Little Things escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 6
Pé na bunda, carona e desastre na cozinha.


Notas iniciais do capítulo

Olá Desculpem a demora!Beijos fiquem com Deus!Comentem por favor!Desculpem os erros!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/353638/chapter/6

– Quem era aquela James? – Eu tive que reaproveitar as palavras que a loira disse segundos atrás antes de dar o escândalo maior e sair pela porta.

– Minha ex namorada. – Ele respondeu ainda parecendo um tanto sonolento.

– E o que a sua ex namorada estava fazendo na sua porta a essa hora da manhã? – Eu perguntei e ele me olhou meio confuso.

– É por que ela ainda era minha namorada quando veio aqui. – Ele falou fazendo uma careta e eu entendi.

– Acho que agora entendi o motivo do escândalo. – Eu falei e ele assentiu.

– É por que ela não era acostumada a chegar aqui em casa e ver uma garota vestindo meu pijama. – Ele falou sarcasticamente e eu ri.

– Na próxima eu não atendo aporta. – Eu falei e ele assentiu.

– Acho que vai ser melhor assim. - Ele falou e deu de ombros.

– Mas por que você não foi atrás dela quando ela saiu correndo daqui? – Eu perguntei e ele me encarou como se visse um monstro.

– Eu ainda tenho bom senso. E digamos que correr de pijama nesse frio pelos corredores do prédio não seria algo muito normal e muito menos educado. – Ele respondeu e foi minha vez de rir.

– Eu tinha me esquecido do seu senso de educação exagerado.

Voltei para o meu quarto avisando pelo corredor que o café estava pronto. Boa sorte para ele, por que eu não bebo o meu próprio café. Quando sai do quarto, já vestida e aquecida de uma maneira legal, encontrei Edward deixando o quarto dele também, vestido, é claro, e com o mesmo cabelo despenteado de sempre.

– Estou indo para o trabalho. – Ele me informou e eu cheguei a conclusão de que a idéia dele de sofrimento pós fim de relacionamento não era lá muito normal.

– Pode me dizer onde fica o lugar onde eu vou estudar?

– Acho que você deveria saber sobre isso não é? - Ele respondeu e eu revirei os olhos.

– Parece que alguém está de bom humor e nem parece que tomou um pé na bunda. – Eu falei e ele revirou os olhos. Convivência da nisso?

– Ok. Acho melhor eu não ir trabalhar e chamar meus amigos pra ficar aqui em casa comigo lambendo sorvete, por que até o sorvete se congelou de vez nesse inverno, e assistir a uma comédia romântica bem dramática enquanto choramos e eu queimo nossas fotos antigas. – Ele falou e eu escancarei minha boca em um perfeito “O”.

– Como alguém pode dizer que vai assistir a uma comédia romântica bem “dramática”? – Eu falei e ele deu uma gargalhada sonora. – Isso não existe. – E também não é como se toda garota fizesse isso.

– Tudo bem então. – Ele falou adquirindo uma pose superior. – Te desafio a assistir a um filme de terror comigo hoje a noite para comemorar o meu pé na bunda. – Ele falou e eu estremeci. Odeio filmes de terror. Não consigo dormir depois.

– Desafio aceito. – Qual é. Não vou deixar um ruivo sacana tirar uma com a minha cara logo nos primeiros dias de convivência.

– Feito. – Ele falou e nós apertamos as mãos selando o nosso “compromisso”. – Te levo na escola.

– Ao menos para isso você é útil. – Falei e dei as costas voltando para o quarto para pegar minha mochila. Não demorei e Edward fez o mesmo. Parecia bastante animado com o novo emprego. Descemos juntos e o porteiro Alfred voltou a nos cumprimentar. Se o Ed tivesse um batmóvel eu iria a loucura.

– Quando eu vou descobrir sua jornada de justiceiro noturno, que o Alfred ajuda a encobrir? – Eu perguntei e ele riu de uma forma legal. Dava vontade de rir junto com ele.

– O nome do nosso porteiro te impressionou mesmo não foi? – Ele falou e eu dei de ombros.

– Se concentre em dirigir o Edmóvel, por favor. – Eu falei e ele voltou a sorrir.

– Você deu um nome ao meu carro?

– Claro que sim, o do Batman é batmóvel, o seu só pode ser Edmóvel. – Eu falei como se fosse óbvio e ele voltou a sorrir encarando a estrada.

O restante do caminho foi calmo. Sem nenhuma loucura a mais. Ele me deixou na porta da escola e eu quase dei um beijinho no rosto dele pensando que era minha mãe. Mentira. Eu nuca faria isso. Mamãe não me levava na escola desde quando eu tinha 12 anos, e eu nunca, nunca, nunquinha mesmo beijava o motorista do meu ônibus.

– Valeu ruivo. Prepare um filme descente para hoje a noite. – Eu falei me distanciando e vi ele sorrir e assentir. Antes de ele dar partida no carro me lembrei de uma coisa. Uma pequena e estúpida coisa. – A propósito Ed, boa sorte no seu primeiro dia.

– Obrigado. – Ele falou corando um pouco. Ruivo maluco. – O mesmo pra você Meinu.

Depois dessa frase adorável que termina com um “menu” ele arrancou com o carro rindo descaradamente do apelido horrível que ele mesmo me deu, e me deixou comendo poeira para trás. Só que não. No inverno da Inglaterra você só é capaz de comer poeira se tiver estocado um pouco na dispensa de casa.

Me virei para observar o campus. Era enorme. Eu me sentia uma formiga ali. Na verdade eu não me sentia uma formiga por que eu odeio formigas. Então eu preferia me sentir um outro inseto qualquer. As pessoas passavam por mim e me ignoravam. Era tão bom me sentir em casa. Por um momento eu desejei que o Edward estivesse ali. Mas o estagio dele era supervisionado e fazia parte da carga horária. Era como se ele estivesse estudando. Caso contrario ele estaria mesmo ali. E provavelmente a cabeleira ruiva e despenteada dele deixariam o enorme campus um pouco mais cheio. Pelo menos para mim. Passei na secretaria e fui procurar minha sala depois. Fui obrigada a colocar os óculos. Se eu esbarrasse em mais um grandalhão eu acabaria tendo um traumatismo craniano. Pensei por um momento que Edward não era um grandalhão. Ele tinha estatura normal. Mais alto que eu e mais baixo que o Hagrid de Harry Potter. Não é como se eu vivesse pensando no ruivo. Acontece que cheguei a dois dias mais ou menos e não conheço mais ninguém. Pensar em casa me deixa deprimida, saudades não é legal. Não me apego facilmente às pessoas. Mas o James me parece mesmo um cara legal.

Encontrei minha sala e mais um bando de intercambistas estranhos. Umas garotas que mal falavam inglês e como eu não falo russo ou sei lá que língua era aquela, não dava para se comunicar.

Foi um primeiro dia normal. Com todas as apresentações e a mesma enrolação de sempre. No almoço eu comi qualquer besteira que mamãe provavelmente brigaria comigo se soubesse. As aulas terminaram as duas da tarde. Fui terminar de resolver umas pendências com a questão da bolsa e demorei um tempo a mais. Pensei em ligar para o Edward para ele me dar uma carona para casa, mas isso soaria como “folga” de mais. Não sou folgada. E ainda me lembrei que não tinha o numero dele. Fatalidade. Peguei um taxi e dei o endereço de casa. Definitivamente eu teria que aprender a andar de ônibus. Mais uma corrida daquelas e eu ficaria sem dinheiro pelo resto do ano.

Cheguei em casa e o silencio predominava. Adentrei sem muito barulho. Surpresa. James Edward Shetfield estava deitado ao lado de um violão e algumas folhas de caderno, ressonando calmamente. O ruivo dormia como um bebê cansado depois de brincar. Resolvi não atrapalhar o sono dele. Parecia realmente cansado. Isso tudo no primeiro dia de estagio.

Tirei meu casaco e fui para a cozinha tentar fazer algo comestível para nós. Por que fazer só pra mim seria muito egoísmo e falta de educação, é claro. Estou na Inglaterra. Educação aqui parece mesmo importante.

Separei as panelas e os ingredientes que eu nem sabia o que eram de verdade. Eu queria fazer um bolo. Eu só sabia fazer bolo na cozinha. Liguei o formo com um pouco de esforço. Fiz uma massa com o que tinha ali. Joguei chocolate na massa. Adoro chocolate. Terminei tudo e até que não me parecia assim tão ruim. Decidi lavar a louça. A de ontem ainda estava ali. Edward porco, eu porca. Viveremos em um chiqueiro.

A ultima panela era para ser colocada no lugar mais alto de uma prateleira. Estiquei os braços e as pernas para alcançar. Não deu muito certo. Da próxima vez eu pegaria uma cadeira. Assim que abri o armário e empurrei a panela , ela tornou a cair e trouxe consigo mais outras duas. Caíram em cima de mim. Exatamente na minha testa. Sorte infeliz. E depois foram de encontro ao chão.

Fato: Quando o metal cai no chão ele faz um barulho horrível. E quando alguém está dormindo e ouve um barulho desse, esse alguém acorda. Assustado, com toda a certeza.

– Vas happenin’?* – Edward perguntou assustado assim que chegou na porta da cozinha e encarou o meu primeiro pequeno estrago.

– Ops...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*O que é que está havendo?
E então?Beijos e fiquem com Deus!