PV EDWARD

— Amor?

— Sim?

— Estou com vontade de comer aquele cachorro quente que vende lá na praça do centro, feito pelo aquele senhor simpático daquele dia que fomos lá. Você se lembra dele?

— Sim, mas amor vai demorar ir até lá, não acha melhor eu te preparar um aqui em casa vai ser mais rápid... – mas parei de falar quando vi Bella ficar um pouco decepcionada com minha sugestão.

— Mas só serve se for o dele, não é?

— Se não for pedir muito.

— Claro que não, eu só achei que como você está com vontade fazendo aqui em casa você mataria sua vontade de comer cachorro quente logo. Mas eu vou lá comprar e volto o mais rápido possível, ok?

Ela assentiu e eu lhe dei um selinho. Peguei minha carteira e as chaves do carro, pensei em ir correndo para ser mais rápido, mas preferi manter o disfarce humano seguro.

Quinze minutos depois eu estava naquela bendita praça e nem sombra do senhor que vende cachorro quente. Onde diabos esse senhor se meteu?

— Er... com licença. - disse a um homem que estava sentado em um banco da praça e ao lado dele havia uma embalagem de cachorro quente vazia, ele devia saber onde o senhor estava.

— Sim?

— Você sabe onde está o senhor que vende cachorro quente aqui na praça?

— Faz meia hora que ele me vendeu o último cachorro quente de sua barraquinha e foi embora.

— Essa não! - digo frustrado.

— Mas tem cachorro quente naquela lanchonete ali.

— Não serve.

— O de lá é bom também. –me garantiu o homem.

— Cara é que minha mulher está grávida está a desejando o cachorro quente que aquele senhor faz.

— Você é...

— Edward.

— Eu sou Joe, e Edward eu sei pelo que está  passando, minha mulher também teve muitos desejos quando estava grávida, uma vez ela desejou comer pipoca doce, mas do lugar que queria não tinha mais aí eu comprei pipoca doce em outro lugar achando que ela não descobriria, mas ao chegar em casa, acredita que só pelo cheiro ela descobriu que a pipoca doce não era de onde ela queria, ela brigou comigo e chorou a noite toda por eu ter tentado enganá-la, foi mais de uma semana para ela me perdoar.

Olhei para ele frustrado, pois o seu depoimento não estava me ajudando em nada.

E ele pareceu se tocar disso.

— Mas eu sei como te ajudar.

— Como? –perguntei esperançoso.

— Esse senhor mora no mesmo quarteirão que eu, eu vou te levar lá na casa dele.

Mas porque ele não se lembrou desse detalhe antes? Pensei indignado.

— Senhor Mark. – Joe o chama do portão.

— Sim Joe. – diz o senhor Mark saindo da casa.

— Quero te apresentar o Edward.

— Olá! Senhor Mark.

— Olá! Jovem. O que devo a visita?

— Eu quero, por favor, que me venda um cachorro quente.

— Desculpa jovem, mas eu não vendo em casa.

— Por favor, senhor abra uma exceção eu pago o que for.

— Olha eu não faço exceções, porque se alguém descobre todos vão querer comprar aqui também, e não me leve a mal, mas casa não é local de vendas e sim de descanso, se me der licença eu já sou um senhor de idade, estou cansado, pois estou desde manhã lá naquela praça trabalhando.

E suspirei frustrado.

— Senhor Mark o cachorro quente é para a mulher grávida dele que está desejando.

— Oh! Porque não disse logo meu jovem. Venham, entrem. – diz o senhor Mark abrindo o portão- Eu vou preparar três cachorros quentes no capricho para ela.

— Obrigado!- fico aliviado- Mas só precisa preparar um.

— É a primeira vez que será pai, não é? – me perguntou o senhor Mark enquanto entravamos em sua casa, mas ele parecia estar mais afirmando.

— Sim.

— Vai por mim, leve três, minha mulher teve cinco filhos e minha experiência diz que sua mulher irá comer mais de um.

— Aceitarei o conselho então.

— Se acomodem, por favor. – diz o senhor Mark apontando para as cadeiras da mesa da cozinha e eu e Joe nos sentamos.

— De quantos meses sua mulher está  grávida? - perguntou o senhor Mark separando os ingredientes para fazer os cachorros quentes.

— De cinco meses.

— Já sabe o sexo do bebê?

— Não, infelizmente ainda não conseguimos saber, mas são gêmeos bi vitelinos.

— Então vocês têm todas as possibilidades aí. – diz Joe, se referindo que podia ser dois meninos, duas meninas ou um casal.

— Sim temos.

— Meus parabéns!

— Obrigado Joe.

— Meus parabéns também meu jovem.- diz o senhor Mark e eu assenti em agradecimento -Filhos são sempre uma benção, mas você não acha que é muito novo para ser pai?

— Sim. – confirmei apenas para não levantar suspeitas, porque apesar de eu ter trinta e seis anos, não importa quantos anos eu tenha, minha aparência será sempre de dezoito anos- Não foi planejado, mas estou amando a ideia de ser pai. Eu ainda nem os vi e já os amo tanto, isso é tão irracional.

— Sim é, o amor que temos pelos filhos é assim mesmo, somos capazes de tudo por eles.

O senhor não tem ideia do quanto. Pensei, ao me lembrar de salvar Bella de Victoria e dos recém criados.

— Aqui está - diz o senhor Mark estendendo a embalagem com os cachorros quentes dentro, alguns minutos depois.

Peguei a embalagem e lhe estendo uma nota de cinquenta dólares.

— Não é necessário jovem.

— Mas ...

— É um presente, eu faço questão.

— Obrigado e desculpe o incomodo.

— Não foi nada e se precisar novamente... apesar de que os desejos tendem a variar, mas de qualquer maneira ela tendo outro desejo por cachorro quente eu estou a disposição.

— Obrigado senhor Mark e boa noite!

— Boa noite! Meu jovem.

— E obrigado a você também por ter me trazido aqui Joe.

— De nada agora leve isso correndo para sua mulher que deve estar ansiosa lhe aguardando com os cachorros quentes.

— E eu vou. Tchau! -  e saiu da casa do senhor Mark.

Cheguei em casa e Bella estava sentado no sofá com os pés apoiada em uma almofada sobre a mesa de centro e estava com a expressão emburrada.

— Estava fazendo o que?

— Comprando o cachorro quente. – digo sem entender do porquê de esta me perguntando o obvio e mostrando a embalagem com os cachorros quentes a ela.

— E foi comprar na China?

— Amor desculpa a demora. - me sento ao seu lado.

— Só me fala a verdade, o que fez além de comprar os cachorros quentes?

— Como assim o que eu fiz além de comprar os cachorros quentes? Você não acha que eu estava aprontado por aí, acha?- falei a última parte divertido.

— Eu quero saber o que o levou quase uma hora e meia para comprar cachorro quente, sendo que seria necessária apenas cerca de meia hora. O que fez nessa uma hora restante?

Nossa a Bella está tão séria! Ela está realmente pensando que eu fiz outra coisa além de comprar os cachorros quentes. Mas o que será que está se passando na mente dela? Perguntei-me olhando para ela, mas sua expressão não me dava nenhuma dica do que seria. Espera... será que ela está pensando que eu a traí? Não, eu devo está  tirando a conclusão errada, Bella não pensaria que eu sou capaz de fazer isso com ela.

— Está pensando de mais para me dar uma resposta Edward.— diz Bella desconfiada.

Ela está realmente achando que eu a traí, por Deus até um cego vê o quanto eu a amo, e eu nunca dei motivos para suspeitas. Porque isso agora? Só podem ser esses benditos hormônios atacando de novo, ultimamente eles andam fazendo com que Bella pense e aja de maneira atípica do normal dela.

— Amor, o senhor do cachorro quente não estava lá na praça...

— E esse cachorro quente saiu de onde?

— Me deixe falar sem interrupções, por favor.- e ela assentiu- Eu cheguei à praça e não vi o senhor do cachorro quente lá, perguntei a um cara que estava lá na praça pelo senhor do cachorro quente ele falou que ele já havia ido embora, e fiquei frustrado, então ele me indicou uma lanchonete que vendia cachorro quente, mas falei que não servia porque você estava com desejo de comer o cachorro quente que aquele senhor faz, e depois dele me contar um perrengue que ele passou com a esposa dele por conta de um desejo de grávida que ela teve foi que ele se lembrou de que o senhor do cachorro quente morava no mesmo quarteirão que ele, ele me levou até lá e quando eu cheguei lá na casa do senhor o pedi para me vender um cachorro quente, ele disse que não, porque ele não vendia em casa tivemos de contar a história que você estava desejando ai que ele aceitou fazer e o senhor ainda puxou conversa enquanto fazia os cachorros quentes o que o fez demorar mais tempo para preparar, mas quando ele terminou eu voltei imediatamente para casa. Por isso eu demorei. – e vi que ela felizmente acreditou que eu falava a verdade.

— Mas o que estava pensando que eu fiz?- eu queria saber se o meu palpite estava certo.

— Nada. — diz Bella corada de vergonha.

— Está mentindo.

— Me dá o cachorro quente, por favor.

— Só se você me contar o que estava pensando.

— Amor, eu estou com vontade de comer cachorro quente, esqueceu?

— Não, mas me conta rapidinho o que estava pensando antes, por favor.

— Achei que você pudesse ter encontrado alguma mulher bonita lá naquela praça e... – ela não conseguiu terminar de dizer de tão envergonhada que estava de ter pensado que eu pudesse a ter traído.

— Eu tenho a mulher mais bonita de todas, para que eu vou prestar atenção nas outras?

— Eu estou horrível! — diz Bella realmente achando isso.

— Não seja absurda, você é linda!

— Olha para mim, eu estou o triplo do que eu era.

É evidente que seria impossível ela está  com o mesmo corpo de antes estando grávida de cinco meses e de gêmeos, mas ela está exagerando em dizer que estar o triplo do que era.

— Você está  ainda mais linda grávida. – acaricio a barriga dela.

— Você fala sério?

— Como eu nunca havia falado antes. – digo sendo bem sincero.

— Me perdoa, por favor, eu realmente não pensei que fosse capaz de me trair, eu só estou insegura com relação ao meu corpo, eu não consigo me achar nele, entende?— diz bem confusa.

— Porque é muita mudança para assimilar em tão pouco tempo, não é?

— É exatamente isso o que sinto. — Bella fica surpresa por eu tê-la entendido.

— Não importa o quanto mude, você continuará linda, agora pegue o cachorro quente se não eles ficaram frios.

— Desculpa por tê-lo feito ir comprar, mas eu não vou comer.

— Passou o desejo?

— Sim.

Mas percebo que não era isso.

— Bella! - a recriminei por mentir de novo.

— É que eu me dei conta agora que cachorro quente é muito calórico. E eu não posso extrapolar o índice de ganho de peso aceitável.

— Você não vai começar com a neura de contar calorias agora, vai?

Ela não disse nada, mas percebi que ela ia começar sim.

— Se está  desejando comer cachorro quente você vai comer cachorro quente. - e abro a embalagem.

— Não faz isso Edward.

— Isso aqui não vai fazer você extrapolar nada Bella, você sabe que seu peso está dentro do aceitável para uma gestante de cinco meses. - e estendi um cachorro quente para ela.

— Se eu só conseguir me mover rolando por aí depois a culpa será exclusivamente sua. —Bella pega o cachorro quente e eu sorri do que ela disse.

Vai entender o que se passa na mente de uma grávida.