa.

 “Foi um dia bastante difícil para você, não é?”

Começou a caminhar com cautela pelo bosque indo em direção à seu carro. Não queria tirar a garota do mundo dos sonhos, onde suas dores não existiam. Esperava que a garota melhorasse logo, vê-la assim tornou-se algo constante.

- “Depois da tempestade, vem a bonança” – suspirou. – Espero que seja verdade.

[...]

Kyoko sentia a cabeça pesada, como se tivesse bebido o dia todo. Abriu os olhos e sentou-se na cama. Levou um tempo para processar que estava em um quarto de hotel.

- Quando foi que cheguei aqui? – apoiou a cabeça nos joelhos e aos poucos as imagens do encontro com Ren no riacho apareceram em sua mente. – Ah...

Tentou levantar-se da cama, mas estava fraca demais.

- Sabia que a senhorita não tinha comido nada. – Ren apareceu vestindo um roupão com o logo do hotel e usando a toalha para secar o cabelo. – Tente não se esforçar muito. – sentou-se na cama. – Está se sentindo melhor?

- Um pouco. – apoiou a cabeça no ombro dele. – Obrigada, Ren. – suspirou. – Sabe, eu... Eu tinha tanta coisa pra perguntar à ela, tanta coisa para fazer com ela, tanta coisa para dizer, mas... Ela simplesmente desapareceu como antes e... – sorriu ironicamente. – Nem me avisou sobre a cirurgia. Isso dói muito, Ren, perdi minha mãe duas vezes...

- Kyoko, ela só estava preocupada com você. – disse acariciando o rosto dela.

- Eu sei, mas ainda assim... – sorriu enquanto lágrimas silenciosas caíam. – Ah, você realmente deve achar que eu sou frac-

Ren levantou o rosto da garota e começou a secar as lágrimas com beijos.

- Eu te acho uma garota forte, linda e determinada, que dá 110% em tudo que faz. – Kyoko sorriu timidamente. – Eu te amo, Kyoko. – abraçou-a. – Ah, você é realmente fofa. Meu autocontrole é louvável, devo ter sido um monge na minha vida passada. – beijou o topo da cabeça dela. – Trouxe algo para você comer. Espere aqui. – levantou-se e andou em direção à uma mesinha com algumas panelas, provavelmente uma refeição completa.

- N-Não precisa, eu mesma pego. – Kyoko ameaçou se levantar.

- Teimosa, me deixe te mimar um pouco. – sorriu e levou a bandeja para a cama. – É o mínimo que posso fazer por você.

- Desculpe por fazer você se preocupar e perder seus compromissos, desculpe. – Ren acariciou a bochecha da garota. – É melhor voltarmos hoje...

- Tem certeza que não quer ficar mais um pouco? Você disse que precisava pensar.

- Estou bem agora. Percebi algo importante hoje. – sorriu. – Podemos voltar.

- Hm... Termine de comer, tome uma ducha e voltaremos. – levou a colher com a refeição até a boca da garota. – E o que a senhorita percebeu?

- Segredo. – disse lambendo os lábios.

“Oh... Realmente devo ter sido um monge...”

[...]

- Onde você se meteu garota? Moh! Não sabe o quanto fiquei preocupada, onde você estava com a cabeça? Por que não me ligou? Por que não avisou nada? – Kanae enchia Kyoko de perguntas assim que chegou no prédio da LME.

- Desculpe, Mo-

- Por que está se desculpando? – abraçou a garota calmamente. – Como você está?

- Não se preocupe, já estou bem. – Kyoko retribuiu o abraço. – Uma fada me salvou. – sorriu.

- Está mesmo bem? – soltou a garota. – Você não fala sobre fadas há muito tempo. – Kanae demonstrou uma expressão desconfiada. – Que tipo de fada você está falando?

- Hm... Talvez o rei das fadas? – sorriu novamente.  – Não se preocupe, Moko-san, eu não vou mais chorar, não quero deixar uma certa pessoa preocupada de novo.

- Heh, então era isso que você estava querendo dizer. Bem que fiquei sabendo que Tsuruga Ren tinha ido atrás de você. – suspirou. – Pelo visto estão juntos mesmo. – Kyoko corou. – Agora sei porque Sho andava todo depressivo.

- Você falou com o Sho?

- Não importa, de qualquer forma, o que veio fazer aqui?

- Preciso falar com o presidente. – sua expressão ficou sombria. – Ren perdeu muitos compromissos por minha causa. – suspirou. – Ah, como sou estúpida.

- É só isso mesmo? – Kyoko preferiu não responder. – Sabe que estou aqui não é? – passou a mão sobre a cabeça da garota. – Depois vamos tomar alguma coisa.

- Sim. – fez uma vênia e saiu em direção à sala do presidente.

Aeroporto de Tóquio - 16h13min, mesmo dia.

- Chegamos, Margareth – disse com uma voz cansada de quem não aguentava mais perseguir a garota. -, pode me dizer o que veio fazer aqui?

- Pode me dizer porque meu agente me seguiu até aqui? – suspirou. – Deve me amar muito mesmo. – parou de um instante para olhar as horas. – Chegamos cedo. – voltou a olhar para seu agente. – Será uma ótimo surpresa. – sorriu.

- Você só faz o que quer!  - suspirou. – Surpresa para quem?

- Já disse que vim visitar um amigo. – colocou os óculos ao perceber os flashes se aproximando. – E quem sabe com sorte, não conhecerei uma garota bastante interessante.

Caminhou elegantemente em meio aos flashes até a saída do aeroporto, onde uma limusine com o logo da “LME” lhe aguardava.


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Notas finais do capítulo

Perceberam que shipei loucamente esses dois? ♥
Efeito pré-spoiler do 203 kkk

Espero que tenham gostado.
Não estava nos meus planos colocar a Margareth agora, mas veremos no que vai dar.

Comentem ^^



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