Demoramos cerca de cinco minutos para encontrar o carro do Phil. Kamyla quase ressonava encostada no banco do carona agarrada a um saco de jujubas coloridas. Phil tamborilava impaciente os dedos no volante quando finalmente viu nosso carro parar do seu lado.

- Merda Edward. Se eu soubesse que você pretendia empurrar o carro até aqui teria desistido da ideia de ir junto com vocês. – Phil reclamou mal humorado e Edward lhe enviou uma careta arrogante. Homens e seu senso de ser o macho alfa.

- Tinha um cervo no meio do caminho. – Eu disse para Phil, já que Kamyla parecia incapaz de se mover.

- Eu tenho certeza que tinha. – Phil respondeu maldoso e Edward o ignorou.

- Vamos fazer o seguinte. – Eu disse tentando evitar um possível futuro duelo entre os dois babacões. – Phil vai dirigir como uma pessoa decente e Edward também vai. Sem tentativas de provar nada e sem bobeira na estrada.

- Vocês podem se mover ou vão ficar parados ai o dia inteiro? – Kamyla perguntou dando um sinal claro de vida e mal humor. Eu sorri pra minha miga e assenti, acompanhando Edward até o carro em seguida.

Depois daí não demoramos mais de meia hora para chegarmos ao nosso destino. Era uma espécie de parque de preservação ambiental no meio da cidade. Eu observei tudo rapidamente assim que estacionamos. Phil parou ao nosso lado e desceu do carro olhando tudo, como eu e Edward também fazíamos.

- Precisamos montar as barracas. – Kamyla disse sorrindo como se estar presa no meio do nada cercada de mato e possíveis animais selvagens fosse algo realmente animador.

- E depois temos que arrumar comidas de verdade. – Eu falei como a gorda que eu sou e eles me olharam sem abalar nenhuma expressão. Minhas crises de fome eram normais.

- Se quiser comida, vai ter que caçar. – Phil falou e eu o encarei boquiaberta. Ele não podia estar falando sério.

- Você não pode estar falando sério. – Expressei meus pensamentos desesperados e vi os outros dois o acompanharem na risada.

- Não estou. – Ele falou se aproximando de mim e me beijando na testa rapidamente. – Mas te ver assustada é engraçado de mais.

- Sai daqui ser corno. – Eu o empurrei sorrindo e ele fez cara de ofendido.

- A Kamyla pode se ofender por ser chamada de vadia assim. – Ele falou e minha amiga o encarou com sua melhor amostra de olhar assassino.

- Nem nos seus sonhos que eu teria algo com você seu baiacu de estouro. – Ela falou e eu vi Edward segurar uma risada mal contida.

- O amassa no caminho até aqui conta como sonho? – Phil perguntou e eu vi Kamyla arregalar os olhos.

- Vocês andam se pegando e nem em contaram! – Eu acusei e ambos me encararam.

- Não é como se você tivesse me contado suas experiências amorosas com o Cullen ali. – Ela falou e eu e James nos encaramos atônitos.

- Não me chama de Cullen, sua mendiga desalmada. – Edward disse e Kamyla riu.

- Xingamento assustador, ruivo querido. – Ela retrucou e ele deu o dedo do meio.

- Quer dizer que vocês dois também se pegam? – Phil voltou ao assunto indesejado e eu dei um chute nada discreto na canela dele.

- Claro que não. – Eu falei e Edward me encarou sério antes de revelar uma expressão malvada no rosto.

- Quer dizer que os amassos no corredor da escola, na sala lá de casa, no banheiro, no seu quarto, na copa e na cozinha, sem falar na lavanderia e no carro não contam? – Edward falou tudo rapidamente e eu vi meus dois amigos escancararem os olhos e a boca. Eu teria rido das expressões deles se não estivesse tão atônita.

- Caramba ruivo, eu vou ter que tirar o chape pra você. – Phil voltou a se pronunciar e eu voltei a chutar ele.

- Qual é Manuela, se continuar assim até o fim do dia eu já vou estar aleijado. – Ele reclamou e se afastou após eu ameaçar dar outro chute nele.

- Isso não é verdade. – Eu acusei e Phil resmungou.

- Não é não é? Tenta chutar a si mesma e me diz se não doeu depois. – Ele falou e eu revirei os olhos. Edward e Kamyla riram de mim. Hiena traidora.

- Não quanto a isso seu imbecil. – Eu gritei para Philipe que se encolheu ao lado de Kamyla. – É mentira quando ao que o Edward falou.

- Poxa amor, assim você me magoa. Você disse que me amava. – Edward disse e fingiu chorar. Eu soltei um grunhido de raiva antes de correr a te ele e estapear cada parte do seu corpo que estivesse a mostra.

Kamyla ria. Phil chorava de rir e resmungava de dores na canela. Edward praguejava e tentava me segurar e eu batia nele gritando feito uma louca.

O ruivo desistiu de tentar me conter por bem e apelou para a violência. Não, ele não me algemou em uma arvore e me deixou ali pra morrer. Ele fez pior que isso. Ele segurou meus pulsos me prendendo entre suas mãos enquanto me empurrava nada delicadamente até o capô do caro dele.

Ele me empurrou de costas contra o capô e prensou seu corpo contra o meu.

- ME SOLTA EDWARD. – Eu gritei e ele negou com a cabeça.

- Você foi uma garotinha má Meinu. Precisa ser castigada. – Ele falou e eu estremeci.

- Se ele pegar um chicote eu vou enfartar. – Kamyla sussurrou pra Phil e eu quis matar minha vadia amiga.

Edward se lançou mais sobre mim e eu resmunguei baixinho. Mais um pouco de pressão e eu o denunciaria por abuso sexual.

Ele se aproximou mais e mais e mais e quando seu rosto estava a milímetros do meu uma voz do além gritou salvando minha vida.

- PROCUREM UM QUARTO. – Um outro visitante qualquer do parque gritou e Edward se distraiu por um segundo me dando a brecha necessária para o empurrar e correr. Eu queria matar o Shetfield. E eu juro que se eu não estivesse tão zonza teria feito isso. Maldito ruivo.