Doce Veneno escrita por Makiyenn


Capítulo 14
Especial Fuwa Sho II – First.


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem ^^


Aviso: Capítulo sem revisão.



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- Ainda não me acostumei com você vindo constantemente me visitar, Shoutarou. – disse enquanto folheava o roteiro de seu próximo drama. Sentada preguiçosamente no sofá, sem o menor interesse no que o rapaz dizia.

- Já disse para não me chamar assim! – puxou o roteiro das mãos de Kyoko. – E poderia prestar atenção no que estou dizendo? – a garota finalmente o encarou. - Quero você no meu próximo PV!

Kyoko suspirou. Desde que abandonara sua vingança, Sho parecia estar cada vez mais interessado em importuná-la.

“Tem alguma coisa errada com esse cara...”.

- Quando será isso, Sho? – pegou o roteiro de volta. – Talvez eu aceite. – bateu com o roteiro levemente na cabeça do rapaz, fazendo-o se afastar. – Agora tente não me incomodar mais.

- Tudo bem, tudo bem! Shoko-san disse que ia demorar um pouco, mas eu quero que você participe desse PV. – sentou-se ao lado dela e cruzou as pernas de um jeito masculino e autoritário. – E você vai! – sorriu.

Kyoko suspirou e voltou a se concentrar no roteiro. Apesar da presença de Sho incomodá-la um pouco, de certa forma ela se sentia bem perto dele. Sho mudara, desde o incidente em que ele praticamente se declarou e prometeu nunca mais deixa-la sozinha. Não estava tão arrogante como de costume, talvez tivesse amadurecido, mas Kyoko não queria pensar muito no assunto.

“Ele até me ajudou quando Chieko tentou falar comigo...”.

Sorriu tristemente. A sensação que essas lembranças causavam era dolorosa, mas desde que a notícia sobre o possível romance de Ren apareceu, ela prometera nunca mais chorar. Por nada.

O barulho da TV finalmente chamou sua atenção. Estava tão concentrada que não percebera o momento em que Sho ligara o aparelho. Ironicamente era uma nova notícia sobre Hizuri Kuon na América. Infelizmente não era algo que Kyoko gostaria de ouvir. Antes que Sho pudesse mudar de canal, a garota puxou o controle e mostrou-lhe um olhar repreensor.

Era um jornal diurno que transmitia todas as notícias sobre os famosos do Japão. As palavras que a repórter dizia entravam na cabeça de Kyoko e pareciam brincar com ela. Aquilo doía.

“Tsuruga Ren é visto em um encontro romântico com a nova atriz Margareth Scheiffer. Será que dessa vez o ator, que agora tem fama de insaciável, irá se prender a essa nova atriz que está se mostrando uma enorme descoberta para o mundo da atuação? Vejamos os perfi...”.

- Você é meio masoquista, não é? – disse enquanto puxava o controle de volta e desligava a TV. – Já fazem dois anos, Kyoko! Dois anos! Quando você vai esquecer esse cara? – a garota apenas ficou encarando a TV desligada. – Tudo que você faz é trabalhar e trabalhar. Vai acabar se matando desse jeito...

- É o meu trabalho, Sho, não vou mudar a forma como faço as coisas. – deitou a cabeça no encosto do sofá e suspirou. – Não sou masoquista! Não é como se eu pudesse controlar esse tipo de coisa, você deveria saber disso muito bem.

- Que seja! – Sho apoiou os braços ao lado da cabeça da garota, assustando-a. - Hoje você vai sair comigo.

- Hã? Ficou doido? – saiu de baixo de Sho e na fuga bateu o dedo na quina da mesa de centro. – Merda! – Sho sorriu.

- Esqueceu que hoje eu receberei um prêmio? Você será minha acompanhante. – a garota engoliu seco. – Está precisando mesmo se distrair, Kyoko, eu falei brincando agora pouco, mas estou realmente preocupado com você. – acariciou a bochecha dela e ficou encarando-a com um olhar triste.

Antes que ela pudesse recusar o convite ele pegou o casaco e caminhou até a porta.

– Venho te buscar às oito... Se não estiver pronta, te levarei igual uma mendiga para a cerimônia, mas você estará lá!

Saiu sem dizer um “Até logo”, com a confiança de que ela realmente iria se arrumar e ir para a festa com ele. Kyoko ficou parada com a mão na bochecha, ainda sentindo o carinho que Sho tentava transmitir.

“Baka-shoutarou...”.

[...]

Sho estava encantado. Ainda não acostumara-se com a capacidade daquela garota de se transformar. Ela estava deslumbrante. Todos os flashes e olhares eram voltados para ela. Todos na cerimônia cochichavam sobre o possível relacionamento deles. Sho fez questão de não negar nada, estava ocupado demais com ela.

Quando Kyoko abrira a porta do apartamento ele ficou sem reação. Ela estava perfeita. O vestido azul colado, a maquiagem, o perfume, o cabelo preto e longo que caía sobre os ombros perfeitamente...

“Realmente linda...”.

- Vamos sentar aqui por enquanto, logo será a premiação. – disse puxando a cadeira para ela.

“Desde quando faço isso para alguém? Maldita Kyoko!”.

Sho quase não prestara atenção durante sua premiação. Queria voltar para perto dela, mas o rapaz que lhe entregaria o prêmio não parava de falar sobre suas músicas. Finalmente recebeu seu prêmio. Algo que já não era mais tão valioso para ele. Fez um rápido discurso para se livrar daquilo de vez e correu de volta à mesa, porém, Kyoko não estava lá.

“Onde você está, droga! Não acredito que ela esteja tão mal assim por causa daquele imbecil...”, pensava, agora amaldiçoando Ren por abandona-la, algo que antes ele agradecera aos céus.

Caminhou elegantemente por todo o salão, agradecendo à todos os cumprimentos bajuladores que ele passara a odiar, até lembrar-se do terraço. Subiu as escadas com um pouco de medo. Ele sabia o quanto ela estava machucada, mesmo assim seu jeito possessivo a arrastou para essa cerimônia.

Assim que abriu a porta, sentiu o frio da noite subir por todo seu corpo. Congelou ainda mais ao ver Kyoko segurando a grade do prédio com uma garrafa de vinho meio vazia no chão.

- Não sabia que você gostava de monólogos, Kyoko. – tirou seu casaco e colocou sobre os ombros da garota. – Sabe que é fraca com bebida.

- Desculpe sair sem avisar, só não queria que você visse o quão patética eu sou. – Sho percebeu o tom de embriaguez da garota. – Pode rir à vontade, eu sou mesmo uma idiota por ficar pensando nele-

- Você está realmente linda hoje. – Kyoko o encarou surpresa. – Não tive a oportunidade de dizer antes.

- E escolheu agora? Você é ótimo, Sho, logo quando eu estava tentando desabafar.

- Eu não quero ouvir seu desabafo. Não sobre o quanto você está sofrendo por outro homem. – Kyoko segurou os ombros com a mão tentando se proteger com o casaco que ele pusera sobre ela. – Eu não sou um pilar para você se apoiar, Kyoko. Não podemos dizer que somos amigos também.

- O que você sugere que eu faça então, SHOU-TA-ROU. – ele sorriu diante do tom de Kyoko.

- Ren não está mais aqui. – aquilo a fez vacilar um pouco e ele percebeu. – Mas eu estou, Kyoko.

- Onde está querendo chegar? – Kyoko virou-se para olhá-lo de frente, tentando procurar algum resquício de mentira em suas palavras. – Por quê agora?

- Não parei para pensar nas coisas desse jeito, e por que está tão desconfiada? Ainda não superou o que aconteceu quando morávamos juntos? – o olhar de Kyoko ficou furioso.

- Não é questão de superar, Sho, alguém como você jamais entenderia. Acha que é tudo tão simples?

- Agora eu te pergunto, o que espera que eu faça? Estou há tanto tempo do seu lado, tentando te ajudar a superar toda essa situação com aquele imbecil e você vem me dizer que não entendo? O que mais você quer que eu faça para que entenda que eu te amo, Kyoko!

A garota ruborizou completamente. O álcool misturado a sensação que aquelas palavras lhe causavam, a deixaram tonta. O rapaz percebeu que ela estava em um conflito interno. Entre perdoar de vez ou manter a barreira que ela sempre deixara mesmo depois de ter declarado o fim da vingança.

Sho lembrou-se das palavras que disse no dia em que decidiu abandona-la e sentiu-se um idiota. Olhando para trás, percebeu o quanto aquelas palavras a machucaram. Era oficialmente um idiota.

“Ainda ouso exigir algo dele...”.

Quando Kyoko deu por si, Sho estava ajoelhado à sua frente segurando sua mão firmemente. Ela pode sentir o tremor nas mãos dele e seu olhar demostrava dor.

- Sinto muito, Kyoko, por tudo que disse, que fiz... Eu sei que não... Mereço seu perdão, mas... Por favor... – ele preparava-se para dobrar seu corpo ainda mais em um gesto de entrega e arrependimento, mas Kyoko segurou-o pelos ombros impedindo de se abaixar.

- Não precisa ir tão longe, Sho! – o rapaz levantou a cabeça e encarou-a, os lábios tão próximos e as respirações misturadas quase o fizeram perder o controle. – Esqueça isso! M-me leve até meu apartamento. Não é bom conversarmos aqui.

Sho viu a porta do terraço meio aberta e entendeu o que ela quis dizer. Levantou-se rapidamente e puxou-a pelo braço. Não se importou nem em limpar a poeira da calça, muito menos com os comentários sobre os dois. Ele finalmente disse tudo diretamente. Nada mais importava.

O trajeto até o apartamento foi silencioso. O carro parecia andar mais lentamente que o normal. Kyoko não conseguiria quebrar o silêncio, não com a expressão de Sho tão rígida. Ela tinha certeza de que ele não voltaria atrás até ter uma resposta, mas o que poderia fazer? Ela ainda amava Ren e mesmo sabendo que ele estava com outras mulheres na América, não conseguia odiá-lo. Não conseguia acreditar naquelas notícias.

Entraram e saíram do elevador em silêncio. Agindo como dois adolescentes tímidos após uma confissão. Quando chegaram à porta do apartamento da garota, encararam-se por alguns instantes. Ela pretendia manda-lo embora e pensar um pouco mais no que tinha dito, mas ele entrou no apartamento e obrigou-a a entrar.

“Será uma longa noite...”.

Kyoko sentou-se no sofá. Realmente estava um pouco embriagada. Odiou-se por ser fraca apenas por causa da fofoca de um jornal sensacionalista. Aquilo tinha que acabar.

- Não sou um cara muito paciente, Kyoko. – sentou-se ao lado dela aos suspiros e jogou a cabeça para trás. – Não aguento mais essa situação.

- Eu sinto muito, Sho. Mas-

- Tente pelo menos me dar uma chance! Prometo não te forçar a nada. – aproximou-se um pouco mais. – Vou te fazer esquecer ele, Kyoko... Eu... Eu te amo, garota estúpida. - a garota atingiu diferentes tons de vermelho.

- I-isso é realmente uma confissão? – ambos sorriram.

- É minha primeira, dê um desconto. – Sho voltou a ficar sério e encará-la com intensidade. – Posso te beijar? – o rapaz não queria força-la a nada. Não queria repetir o episódio do chocolate.

A garota arregalou os olhos e praticamente petrificou. Não é como se ela fosse uma adolescente que não entende nada sobre o assunto, porém, ver o cara que ela foi apaixonada por tanto tempo trata-la dessa maneira em um momento tão vulnerável, a fez fraquejar.

- Vou entender seu silêncio como um consentimento. – passou os braços pelas costas de Kyoko e deitou-se sobre ela fazendo–a ruborizar. As expressões dela o divertiam.

Sho aproximou-se lentamente. De certo modo, aquele seria o primeiro beijo deles. Queria apagar o episódio do dia de São Valentim, mas não poderia.

O leve odor de álcool saía da boca da garota, talvez a garrafa de vinho que ela tomou o ajudaria nesse momento. Acariciou a bochecha corada de Kyoko com a ponta dos dedos, como se estivesse medo de quebra-la.

“Tão linda... Tão perfeita...”.

Havia derrota nos olhos dele. Havia remorso. Ele parecia prestes a chorar e a única coisa que Kyoko conseguiu fazer foi encarar aqueles olhos cheios de arrependimento. Estava completamente hipnotizada por ele.

No momento em que Sho uniu seus lábios aos dela, uma lágrima escorreu solitariamente de seu olho. Uma corrente passou por seu corpo. Percebeu que realmente amava aquela garota e novamente sentiu-se um idiota por tudo que fez.

- Me desculpe... – disse ao quebrar o beijo. – Eu sinto muito... Me desculpe... – Fuwa chorava de uma maneira que Kyoko nunca vira antes. Aquele olhar cheio de dor, aquele pedido de desculpas que quebrava as barreiras de orgulho dele.

A garota lembrou-se por que se apaixonara por ele na infância e sorriu.

– N-não ria! – o rosto de Sho completamente corado. – Maldita!

Quando Kyoko percebeu, ele a puxou para um beijo mais intenso. Parecia gritar um “Eu te amo!”, a garota conseguia sentir a paixão transbordando de Sho. Assustou-se quando ele tentou colocar a língua dentro de sua boca, mas já era tarde demais para voltar atrás. Antes que pudesse rejeitá-lo, entregou-se àquele beijo.

A língua quente de Sho explorava toda a boca da garota. Ambos lutando pelo controle. Até que um rosto familiar e uma voz grave e suave invadiram a mente de Kyoko. Eram as lembranças que Ren deixara para trás.

Ela interrompeu o beijo bruscamente, deixando Sho sem entender a situação. Ele sabia que ela gostara do beijo, então por que parou? Ao ver a garota desviar o olhar e segurar a camiseta dele com o punho fechado e o rosto corado, Sho entendeu. Kyoko estava pensando NELE.

- Você o ama tanto assim? – perguntou lambendo os lábios. Gesto que ela repetira como um espelho. “Então ela realmente gostou...”. – Não tem porque agir assim. Ele não está mais aqui, há dois anos! – o tom repreensivo e cheio de ciúmes.

Kyoko saiu debaixo de Sho e ficou encarando a vista pela janela.  Sho não ousou se aproximar, sabia que a garota estava novamente em uma luta interna. Apenas abaixou a cabeça e apoiou as mãos no joelho. Imaginar que poderia estar perdendo ela novamente o deixou assustado. Não tinha mais forças para se afastar dela.

- Você já sabe sobre os meus sentimentos, Sho. – voltou sua atenção para a garota. – Mas... – as lágrimas caindo. - ... eu quero tentar... – Sho levantou-se rapidamente.

- Eu vou sempre estar aqui a partir de agora. – disse abraçando a garota por trás. – Não vou mais te deixar escapar. – abraçou-a com mais força.

- Me faça esquecer, Sho. – um sorriso de glória surgiu nos lábios dele. Virou a garota de modo que pudesse encará-la e abraçou-a como se ela fosse desaparecer.

- Será um prazer, Honey. – deu um leve beijo na garota antes de se perderem na escuridão daquele apartamento.

[...]


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Notas finais do capítulo

Sho♥

Espero que tenham gostado desse especial tanto quanto eu...

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