Little Things escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 2
Nossa, você é ruivo!


Notas iniciais do capítulo

Olá outra vez :)Agora eu quero comentarios ok?! Por favor :)Bem vindas leitoras novas :)



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O vôo foi tranqüilo. Nada de aterrorizante ou assustador. Bom pelo menos essa é a minha visão, já que passei a viagem inteira dormindo. Já falei que passo mal em viagens longas? E já contei que é por isso que eu tomo um remédio estranho que tem um efeito parecido com calmante e me derruba assim que eu paro de andar de um lado para o outro? Pois bem. Isso é verdade. O único problema é que o efeito desse remédio demora um pouco a passar e eu acabo ficando meio “drougie” por mais tempo que o necessário. Uma outra voz estranha anunciou o pouso alguns minutos atrás. Me levantei com cuidado, já que a sorte não ajuda, para ir ao projeto de banheiro lá de trás. Qual é, bolsistas não andam de primeira classe. Me ajeitei em um cubículo e usando um mini espelho para tentar desamassar minha cara de sono. Eu sabia que depois do pouso do avião eu teria uma longa jornada pela frente. Meu adorado tio, que é casado com uma mulher que eu não conheço e que tem um filho que eu também não conheço, me deu o endereço do apartamento onde vou morar. Pois bem, eu vou morar em um apartamento sabe-se lá aonde, com sabe-se lá quem, mas tudo bem. Titio não me mandaria para morar com um louco qualquer. Bom, pelo menos eu espero que não. Mas parece que o meu adorável “quase- primo de consideração” não é amável o suficiente a ponto de me buscar no aeroporto, já que ele assim como eu chega hoje à cidade. Segundo o meu tio, ele estava passando o feriado de fim de ano na casa da mãe.

Pousamos. No momento em que desci do avião senti vontade de voltar ao Brasil apenas para agradecer a minha mãe por seu maravilhoso dom de prever temperaturas de outros países. O frio era quase insuportável, até para a minha blusa de frio do Alasca.

Arrastei comigo minhas poucas malas pelo saguão e fui a procura de um taxi. Já contei que não deu tempo de exatamente terminar o meu curso de inglês? Pois então... Eu falo inglês bem, mas tenho algumas dificuldades de entender caso você seja parente do Liam Payne e fale 1456278932 novas palavras a cada segundo. Aí, eu sou obrigada a ficar confusa. No meio do falatório habitual de um aeroporto eu fui procurar um serviço de taxi e fui informada que para minha “sorte” um ainda estava disponível, já que uma nevasca se aproximava e todos estavam loucos a procura de transporte rápido. Que ótimo serviço de boas vindas. Acabo de chegar ao país e já sou recebida por uma adorável nevasca de inverno.

O motorista do meu taxi era gordo. E eu tive a certeza naquele momento que nem todo loiro de olhos azuis é bonito. A barba mal feita do velho somada à sua notável falta de educação, estavam quase conseguindo me assustar. Talvez fosse esse o motivo de eu ter tido a “sorte” de encontrar um taxi.

Passei o endereço do meu novo apartamento e por sorte não era muito longe dali. Menos de trinta minutos depois e eu já estava em “casa”.

–Pois não? – Um senhor de meia idade me perguntou assim que cheguei à entrada do edifício.

–Sou a prima do senhor Shetfield, do apartamento 27. – Falei fraco devido ao frio crescente.

–Senhorita Meinueila Eibrentes? - O velho homem perguntou e eu quase não disfarcei a careta. Por que minha mãe tinha que me colocar um nome tão brasileiro?

–Sim senhor. Sou Manuela Abrantes. – Falei e o homem assentiu finalmente decidindo me dar passagem.

Ele em seguida me indicou uma porta que eu logo descobri que escondia o elevador atrás de si e me deu as coordenadas para chegar até o local. Cada andar era ocupado por um apartamento. Não era um prédio muito grande e nem de luxo, mas era simples e organizado, com uma boa localização. Parecia um bom lugar.

Usei a chave que o porteiro me entregou e adentrei a sala de estar. Era bonita e organizada. Arrastei minhas malas e as larguei no meio do cômodo agradecendo aos céus pelo novo ambiente quente em que eu estava. Corri os olhos rapidamente pelos móveis e pela decoração. Observei outros cômodos em seguida. Uma cozinha, dois quartos um único banheiro e uma pequena área de serviços além da sacada. Nada fora do comum e tudo perfeitamente organizado. Nem se quer parecia que um garoto de pouco mais de vinte anos morava ali. Forcei a porta do primeiro quarto que se abriu me dando a visão de paredes verdes e móveis arrumados. Alguns livros e um violão na beirada da cama. Uma cama de casal não muito grande e um guarda roupas e uma escrivaninha. Deveria ser o quarto do garoto. Sem cuecas no teto ou tênis fedendo a chulé desde a terceira série. Tudo no seu devido lugar.

Fechei a porta dando de ombros e abrindo a outra, que ficava em frente, logo em seguida. Era verde também. Como a minha casa. Devia ser de família gostar dessa cor. Uma cama igual a do outro quarto e basicamente as mesmas coisas. Só que sem uma decoração pessoal, já que os móveis estavam apenas ali, sem nada sobre, ou dentro deles. Voltei para a sala e puxei minhas malas até o quarto. Não as desarrumei. Faria isso mais tarde. Agora eu estava com fome. Fui até a cozinha e abri a porta da geladeira, me deparando com o maravilhoso e delicioso vazio. Isso mesmo. Nada. Não havia nada lá dentro. Antes porém das minhas lombrigas passarem a me desesperar com seu clamor por alimentação, um novo barulho me surpreendeu. Era a maçaneta da porta. Alguém estava chegando e só podia ser ele.

O rapaz entrou de cabeça baixa. Roupas grossa de frio, touca, luvas e cachecol. Algo me dizia que o frio lá fora havia aumentado. Largou as malas perto da porta e antes de fazer qualquer outra coisa voltou seus olhos para mim. Eram azuis. Sim, os olhos dele eram incrivelmente azuis. Ou ao menos era isso que a minha limitada visão me permitia ver naquele momento.

– Humm. – Ele limpou a garganta e começou a formular uma frase. – Você deve ser a sobrinha do Paul. – Ele falou eu assenti, mesmo que o nome do meu tio fosse Paulo. – Meinueila Eibrentes. – Ele falou e eu assenti a contra gosto. Qual o problema com meu nome afinal?

– E você deve ser o filho da esposa do meu tio, certo? – Falei e foi a vez dele sorrir. Não entendi. – Por que está rindo?

–Desculpe. – Ele falou me impressionando pela primeira vez com a suposta educação britânica. – Seu sotaque soa engraçado.

– Bom saber. – Falei mantendo a expressão séria. Vou relevar por ser o primeiro contato.

– Eu sou James Edward Shetfield. – Ele falou me estendendo a mão depois de retirar a luva , o cachecol e a touca. Eu toquei sua mão e a única coisa que fui capaz de dizer foi...

– Nossa, você é ruivo!


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Notas finais do capítulo

E então, me digam por favor :)Beijo e fiquem com Deus!