Doce Veneno escrita por Makiyenn


Capítulo 15
Deus salve a América!


Notas iniciais do capítulo

Férias, eu te amo.

Missing scene para vocês o/

Aviso: Capítulo sem revisão.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/354446/chapter/15

Ren estava sentado na poltrona de seu apartamento, sem tirar os olhos da tela de seu computador. Vez ou outra, levava o copo de uísque até a boca, mas não sentia sequer o sabor do álcool.

“Dois anos... E isso...”. Fechou os olhos e colocou o copo na testa como se aquilo fosse diminuir sua dor de cabeça.

Forçou-se a abri-los novamente, aquele gesto somente aumentava sua dor de cabeça. Conseguia ouvir a risada vitoriosa de Fuwa Sho, porém, nada o deixava mais irritado e decepcionado do que o ciúmes.

Na tela, a notícia parecia tapeá-lo e rir de sua situação. A manchete com o título “Fuwa Sho e Mogami Kyoko: Amizade que virou paixão?”.

- Fica pior a cada vez que leio... – suspirou. “É minha culpa”. Fechou a tela do notebook e tomou um último gole de sua bebida.

- Uau! Está tão distraído assim para não ter me ouvido chegar? Então as notícias realmente não são favoráveis para você, Kuon. – disse a atriz morena de olhos azuis enquanto caminhava pelo apartamento. Vestia uma regata branca e um shorts jeans customizado. – O que aconteceu?

- Como você sempre consegue entrar no meu apartamento assim? – deixou o colo de lado e ficou encarando a garota com o cotovelo na mesa e o rosto sobre as mãos.

- Não importa, apenas responda minha pergunta! – andou sedutoramente até Ren e sentou-se na mesa. – Tenho muitas maneiras de fazer você falar.  – ergueu uma sobrancelha com um meio sorriso.

- Está sentando em cima do meu roteiro, Margareth. Quando vai parar com essa brincadeira? – um leve tom de irritação dançava nos lábios de Ren.

- Ok, ok, já entendi, você quer se guardar para sua prometida. - agora o incômodo de Ren estava estampado em seu rosto. – O que aconteceu com ela?

- Vou aceitar o trabalho do diretor King.

- Hã? – a garota praticamente saltou da mesa.

- Surdez? Disse que vou aceitar o trabalho do diretor King. – Margareth pode sentir o cheiro do álcool.

- Mas é uma série de ficção científica! Sabe o quanto algo assim é demorado e trabalho. – a garota dizia com indignação. – O que deu em você?

- Já sou bem grandinho para tomar minhas decisões, Margareth. Apenas avise o diretor por mim, por favor.

- Kuon, você já tinha comprado a passagem para o Japão... O que houve? – perguntou com mais calma.

- Eu só... Não tenho motivos para voltar. Ela... fez sua escolha. – Margareth pode ver o quanto custou a ele dizer aquelas palavras. – Deveria ter percebido quando ela mandou a pedra de volta. – suspirou e colocou o braço sobre os olhos, tentando apagar aquele sentimento de derrota.

Margareth puxou o notebook e deu uma olhada na notícia que tanto tinha afetado Ren.

- Uau! Loiro e mais jovem, adoraria ensinar umas coisas à ele. – disse entre risadinhas.

- O que está fazendo? – segurou o braço da garota e forçou-a a encara-lo.

- Você ficou mal por causa disso? O que você é? Um adolescente? – novamente a risada que tanto irritava Ren nos últimos dias. – “Uma garota sozinha que procura consolo no seu primeiro amor, muito lindo por sinal, já que o homem que ela ama está se embebedando enquanto pensa nela e não toma uma atitude”, esse deveria ser o título da matéria.

- Pare de brincar comigo! Apenas vá embora, Margareth.

- “Fuwa Sho”, que nome interessante. – soltou-se de Ren e pulou no sofá com o notebook ainda no colo. – Ah! Como eu gostaria de conhecer essa garota. Ela deve ser incrível por ter conseguido resistir à você.

Ren finalmente levantou-se da poltrona e caminhou até a garota, parando frente à ela.

- O que você esperava que eu fizesse? Ela já se decidiu.

- Esperava que você fosse atrás dela antes que seja tarde, Kuon. Você só pensa nessa garota desde que veio para a América, não se permite nenhum relacionamento e mesmo assim não corre até lá? – fechou o computador. – Você deve ser um masoquista.

Ren apenas sorriu. Um sorriso triste, sem esperanças.

- Talvez ela nunca tenha deixado de gostar dele. – suspirou. – Talvez... Ela nunca o tenha odiado verdadeiramente... Talvez seja isso que ela queira.

- “Talvez, talvez, talvez”! Se afastar dela também não ajudará, Kuon. – “Um idiota...”. Margareth levantou-se do sofá e entregou o notebook para Ren. – A escolha é sua, só não se arrependa depois. Sabe como o diretor é.

- Obrigado, Margareth.

- Como se diz “disponha” em japonês? “Saionara”? Enfim, não importa, eu ficaria para te consolar, mas estou meio ocupada hoje. – ambos sorriram. – Quem sabe na próxima, Sr. Hizuri.

- Não esqueça de deixar a cópia das chaves que você tem. Não quero ser atacado no meio da noite.

- Até parece que eu precisaria te acatar. – novamente a risadinha. – Se eu quisesse faria você esquecer essa mulher rapidinho, mas tenho meu orgulho. Até logo.

“Kuon, Kuon, vai acabar perdendo essa garota de verdade...”. Puxou o celular do bolso e ligou para o diretor King que urrou de alegria pela notícia.

[...]

Ren colocou o notebook sobre a mesa e o encarou mais uma vez. Suspirou novamente antes de decidir tomar uma banho. Lembrou-se que certa vez Kyoko lhe dissera: “Cada vez que você suspira é um ano a menos de vida, Tsuruga-san!”, sorriu como um menino.

“Será que ela nunca percebeu ser a causa dos meus suspiros?”. Foi jogando as roupas pela casa, completamente destruído por dentro. A única vez que sentiu-se tão mal assim foi quando ouviu o cantar dos pneus e viu seu melhor amigo sendo arremessado para longe dele. Para além da vida.

Entrou no boxe e ligou o chuveiro. A imagem de Sho e Kyoko se beijando rodopiava em sua mente. Aquilo parecia ser um carma causado por seus erros no passado, mas saber que a tinha perdido para Fuwa Sho era muito mais do que simplesmente castigo. Ficou horas embaixo do chuveiro deixando a água bater em seu rosto, escondendo as lágrimas que talvez ninguém nunca tenha visto. Lágrimas que ninguém nunca saberá.

"Sou um idiota..."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Deveria ter colocado "idiota" em negrito todas as vezes, ai, ai...

Comentem, leio e amo todos os comentários.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doce Veneno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.