PV EDWARD

Nossos filhos já estavam com dois anos de idade agora. Eu e Bella após uma conversa chegamos à conclusão de que eles já estavam prontos para enfrentar uma longa viagem até o Brasil, enfim chegou o momento de conhecermos os outros híbridos.

No dia seguinte após nós estalarmos num hotel em Manaus capital da Amazônia. Decidimos ir visitar Naheul e sua família, seguimos de carro até um determinado ponto e dali em diante teríamos três horas de corrida até chegarmos a casa deles, Naheul e sua família viviam praticamente isolados no meio da floresta amazônica.

Alice nos falou que mesmo isolados, vivem tão confortavelmente quanto nós em nossa casa. E que permaneciam ali, pela privacidade, ali eram livres para serem eles mesmos sem disfarce humano e gostavam de estar em contato direto com a natureza também.

— Olá! Sejam bem-vindos. – disse Naheul abrindo a porta de sua casa para a nossa família. -Entrem, por favor.

E eu e minha família nos acomodamos pela sala.

— Como vão? - Alice cumprimenta  Naheul.

— Estamos bem Alice.

Depois Emmet, Rose e Jasper o cumprimentaram, e também aos demais híbridos.

Em seguida Naheul apresentou a mim, Bella e a nossos pais sua esposa Sara, sua irmã Lena e o marido dela Victor.

— Nossa! Os filhos de vocês são tão lindos! – diz Lena olhando para Damon em meus braços e Nicole nos de Bella.

— Obrigado Lena. – agradeço por mim e Bella.

— Onde estão os pais de vocês? – perguntou Alice.

— Saíram para caçar, mas devem voltar antes de anoitecer. – respondeu Sara.

— E os filhos de vocês? Maria Luiza deve está enorme. – diz Alice se lembrando dela ainda com dias de vida.

— Sim, ela está com um ano e dois meses agora. – diz Sara.

— E até o seu filho Lena que não conheço já está  grande também deve ter um ano e pouco.

— Sim o Samuel já está com um ano e um mês, eles estão dormindo, mas se quiserem ir lá vê-los, eu os levo até o quarto deles. 

— Não, é melhor esperar que eles acordem Lena, não queremos atrapalhar o sono deles. 

— Ok, então Alice.

— Venha colocar sua filha para dormir no quarto das crianças Bella. – ofereceu Sara.

Nicole havia dormido durante o meio do caminho.

— Não é necessário ela deve acordar logo. – diz Bella não querendo incomodar.

— Por favor, a coloque no quarto, assim podemos conversar sem correr o risco de acorda-la.

— Pensando por esse lado eu aceito sim.

Bella acompanhou Sara para por Nicole no quarto e voltaram rapidamente.

Só que dessa vez a Sara trouxe sua filha nos braços que havia acabado de acordar. Eu e minha família ficamos encantados com a Maria Luiza, ela é linda, tem o cabelo preto e bem liso que herdou de Naheul e lindos olhos azuis que herdou de Sara.

— Bebê papai. – diz Damon apontando para a filha de Sara e Naheul.

— Sim o nome dela é Maria Luiza filho.

— Ou Malu como gostamos de chamá-la. - acrescenta Sara.

— Malu. - repetiu Damon.

— Isso mesmo Damon. – disse Sara surpresa pela pronuncia perfeita dele.

— Dá a Malu pra mim? – pediu Damon a Sara.

— Você quer pegá-la?

— Não dá pra mim.

— Dar? Você... quer leva-la para sua casa? É isso Damon?- perguntou Sara querendo saber se entendeu direto.

E por mais inusitado que seja, era exatamente isso que Damon queria.

— Sim. - confirmou Damon deixando todos surpresos com o pedido.

— Filho isso não é possível, você não pode tirar Malu de seus pais.

— Mas pai...

— Você não ficaria triste se te levassem para longe de mim e da sua mãe?

— Sim. - Damon responde não gostando nem de imaginar isso acontecendo.

— Então Malu também vai ficar triste se ficar longe dos pais dela.

— Não quero Malu triste.

— Então volte atrás no seu pedido filho.

— Tá bom, eu não quero mais levar a Malu. – Damon soa triste, mas ao mesmo tempo conformado por saber que estava fazendo o certo.

Ele apoiou sua cabeça no meu ombro e eu fiz carinho em suas costas o consolando.

Damon havia ficado triste como qualquer criança ficaria por não poder ter o que queria.

— Não fica assim não filho, por favor. - pediu Bella angustiada por ver os olhinhos dele se encherem de lágrimas, dando um beijo na bochecha dele.

— Damon. – Sara o chamou e ele olhou para ela.

— Você não pode levá-la, mas você pode ser amigo dela, o que acha? – sugeriu Sara a Damon.

— Eu quero ser amigo da Malu. – diz Damon ficando feliz de novo para o nosso alívio – Posso brincar com ela?

— Claro.– diz Sara colocando a Malu sentada no chão.

— Brinque um pouco com o Damon filha. – sussurrou Sara em português no ouvido da filha, só nós os adultos que sabiam falar as duas línguas, o inglês e o português.

— Da...- Malu não consegui falar o nome do Damon, ela era nova demais para conseguir falar tudo.

— Damon. – repetiu Sara a Malu.

— Damu. – repetiu Malu.

— Quase isso filha, mas logo você aprende a falar o nome dele direito.

Malu olhou triste para a mãe por não conseguir fazer isso agora.

— A Malu está  triste porque não conseguir falar meu nome direito, não é papai?

Eu assenti dizendo que sim.

— Papai diga a Malu que eu não me importo dela não conseguir falar meu nome direito.

— Malu o Damon não se importa que você o chame de Damu. –falo em português a ela que assentiu agradecida para mim e Damom.

— Damu. – diz Malu com um lindo sorriso nos lábios o chamando com as mãozinhas.

Malu também havia gostado muito dele.

Coloquei Damon no chão e ele andou até ela.

— Vem Malu os brinquedos estão ali. – diz Damon apontando para os brinquedos para que ela entendesse o que ele estava falando.

Damon estende sua mão a ela e Malu segura a mão dele e ele começa a ajuda-la a levantar-se.

Minha filha ainda não sabe andar. — pensou Sara preocupada já indo até eles, para impedir que Damon a colocasse de pé.

— Não faça isso filho a Malu ainda não sabe and... - mas parei de falar quando vi Malu dar passos vacilantes para frente sendo amparada firmemente por Damon.

— Oh! Meu Deus, olha isso, Naheul nossa filha está andando! – Sara fala contentíssima.

— Não acredito! Eu faço isso há semanas com Malu para que ela ande e ela não deu um mísero passo, e o Damon fez só uma vez e nossa filha saí andando, assim você magoa o papai filha. - Naheul fala de forma dramática e nós rimos dele.

Malu apenas deu um sorriso de consolo para o pai e foi brincar com Damon e nós adultos engatamos uma conversa sobre nossos filhos.

— Oi! Eu sou Nicole.

Ouvimos a voz de Nicole e eu pedi licença aos donos da casa para ir até o quarto onde Nicole estava.

— Nicole desça já daí. - digo quando entro no quarto e vejo Nicole pendurada no berço para ver Samuel que também havia acordado.

— Ele parece um anjinho papai. – diz Nicole olhando fascinada para o garotinho de cabelos loiros e olhos verdes que também a olhava fascinado.

E percebi ali que o pedido de Damon ao querer Malu para si e a maneira que eles dois se aproximaram rapidamente, e o fascínio entre Nicole e Samuel, era simplesmente o mais puro amor surgindo ali entre eles...

— Droga! –saí de minhas lembranças ao ouvir Damon falar, olhei para ele, que estava tão nervoso que não conseguia dar o nó na gravata.

— Filho não há necessidade de ficar tão nervoso assim.

— O senhor é a última pessoa no mundo que pode me dizer isso.

— Por quê?

— Eu podia ter apenas um ano e meio, mas lembro muito bem o quão nervoso ficou no dia do seu casamento com a mamãe. Lembro-me do senhor passar as mãos no cabelo os bagunçando inúmeras vezes de tão nervoso que estava, o tio Emmet teve de ameaçar arrancar suas mãos e só devolve-las quando estivesse no altar se não parasse de fazer aquilo.- Damon fala sorrindo com a lembrança e eu também.

Quando paramos de rir fui até ele para dar o nó em sua gravata.

— Ok filho, eu não vou te enganar não, esse nervosismo só irá acabar quando Malu estiver ao seu lado no altar. 

Damon assentiu.

— E obrigado pai.

— Não precisa agradecer por eu ter fazer o nó da sua gravata.

— Não é por isso que eu estou agradecendo.

— E pelo que então?

— A mamãe falou que foi o senhor que propôs a nossa família de ficarmos morando aqui próximo a família de Malu quando os visitamos pela primeira vez, porque o senhor sabia que me separar da Malu e separar Nicole do Sam iria nos fazer sofrer, e que apenas visitas de vez em quando não nos seriam o suficiente. Eu sei que foi difícil para vocês fazerem isso, porque preferem morar em cidades de clima frio e metropolitanas e de repente ter que se mudar para o meio da floresta tropical... eu só tenho a agradecer a você e a eles por terem feito esse sacrifício por mim e Nicole.

— Como Alice diz, família é para essas coisas e fazer isso não foi sacrifício algum para nós, você sabe que essa experiência de morar aqui está sendo bem legal para a gente.

— Ainda sim obrigado pai.

 Damon me abraça.

— Realmente não há o que agradecer filho.

— Eu te amo muito pai.

— Eu também te muito filho.

— Você está tão lindo filho. - diz Bella entrando no quarto, lindíssima naquele vestido azul turquesa que está usando.

— Você também está  mãe. 

— Concordo plenamente com você filho. – dou um selinho em Bella. – Está magnífica amor.

— Obrigada. E você também está amor.

— Obrigado.

— Eu nem acredito que você e Nicole vão casar, ainda me lembro como se fosse hoje quando os dois cabiam em meus braços. 

— Mãe não comece com isso, por favor.

— Eu sei que vocês não são mais meus bebês. – Bella faz um carinho no rosto de Damon - Eu desejo que seja muito feliz filho. – e o abraça emocionada.

— Eu já sou mãe, mas para minha felicidade ficar completa só falta ouvir o sim de Malu naquele altar.

— E ela dirá filho. E eu te amo muito.

— Eu também te amo muito mãe.

— Bom o Sam já entrou com a mãe dele, agora é a nossa vez filho, e depois que Malu entrar com Naheul, será sua vez amor de entrar com Nicole.

— Ok.

— E Nicole já está pronta amor.

— Vou até ela agora.

— Então vamos mamãe. - diz Damon saindo com sua mãe para o jardim e eu fui ao quarto de Nicole.

Quando entrei no quarto de minha filha, estanquei ao por meus olhos nela.

— Céus! Você está tão linda vestida de noiva quanto sua mãe estava no dia do nosso casamento.

— Não seja exagerado pai eu me lembro da mamãe vestida de noiva, ela estava mais linda do que eu.

— Não mesmo, vocês estão igualmente lindas, acredite no que eu digo.

— Eu acredito... e pai e o Sam?

— Ele já está lá no altar a sua espera filha. – a acalmo. E Nicole soltou um suspiro de alívio.

Samuel a ama demais, jamais a deixaria, mas é normal ficar nervoso e ter medos na hora de se casar.

— Pai obrigada por tudo que fez por mim. - diz Nicole extremamente agradecida.

— Não há o que agradecer filha eu faço qualquer coisa por sua felicidade.

— O senhor, mamãe, Damon, nossa família, Samuel e a família dele já me fazem felizes cada um a sua maneira pai. – diz Nicole emocionada e eu lhe dei um abraço igualmente emocionado.

— Eu te amo muito pai.

— Eu também te amo muito filha.

— Agora nada de chorar minha menina. - limpo as lágrimas dela com cuidado para não borrar sua maquiagem.

— Está na hora. - cantarolou Alice ao passar pela porta do quarto.

Alice estava coordenando todo o casamento e por isso eu tenho certeza que nós teremos o mais lindo casamento duplo de jardim que já existiu.

— Pai eu acho que serei a primeira híbrida a tropeçar ao andar. – Nicole soa bem nervosa,  até tremia levemente.

— Eu não vou deixa-la cair, confie em mim.

— Eu confio.

— Pronta? – digo oferecendo o meu braço a ela. Que respira fundo se acalmando.

— Pronta. - diz Nicole entrelaçando seu braço ao meu.

Entreguei Nicole ao seu noivo no altar sabendo que Samuel a faria muito feliz assim como eu tenho certeza que Malu faria Damon muito feliz também e fui ocupar o meu lugar ao lado de Bella.

— A eternidade é uma dádiva, não?- sussurrei a Bella, que me deu o seu lindo sorrindo assentindo.

Um dia eu odeie a eternidade, mas hoje vejo que nunca devia tê-la odiado, porque apesar de todos os momentos difíceis por qual passei, isso só me fez valorizar ainda mais todos os motivos que ela me deu para que eu seja feliz para sempre.

FIM!