Little Things escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 34
Meu lar


Notas iniciais do capítulo

Gente, é com muita alegria, satisfação e sentimento de dever cumprido que eu entrego a vocês hoje o meu ultimo pedacinho de Little Things. Ultimo capitulo, e pra quem chegou até aqui junto comigo, o meu muito obrigada!
Epílogo vem aí, dentro de dois dias, programado no Nyah, tudo certinho!
Amo vocês e muito obrigada por tudo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/353638/chapter/34

Coisas para absorver: Eu não estou ficando – totalmente – louca.

Edward está mesmo no portão da minha casa.

Eu estou agarrada no pescoço dele feito um filhote de bicho preguiça.

Eu estou de baby-doll.

Meus pais estão vendo essa cena.

Então, basicamente, eu estou semi nua pendurada no colo do cara que morou comigo por um ano e meus pais estão vendo tudo isso. Deus, para explicar uma situação dessas, a gente faz como?

– Ao que parece, a palavra “legal” era mesmo bastante genérica para descrever o seu amigo não é Manu? – A voz de mamãe se fez ouvir e só assim eu soltei o pescoço do Edward. Mas segurei firme em sua mão para ter certeza de não deixar ele ir de novo.

– Mamãe, papai, este é o Edward. O garoto de quem eu falei. – Eu falei e antes que mais alguém pudesse se pronunciar, minha irmã se fez ouvir.

– Caramba, ele é mesmo ruivo.

E eu agradeço aos céus pela minha irmã não falar inglês, e o Ed não entender português, por que tudo o que eu não preciso agora é que o ruivo descubra que a mania de dizer essa frase quando o vê pela primeira vez na vida é, aparentemente, genéticaa.

– Vamos todos entrar, antes que os vizinhos nada curiosos venham ver o que estamos todos fazendo do lado de fora a essa hora. – Papai, com seu senso de não-vamos-dar-ao-povo-motivos-para-falar-de-nós nos fez seguir rumo ao lado de dentro de casa. Nas mãos, Edward trazia uma pequena mala, e uma mochila, pendurada preguiçosamente em um dos braços. Eu não pude deixar de notar que o casaco de frio que ele provavelmente vestia ao sair de Londres estava agora preso entre as mãos de Edward e as alças da mala de carrinho. O rosto dele tinha uma coloração rosada que me fazia ter vontade de tirar uma foto para me lembrar depois, quando ele voltar a ser o quase-vampiresco Edward branquelo de sempre, que ele tem sangue vermelho e de verdade correndo nas veias quase congeladas dele.

Mas eu sabia que minha reflexão ia ter que esperar um pouco mais. Os olhares curiosos de papai, mamãe, minha irmã e até do meu pequeno irmão, que com o barulho estranho, acordou, eu sabia que era hora de começar a explicar algumas coisas, mas a cabeça ruiva do James, certamente tinha outros planos.

– Meinu... – Ele disse, e eu vi minha irmã segurar uma risada pela forma de ele dizer meu nome. – Me desculpe por chegar na sua casa, bem, no seu País na verdade, assim sem avisar, mas sabe, você devia saber que eu tinha que fazer isso. E devia também ter me avisado que nem todo mundo aqui fala a minha língua como você faz, eu meio que esperei que a grande maioria o fizesse, mas a parte importante não é a que eu fiquei perdido no aeroporto, mas sim a parte em que eu nem se quer devia ter deixado você ir embora. E é por isso que eu estou aqui Meinu, eu atravessei sabe Deus quantos oceanos, por que eu sinceramente não sei, só pra te ver, então, me desculpa se eu não avisei antes de chegar. – Ele disse tudo em um fôlego só, e eu agradeci mais uma vez pela minha família não entender o que ele diz. Na verdade, eu mesma quase não entendi, tamanha a velocidade e intensidade que ele usou para proferir tais palavras. E é em uma hora dessas que eu desejava poder usar mais palavras bonitas que ele fosse entender, mas como eu não podia, meu vocabulário limitado teria que ser o suficiente para fazê-lo entender, que o que ele estava fazendo por mim, era importante.

– James, você poderia ter vindo de madrugada, vestido de papai Noel que eu não me importaria. – Eu disse e ele sorriu. Mas que droga eu estava pensando quando em meio às poucas palavras bonitas que eu podia dizer, eu escolhi “papai Noel” para por entre elas? – Eu senti tanto a sua falta. Eu estava prestes a te ligar e te fazer vir me buscar, nem que fosse de bicicleta, para gente voltar para Londres e viver junto outra vez. Quando eu cheguei naquele país frio e estranho, tudo o que eu queria era voltar para casa. E quando eu voltei para o Brasil o estranho foi que eu queria outra vez voltar para casa. Mas agora que você está aqui eu não quero mais ir pra Londres. Eu quero ficar no Brasil e fritar como você numa praia qualquer no sol de meio dia. Eu não me importo em que país, ou continente que eu esteja. Contando que você esteja ao meu lado Ed, eu sei que eu vou sempre poder chamar esse lugar de meu lar. Por que casa, a gente pode ter varias em vários lugares do mundo, mas lar mesmo é onde mora o coração da gente. E o meu coração, mora juntinho do seu.

E foi ai que o Edward fez o que minha irmã ia usar contra mim pelo resto da minha vida. Em um movimento inesperado, ele sorriu, mas a parte que importa mesmo, é a que ele com um sorriso nos lábios, me puxou pela cintura e usou os lábios agora nem tão frios assim dele, para fazer outra coisa que não fosse sorrir. E James Edward Shetfield me beijou, no meio da sala da minha casa, comigo vestida de roupa de dormir e descabelada, e com toda a minha família de plateia. E mamãe suspirou em surpresa enquanto meu irmão puxava a roupa do meu pai, que pigarreou parecendo meio desconfortável, e minha amada irmã mais velha, ela sim fez algo nada descente. A gargalhada de Mariana fez com que eu me lembrasse de onde estávamos e com as bochechas em um tom de vermelho escarlate, me separasse dos lábios já bastante conhecidos do Edward, que naquele momento parecia prestes a seguir minha ideia, e pegar a primeira bicicleta disponível no quintal e voltar pedalando para Londres.

– Então gente, eu mencionei para vocês que eu e o Edward estamos, meio que... – E eu até ia explicar a minha família o que nós estávamos fazendo, mas morando na mesma casa e se pegando frequentemente pelos corredores vazios, ou em qualquer lugar avaliável para se pegar não me pareceu uma boa descrição do nosso status de “relacionamento”. E mesmo sem entender minhas palavras, Edward pareceu entender meu olhar confuso, e usando poucas e significativas palavras, ele fez a pergunta que mudou mais um pouquinho o curso já meio inesperado da minha vida.

– Quer namorar comigo?

E foi então minha vez de beijar com toda a minha vontade e falta de vergonha na cara, o James que agora não era mais só o meu ruivo. Edward James Shefield agora era meu namorado ruivo.

– Namorando! – Minha irmã tirou suas próprias conclusões e eu assenti, concordando finalmente com uma fase, ou palavra, descente dela.

Eu e o Edward estávamos namorando e o único pensamento da minha cabeça era de que aquela exclamação era apenas um começo. O fim de uma etapa da vida e o inicio de uma nova caminhada. Mas estávamos juntos nessa, e era isso o que mais me importava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijo Beijo e fiquem com Deus!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Little Things" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.