Hogwarts 7 Ano Dos Marotos escrita por Gabs


Capítulo 65
Depois de Hogwarts - FINALL


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu cometi um erro e acabei finalizando a história antes de postar os episódios finais. Assim, eu editei os dois últimos capítulos para incluir o final.



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Resumo até aqui:

A guerra finalmente havia se iniciado. Dumbledore fundou a Ordem da Fênix, no entanto Voldemort sempre parecia está um passo a frente. Boatos sobre um traidor começou a surgir entre os integrantes da Ordem. Pedro ainda estava namorando Claire, e seu amor por ela o fazia trair seus amigos.

Enquanto isso Régulo, que havia descoberto sobre a Horcrux de Voldemort encontrou um aliado em Joan para tentar vencer o Lorde das Trevas. Após os dois localizarem uma Horcrux armaram um plano para destruí-la, mas antes decidiram avisar alguém da Ordem sobre o que suspeitavam.

Régulo conversou com James, informou que Voldemort havia feito um feitiço terrível em si mesmo, com intenção de ser imortal, por isso não importaria se alguém da Ordem o matasse e que havia um traidor entre eles.

Joan não conseguiu dizer muito, mas deixou claro para Lilian de que um traidor e que o passado de Voldemort era a chave. Claire o havia seguido até a casa de Lilian e o matou, por considera-lo um traidor da causa. No entanto, falou para Pedro que Lilian havia matado Joan, o que o deixou, pela primeira vez, com ódio dela.

Após, James informou a Lilian que tanto Régulo quanto Joan haviam desaparecido. E, preocupados com a veracidade das informações, as repassaram para Dumbledore.

....

Assim como Dumbledore havia recomendado nem Lilian nem James falaram aos demais integrantes da Ordem sobre o traidor, no entanto durante os meses que seguiram Voldemort parecia saber sempre os planos da Ordem o que fez intensificar os boatos de um infiltrado.

Mesmo assim em todas as batalhas que tiveram diretamente contra Voldemort e seus comensais houve poucas baixas e poucos feridos, apesar de alguns lutarem diretamente contra o Lorde das Trevas.

Isso fez com que os ataques começassem a ser individuais e pouco a pouco os integrantes da Ordem começaram a morrer.

Nem tudo eram notícias tristes, no meio da guerra tanto Alice quanto Lilian souberam que estavam grávidas.

...

Lilian tinha acabado de voltar de uma missão. Mais mortes de trouxas. Mais mortes de inocentes. O Ministério da Magia resistia bem, todos foram testados para Imperius, e os que estavam sob efeito da maldição haviam sido afastados. Os aurores foram autorizados a usar as maldições imperdoáveis. Eram tempos difíceis, sombrios... e ela estava grávida.

Não conseguia acreditar. Havia feito o teste um pouco depois que chegara. Ela estava grávida. Estava com medo. Medo de ter um filho no meio da guerra. Aquele definitivamente não era o momento ideal. Ela e James sequer haviam conversado sobre ter filhos, sobre casamento... estavam preocupados demais em se manterem vivos, em protegerem seus amigos... e agora seriam pais.

Merlim, o James seria pai. Era irônico pensar que aquele garoto estúpido que gostava de duelar pelos cantos de Hogwarts seria pai.

Mas ele já não era mais aquele menino babaca de 11 anos arrogante e que se achava melhor que os outros. Ele havia crescido muito desde que saíram de Hogwarts, embora ainda continuasse com o sorriso juvenil, como se nada no mundo tivesse errado, com o olhar esperançoso. O olhar dele...

Queria que o futuro filho ou filha que carregava no ventre tivesse o olhar do James, determinado, confiante e sincero.

...

James e Sirius tinham uma missão simples, tinham que entrar na sala de Harry Davis e conseguir todas as informações sobre os funcionários do Ministérios que haviam sido afastados por estarem enfeitiçados ou deliberadamente estivessem do lado de Voldemort.

No entanto, Harry Davis, funcionário antigo da Secção de Controle Interno do Ministério da Magia de Londres sabia muito bem do interesse de Alvo Dumbledore nos documentos que ele guardava. Apesar de ser contrário a Voldemort, Harry negara qualquer envolvimento com a chamada “Ordem da Fênix”.

Mas com o passar dos meses percebeu que uma iniciativa não oficial talvez tivesse mais chances do que a do Ministério, pois muito tempo era perdido tentando descobrir em quem confiar. Sem contar no número alto de demanda para investigar possíveis ataques nas comunidades trouxas. Ele estava há muito tempo naquele órgão sabia bem reconhecer quando estavam atolados de burocracias, o problema é que naquele momento deviam estar lutando, mas quando não se sabe quem e quantos qualquer ato é uma luta em vão.

Harry sabia bem que encontraria algum agente de Dumbledore no seu gabinete naquela noite. Como se o Aragon, o Chefe dos Aurores, precisasse dele do outro do país naquele dia.

James e Sirius foram pegos de surpresa quando Harry entrou na sala.

—As visitas geralmente ocorrem a tarde, rapazes.

Os dois se entreolharam surpresos, mas antes que Sirius puxasse a varinha Harry os interrompeu:

—Antes que tentem me matar poderiam me dizer a quem vocês servem?

—Dumbledore.

James respondeu com convicção. Harry sorriu.

—Antes de tomar poção polissuco e fingir ser alguém é importante saber o ciclo social dessas pessoas. Um Potter e um Black jamais estariam juntos e o mais importante todos os Blacks servem a Você-Sabe-Quem.

Disse ele lançando um feitiço para desfazer magias. E ficou surpreso quando nada aconteceu.

—Posso ter o sobrenome Black, mas não pertenço a minha família.

—Então vocês dois fazem parte da Ordem?

—Sim.

Disseram juntos.

Harry avaliou bem a situação. Olhou aqueles dois garotos com a vida toda pela frente e que estavam no front de uma luta muito maior que eles. Dois garotos, que poderiam morrer no meio de uma batalha qualquer, serem pisoteados por gigantes na próxima batalha...

—Tudo bem. Eu entrego de bom grado os documentos que vocês quiserem, mas terão que fazer algo em troca por mim... vocês devem abandonar a Ordem da Fênix.

—O quê?

Disseram James e Sirius.

—Abandonem a Ordem. Vocês são jovens, ainda tem muito o que viver. Fujam para algum canto longe de tudo isso e espere a poeira baixar...

—Acha que eu sou um covarde, senhor? Meus pais morreram por ordem de Voldemort e eu vou até o fim lutar contra esse mundo antiquado e tenebroso que ele tenta nos impor. E se eu morrer tentando fazer isso morrerei feliz, porque lutei pelo que acredito ser certo.

James retrucou.

—É melhor ser um covarde vivo que um corajoso morto.

—Talvez para você, mas não para nós.

Salientou Sirius começando a ficar bravo com aquele velho estúpido. Era o típico bruxo que dizia não gostar de Voldemort, mas no fim das contas não se importava com o que acontecia com as outras pessoas, se ele conseguisse continuar trabalhando no seu emprego medíocre e tendo uma vida mais ou menos boa, o resto não importava.

—Não sejam idiotas. O Ministério está tendo várias baixas e vocês também. Não se sabe em quem confiar, o pânico está dominando as ruas... a luta já está praticamente ganha por Ele. Quanto mais rápido vocês aceitarem melhor para vocês. Não morram em vão.

—Se você luta por algo... a morte nunca é em vão. Mas quando você vive sem lutar... você vive em vão.

Replicou James.

Harry sorriu. Lembrou-se de ter uma conversa muito parecida com Charles Potter antes dele morrer.

“Há coisas pelos quais vale a pena morrer meu velho amigo, e garantir um futuro para o meu filho é uma delas”. Charles havia dito há muito tempo.

Harry iria admitir que na verdade só estava provocando os dois jovens, quando ouviu passos em direção a sua sala. Talvez o Dumbledore não era o único interessado nos segredos guardados por ele.

Rapidamente deu uma bolsa para James e Sirius.

—Alguém está aqui. Segurem isso e sumam.

Os dois garotos se olharam sem entender, mas assim que as mãos deles tocaram na taça foram transportados para uma montanha, mas antes de desaparecem completamente viram o rosto surpreso de Voldemort.

—Odeio portais.

Sirius disse depois de vomitar. Portais sempre o deixavam enjoado.

—Acabamos de ser salvo por aquele velho?

James perguntou dando-se conta de tudo que tinha acontecido em menos de 5 segundos.

—Acho que sim. Mas não conseguimos cumprir a missão e ele provavelmente vai ser torturado até contar onde está ou para onde viemos. Melhor irmos para casa logo.

—Sirius, nós não podemos ir para casa. Temos que voltar lá. Salvá-lo.

—Nossa prioridade é sair daqui, Pontas.

Sirius disse segurando o braço do amigo e aparatando até uma área segura próximo à casa de James.

—Nós temos que salvá-lo, Almofadinhas!

—Pontas, ele não está mais lá. Você sabe que não. Ele ajudou duas pessoas da Ordem fugir. Se voltarmos lá ele vai ter corrido risco atoa.

—Por que ele fez isso? Nos salvar? Ele parecia achar que estávamos sendo tolos.

E de repente do casaco de James cai uma pequena bolsa. Dentro vários arquivos.

...

Quando James e Sirius chegaram no ponto de encontro com Dumbledore foram informados que Harry Davis havia sido encontrado morto em seu gabinete. Tinha ocorrido uma briga, a luta havia chamado atenção dos seguranças do local, que acionaram o alarme. Os aurores chegaram rapidamente. Aparentemente ele não se deixou ser capturado ou torturado, havia lutado até a morte.

—Ele nos encontrou na sala dele. Disse que nos daria os documentos se saíssemos da Ordem, então discutimos um pouco, então ele disse que escutou um barulho colocou um bolsa na nossa mão, era um portal, quando já estávamos nos teletransportando vimos Voldemort. Ele estava lá. Foi ele que matou o Harry. Tudo aconteceu tão rápido. Eu não percebi o que tinha acontecido até ser tarde demais.

James contou rapidamente.

—Calma rapazes. Se Voldemort estava lá pessoalmente aqueles arquivos deve ter alguma informação muito relevante.

Dumbledore concluiu pensativo.

—Ele não parecia concordar com a Ordem. Não consigo entender porque ele nos salvou.

James continuou.

—Davis sempre foi contrário a qualquer manifestação em prol da sociedade ou lutas de classes que não tivessem um selo institucional oficial, ou seja, que não fosse apoiado diretamente pelo Ministério. Ele sempre fazia a coisa certa, por mais difícil que fosse. Era contrário a Ordem, mas não aos valores dela. Mas, era acima de tudo contrário envolver jovens nas lutas, achava errado que novos morressem pelas decisões dos velhos.

—Ele nos deu os documentos. Colocou no casaco do Jay sem que víssemos.

James entregou a pequena bolsa a Dumbledore. Mas ele colocou o pequeno objeto em seu bolso e disse:

—Harry Davis, uma grande perda.

E James s Sirius poderiam jurar que haviam visto uma lágrima escorrer dos olhos de Dumbledore.

 ...

James chegou em casa exausto, a ponto de esquecer que Lilian provavelmente já havia chegado de sua missão.

Quando a viu deitada no sofá acariciando o Felis, o gato deles, não pôde controlar o sorriso que brotou em seu rosto.

—Merlim, como senti sua falta.

Disse ele jogando-se em cima dela.

—James!

Grito ela feliz.

Os dois se deram um beijo saudoso.

...

Semanas Depois.

James gostaria de dizer que ficou imediatamente animado quando Lilian o olhou nos olhos naquela manhã e anunciou que estava grávida.

Ele desejou ter corrido para os braços dela e ter lhe dado o melhor e mais incrível beijos de todos, porque afinal eles teriam m bebê.

Porém, ele estava aterrorizado. Nos primeiros segundos, quando ainda estava absorvente a notícia, sentiu seu corpo interior gelar.

Ele não poderia ser pai. O timing era horrível. Estavam no meio de uma guerra.

Mas, o que mais o preocupava era que ele não estava pronto para ser pai. Ele não seria um bom pai. Não havia responsabilidade nele. Não havia maturidade nele. Não havia sequer algum senso de paternidade dele.

Finalmente depois de longos segundos olhou para Lilian. Pobre Lilian. Ela tinha um olhar tão desesperado quanto o dele.

Ele levantou-se desejando voltar a sentir seu corpo. Caminhava de um lado para outro.

Ainda pensava no quando aquele era o pior momento para se ter um filho e que provavelmente ele seria um péssimo pai. Então olhou pra Lilian.

Pobre, Lilian.

 A ruiva estava sentada no meio do sofá, absolutamente desolada.

Foi quando James notou o quão estúpido estava sendo.

Eles seriam pais. É claro que ele sozinho era um péssimo exemplo de ser humano, mas ele e Lilian. Eles eram os melhores. E, qualquer criança teria sorte de tê-los como pais. Porque eles se amavam e amariam essa criança com todas as forças e enfrentariam o mundo por ela.

Lilian estava tão concentrada em seus pensamentos destrutivos que não notou quando James sentou-se ao lado dela.

—Desculpe. Fui um idiota. Fiquei com tanto medo da ideia de ser um péssimo pai que não me concentrei naquilo que eu realmente deveria me concentrar... nós vamos ser pais e essa criança, nosso filho ou filha... terá os melhores pais do mundo, porque é isso que nós somos Lily. Nós somos os melhores. E, vai dar tudo certo. Eu prometo a você. Não. Eu prometo a vocês... eu vou fazer dar tudo certo.

...

Meses Depois.

Remo não queria desconfiar de Sirius, mas não poderia deixar de observar que mais de 80% das missões do Sirius dava errado porque algum comensal aparecia. É claro que em gera as missões dele eram realizadas junto com James ou Pedro. Mas James era leal de mais para o seu próprio bem e Pedro, bem Pedro sempre foi o mais covarde dos marotos ele jamais os trairia, além disso ele já havia demonstrado sua lealdade ainda em Hogwarts quando saiu dos comensais da morte.

Muitas coisas haviam acontecido nos últimos meses. Além de Lilian, Alice também estava grávida, o nascimento dos dois garotos era iminente.

Até Dumbledore que estava reticente em acreditar que havia um espião na Ordem visivelmente aceitou tal fato. Apenas 8 de nós havia sobrado, os demais estavam mortos. Mortos por comensais.

Algo muito sério tinha acontecido. Dumbledore soubera de alguma notícia muito importante e absurdamente confidencial. Remo notou quando após a última reunião ele chamou Alice e Frank no canto, eles tentaram esconder as expressões, mas havia um quê de preocupação nos rostos deles.

Logo depois Dumbledore fez o mesmo com James e Lilian.

Remo conhecia os dois há muito tempo, os três já haviam passado por muitas coisas, mas nunca viu aquele no rosto deles.

...

Sirius tinha terminado sua missão solo. Sabendo que o bando de lobisomens do qual Remo fazia parte estava por perto ele resolveu estender sua estadia no pequeno povoado de Ciment e fazer uma surpresa ao velho amigo.

No entanto, o viu em ação. Com o seu bando. E, naqueles breves instantes percebeu que o velho amigo não era mais o mesmo.

Será que ele era o agente duplo?

...

A relação entre Lilian e James nunca foi fácil, desde o início foi marcada pelas inúmeras brigas, irritações, discussões, mas no fim o amor resistiu e venceu todas as diferenças. Com o tempo eles começaram a dar mais valor nas coisas que eram iguais e muito menos naquilo que os diferenciava, paravam de gritar um com outro sempre que discordavam e começaram a ouvir mais o outro, deixaram de tentarem vencer o mundo sozinhos e começaram a lutar por ele juntos.

Os dois se conheciam há muito tempo...

James deixou de ser aquele garoto prepotente, egoísta, arrogante e que se achava melhor que os outros.

Lilian havia aprendido a ser mais leve, menos rígida consigo mesma e sobretudo que não se pode salvar aqueles que não querem ser salvos.

Muitas lições haviam sido aprendidas, muitos obstáculos haviam sido encontrados, muitos amigos haviam ficado pelo meio do caminho, muitas lágrimas haviam sido derramadas no decorre dos anos, mas todos os percalços, todos os desafios, todas as mudanças dos dois os trouxe para aquele momento...

O casamento.

James queria uma festa enorme. Com todos os seus amigos. Com os seus pais. Mas não poderia ter nada daquilo.

Alguns dos seus amigos estavam desaparecidos, outros mortos, assim como seus pais.

Lilian estava grávida. E os dois estavam na mira de Voldemort.

E, por mais que as coisas parecessem completamente absurdas nada daquilo importou quando viu Lilian caminhando em sua direção com um vestido branco, uma coroa de flores na cabeça e um buquê de lírios em seus braços.

Lilian nunca planejou se tornar uma Potter.

Sorriu ao pensar que a simples sugestão a faria ter ânsia de vômito há alguns anos, mas naquele momento da sua vida a única coisa que lhe causava esse mal estar era o pequeno Potter que carregava em seu ventre. Merlim!

Aquilo era inacreditável para ela. Mas sabia bem que era para grande parte das pessoas que estudaram com os dois em Hogwarts. Muito menos para Lene e Dorcas, suas amigas tão queridas e que haviam sido mortas. Sentia falta delas naquele momento, desejava ter as duas ali, mas no fundo sentia que elas estavam assim como os pais dela.

Quando parou na frente de Remo, que seria o cerimonialista, James e Lilian sorriram um para o outro, os olhos de ambos estavam marejados e assim ficaram até o fim da cerimônia.

Não houve gritos, chuva de arroz, nem nada do tipo. Havia sido uma pequena cerimônia, somente os marotos, Frank e Alice, mas Lilian não se importava, pois naquele momento aquelas pessoas eram sua família.

Os sete beberam bastante, e com o passar do tempo um a um foram indo embora. Eles nãos sabiam, mas aquele pequeno encontro seria a última vez que todos se reuniam.

Alice e Frank estavam felizes pelos seus amigos, apesar de apreensivos pelo futuro não havia medo neles, sabiam que lutariam até a morte pelo filho deles.

Pedro não gostava dessas reuniões com os amigos. Ficar tanto tempo com eles o fazia sentir culpado por traí-los, ao mesmo tempo não gostava de sentir confortável ao lado deles sentia-se culpado por trair Claire. E foi embora repetindo o tempo todo para si mesmo que os odiava, que odiava Lilian, mas no fundo, estava feliz por ver James e Lilian finalmente oficializarem a união.

Sirius havia prometido a James a dar uma trégua em relação a Remo, mas não tirou os olhos do Lupin durante toda noite. Sentia o sangue ferver em pensar que estava se divertindo ao lado de um traidor, mas Lilian se recusava a acreditar nele, na verdade ela se opunha a sequer cogitar tal possiblidade. Porém Sirius era um Black, conhecia a verdadeira natureza da humanidade e sabia bem que não raro as traições vêm de quem mais se confia.

Remo estava a tanto tempo atormentando vilas e bruxas com os demais lobisomens que havia se esquecido em como era se sentir feliz. Vê Lilian e James se casando o fez se sentir assim. Aqueles dois estavam se casando. Quem diria que um dia eles iriam finalmente engolir o orgulho e se assumirem. É claro que a felicidade com os amigos não o fez esquecer da pequena pulga que havia surgido... ouviu alguns boatos sobre o Black traidor, precisava discutir isso com Lilian e James, mas não no dia deles.

...

Duas semanas depois

—Remo, o que faz aqui?

Perguntou Lilian surpresa com a visita. Segundo as informações da Ordem ele deveria estar do outro lado do país.

—Pontas está aí? Queria conversar uma coisa contigo, em particular.

Remo havia decidido que em razão da relação de irmandade entre James e Sirius seria melhor comentar suas suposições com Lilian primeiro.

—Ele está resolvendo umas coisas em Londres. Acredito que deve demorar um pouco. Entra.

Lilian estava estranhando a situação.

—Lily, você sabe muito bem que a Ordem tem um espião. Não temos como negar isso... – Lilian assentiu apreensiva sobre o rumo daquela conversa – Pois bem, eu andei escutando algumas coisas nas minhas últimas missões... são apenas suposições, mas se for verdade... eu não queria pensar nisso...

—Não quero ouvir isso, Remo.

Lilian o cortou.

—Você não sabe o que eu vou dizer...

—Não sei? Acha que não sei ligar os pontos? Você desconfia de um dos marotos. Se fosse do James não viria falar comigo, mas com Pedro ou Dumbledore. Sei muito bem em quem você está pensando, por isso perguntou se o Jay estava ou não em casa.

—Então você já pensou nele? Já desconfiou dele?

Remo questionou.

—Eu tenho certeza que nenhum de vocês quatro é o traidor.

Afirmou Lilian. Ela tinha total certeza disso.

—Você não está vendo as coisas com a clareza devida...

—E você está, Rem? Quer mesmo que eu acredite que ficar com os lobisomens não está afetando você? Não está afetando a forma como se comporta? Como pensa?

Retrucou Lilian.

—O que quer dizer com isso, Lily? Acha que eu sou o traidor? Eu?

Remo assustou-se com o poder de percepção de Lilian. Ele realmente havia mudado.

—Não seja ridículo. Não acho que nenhum de vocês seja o traidor. E, acho mais estupido ainda que eu tenha que falar isso para você. Ele é o Sirius. Ele é o seu amigo desde o primeiro dia em Hogwarts, ele é o cara que se transformou em animago só pra está ao seu lado... ele não nos trairia, Rem.

—Acha que eu gosto de suspeitar dele? Mas, quase todas as missões dele dão errado por conta de comensais que aparecem de surpresa, e o mais importante há um tempo eu ando ouvindo falar sobre o “Black traidor”...

—Rem, ele não é o traidor. Já pensou que o espião possa ser alguma espécie de aliado do Dumbledore, alguém pra quem ele conta todos os planos... e quando a esses boatos isso não significa que é o Sirius.

—Merlim, Lily. Você criar desculpas para tudo.

—E você teorias para tudo. Quer escutar somente aquilo que te convém. Até onde eu sei tu podes ter escutado sobre um “Back traidor”, mas queria tanto escutar Black que se tornou Black.

—Tudo bem-disse Remo respirando fundo – de certo modo eu já esperava que não acreditasse em mim. Eu só peço que fique de olhos bem abertos. Não confie plenamente em ninguém, Lily. Nem mesmo em mim. Nunca confie plenamente em ninguém, por favor.

—Eu confio plenamente em você Remo. Assim como confio plenamente no Sirius e no Pedro. Vocês são a minha família, eu daria minha vida por vocês, assim como tenho certeza que vocês dariam a de vocês por mim, pelo Jay ou pelo nosso filho.

—Eu só quero que vocês fiquem seguros... também ouvi sobre uma certa profecia...

Remo jogou no ar. Não sabia bem do que a profecia se tratava, nem mesmo se envolvia James e Lilian, mas resolveu arriscar, alguma coisa lhe dizia que a tal profecia é o que tinha causado a mudança em Dumbledore. E, pelo olhar de Lilian ele havia acertado.

—Que certa profecia?

Perguntou Lilian após se recompor do impacto, mas Remo a conhecia há muito tempo.

—Eu sei que se trata de algo muito grave e que provavelmente tem a ver com você, James, Frank e Alice. Não pensem que não notei como a segurança na casa de vocês aumentou significativamente. Mas, se as mesmas pessoas souberem como passar pela segurança então não importa muito o aumento dela.

—Remo, não posso entrar em detalhes sobre nada, mas como eu já disse, plenamente em todos que vem a minha casa.

—Eu sei que sim, Lily. É com isso que eu me preocupo

...

—Eu só estou dizendo que ele já não é o mesmo Remo.

Sirius tentou argumentar inutilmente com James. Os dois haviam se encontrado na casa dos gritos, após passarem relatórios para Dumbledore. Mas é claro que o amigo não acreditou. A lealdade para com os amigos tornava Liliane e James cegos diante a clareza dos fatos – Remo era o traidor. No fundo, Sirius temia que essa característica causasse a morte deles.

...

Meses Depois

—Harry. Sirius disse que o nome dele vai ser Harry.

James disse olhando seu filho no colo de sua esposa. Ainda era estranho para ele pensar que estava casado e que tinha um filho.

As vezes se perguntado se o seu eu de 11 anos estaria feliz com aquele futuro. Gostaria de achar que sim. Mas, no fundo sabia que aquele garoto iria querer está jogando na Liga Nacional de Quadribol pegando várias mulheres.

Lilian não conseguia parar de sorrir. Aquela pequena criaturinha em seu colo era seu filho. Os poucos cabelos que tinha estavam espetados como os de James, ele havia herdado os olhos dela. Ela sentia-se nas nuvens. É claro que estava cansada. Que o bico do seu peito ainda doía quando o pequeno Harry mamava, mas ela estava anestesiada de tudo. A única coisa que importava era aquela pequena vida que ela havia colocado no mundo.

—Harry James Potter.

Declarou Lilian encarando os olhos de James. Os dois sorriram um para o outro. E naquele momento os dois acreditara que tudo daria certo.

...

1 anos depois

—Nós temos que escolher um fiel do segredo?

Lilian perguntou preocupada, aquela deveria ser a última alternativa.

James assentiu. AS ordens de Dumbledore eram claras. Eles deviam escolher um fiel do segredo ainda naquela semana. As investidas de Voldemort para caçá-los haviam intensificados. Haviam boatos que Liliane e James tinham sido colocados como prioridade para todos os comensais.

É claro que a mesma pessoa surgiu na cabeça deles – Sirius. Pedro estava fora de cogitação, embora amassem o amigo, sentiam que Pedro estava distante desde o casamento deles. Raramente mandava cartas, e quando as mandava era bastante sucinto.

Quanto a Remo...

Embora não quisesse admitir para Lilian e nem para si mesmo James estava começando a achar que talvez Sirius não estivesse tão errado em relação ao Aluado.

Lilian não acredita que Remo era o traidor, mas sabia que o amigo estava perdido em si mesmo, aquele não era o melhor momento para colocar aquela grande responsabilidade nos ombros dele.

Sirius, pensou além.... ele sabia que era a escolha mais óbvia. Todos viriam atrás dele, principalmente Remo. Então propôs a Lilian e James que Pedro fosse escolhido para ser o fiel do segredo.

...

Se estivessem vivos Lilian e James provavelmente lembrariam daquela última semana como a calmaria antes da tempestade.

As coisas não estavam perfeitas, elas nunca eram.

Harry estava cada vez mais esperto e bagunceiro. Quanto mais crescia mais Lilian se preocupava, o garoto vivia se metendo em confusões. Já havia caído da vassoura mágica que Sirius havia dado à ele inúmeras vezes, tinha várias arranhões de brincadeiras com Felis, havia furado o braço quando abriu a caixa de costura de Lilian e machucou feio o rosto quando abriu mexendo nas coisas de James uma goles lhe acertou no queixo...

James estava estressado de ficar preso dentro de casa, mas tentava olhar o lado bom das coisas, pelo menos estava preso com as duas melhores pessoas do mundo, seu filho e sua esposa. A rotina o ajudava, ele tinha que admitir. Todas as manhãs ele acordava com o choro de Harry, Lilian já estava na cozinha preparando o café. Ele banhava e arrumava o Harry. Tomavam café. Prepara o almoço dia sim e dia não. Brincava com o Harry durante a tarde, as vezes montava quebra cabeças mágicos, as vezes assistiam tv, as vezes, quando tinha sorte, conseguia colocar o pequeno Potter para tirar um cochilo e assim descanava com Lilian. A noite jantavam o que sobrava do almoço e tentavam cansar o Harry, mas no fim geralmente os dois se cansavam antes dele.

James amava o filho, e embora Lilian adorasse dizer que ela tinha colocado no mundo uma cópia dele, ele sabia a verdade, que Harry e ele só eram os mesmos na aparência, o resto, provavelmente, ele puxaria à ela. Havia uma bondade nele... Harry era sempre cuidado como Feliz, mesmo quando levava arranhões, não matava aranhas ou outros insetos que encontrava apenas ficava os encarando com certa curiosidade.

Lilian não podia acreditar na sorte dela. Mesmo com todas as complicações da guerra, com a profecia... ela sentia-se sortuda... Amava James e Harry com toda a sua alma e suspeitava, embora ainda não tivesse feito nenhum teste, que logo eles seriam quatro...

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham apreciado a leitura!!!



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