A noite chegara, e junto com ela, a insegurança e a ansiedade. Isso pelo menos com Hermione, desde que Luna praticamente a obrigou a aceitar a ideia de ir à casa dos Weasley, e consequentemente a casa de Rony. Enquanto o ruivo não fazia noção do que aconteceria naquela casa às oito.

– Ei escravo, vê se não esquece que você não pode abrir a boca pro Rony, ok? - Gina lembrou-o enquanto se divertia com a cena do moreno fazendo suas unhas da mão.

– Cê não acha que tá me explorando muito não? - Ele a olhou, a fazendo rir.Risada logo cessada e substituída por um gritinho de dor.

– Ai Harry! - A ruiva fez cara de dor, e puxou o dedo para si, colocando-o na boca e estancando o leve sangramento depois de Harry ter lhe arrancado um bife.

– Desculpa, mas eu não tô acostumado com isso né. - Ele debochou, ao mesmo tempo que se preocupava com o pequeno estrago que fez no dedo da amiga. Ela tirou o dedo da boca, o olhou, e rindo, lhe estapeou o ombro. - Ou, isso dói sabia? - Ele disse se esquivando.

– Chega Harry, eu desisto. - Ela falou, enquanto se levantava da cadeira, fazendo o moreno, que sentado a poucos no chão, levantou-se junto. - Esse foi o quarto bife que arrancou em mim. - Ela reclamou e ele riu. - Em 10 minutos. - Gina bufou, o fazendo rir ainda mais. - Para de rir. - Voltou a esbofetá-lo, agora, rindo junto.

– Meu Deus, que foi que ele fez dessa vez? - Draco perguntou rindo, enquanto descia o último degrau da escada e via tal cena na sala.

– Arrancou quatro bifes em mim. - Gina fez cara feia, enquanto Harry levantava as mãos para cima em sinal de rendimento.

– Disse a ela que eu não sabia fazer isso. - O moreno se defendeu.

– Mas e aí? O senhor e a senhora Weasley aceitaram ficar fora essa noite? - O loiro perguntou, se sentando no sofá e olhando os dois.

– Graças a Deus, sim. - Gina falou animada.

– Eu ainda acho malicioso demais deixar os dois trancados, à noite, no quarto. - Draco falou malicioso, fazendo Harry rir.

– Meninos! - Gina revirou os olhos e riu. - A Mione não pode desconfiar em? - Ela mudou de assunto. - Quando ela e Luna chegarem, eu vou estar lá em cima e vocês inventem que vou estar no quarto de Rony. Assim, quando ela entrar lá, meu irmão também já vai estar lá e a Luna tranca os dois no quarto.

– E tudo pode acontecer ... - Draco voltou a usar malícia na voz, fazendo tanto Harry como Gina rirem dessa vez.

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– Filha.. - Bellatrix chamou Luna, que saia da cozinha. Disfarçadamente, a loira foi até a mãe. - Você e Gina tão tramando alguma coisa pra essa noite, não é? - A mãe perguntou, tanto preocupada quanto curiosa.

– Se tudo der certo.. - Luna cochichou. - Mione e Rony se acertam de vez. - A loira sorriu para a mãe, que retribuiu e cruzou os dedos, apoiando.

– Luna, a gente tem mesmo que ir na casa de Gina hoje? - Hermione apareceu da cozinha, mostrando timidez e desânimo na voz.

– É claro que temos. - Luna disse convicta, enquanto sorria para a amiga. - Você tá linda mesmo viu.

A morena, já pronta pois faltavam poucos minutos para as oito, vestia uma blusa branca de renda, franzida um pouco mais abaixo do busto, a calça jeans ressaltava suas coxas, uma sapatilha num tom leve para combinar, e um colar confeccionado com um laço para amarrar. O cabelo estava em uma trança mal feita, que deu a ela um toque mais do que especial, meigo. E a maquiagem, para completar, estava leve, seus olhos eram destacados por uma sombra esfumaçada que Luna mesmo fez nela, e os lábios ganharam um delicado tom de rosa.

– Ainda nem sei pra quê isso. - A morena falou desanimada.

– Como pra quê? É pra casa de Gina que vamos. - Luna disse sorridente.

– Falando nisso, desde quando você começou a se arrumar assim? - Hermione perguntou encabulada, apontando ao visual da prima.

Ela usava uma saia não muito chamativa, preta um pouco abaixo da metade das coxas, a barra era em renda vermelha. A regata branca vinha acompanhada de uma jaqueta jeans preta, e o cabelo estava com seus mais naturais e perfeitos caxos. A pele de Luna sempre fora perfeita, e definitivamente a loira nunca gostou de maquiagem, sempre preferiu ser natural, por isso apenas optou por um gloss sobre os lábios.

– Eu também venho percebendo isso.. - Bellatrix falou sorridente. - O motivo disso tudo é algum garoto? - A mulher ergueu uma das sobrancelhas. - Um Draco da vida, talvez? - Hermione e a tia riram, enquanto Luna ficava visivelmente constrangida.

– Ora essa. Vamos logo Mione. - Ela falou, enquanto finalizava aquelas indiretas constrangedoras e se despedia da mãe com um abraço. Em seguida Hermione fez o mesmo, e Bellatrix viu as duas caminharem rumo a porta.

– Quem cala consente. - Bella sussurou a si mesa, com um sorriso maroto nos lábios.

– Se cuidem vocês duas. - A mulher pediu, enquanto via a filha assentir, sorrindo. - Boa sorte. - Bella falou em forma de mímica, apenas para Luna ver, e a loira agradeceu com uma leve piscadinha de olho.

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– É QUE ÁS VEZES ACHO, QUE NÃO SOU O MELHOR PRA VOCÊ.. MAS ÁS VEZES ACHO, QUE PODERÍAMOS SER O MELHOR PRA NÓS DOIS..

– Pelo amor de Deus Gina, cante mais baixo. - Draco, que tampava os ouvidos, pedia pela milésima vez a ruiva, que estava praticamente gritando a letra da música.

– NX ZEEEEERO. - Ela respondeu em resposta, em um tom ainda mais alto.

– Ai meu Deus, eu vou enlouquecer. - O loiro se queixou, enquanto Harry ria horrores da cena.

– GINA! CRIATURA, PARA! - Ouvia-se gritos vindos do segundo andar, eram Fred e Jorge, que assim como Draco, imploravam pela milésima vez para a irmã parar de cantar.

– Gente, ela não canta tão mal.. - Harry a defendeu, rindo.A ruiva parou de cantar e veio correndo até ao amigo, que com o choque dos corpos ao perceber que Gina o abraçara, caíram sobre o sofá, ela por cima dele.

– GRAÇAS AOS CÉUS, HARRY, EU TE AMO.- O loiro agradeceu, enquanto percebia a situação do amigo e desatava a rir, maliciosamente.

– Ops. - A ruiva falou envergonhada enquanto se levantava de cima de Harry.- Sabe, você é a primeira pessoa que diz que eu não canto mal. - Ela se explicou, sorrindo,enquanto o amigo voltava a se sentar, sorrindo em resposta.

– Ele mentiu, é claro. - Draco falou rindo, enquanto ganhava uma almofadada na cara.

– Cala a boca Draco. - A ruiva riu,se levantou e foi até o rádio que estava sobre a mesinha no centro da sala.Abaixou o volume e olhou os amigos ansiosos.

– Espero que elas cheguem logo. - Harry confessou. - Assim tudo isso se acertaria de vez.

– É verdade. - O sorriso de Gina desapareceu do rosto. - Odeio ver meu irmão assim. Se ele tivesse em seu juízo perfeito estaria aqui reclamando do quanto eu canto mal. - A ruiva voltou a se sentar no sofá.

– E convenhamos que ele teria raz.. Aii! - O loiro sentiu uma segunda almofada voando ao seu encontro e lhe acertando o rosto. - Qual é, tô mentindo? - Ele riu.

– Vai se ferrar. - Gina disse enquanto os três riam.

– Molly e Arthur vão demorar né? - Harry perguntou, depois de um longo tempo de risadas ecoando pela sala.

– Vão. Foram jantar juntos.- Falou Gina, enquanto sorria. - Mamãe desejou boa sorte pra gente.

– Ela sabia? - Draco perguntou encucado.

– Claro né, loiro burro. - Gina riu.

– Ofensa a essa altura do campeonato? - O loiro perguntou se fingindo de ofendido, fazendo a ruiva rir ainda mais.

– Mas vem cá, seu pai também sabe? - Harry perguntou.

– Eu acho que sabe.. - A ruiva confessou. - É melhor assim, quando a gente precisar, eles ajudam.

– Tenho que concordar com essa ruiva má. - Draco falou em um tom divertido, recebendo uma terceira almofada. - Ofendi você Gininha? - O loiro perguntou se divertindo ainda mais, ao receber um dedo do meio de Gina em resposta. Ouviram a campainha tocar, e se entreolharam.

– Ok, vocês lembram do plano né? - A ruiva os olhou apreensiva, enquanto se levantava do sofá. Viu os dois amigos assentirem. - Ótimo. Preciso dar um jeito de contar a Luna.. Como vou fazer isso? - Harry e Draco deram de ombros em resposta, afinal, não faziam a menor ideia.

– Achei que já tinha avisado ela. - Draco falou encucado e viu a ruiva negar. - Eu vou subir. Sabem o que fazer. - Ela piscou, e saindo dali, subiu correndo as escadas rumo ao segundo andar da casa. A campainha tocou pela segunda vez e Harry foi até a porta. Ao ver as duas, o moreno ficou boquiaberto.

– Nossa. - Ele falou, sorrindo. - Vocês se superaram.

– Luna se superou. - Hermione riu, enquanto era abraçada por Harry. As duas entraram, e tal ato da cena boquiaberta do moreno se repetiu entre Draco. Ele se levantou do sofá e foram ao encontro das duas.

– Você tá linda Mione. - Harry confessou a amiga, que sorria com o elogio.

– A ideia foi de Luna. - A morena confessou.

– Você tá ainda mais linda. - Draco sussurrou no ouvido da loira, enquanto seus braços envolviam sua cintura. Hermione e Harry olharam a cena com um sorriso maroto nos lábios.

– Eita Luninha, tá se superando em? - Harry perguntou, enquanto abraçava a loira. Draco fez o mesmo com Hermione. A morena, segundos depois, mesmo tentando disfarçar, olhou em volta e deu falta da presença de Rony.

– Ele não tá. - Draco mentiu. - Saiu com Molly e Arthur. - Hermione lhe deu um pequeno sorriso em agradecimento á resposta.

– E cadê Gina? - Luna perguntou.

– Ela tá lá em cima. No quarto do Rony. - Harry olhou Draco, conferindo se o plano estava correndo bem. Draco assentiu.

– No quarto do Ron..ald? - Hermione perguntou encucada, forçando todos os instintos para pronunciar o nome, e não o apelido do ruivo.

– Ela quer falar com vocês. - Draco falou.

– Vamos então Mione. - Luna olhou a amiga, que mesmo sem entender, passou na frente, sendo seguida pela loira. Draco, impulsivamente, a segurou pelo braço e seus olhos se encontraram.

– Ela tem que ir na frente, e assim que entrar no quarto dele, você tranca. - O loiro sussurrou de uma maneira que só Luna pôde ouviu, e, tirando disfarçadamente um chave do bolso, a entregou a loira, que assentiu em resposta.

As duas subiram as escadas. Tudo estava silenciosamente silencioso, exceto pelos pausados gritos de Fred e Jorge vindos do quarto dos gêmeos.

– Jogando vídeo-game. - Luna confirmou, e Hermione assentiu, enquanto ria. Logo já estavam na entrada do quarto de Rony. O ruivo, que acabara de tomar banho, terminava de se vestir no banheiro, a porta entre aberta. Hermione, que foi a primeira a entrar, em imediato não viu ninguém, e por as luzes do banheiro estar aberta, imaginou que Gina estaria lá. Ao caminhar rumo ao banheiro, ouviu uma forte batida, e ao se virar, viu a porta fechada, sem sinal de Luna. A morena correu até a porta, e achando que aquilo podia ser uma brincadeira, tentou abri-la, em vão.

– Luna? - Ela chamou. - Luna isso não tem graça.- Continuou tentando abrir a porta, seu desespero começava a fluir.

– Hermione? - Ela voltou a se virar, se deparando com um Rony apenas vestido com uma calça jeans, os cabelos totalmente despenteados e o perfume, o tão gostoso perfume tomando conta do quarto.

– Rony? - Diz o nome, não o apelido, o nome, não o apelido. Tentou convencer a si mesmo de que conseguiria fazer isso, enquanto ainda assim, tentava manter o foco e entender o que estava acontecendo.

– O que você tá fazendo aqui? - Ele perguntou, surpreso e confuso.

– Eu faço a mesma pergunta. - Ela falou com o mesmo tom confuso do ruivo.

– Esse é o meu quarto. - O ruivo falou encabulado. Pela primeira vez desde que a vira dentro do quarto, começou a fitá-la, a observar o jeito em que como estava perfeitamente vestida. Lutou para não sorrir.

– Mas.. a gente tá trancado aqui. - Ela falou preocupada e o ruivo, depois de um momento de preoucupação, correu até a porta, e tentou abrí-la, em vão.

– Como assim estamos trancados aqui? - O ruivo perguntou sem entender completamente o que estava acontecendo.

– Eu.. Gina.. Quero dizer, Draco disse que Gina estava aqui. Aí eu vim com Luna, mas quando entrei, fui trancada aqui. - A morena disse, visivelmente constrangida com tal invasão no quarto de Rony.

– Ela trancou você aqui? - O ruivo perguntou encabulado. - Pra quê?

– Ora, eu que sei? - Perguntou se irritando. - Temos que dar um jeito de sair.

– Temos? - Ele perguntou confuso.

– Ronald, estamos sozinhos no seu quarto. - A morena o lembrou, enquanto corava internamente com o que acabara de falar e pensar.

– Eles me pagam. - Rony falou entre os dentes. O ruivo tinha a certeza de que,assim como os amigos, ele sabia que não conseguiria ficar sozinho com Hermione sem fazer nada, por muito tempo.

– Você tem alguma chave reserva? - Ela perguntou.

– Eu não sei.. - Ele disse pensativo. - Vamos procurar. - O ruivo falou, enquanto ia até a escrivaninha e começava a revistar as gavetas.

– Você.. você não acha que eles vão deixar a gente trancados aqui a noite toda,acha? - Ela perguntou, preocupada e ao mesmo tempo timidamente. Rony parou de olhar a gaveta e a fitou.

– Eu acho. - Ele foi convicto.

– Pensei que diria isso. - Ela confessou. - Vamos procurar então.

Passaram 10, 20, 30 minutos procurando se quer uma chave reserva para testarem na porta, e por um milagre conseguirem abrí-la, mas não encontraram. Rony, já cansado e ofegante de tanto se empoleirar em cima de cadeiras e tudo mais para encontrar alguma pista da chave, sentou na cama, e viu Hermione ir até a porta novamente, e começar a gritar.

– Gina! Luna! Abram aqui, por favor. - Ela dava fortes batidas na porta.

– Não adianta, eles não vão abrir. - O ruivo falou convicto, enquanto sentando, se jogava na cama e deitara, olhando para o teto, o peito ainda ofegante. Hermione se virou e deslizou pela porta até encontrar o chão.

– Droga, eu vou matar eles. - A morena disse chorosa. Ficar trancada com Rony não iria a fazer bem, pois sabia que brigariam, a qualquer momento. O ruivo voltou a se sentar na cama e a olhou. Ficaram em silêncio, apenas se fitando, e quando se sentiam envergonhados, apenas mudavam os olhos de posição e fitavam móveis ou outros objetos sem importância.

– Se vamos ficar aqui.. a noite toda. - O ruivo começou, calmamente, tentando fazer com que a morena não pensasse nada mal de suas palavras.

– Não podemos ficar aqui. - Ela o olhou, os olhos marejados de água.

– A gente não tem o que fazer, a não ser ficar aqui e esperar que eles abram.- O ruivo falou pausadamente.

– Você tá no meio disso Ronald? - Ela perguntou, depois de segundos em silêncio.

– O que? - O ruivo perguntou incrédulo.

– Ouviu o que eu disse. - Ela foi seca, e se levantou do chão.

– Por que eu ia querer nós dois trancados aqui dentro? - Ele perguntou com raiva, enquanto a olhava.

– Me responda você. - Ela foi seca novamente.

– Dá pra você parar me tratar assim? - Ele gritou.

– Eu paro quando eu quiser. - Ela gritou em resposta.

– Sabe o que você tá parecendo ultimamente? - O ruivo perguntou enraivecido.

– Não quero saber. - Ela respondeu sem interesse.

– Mas eu vou falar assim mesmo. - Ele se aproximou. - Você tá parecendo aquelas garotinhas mimadas que só porque alguém faz algo que você não gosta, fica com raiva e tenta dar o troco de qualquer jeito. - Falou o ruivo, firme, a olhando nos olhos.

– Por acaso tá insinuando aquela ceninha patética de você e da Lilá na sala de aula? - Ela perguntou ironicamente.

– É, eu tô . - Ele falou em um tom raivoso.

– Agora confessa que adorou tudo aquilo né? - Ela perguntou com desgosto.

– Não, eu não adorei não. Eu preferia que fosse diferente.

– Ah preferia é? Diferente como? Você e a Lilá, TRANCADOS EM UM QUARTO À NOITE? - Ela gritou as últimas palavras.

– NÃO! - Respondeu no mesmo tom. - PREFERIA EU E VOCÊ ALÍ. - O ruivo, sem ter a noção do que acabara de dizer, continuou a olhando nos olhos, os brilhantes olhos castanhos mel que a essa altura, demonstrava timidez. - Mas vejo que você preferia outro. - Rony continuou, seus olhos se desencontraram.

– Vítor não tem nada a ver com isso. - Ela disse, enquanto olhava o chão.

– É claro que não. - Ele foi sarcástico.

– Ora essa Ronald, não venha colocar a culpa no Vítor, enquanto você e a Lilá ficam andando juntos pra lá e pra cá na escola. - Ela o olhou.

– E você fica se atracando com ele não é? - Ele perguntou,sarcástico de novo e a morena se irritou.

– NÃO ME ATRACO COM NINGUÉM. - Ela gritou.

– EU VI VOCÊS DOIS. - Ele gritou em resposta, os olhos já se encontrando de novo.

– SEU IDIOTA, VOCÊ ENTENDEU TUDO ERRADO. - Hermione gritou, por segundos a tristeza em sua voz foi perceptível.

– EU SEMPRE ENTENDO ERRADO. - Rony gritou. - Eu sou Ronald: O Idiota. Lembra? - Perguntou irônico, a olhando. Lá de baixo era possível se ouvir a briga, e os amigos já começavam a se preocupar.

– Droga, por que isso tinha que acontecer? - Hermione perguntou a si mesmo. - Tudo menos ficar aqui, trancada com você. - Ela jogou as últimas palavras na cara do ruivo, que aceitou, revidando.

– Eu digo o mesmo. - Bufaram ao mesmo tempo.

* Se fitaram por segundos, e, como se o olhar de ambos lhe trouxessem a paz imediata,a raiva que se encontrava sobre aqueles olhos azuis esverdeados e sobre os castanhos deu lugar a ternura. Pela primeira vez em quase uma hora, perceberam onde estavam. Com quem estavam. Perceberam que ninguém atrapalharia.

– Chega.. - O ruivo falou, enquanto a olhava nos olhos. - Chega, chega, eu cansei. - Ele usou as duas mãos para bagunçar ainda mais os cabelos.

– Cansou de mim? - Ela perguntou receosa, o olhando nos olhos. A voz quase falhava.

– Não. - Ele respondeu, sincero.- De brigar com você. - O ruivo disse convicto, os olhos nem um segundo deixando de ficar vidrados um ao outro. O silêncio pairou sobre o quarto por um longo momento, os olhos se encontrando, a respiração mais acelerada que o normal, o coração palpitando, as pernas bambas. Rony quebrou o silêncio, passando pro cima de todos os instintos.

– Droga, que se dane. - Sua voz quase falhou, se aproximou ainda mais da morena e ficaram separados por, talvez, dois milímetros de distância.

A mão do ruivo alcançou a nuca de Hermione, que se arrepiou com o toque, e o olhou ainda mais nos olhos, quase como se suas almas pudessem penetrar uma na outra.

– Ron.. - Sussurrou,depois de lutar e lutar, o apelido do ruivo.

Mal teve tempo de fechar os olhos, seus lábios foram delicadamente pressionados, e, abrindo espaço, pode finalmente começar um beijo com Rony. Foi o momento mais mágico e mais especial que ela já pudera sentir e presenciar. Muito melhor do que ela esperava, tinha que confessar a si mesma. As línguas, como seu já trabalhassem em uma coreografia há tempos, dançavam em perfeita sincronia, e, como se não pudessem evitar, lhe proporcionavam carinhos um ao outro. As mãos de Rony alisavam delicadamente e arrepiantemente a nuca de Hermione, que sentia o corpo mais colado com o do ruivo a cada segundo. Sem se conter, levou as mãos para a cabeleira ainda um pouco molhada e despenteada de Rony, e começou a bagunça-lá, no ritmo do beijo. Era como se tudo já tivesse sido preparado há dias, meses, anos. Seus encaixes foram perfeitos. O beijo calmo, delicado e caloroso ganhava intensidade a cada segundo, e os amigos lá embaixo, já estranhando a calmaria em minutos, puderam começar a imaginar o que estava acontecendo naquele quarto, onde não havia nada nem ninguém, só os dois, unidos em um só.