PDV Nate

O tempo foi passando e Hogwarts parecia mais fria a cada dia, novembro tinha chegado e logo a neve começaria a cair.

–Como você acha que a Rose está? –Perguntei a Lyra.

Estávamos no salão comunal fazendo os deveres, quer dizer, Lyra e Hermione faziam os deveres, Rony, Harry e eu pegamos. Deitei em um sofá e fiquei olhando a noite do lado de fora pela janela.

–Quem é Rose? –Hermione perguntou.

Olhei para ela e sorri, ela pareceu ficar vermelha e voltou a olhar para os deveres, fiquei confuso.

–É a nossa irmã. –Lyra respondeu mergulhando a pena na tinta.

–Vocês vão conhecê-la no ano que vem. –Disse sonhador.

–Ela é uma trouxa? –Rony perguntou.

–Sim. –Lyra respondeu por mim.

Ela parecia bastante concentrada, nem piscava.

–Então como vocês tem certeza que ela vem no próximo ano? – O ruivo fez uma careta confusa.

–Lyra diz que a viu fazer magia acidental. –Expliquei.

–Ah... –Rony e Harry exclamaram.

–Mas e o jogo de quadribol Harry? –Perguntei baixando o tom de voz.

–Wood disse que quer me manter em segredo, um tipo de arma secreta sabe? –Ele respondeu baixinho também.

–Entendi.

Nós paramos de conversar sobre isso.

Era para ser um segredo? Pois na semana seguinte a notícia já havia sido espalhada... Havia pessoas que incentivavam e outras que diziam que o coitado do Harry iria ser um desastre, só quem poderia dizer isso era Lyra que de um jeito que eu não sei ainda conseguiu fazer com que o Wood deixasse-a ver os treinos, ela provavelmente usou a carinha, puta golpe baixo esse.

Um dia antes do jogo estávamos juntos no campo de quadribol, Hermione fez aparecer um fogo azul que ficava dentro de um pote. Eu achei muito maneiro, mas quando disse isso a ela a garota começou a gaguejar... O que tem de errado com as garotas de hoje? Eu hein.

Estávamos conversando animados e Lyra levanta.

–Olha que flor bonita. –Ela disse olhando para um lugar no escuro.

E foi-se embora, essa garota é tão misteriosa as vezes. Juro que procurei a flor mas não encontrei nada, foi somente o tempo da Lyra sumir de vista que o Snape apareceu.

–O que você tem aí Potter? –Ele perguntou.

Olhei para Harry e ele trazia um livro.

–Quadribol através dos tempos, professor. –Ele respondeu.

–Os livros da biblioteca não podem sair da escola — disse o professor. — Me dê. Cinco pontos a menos para os Grifinória.

–Aposto que ele acabou de inventar essa regra. –Rony reclamou.

Lyra estava voltado e passou pelo professor que estava indo.

–Boa noite professor Snape. –Ela falou sorrindo, trazia uma flor na mão, realmente era bonita.

–Boa noite. –Ele respondeu calmo.

–Por que ele não é ruim com ela? –Eu perguntei.

–Talvez seja por que ela é menina? –Harry sugeriu.

–Não, se fosse por isso ele trataria a Hermione bem também. –Lyra respondeu já perto de nós.

–Vocês viram a perna dele? Estava mancando. –Harry disse.

–Não sei, mas espero que doa muito. –Rony respondeu.

Voltamos para a sala comunal e o lugar estava barulhento, Harry estava inquieto.

–O que vocês tem? –Perguntei.

–Quero o livro de volta. –Ele respondeu.

–Vai lá e pede. –sugeri.

Ele levantou e foi até a sala do professor, Hermione e Rony foram com ele, fiquei conversando com Lyra no salão. Alguns minutos depois os três voltam com expressões estranhas.

–O que houve? –Lyra perguntou também notando.

–Eu estava entrando na sala do professor, mas Filch estava lá dando pontos num machucado na perna dele. –Hary explicou.

–E isso é motivo para ficar tão preocupado? –Perguntei.

–Não, mas ele disse: Não se pode ficar atento a três cabeças ao mesmo tempo.

–Ah, isso quer dizer que o Professor Snape tentou passar pelo Cérbero! –Lyra falou colocando a mão na boca horrorizada.

–Mas por que ele faria isso? –Hermione perguntou, dava para notar que ela não queria acreditar nisso.

–Ele provavelmente quer o que o cão está guardando. –Falei.

–Mas o que será? –Lyra se perguntou.

Droga, ele estava curiosa, isso nunca dá certo.

Suspirei fundo.

–Lyra, por favor, não nos coloque em encrenca. –Pedi.

–Por que eu faria isso? -Ela sorriu marota.

PDV Lyra

Levantei animada, hoje seria o primeiro jogo de Quadribol que eu veria em toda a minha vida e o melhor de tudo era que meu melhor amigo era o apanhador! Quando cheguei à mesa da Grifinória o Harry estava branco e suava muito.

–Coma alguma coisa Harry. –Hermione ofereceu.

–Não Hermione, obrigada.

–Harry você tem que comer, os apanhadores são sempre o primeiro alvo dos outros times. –Finnigan falou.

–Não está ajudando. –Resmunguei.

Mais tarde fomos todos para o campo de quadribol. Simas e Dino seguravam a faixa que fizemos para incentivar o Harry, eu estava tão nervosa.

–Quando você acha que começa? –Perguntei e Hermione que sentava ao meu lado.

–Olha! Eles já estão saindo do vestiário! –Ela respondeu.

Sorri. Os jogadores apareceram no campo, vermelho e verde, Grifinória e Sonserina... O jogo de hoje promete. Madame Hooch estava no meio do campo esperando as equipes.

Ela falou com as equipes lá em baixo e todos subiram nas vassouras quando estavam no ar o apito soou. O jogo começou. Lino Jordan, amigo dos gêmeos, começou a narrar.

–A Goles está no ar e é agarrada por Angelina Johnson, excelente artilheira ela, aliás, uma garota muito linda...

–JORDAN! –Mcgonagall reclamou, dei uma risadinha.

–Desculpe professora!

Ele continua a narrar enquanto todos riam.

– E ela está jogando bem ali em cima, uma passagem ótima para Alicia Spinnet, um bom achado do Oliver Wood. Novamente para Johnson e... Oh! Não, os Sonserinos agarram a goles, o capitão dos Sonserinos, Marcus Flint, tem a goles e aí vai ele.

–Não! –Resmunguei.

–Vocês levam isso a sério mesmo hein? –Hermione falou rindo.

–Flint voando como uma águia vai mar... Não, foi travado por uma excelente jogada do goleiro dos Grifinórios, Wood e Grifinória têm agora a goles.

–Isso! –Eu e Rony gritamos ao mesmo tempo. Nate começou a comemorar.

–É a artilheira Katie Bell dos Grifinóros, excelente passe em volta de Flint, sobre o campo e... Wow! Deve ter doído atingida na nuca por um balaço.

–Ai! Essa doeu, não sei se quero mais jogar quadribol. –Falei olhando para Rony. Ele riu.

–Mas você vai ter que jogar, lembre-se do que Mcgonagall falou. –Nate disse rindo.

–A Goles foi agarrada pelos Sonserinos. É Adrian Pucey voando em direção aos aros, mas é travado pelo segundo balaço lançada por Fred ou George Weasley, nunca consigo saber quem é quem. Boa jogada dos batedores dos Grifinórios e Johnson está de novo de posse da Goles, o campo está livre à sua frente. Aí vai ela em pleno voo, foge rapidamente de um balaço, está perto dos aros, vamos Angelina! O goleiro Bletchley a toda a velocidade,não conseguiu defender! GRIFINÓRIA MARCA!

–Isso! –Dei um pulo junto com Rony e Nate.

–Angelina!Angelina! –Rony começou a gritar e bater palmas junto comigo.

–Ah, esse jogo é incrível! –Nate disse.

Hagrid apareceu no meio do pessoal.

–Com licença. –Ele dizia – Tenho tentado assistir da minha cabana, mas nunca é a mesma coisa.

Ele disse apontando para o binóculo.

Desliguei-me dele e do resto do pessoal, Harry quase foi acertado por um balaço e eu e Hermione nos abraçamos preocupadas.

–Ah, acho que vou ter um ataque. –Falei. –Queria tanto estar jogando.

Lino continuava a narração, mas eu não estava prestando atenção até que...

–Espere, aquele não é o pomo? –Ele disse.

Harry deu um mergulho, mas o apanhador da Sonserina também, eles estavam emparelhados quando o capitão da Sonserina bloqueia Harry e ele quase caiu da vassoura.

–Filho da... –Gritei, mas não terminei por que todos ao meu redor estavam olhando para mim, inclusive Mcgonagall.

Na confusão todos perderam de vista o pomo.

– Bem, depois desta óbvia e nojenta...

– Jordan — rugiu a professora McGonagall.

– Quero dizer, depois desta falta imperdoável e revoltante...

– Jordan, eu estou avisando...

– Está bem, está bem. O Flint quase matou o apanhador da Grifinória, o que podia ter acontecido a qualquer um, claro. Grifinória ainda a liderar.

–Não sei por que Mcgonagall está reclamando foi imoral mesmo. -Falei

–Por que o Harry está fazendo aquilo? –Nate perguntou e todos o olhamos.

A vassoura estava dando guinadas e rodopios até que chegou um momento em que ele se desequilibrou e ficou somente com um braço a segurar.

–Ah! Harry! –Gritei preocupada.

Hermione se abraçou com Nate que também estava muito preocupado. Espera aí, ela o abraçou? A Hermione? Não tive tempo de pensar nisso.

–Será que aconteceu algo com a vassoura? –Simas se perguntou.

–Não é possível, nada pode interferir em uma vassoura assim, somente magia das trevas. –Hagrid explicou.

Olhei para Hermione surpresa, ela tomou o binóculo do Hagrid e começou a sondar a multidão.

–Eu sabia. Olhem o Snape! –Ela mostrou.

–O que ele está fazendo? –perguntei.

–Enfeitiçando a vassoura.

Ela saiu de perto de nós dizendo que faria alguma coisa, iria com ela se Nate não tivesse me segurado pelo braço. Seu rosto estava sério.

–Olhe. –Ele apontou para a arquibancada acima de Snape, estava o professor Quirell fazendo também um encantamento.

–Você acha que ele... ? –Deixei a pergunta no ar, falei baixinho para que ninguém ouvisse.

–Não sei... Mas eu não gosto dele Lyra. –Ele disse.

Eu não sei o que Hermione fez, mas houve uma confusão na arquibancada onde Snape e Quirell estavam, fazendo assim os dois perderem a concentração e Harry reassumir o controle da vassoura.

–Qual dos dois você acha que...? –Perguntei.

–Não faço a mínima ideia. –Nate respondeu sincero.

Harry deu um mergulho com a vassoura em direção ao chão, planou rapidamente para frente com a mão estendida, logo depois algo aconteceu que o fez cair da vassoura e levar à mão a boca como se fosse vomitar.

–Peguei o pomo. –Ele disse depois de cuspir a bolinha dourada.

A multidão gritou. Grifinória ganhou de cento e setenta contra sessenta.

Mais tarde estávamos nós cinco conversando com Hagrid em sua cabana, Harry tentava inutilmente convencê-lo que Snape tinha algo contra ele.

–Eu descobri que ele tentou passar pelo cão de três cabeças no Hallowen. –Harry explicou.

–Como vocês sabem do fofo? –Ele perguntou surpreso.

–Fofo? –Perguntei surpresa.

–Sim, ele é meu, emprestei a Dumbledore para guardar a...

–O que? –Eu e Harry perguntamos ansiosos.

Hagrid parou bruscamente e pareceu arrependido.

–Não me perguntem mais nada.

–Mas o Snape quer pegá-lo!

–Ele não faria isso. –Hagrid falou.

–Então por que tentou matar o Harry? –Rony perguntou.

–Eu sei quando alguém está fazendo um encantamento, eu li sobre isso, tem que ter contato visual e o Snape nem piscava. –Hermione explicou.

Olhei rapidamente para Nate que esteve calado o tempo inteiro.

–Está enganada. –Hagrid falou – E estou dizendo a vocês que parem de se meter nesses assuntos, pode ser perigoso, esqueçam o que o fofo está guardando, isso é assunto de Dumbledore e Nicolau Flamel...

–Nicolau Flamel? –Harry perguntou.

Hagrid fez cara de surpresa, ele novamente falou o que não devia.