Eu Escolhi Você escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 36
Finally?


Notas iniciais do capítulo

Meeeega atrasada para postar aqui.Mil desculpas monamoures.. Mas aqui está o capítulo. Nem deu tempo de revisar pois estava louca para postá-lo, eu confesso. Pra quem queria uma reconciliação Druna e um pequeno, iniciante e "proibido" momento Romione, está aqui. Ops, cala-te boca Jennifer. Trilha sonora: Ao verem nosso amiguinho/a (sei lá) * http://www.youtube.com/watch?v=x8M1vqJYKtM



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Tudo bem que semana de provas era um saco. Até mesmo para ela,que amava o quesito estudar. Mas estudar com Rony era uma das várias coisas da qual Hermione adorava fazer. Aquele olhar azul esverdeado concentrado, aquela mordida de lábio toda vez que se pegava em algo difícil para decorar ou responder, aquela bagunçada tentadoramente básica de cabelo quando nada parecia estar lhe entrando na cabeça.. Tudo era um paraíso para Hermione. Mas principalmente, acima de tudo, aquele sorriso sedutor e desentendido quando encontrava o olhar da morena e não sabia o porquê de ela estar lhe olhava daquele jeito.

– Que foi? - Ron perguntou balançando a caneta entre seus dedos e encarando Hermione.

– Nada. - Ela ficou sem jeito e desviou-lhe o olhar.

– Quem nada é peixe, sabia? - Brincou o ruivo fazendo a namorada rir enquanto encarava a apostila aberta sobre a cama.

– É que você fica lindo assim, todo concentrado. - Confessou a morena com o olhar sobre as folhas que seus dedos viravam aleatoriamente.

– Ahh, mais isso é covardia. - Falou Rony,jogando a caneta sobre a cama e colocando a mão sobre a nuca de Hermione, a puxando para si e fazendo os rostos ficarem a milímetros de distância.

– Ron.. - Ela repreendeu-o sem jeito enquanto encarava os rutilantes orbes do ruivo sobre seu olhar.

– Mione, eu já sei que o resultado dessa equação é 152. - Contrapôs o garoto, um tanto manhoso, se referindo a conta matemática que ela havia lhe desafiado a resolver. A morena pareceu surpresa.

– Isso mesmo.. é.. cento e cinquenta e.. Você conseguiu.- Falou um tanto abobada. - É uma das mais difíceis que eu te passei.

– Nem eu mesmo sabia que era capaz assim. - Ron confessou ainda encarando os cintilantes olhos de Hermione. Olhos esses que pareciam sorrir por si só.

– Tô vendo que é mais capaz do que pensa. - Gabou-o a morena recebendo um selinho singelo.

– Então me dá um beijo como recompensa? - Pediu o ruivo em um sussurro. Não começa a me provocar Ron, por favor. Pedia Hermione internalmente. Em vão, já sabendo ela.

– Só um né? - Quis saber a morena já com os olhos fechados sentindo o roçar dos lábios nos de Rony.

– Só um. - Mentiu o garoto em resposta, puxando o lábio inferior de Hermione lentamente e o soltando.

A morena sorriu, lembrando de como tinha um namorado tão maroto. Levou aos mãos até a cabeleira ruiva e a envolveu, trazendo finalmente Rony para si, e iniciando ali um beijo terno. A língua dele pediu passagem e ela cedeu, sem pestanejar. Aquele friozinho, bobo ou não, era impossível de ambos não sentirem quando as línguas se encontravam, se tocavam e começavam a dançar movimentos deliciosamente coreográficos. Logo a mão livre de Rony tratou de empurrar todos aqueles livros e cadernos, segundo ele agora empecilhos sem importância, pro canto da cama lhe dando a liberdade de encontrar o corpo de Hermione ao seu.

Ele não conseguia entender, explicar a si mesmo, como podia sentir tantas coisas quando estava perto dela, quando era tocado por ela, quando tinha os lábios colados nos dela. Não conseguia entender porque demorou tanto para tê-la. Só sabia que agora pertencia a ela e ela pertencia a ele. Mesmo que não por completo. Se é que vocês podem me entender. De fato, Rony a desejava. Podia estar cedo, ou talvez não mesmo, mas a tão proximidade dos corpos lhe faziam esquecer de onde estavam, ao lado de quem, ou seja lá o que for que poderia ser indiscreto, mas Ron simplesmente se aquecia por completo quando seus corpos entravam em contato. E quem pudera Hermione não concordar. E era nessas horas que lhe passavam as questões estúpidas de típicas adolescentes virgens. Ta aí. Ser virgem ás vezes era um problema.

O beijo foi se estendendo, estendendo, saíam de um e partiam para outro, finalizavam outro e tratavam de começar novamente aquele vício perigoso, e quando Hermione se deu por si, já estava deitada sobre a cama com o peso de Rony sobre seu corpo. Não que isso a incomodasse. Era um tipo de sensação confortante e excitante ao mesmo tempo. Mas se dando conta de que estavam em casa, apenas na presença de Bellatrix que nem mesmo se encontrava dentro do quarto com os dois, Hermione tratou de voltar a si.

– R-Ron.. - Ela sussurrou entre o beijo com a voz falha e se sentiu tentada a voltar a beijar o namorado quando encontrou novamente os olhos dele sobre os seus.

– Que foi gatinha? - Indagou o ruivo um tanto ofegante, passando o polegador sobre os lábios avermelhados de Hermione.

– Melhor a gente voltar a estudar.. - Falou a morena envergonhada, e percebendo o ruivo tanto quanto ao notar que estava por sobre ela, viu-o se levantar as pressas de cima de seu corpo e ajeitar a cabeleira bagunçada pela própria. Hermione tratou de se recompor como igual.

– É.. cê tá certa. - Ele falou sem jeito enquanto voltava os materiais que se encontravam agora no canto da cama para o centro dela. Hermione riu pelo nariz, discretamente. Oh Ron, se soubesse como me deixa..

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Depois de chegar da escola, Draco decidiu tomar de imediato um banho para tentar espalhar todos aqueles pensamentos. O que, sabia ele, foi em vão. Nem mesmo a água quente lhe caindo sobre o corpo o faria se livrar de tudo o que estava sentindo. O que teria sido aquilo na aula de inglês? Aquele olhar tão meigo sobre o seu. Aquela voz. Aquelas palavras. Onde estariam, agora, toda aquela raiva que sentiu quando viu-a beijando Harry? Onde estaria agora, toda aquela vontade que o loiro sentia de nunca mais se dirigir a palavras com Luna? Se bem que, essa vontade nunca existiu de fato. Tudo agora estava tão mais.. confuso. Draco só queria se acertar de uma vez com Luna. De uma vez por toda. Nunca, nunca em toda sua vida monótona e sem compromisso o loiro havia se sentido assim. Perto de uma só garota. Aquelas piadinhas bestas que Rony e Harry faziam de que ele não pegava ninguém.. sabiam eles que eram falsas. O loiro sempre foi um galinha. No Canadá só sabia "pegar e jogar fora". Como Luna sempre suspeitara. Mas com a loira fora tudo diferente. E esse jeito diferente acabou mexendo com ele de uma forma surreal.

Terminou o banho ainda com a cabeça fora do lugar, secou o cabelo de uma maneira súbita e displicente deixando-os um tanto bagunçados, e saiu do banheiro com sua toalha enrolada por volta da cintura. Se deparou com uma Gina tediosa sentada sobre sua cama.

– Até que enfim! - Bufou a ruiva se levantando.

– Garota, eu tô de toalha. - Alertou-a Draco sem jeito e viu a garota revirar os olhos.

– Isso não é pra mim, ok? - Gina apontou para a região abaixo do ventre de Draco. O loiro se viu totalmente envergonhado e a ruiva gargalhou. - Tô brincando.

– Quê tu ta fazendo aqui? - Perguntou o amigo sem sair do lugar.

– Quero saber se tomou ou não sua decisão. - Ela falou sem rodeios.

– Decisão? - Indagou o loiro sem entender.

– Quero saber se vai se acertar de vez com Luna.. se vai perdoá-la.. - Explicou a ruiva serenamente.

– Ah.. - Draco desanimou-se. - Eu ainda não sei.

– Quero uma resposta Draco. E uma resposta já. - A ruiva apressou-o estalando os dedos de uma forma impaciente sobre o olhar azul cintilante do amigo.

– Mas assim? - Ele questionou com as sobrancelhas arqueadas e prendendo mais a toalha em volta de sua cintura.

– Agora. - Disse Gina com convicção. Se estava ou não brigada com Luna, isso não importava. Precisava saber se Draco também ainda estaria. Se ele a confortaria no dia que viria a seguir. Se eles ficariam juntos depois de tanto rola ou enrola.

– O quê eu faço pra me acertar de vez com ela? - Perguntou, depois de muito pensar, olhando Gina com tamanha certeza da decisão que tomara. A ruiva lhe sorriu com simplicidade.

– Eu vou te ajudar. - Piscou Gina antes de deixar o quarto de Draco.

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A aula do dia seguinte, foi como de fato, mais tensa e mais pesada para os alunos que se viam a par de encarar as provas na quarta-feira. Hermione e Rony não deixaram de se encontrar na hora do intervalo para colocarem os conhecimentos ainda mais em dia. Se é que isso era possível com o ruivo a provocando de tal forma, e ela cedendo de tal maneira.

Gina e Harry.. Bom, esses daí eu nem preciso dizer. Um pra um canto e outro para o outro. Mas e a droga da vontade de se falaram? De ouvirem a voz que soava como música para ambos os ouvidos? De encarar os olhos transmissores de paz? De se abraçarem de um modo com que tudo fosse esquecido, perdoado, deixado para trás? Essas malditas vontades realmente não passariam tão cedo.Queiram Gina e Harry, ou não.

Luna até tentou enrolar para perder a hora e não ir para a escola. Mas ficar em casa se debulhando em lágrimas na presença da mãe não era uma das melhores escolhas que ela poderia fazer. Aquele dia era como o fim. Lembrar que fazia anos que o pai não chegava pela porta daquela simples casa onde morava, com um sorriso no rosto e cheio de carinho para lhe dar lhe doía tanto que ela era capaz de presenciar a dor da morte mais dolorosa sobre sua pele. Não conversou com ninguém naquele dia. Ninguém. Foi para a escola e agradeceu internamente, com aquele nó na garganta, por não ter sido perturbada por nenhum colega estúpido de classe que não era capaz de imaginar a sua dor. Nem mesmo Draco havia lhe lançado qualquer olhar sobre aquela manhã. Oh, droga, mas por que Draco agora? Se tudo já estava sendo o fim, pensar no loiro por mais alguns segundos abriria as portas para o precipício.

Onde estaria o rumo de sua vida naquele momento? Era o que ela se perguntava continuamente enquanto abraçava os joelhos sentada sobre um dos bancos da escola e sentia as lágrimas molharem sua face. Onde estaria a droga do sentido de sua vida? De seus passos, de suas atitudes, de suas consequências? Perdera o amigo. Perdera o pai. Perdera a união do grupo. Perdera o amor. Perdera na vida. Era a única conclusão a qual poderia chegar.

Por que dói tanto ver quem amamos sofrer? Draco se questionava a todo segundo. Sabia o quanto aquele dia era triste para a pessoa a qual ele mais se apegara na vida. Sabia que não estava sendo fácil para aquela loira mandona, extrovertida, excêntrica, marrenta.. sabia que nada estava sendo fácil para a sua loira. E como se não bastasse, estava se afastando dela também. Exatamente como Hermione e Rony fizeram. Mas que droga, onde estava com a cabeça? Onde estava com a cabeça por sentir raiva por um tão estúpido ato de ciúmes que presenciara entre os dois próprios amigos? Luna e Harry.. Foi obrigado a rir internamente. Os dois nunca ficariam juntos. Só o cabeça dura desprezível digno de um Malfoy poderia pensar ao contrário. Mas tudo que concluía agora, é que não deixaria a pessoa que ele mais amava.. m a i s a m a v a escapar.

*

– Ei.. - Chamou o loiro em um sussurro se encontrando atrás do banco onde Luna escondia toda sua tristeza por trás dos joelhos. Não recebeu sinal de resposta á não ser um soluço fraco que soltou da boca da loira. - Ei, eu tô aqui. Tô aqui com você. - Voltou a sussurrar, agora com os lábios próximos ao ouvido de Luna, afim de fazê-la escutar com clareza e entender o quão sincero ele estava sendo. Quase todos os alunos já tinham ido embora, a aula já havia acabado e a escola já se punha vazia. Luna ergueu, lentamente e quase sem acreditar, o olhar para Draco. Ele estava ali. Ele estava ali.

– Draco.. - A loira falou entre um soluço.

– Eu posso me sentar aqui? - Pediu com toda a calma o loiro e viu Luna assentir enquanto as lágrimas teimavam a continuar a rolar sobre seu rosto angelical.

– Por que está aqui? - Questionou-o a garota, vendo-o se sentar ao seu lado no banco. Draco também puxou os joelhos para si e os abraçou. Luna quase sorriu.

– Não podia te deixar agora. - Confessou o loiro olhando para frente e sentindo o vento bater levemente contra seu rosto.

– Achei que nunca mais falaria comigo. - Luna deixou a confissão sair naturalmente de sua boca. Draco se permitiu sorrir, ainda olhando para o pátio à sua frente.

– Eu fui um idiota. - Ele falou com simplicidade.

– Você não foi não. - Contrapôs a loira suavemente, ainda com o rosto sendo repentinamente molhado. - E você não é desprezível.

– Eu sempre soube disso. - Gabou-se Draco a par de fazê-la rir. Quase deu gritos quando viu aquele sorriso a qual ele tanto era apaixonado brotar sobre os lábios da loira.

– Incrível como você não muda. - Comentou Luna levando a mão até o rosto e secando-o delicadamente. Draco agora a observou.

– Você gostaria que eu mudasse? - Ele indagou, encarando-a.

– Não. - Confessou a loira sincera. - Eu gosto de você assim.

– Eu sei que hoje é um dia horrível pra você. É o dia que você fica mais um ano sem seu pai. - O loiro falava com cautela e pensou, por um instante, que Luna desviaria o olhar do seu e abaixaria a cabeça. Assim, ela não fez. - E eu tô aqui..pra te provar de uma vez.. que eu realmente não sou desprezível. Que eu sei amar. E que eu quero cuidar de você. - O loiro terminou, por fim de falar e viu o olhar singelo de Luna por sobre o dele. Percebeu, ali, que as coisas agora poderiam ser diferentes.

– Eu te deixo cuidar de mim. - Permitiu-o Luna, com toda a sinceridade que lhe poderia existir e aquela paz imediata invadiu seu peito. Sabia, agora de fato, que não estava sozinha. E que poderia, pela primeira vez, ter quem realmente amava ao seu lado. Sem brigas. Sem desentendimentos. Só com sorrisos.. e talvez lágrimas.. mas lágrimas de alegria. Seu pai estaria feliz em saber por quem a filha seria cuidada. Foi o que ela concluiu.

– Quer ir pra casa? - Ele ofereceu, ainda com as mãos abraçando os joelhos e o mesmo ato imitado por Luna.

– Quero.


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Notas finais do capítulo

Preparados para o próximo capítulo? Hummm, o que será que vai acontecer? Mereço reviews ou tomates na cara?