Eu Escolhi Você escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 40
The Moment Of I love You


Notas iniciais do capítulo

Desculpeeeem pela demora meus amores! Mas aí vai mais um capítulo. Devorem-no, now.



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Ainda estava difícil para ela encarar aquelas duas pessoas as quais ela tanto sentiu falta em todos esses anos, mesmo que secretamente, mesmo que negando contra si própria.

– Hermione minha filha. - A mulher de cabelos castanhos, mal cacheados mas bem cuidados, alta e magra se aproximou, com um sorriso reprimido no rosto. Hermione, no entanto, se esquivou.

– Por que vocês.. - A garota hesitou e suspirou. - Por que estão aqui?

– Você não pode nem nos dar um abraço antes de começar a perguntar? - Indagou o pai, os cabelos também escuros e lisos, alto e de expressão nada jovial.

– Aconteceu alguma coisa? - Hermione ignorou a pergunta do homem.

– Não.. - Tranquilizou-a Mary, engolindo em seco com desgosto e recuando, se encontrando ao lado do marido de novo. - Está tudo bem.

– Então vocês voltaram por saudades? - Questionou Hermione com sarcasmo.

– Não poderia ser? - Alberto quis saber, de sobrancelhas arqueadas.

– Bem, vejamos... - Hermione começou a contar nos dedos. - Vocês foram embora há cinco anos.. a negócios, claro. - Apressou-se em dizer, com ironia, vendo que a mãe já ia interrompê-la. - Mal me ligavam.. eu acho que, se tiver dado quatro ligações em todo esse tempo, ainda sim é muito. - Continuou com clara mágoa na voz. - Vocês lembraram do meu aniversário alguma vez? - Ela indagou, mais para si mesmo do que para os pais, com os olhos ardendo. - A é, eu esqueci.. vocês não lembravam que tinham uma filha.

– Hermione, não fala assim.. - Pediu Mary com os olhos também marejados.

– Eu falo sim! - Hermione exaltou a voz, e percebeu a primeira lágrima escorrer por seu rosto. - Vocês não sabem o que é ser jogada no lixo pelos próprios pais, como fizeram comigo.

– Hermio.. - Tentou interrompê-la o homem, mas Hermione prosseguiu sem se intimidar.

– Vocês nunca estiveram nem aí pra mim. - Ela limpou a lágrima do rosto enquanto a outra descia pelo lado oposto. - Sempre trabalho, dinheiro, sempre. - Engoliu em seco antes de continuar. - Foram embora por causa de trabalho..de dinheiro.. me esqueceram.. e agora querem que eu acredito que voltaram por.. por saudade? - Perguntou sarcasticamente se aproximando dos pais. - Vocês tem noção do que significa essa palavra? - Indagou com a voz coberta de raiva e mágoa. - Vocês tem alguma noção do que significa saudades? - A morena tornou a limpar as lágrimas que teimavam em rolar por seu rosto. Os pais, estáticos, a observavam sem piscar. - Não.Vocês não tem não. - Hermione aproximou ainda mais dos pais. - Sabem por quê? - Ela encarou-os nos olhos. - Porque se tivessem, teriam vindo antes. - Praticamente cuspiu as palavras na cara dos dois e deu-lhes as costas, deixando agora as lágrimas pesadas correrem com pressa por seu rosto. Estava desesperada. Internamente.

– É, você tem razão. - Comentou Mary com a voz firme e ao mesmo tempo fraca. - A gente devia ter voltado. Mas não voltamos.

– Mas estamos aqui agora. - Argumentou o pai com culpa.

– Agora não importa. Eu tô feliz agora. De um jeito que eu nunca fui. - Hermione voltou a se virar para os pais e percebeu que a mãe também chorava silenciosamente.

– Você não sente mais falta dos seus pais? - Indagou Alberto fitando-a.

– Infelizmente. - Disse com desgosto.

– Não seja tão cruel com a gente filha.. - Pediu a mãe, recendo o olhar mais magoado que já vira.

– Não seja tão cruel? - Hermione riu com sarcasmo, entre lágrimas. - Filha? - Tornou a rir.

– Eu ainda sou sua mãe. - Replicou Mary com firmeza.

– Será? - A morena arqueou as sobrancelhas? - Será que você ainda lembra minha data de nascimento? A minha cor preferida?

– Hermione,você não tem o direito de falar assim com sua mãe. - Interveio Alberto, sério. Hermione riu, mais uma vez, ironicamente. - Eu estou falando sério.

– Olha, se querem saber..eu tenho prova daqui a pouco e não estou nem um pouco a fim de continuar essa conversa. - Falou a garota sem emoção, secando as lágrimas amargamente.

– Mas nós viemos te buscar. - Comunicou-lhe o pai sem mais delongas. Hermione ficou estática por alguns segundos e sua expressão se tornou de incredibilidade.

– Vocês o quê? - Perguntou descrente, ainda assim, sarcástica.

– Queremos você com a gente. - Falou Mary secando também as lágrimas.

– Eu acho que eu não ouvi direito. - Hermione riu pelo nariz, sem acreditar.

– Você ouviu muito bem. - Alberto foi firme. - Viemos buscar você, pra morar conosco.

– Vocês tão brincando né? - A morena agora ficou séria. - Eu tô no meio do terceiro ano, em época de prova, tenho família nova nova, amigos novos.. - Ela fez questão de frisar a palavra família.

– A gente só quer a nossa família unida de novo. - Explicou Mary, arrancando mais uma risada sarcástica de Hermione.

– Não, não é possível. - Continuou descrente a garota enquanto ria sem humor. - O que tem atrás disso? Publicidade? Família feliz? Estão com uma oferta de ganharem dinheiro, mas pra isso temos que posar de família feliz, é isso?

– Como você pode pensar isso da gente Hermione? - Alberto questionou, incrédulo. - Somos seus pais.

– Não.. eu tenho uma tia. Eu tenho uma prima. Tenho meus amigos. O cara que eu gosto. Mas vocês? Vocês não são meus pais. - Falou com mágoa enquanto via o pai se aproximar com uma expressão de raiva aparente.

– Você não tem o direito.. - O homem arqueou a mão direita enquanto se aproximava da filha mais foi impedido por Mary, que o segurou firme pelo braço.

– Alberto! - Ela o repreendeu.

– Vai me bater agora? - Questionou a morena com a sobrancelha arqueada.- Oh, que ótimo. Tô esperando.

– Mione, você tá legal? - Indagou uma voz familiar para Hermione do lado de fora da sala do diretor.

– É, tá na hora de eu ir. - Constatou a garota secando o rosto por completo.

– É algum namoradinho? - Quis saber o pai, a voz com claro sarcasmo.

– Não. É o cara que eu amo. - Respondeu a garota com serenidade ao dizer a última palavra. Ia dando as costas para os pais quando ouviu:

– Você é menor de idade Hermione. Se eu e sua mãe quisermos te levar, você vai. - Disse Alberto com autoridade e Hermione engoliu em seco, logo saindo da sala e batendo a porta com força. Encontrou, lá fora, um Rony atordoado e preocupado, uma tia aparentemente nervosa e um diretor um tanto impaciente.

– Você está bem? - Quis saber o ruivo enquanto envolvia a namorada em um abraço apertado e confortante. Ela escondeu o rosto na curva do pescoço de Ron enquanto lutava para guardar as lágrimas para si.

– Eu acho que não. - Respondeu com a voz abafada.

– Acho que ela quer ficar sozinha agora. - Sugeriu Bellatrix batendo de leve no ombro de Rony, que soltou Hermione lentamente. Ele encarou a morena nos olhos e ela assentiu com dificuldade.

– Se você quiser ir pra casa,peço aos professores para repetirem as avaliações para você amanhã. - Falou o diretor com sensatez e simplicidade. Hermione sorriu tristemente.

– Obrigada senhor, eu realmente vou precisar que repitam as provas pra mim. - A morena suspirou e olhou para a tia. - Mas.. eu não vou pra casa.

– Eu te entendo. - Bella sorriu tentando confortá-la. - Só, toma cuidado por onde anda, tudo bem?

– Não quer mesmo que eu vá com você? - O ruivo perguntou com preocupação.

– Não Ron, eu preciso mesmo ficar sozinha. - Ela tornou a olhá-lo nos olhos. - Além do mais, você tem prova. Tem que se concentrar. Você vai conseguir, não é?

– É, eu vou sim. - Respondeu o ruivo com um sorriso fraco.

– Obrigada diretor. - Hermione agradeceu ao homem pela liberação e ele sorriu fraco em resposta.

– Eu levo suas coisas depois, tá bom? - Bella falou e Hermione assentiu. Não demorou muito tempo e a morena se viu longe da escola.

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A noite já começava a dar sinal de vida, enquanto Hermione não dava nenhum. Rony realmente já estava começando a se preocupar, assim como os amigos e a tia. Ele mal conseguia ficar cinco minutos sem ligar para Luna à procura de notícias. Já estava atordoado.

– Para de andar de um lado pro outro Ron, vai acabar fazendo buraco no chão. - Bufou Gina com impaciência.

– Se você não percebeu, sua amiga tá desaparecida desde cedo. - Ele replicou, continuando os movimentos repetitivos pela sala.

– Calma filho, ela com certeza está bem. - Tentou tranquilizá-lo Molly.

– Se pelo menos ela atendesse o celular. - O ruivo continuou o desabafo enquanto escutava mais uma vez a voz na linha telefônica transferindo a ligação para a caixa postal.

– Espera.. - Harry começou,se levantando do sofá. Os olhares foram atraídos para alguém. - Eu sei de alguém que deve saber onde ela está.

– Tá esperando o quê pra falar? - Indagou Gina, o encarando pela primeira vez em dias e mais dias. Ótimo, um progresso. Pensou internamente enquanto uma também risada sarcástica ecoava por sua mente.

– Draco, claro. - Respondeu o moreno com convicção.

– O loiro desprezível? - Fred questionou em meio a uma risada abafada. Molly o cutucou nas costelas o fazendo parar.

– Claro, ele que fez ela me encontrar aquela noite da festa na.. - Rony constatou, e parando de súbito com a lembrança das ondas do mar respingando ele e a namorada, o mesmo abriu a boca com tamanha surpresa. - É claro, como eu não pensei nisso antes? - Deu as costas á família e caminhou até a porta o mais rápido que pode.

– Nisso o quê Rony? - Gina levantou do sofá atordoada.

– Em quê lugar você consegue encontrar mais paz do que lá? - O ruivo indagou virando a cabeça para a família, que só conseguiu ficar mais confusa, e abrindo a porta, conseguiu finalmente sair daquele lugar.

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Sua mente já estava cansada. Seu psicológico já se encontrava destruído, e ela com certeza também estava. Incrível que, quando tudo na nossa vida parece estar se ajeitando, vem sempre alguma coisa para estragar tudo aquilo que denominamos ser um sonho. Por que eles tinham que voltar, por quê? Por que agora?

Hermione definitivamente não iria embora com os pais. Era óbvio, era evidente que ela sentia falta dos dois. Afinal, qual filho não ama sua própria mãe? Seu próprio pai? Afinal de contas, qual filho não sonha em ter uma família, não precisa ser perfeita, mas uma família feliz e unida? Isso era tudo que Hermione nunca teve. E não seria agora que ela teria. É claro que era interesse dos pais. É lógico. Mas será que eles não imaginam o quanto essa volta a magoou? O quanto trouxe sentimentos "adormecidos" à tona? Mágoas? Ela estava acabada. Definitivamente.

– Eles voltaram, não foi? - Soou uma voz por trás de si e a morena não fez questão alguma de esconder as lágrimas que lubrificavam seu rosto. Assentiu, ainda de costas para ele. - E você está triste?

– Eles não voltaram à toa. - Respondeu ela, cabisbaixa e com a voz falha.

– E você quer me contar porque eles voltaram? - O ruivo se sentou ao lado da namorada, ainda sim não recebendo nenhum olhar da garota.

– Pra me atormentar? - Questionou ela, mais para se mesmo do que para Rony.

– Você tem certeza? - Ele indagou atraindo finalmente o olhar de Hermione para com o seu.

– Eles mal me ligavam. Eles mal lembravam que eu existo. - Falou a morena com mágoa. - E agora eles voltam, assim, do nada?

– Será que eles não sentiram saudades? - O ruivo perguntou e Hermione riu sarcasticamente pelo nariz.

– Ah não, até você. - Ela negou com a cabeça enquanto secava as lágrimas.

– Você acha que eles não sentem saudades? - Quis saber o ruivo, vidrando os olhos cor de mel nos seus azuis esverdeados.

– Eu tenho certeza. - Respondeu Hermione,sem hesitar.Rony engoliu em seco.

– O quê eles queriam? - Indagou Rony levando o polegar até a bochecha da namorada e secando uma lágrima que descia por ali.

– Eles querem me levar. - Respondeu a morena e Rony ficou visivelmente sério. - Acredita nisso?

– Por que eles querem fazer isso? - O ruivo questionou a encarando e ela negou com a cabeça.

– Eu não sei. Pra falar a verdade, eu tenho meus palpites.. - Ela tornou a falar com ironia. Rony arqueou as sobrancelhas e então Hermione continuou. - Trabalho.. publicidade.. família feliz. É, eu acho que pra isso eu sirvo.

– Você serve pra muito mais. - Contrapôs Ron com simplicidade, segurando o rosto da namorada com a mão que a poucos acariciava a bochecha esquerda da mesma.

– Pena eles não saberem disso. - Reclamou a morena com a voz embargada, e foi impedida de abaixar a cabeça por Rony.

– Mas eu sei. Seus amigos sabem. Sua tia. E quer saber? Seus pais são dois idiotas que não sabem a filha especial que estão perdendo. - O ruivo se permitiu sorrir enquanto gabava-a e ela o imitou, soltando um sorriso fraco junto.

– É, eu sei. Não vai ser eles que vai estragar minha felicidade. E minha felicidade tá aqui comigo. - A morena apoiou uma das mãos no chão e se arrastou, se aproximando do ruivo. Ficaram frente a frente.

– Eu não vou deixar que levem você. - Rony tentou tranquilizá-la e Hermione suspirou.

– Eu sou menor de idade ainda, lembra? - Relembrou-o Hermione, vendo-o assentir.

– Mas você vive com sua tia há anos.Ela pode ser um bom argumento pra gente. - Falou Rony sério e Hermione tornou a suspirar. - Hey, eu não vou deixar que tirem você de mim.

– Eu não posso.. - Ela pousou as mãos sobre o pescoço do ruivo, e os olhares se vidraram. - Perder a pessoa que eu amo. Não posso. - Deixou as palavras saltarem de sua boca na maior sinceridade, e Rony sentiu o coração palpitar. Era impressão dele ou ela tinha dito que o ama?

– E eu não vou.. - O ruivo aproximou o rosto ainda mais do dela, fazendo os lábios ficarem a centímetros de distância. - Eu não vou deixar com que me tirem a garota que eu amo. Eu não vou. - Hermione se permitiu sorrir, mais não foi um simples, ou fraco, ou um sorriso sem sentimento, foi o mais puro que ela pode dar. O mais apaixonado.

Os lábios se tocaram de imediato, seguindo o roteiro, e eles trataram de aproveitar ao máximo aquele momento. O momento Ron e Hermione. O momento do primeiro eu te amo. Clichê? Não. Apaixonado. Intenso. Puro. Verdadeiro. Era tudo o que podiam ter certeza do real significado de ambos,para ambos.Eles se pertenciam. Eles eram Rony da Hermione, eram Hermione do Rony. Eram simplesmente pertencentes um ao outro.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Tomates? Quem sabe um pedaço de pizza?Ahhh e vocês que chegaram até aqui,tenho uma confissão a fazer. Eu realmente não lembro (não me matem), juro que não lembro se já mencionei o nome dos pais da Mione na fic. Então se vocês se lembrarem, ou lerem e chegarem a conclusão de que eu já mencionei e é diferente dos nomes DESSE capítulo, me mandem um MP que eu conserto. Sério, minha cabeça é uma bosta.